As 100 obras essenciais da música erudita segundo a Bravo! ou Vendendo ignorância

Sou um sujeito que está sempre rindo. Morro um pouco a cada dia, mas abstraio-me autenticamente do fato. Então, às vezes quero escrever uma coisa bem alegre ou criativa, esquecendo a Mônica Leal e a Pâmela, mas não dá. Me chamam de volta para que eu meta o pau.

A lista de cem obras essenciais da música erudita da revista Bravo! parece ter sido feita… Sei lá, quem sabe por ocorrências no Google? Proponho um acerto com você, caro leitor. Acho que você concorda que é fácil fazer listas e, quanto mais longas forem, mais fácil fica, certo? Se a lista contiver alguns absurdos, você diz que é questão de gosto e fim. Pois a Bravo! conseguiu fazer a lista errada, aquela que demonstra claramente que seus autores não têm a menor vivência na audição de obras do gênero erudito. Essa lista não é questão de gosto, é questão de polícia.

Moacy Cirne, neste post, já havia destruído a relação da e com a Bravo! utilizando como arma apenas uma obra ausente, as Vésperas da Virgem, de Claudio Monteverdi. Bastou. Trata-se de uma omissão que realmente desqualifica toda a lista. Tem razão a maior autoridade brasileira das histórias em quadrinhos, uma lista de uma centena sem as Vésperas é como deixar de fora Grande Sertão: Veredas ou Cidadão Kane em listas análogas de romances brasileiros ou cinematográfica. Mas não apenas o Moacy merece divertir-se, eu também! Analisarei uma poucas coisinhas… HÁ absurdos inacreditáveis na lista.

82º) Concerto para Oboé, de Mozart: é óbvio que o autor da lista não fez teste de bafômetro. Por favor, meu caro ouvinte, ouça este concerto e depois a Sinfonia Concertante para Violino e Viola, ou quaisquer dos Concertos para Piano de 23 a 27 do mesmo Mozart. Um bêbado, sem dúvida.

71º) Tocata e fuga em ré menor: aqui, tenho a primeira convulsão séria. Obra menor de Bach, o alcoolizado autor da lista deixou de FORA TODOS OS SEIS CONCERTOS DE BRANDENBURGO!!!

57º e 83º) A Morte e a Donzela e Trio Op. 100, de Schubert: são obras excelentes, mas esquecer o Quinteto de Schubert é embriaguez de cair deitado.

49º) Missa em Si Menor, de Bach: aqui, a piada foi a de colocá-la atrás da Sinfonia Fantástica de Berlioz. Não, a piada foi muito maior. Há certo consenso que a Missa seria uma espécie de Cidadão Kane da história da música, ou seja, que seria estaria no topo de todas as listas, mas o chumbeado autor coloca-a lá no meio…

11º) Dichterliebe, de Schumann: HAHAHAHAHA, os lieder de Schubert ficaram de fora — exceção feita aos Winterreise — e o Quarteto e Quinteto de Schumann também, mas essas cançõeszinhas de Schumann, simplesinhas e humildes, quase chegaram ao Top 10 do borracho.

4º) O cachaceiro botou a Sagração da Primavera, de Stravinski, em quarto lugar. Será necessário um alongamento muito severo para que alguém razoável admita que a obra esteja colocada no Top 10. Muuuuuito alongamento.

13º) Mais risadas, um único quarteto de cordas de Beethoven está na lista e não é o 130, nem o 132, nem a Grosse Fugue, Op. 133. Estranhamente o pinguço acertou bem onde não devia: no meio. O Op. 131 é belo com seus sete movimentos e um Andante avassalador, mas convenhamos.

84º) Questão de gosto: a Pastoral não poderia estar nesta lista. Mas o bebum a trouxe.

58º) O que faz Dvorak aqui? Hein, beberrão?

38º) Sinfonia “Inacabada”, de Schubert: essa entrou no carteiraço. E a Nona, conhecida como “A Grande”, biriteiro? Em que ela é menor? É por ter sido “Acabada”?

22º) Quadros de uma Exposição, de Mussorgski, é a vigésima-segunda obra essencial de todos os tempos do ébrio…

48º) Réquiem, de Verdi: é uma surpresa encontrá-lo aqui, mas já que o gambá o conhecia, por que deixou-o apenas em 48º? Merecia o Top 20!

95º) 4`33, de Cage: bem, se A Sagração estava em quarto pela importância histórica, esta obra de Cage deveria estar nas imediações, junto de algo de Stockhausen, um dos grandes ausentes da lista, pau d`água.

93º) Intermezzo, Op. 118, de Brahms: a imensa música de câmara — sonatas para violoncelo e clarinete, trios, septetos — de Brahms está inteiramente ausente da lista… Por quê, meu Deus, o esponja escolheu isto?

76º) Carmina Burana, de Orff: sem comentários. Viu, chupa-rolha?

É absolutamente necessário rir de uma publicação dessas, senão vêm as dores de cabeça, úlceras, etc. E citei apenas os primeiros absurdos que me ocorreram, nem explorei os despautérios cometidos ao barroco. Não me perguntem onde vai parar um jornalismo cultural que orienta assim os jovens e inexperientes. O cara que fez esta lista estava desnorteado, aturdido. Menos mal que o blog P.Q.P. Bach recebe 60.000 visitas por mês. E está à distância de um clique. E não custa nada.

21 comments / Add your comment below

  1. Bom, só por curiosidade, tem algo da santa Hildegarda? E tem, tipo assim, quem sabe, o Des Prez, nem que seja só Nymphes des bois? Ou algo do Palestrina? Se não tem, aí então a lista está ruim. Os comentários que você fez, Milton, foram um pouco exagerados. Você é fixado demais em alguns compositores.

    E o problema dessas listas não é nem a lista, mas a listagem em ordem de importância. Não vejo absurdo em Sacre estar na lista, a questão é que, esteja onde estiver na ordem de importância, vai causar confusão–lá no topo ou na rabeira. Mas acho que ninguém duvidaria da sua importância e do seu aparecimento na lista. Curiosidade mórbida: tem Boulez?

  2. Caro Milton, passei bons olhos pela lista e – pelo menos em parte, até agora, pois ainda não terminei de avaliá-la – concordo com vc. Realmente deixar de fora a obra essencial de Bach (os Concertos de Brandemburgo) é coisa de quem precisa de surras diárias. Mas senti um tom de subestima em relação a A morte e a Donzela, de Schubert?

    E o que é ainda mais grave: listas são subjetivas, claro, pois revelam pontos de vista. E desde quando pontos de vista não são discutíveis? Opiniões existem para ser debatidas mesmo. É a velha história: escondem-se sob a capa da subjetividade e alegam “é minha opinião, e pronto!”
    Cortinas pra eles!

    Abraço.

  3. Grijó.

    Adoro A Morte e a Donzela, mas, cá para nós, nada como o Quinteto D. 956. Além disso, os três últimos quartetos de Schubert — incluinco aí A Morte — são equivalentes e creio que o 13º é o melhor deles.

    Abraço.

  4. Sua análise pareceu-me perfeita. Ou quase. Apesar dos exageros, compreensíveis. Também fiquei danado da vida. Mas você foi muito mais objetivo. E m uito mais completo. Em tempo, com sua permissão, respondendo a um dos seus leitores: não, não tem nada de Hildegarda, de palestrina e de Des Prez. Pierre Boulez? Aparece como regente. Um abraço. E grato, caro Milton, pela referência ao meu blogue.

  5. Milton, ando lendo Dostoievski. Portanto, estou num clima frio repleto de humanidade, religiosidade e, também por que não dizer, música…
    Quando alguém reza ou canta “grandes” músicas, será que é importante a classificação de autores numa escala de competência?
    Será que na sombra da elaboração de escalas de coisas imensuráveis não está a loucura daqueles punheteiros que vão morrer sem nunca saber a dimensão real do próprio pau!?
    Milton, você não acha uma grande perda de tempo saber quem rezou ou tocou a melhor música? Não estaria aí um preconceito moral, uma ideologia de classe a dizer: “esta ou aquela é a melhor música”? ou “Este ou aquele é o melhor compositor”?
    Dependendo das circunstâncias da alma “aquela música é melhor que a outra” ou “esta outra é melhor que aquela”. Mas por que isso acontece? Simplesmente, porque a música é algo vivo que muda, que cala, que comove ou, de repente, é simplesmente, indiferente.
    Mas e daí? Qual a música ou compositor mais importante? Tal pergunta, em meu coração, tem a dimensão duma sopa com pedaços de estupidez, quando se está faminto! Come-se tudo sem provar direito nada!
    Para um ex-doente, o melhor médico é aquele que o curou; para um enamorado, a melhor música é aquela que o enamorou; para aquele quem não sabia ler, o melhor professor é, sem dúvida, aquele que o ensinou com Amor, às vezes sendo um semi-analfabeto, mas, humanamente, sendo um pássaro-sábio da alma…
    Milton, no sistema decimal qual o melhor número de 0 a 10?

  6. Milton Ribeiro em chamas…

    Conheço muito pouco de música clássica e erudita, sendo que o que me chamou a atenção para o texto foi a ausência dos concertos de Brandemburgo. Foram as composições de Bach que me “iniciaram” na música clássica, o que me fez ter maior predileção por Bach a outros compositores. De resto, acredito que fazer um TOP 100 é, naturalmente, pedir pra apanhar! É inviável elencar um ranking desse porte baseado em critérios subjetivos ou históricos…

  7. Milton,
    que tens contra a Morte e a Donzela?
    Bom, eu faria um post diferente e minimalista:
    ” Na lsta das 100 de Bravo não estão os Concertos Brandeburgueses!”
    Pronto, tu não vais encontrar absurdo mais eloquente.
    Ramiro, listas são importante para orientar pessoas neófitas no assunto. Carpeaux, o Milton, o Cultural Alemão e outras me ajudaram, há uns 246 anos, a gostar deste tipo de música. Hoje discordo em alguns gostos, mas o início foi importante.
    Dario,
    Cá entre nós, Até a pé nós iremos é bem melhor não? Ao menos não temos a palvra desporto na letra.
    Abraços Branco
    PS.: Milton, não tive coragem de procurar, mas aposto que tem o Concerto pra piano e orquestra do Tchaicowski com aquele allegro maestoso gay.

  8. só tem beethoven, o cara ta apaixonado deve ter levado um chifre…

    licht de stockhausen devia tar entra as cinco,
    mas nem stockhausen tem…

    é uma lista para o grande púlblico..

  9. Comprei a revista por dois motivos: dever de ofício (sou professor de música) e dar risadas.

    Todas as listas da Bravo! são muito idiotas mas essa foi a maior campeã.

    Para fazer uma lista séria, os caras deviam chamar alguém que entende alguma coisa do assunto. Não é à toa que eles nem mencionam o nome das pessoas que participam da seleção.

    Ainda vou fazer um post sobre esta sandice, e outro sobre as 100 canções da MPB.

    Como eu acho que deveria ser a lista? Podia ser de qualquer jeito. Só não poderia ser concentrada totalmente em compositores germânicos do século XIX.

    Tudo que o Milton falou é bem dito. Não ter Boulez e Stockhausen é crime. Sim, mas crime maior é colocar apenas uns 10% de obras do século XX e apenas uns 5% de obras anteriores ao século XVIII.

    Não ter nenhum Machaut é crime.

    Colocar a sinfonia nº 5 do Schostakovich também.

    John Cage escreveu tanta música, porque colocar a não-música?

    Porque colocar umas 8 peças do Mozart, umas 8 do Beethoven e umas 5 do Bach? Os caras não conhecem mais nenhum compositor interessante?

    Outro crime: Villa-Lobos, estudos para violão. São ótimos, já toquei, todo mundo toca. Mas não está nem entre as 20 melhores obras do Villa-Lobos.

    Gershwin não podia entrar numa lista dos 100.

    Enfim, dá para ficar o dia inteiro xingando essa lista idiota…

  10. Comprei essa revista, por coincidência, em Porto Alegre, no aeroporto, onde estive de passagem nesta semana.

    Achei um trabalho constrangedor, mas não tanto por causa da lista em si. Listas são assim mesmo, sempre erradas. Ler a revista no avião me deu “vergonha alheia” por causa das falhas gritantes de texto e edição. Os editores parecem nem um pouco familiarizado com música clássica. Fiquei de comprar um bloco de post-it e mandar a revista de volta para a Abril como trabalho gratuito de “copidesque”.

    Já na capa tem um exemplo de “falta de noção” do editor: entre os compositores, está lá infiltrada a Carmen do filme do Saura! O Bach aparece duas vezes, e o Liszt também. Mas tudo bem, preciosismo meu.

    As gravações indicadas são OK, mas o jeito de indicá-las… exemplo: a “Rhapsody in blue” do Bernstein é anotada como tendo o próprio Gershwin como solista! Porque aparecem várias menções à gravadora “HNH Internacional” sendo que todos a chamam de Naxos? Que raio de orquestra é “Orquestra Filarmônica Real”, sendo que não há sequer uma pessoa no planeta que chame a Royal Philharmonic Orchestra assim? E assim por diante.

    Nos títulos e legendas os erros e esquisitices continuam: Mozart teve que se mudar para a periferia de Salzburgo no final da vida? Porque chamar “Applachian Spring” de “Primavera dos Apalaches”? O que significa “apreço pela formalidade e preciosidade técnica”? O que é a “harmonia inovadora” do Quarteto “A morte e a donzela” de Schubert? Porque o Concerto para piano de Schumann revela “sua habilidade para a orquestração”? O que seria a “música serial do dodecafonismo”?

    E o melhor: que igreja é essa de “São Tomé” em Leipzig?

  11. Não vi a lista, mas imagino que albinoni e vivaldi tenham obras nesta lista, afinal muitos desta lista devem ter estudado e muito, as obras de vivaldi. A meu ver as quatro estações deve figurar entre as 10 melhores, assim como Adagio in G minor e o bolero de ravel!

  12. Olá pessoal. Pelo visto, não tenho tanto conhecimento quanto vocês da música erudita, mas já conhecia algo, e por curiosidade (ter uma referência de compositores para conhecer, e nem tanto pelas obras que entraram e em qual ordem) comprei a revista. Mas um nome cuja falta me deixou com pé atrás em relação à edição, foi Ligeti. Para mim, dentre os contemporâneos, é um dos mais geniais, pela síntese da irracionalidade bélica e industrial do século XX que ele fez em sua música. Sei lá, Lux Aeterna, Requiem, Atmospheres, A Escadaria do diabo, pra mim entravam tranquilo. O que acham?

  13. Deixar o Brandenburgo número 4 fora da “lista” é sacanagem. E mais sacanagem ainda é não incluir na tal “lista” aquela que eu – tudo bem, ainda leigo no assunto – considero o símbolo da música: “Ária em Sol Maior Prá Cordas”, todas de Bach. Ah! E tem o “Concerto Prá Dois Violinos”, tb do Deus Maior da Música (Bach). E o “Cânon”, de Pachebel? Esqueceram também! O “Concerto Prá Clarineta”, de Mozart, lá em baixo, na classificação! Prá tentar convencê-los a elaborar uma “lista” mais decente, incluindo essas belíssimas músicas injustiçadas, sugiro, aqui, o início da “lista”, com as primeiras “10 mais”, justificando minha escolha:

    1 – Ária em Sol Maior Para Cordas, de J S Bach – prestem atenção na suavidade dos tons que emanam do violino e na harmonia dos acordes, absolutamente sonantes. Observem a perfeição do conujunto dos instrumentos, um intercalando ao outro, cada um ocupando à perfeição seu “espaço”.

    2 – Cânon, de Pachebel – ouçam com os olhos fechados e percebam como a música vai num crescente, a cada compasso, num prolongamento de sons, com cada violino desempenhando, a seu tempo e espaço, sua sublime “função” melódica, sem atropelo, prá, no fim, dizer “amém”, de forma contundentemente harmoniosa aos ouvidos … e ao coração!

    3 – Brandemburgo no. 4 – ouçam tb de olhos fechados e procurem “sentir” (e não ouvir) o perfeito desempenho concatenado do conjunto flauta/violino, numa evolução, ao mesmo tempo, ágil e extremamente agradável aos ouvidos (e à alma!), com lampejos de virtuosismo instrumental. Sim, essa ótima canção permite ao músico/instrumentista mostrar seu virtuosismo, mormente no violino.

    4 – Concerto Prá Clarineta, de Mozart – Ouça tb de olhos fechados (prá variar) e sinta o som lindamente “abafado” da clarineta, em belíssimos tons e acordes. Perceba a perfeita sintonia entre clarineta e violinolr (e demais instrumentos). Observe a genialidade de Mozart nessa música e sua capacidade de diversificação de tons (e sons). Note a “oitavada” (digamos assim) que Ele dá à clarineta, já no final da música. Coisa de gênio! Essa canção não pode ser colocada em 71o, 72o lugar, ora! Tem que estar entre as “10 mais”!

    5 – Sinfonia no. 6 (“Pastoral”), de Beethoven. Discordando do amigo, Milton, essa canção tem que estar entre as “10 mais”, no lugar da NONA, que não me “emociona” (só mesmo a UEFA prá fazer a cabeça da rapaziada, mundo afora!). Ouçam a Pastoral, não com o ouvido, mas com o coração. Fechem os olhos. Sintam a evolução da música, a performance magistral do violino, a perfeita e harmoniosa intermitência entre violino e violoncelo. Percebam as alternativas de ritmo e compasso que a música tem (com toda a gama de instrumentação), sem jamais perder a harmonia. 76o lugar é colocação muito aquém do que essa canção merece, com a devida vênia do Milton! … é que sou ainda leigo (tecnicamente falando) e percebo a música pelos meus sentimentos, pela minha humilde sensibilidade. Amém!

  14. Uma correção: não é que não goste da NONA SINFONIA. Gosto. Como não gostar das músicas do gênio Beethoven! É que dela gosto, mas sem entusiasmo. Ao contrário da maioria, não me emociona. Aliás, foi a primeira música (apenas uma parte de seu trecho, claro) que aprendí a tocar no teclado (faço música há 1 ano e meio). Aquele trecho que todo mundo que estuda música aprende a tocar. Sobre a NONA, o filme “O Segredo de Beethoven” fala dela. Ótimo filme, que mostra o terrível gênio (no sentido de irascibilidade) do “Betão”.

  15. Toco violão e adoro música erudita, especialmente da era Barroca. E já viu, né: BACH é minha inspiração! Concordo qdo dizem que a 9o. Sinfonia de Beethoven em primeiro lugar, entre as 100 mais é exagero. E aí faço a comparação prá explicar. A Nona inclui instrumentos e coral. Quantos a parte instrumental, tudo bem, perfeita. Mas qdo se trata de coral, meu paradigma é Bach. A meu ver, qdo se trata de juntar vozes, Bach é insuperável! A perfeição com que ele une os vários naipes de vozes, a pureza, a limpidez, a leveza das vozes unidas na emissão dos tons (e sons) é diferenciada, em relação a qualquer outro gênio da música, até mesmo do Barroco. Portanto, o canto coral inserto, pelo gênio Beethoven, na NONA, é perfeito, mas, como ocorre com quase todas as obras dos outros compositores, não tem a qualidade do gênio BACH. Daí, a NONA não me emocionar, a ponto de colocá-la tão alto no tal “ranking”. Mas aí, dirão, é questão de gosto, de escolha. Tudo bem.

  16. A meu ver, as duas maiores injustiças, aí, foram, de fato, a MISSA EM SI MENOR, em 49., e a ausência, lamentável, dos 6 CONSERTOS DE BRANDENBURGO, que deveriam estar, tranquilamente, entre as 10 primeiras. Como não gosto de ópera, esse DON GIOVANNI, em segundo lugar, não me diz absolutamente nada, e considero um erro lamentável. E posso afirmar o mesmo dessa lista: LAMENTÃVEL!

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