Dois macacos de Brueghel

É assim meu grande sonho sobre os exames finais:
sentados no parapeito dois macacos acorrentados,
atrás da janela flutua o céu
e se banha o mar.

A prova é de história da humanidade.
Gaguejo e tropeço.

Um macaco, olhos fixos em mim, ouve com ironia,
o outro parece cochilar —
mas quando à pergunta se segue o silêncio,
me sopra
com um suave tilintar de correntes.

[Wisława Szymborska]

Dois Macacos (1562), de Pieter Brueghel, O Velho.
Dois Macacos (1562), de Pieter Brueghel, O Velho.

Deixe uma resposta