Eu estava pronto para deixar de seguir a Revista Bula. Os caras só elogiavam e elogiavam livros e filmes. Mas agora apareceram artigos como “7 livros que não valem nem como porta-copo” e “6 livros que você vai ter vontade de devolver ao autor”.
Agora sim!
Uma vez, no Sul Vinte Um, fiz uma lista de “Dez livros para morrer antes de ler”. Adoro!
Passei alguns dias procurando sem lembrar uma expressão latina. Ontem, ouvindo o ensaio do Flavio Adonis e da Elena Romanov antes do show aqui na Livraria Bamboletras, a coisa me veio: “Ridendo castigat mores”.
Tudo por causa do “comediante” Léo Lins, assunto quase passado, e a expressão é “Ridendo castigat mores” que pode ser traduzida como “Rindo, corrige-se os costumes”. É uma máxima que sintetiza o poder da sátira e do humor como ferramentas de crítica social e moral, o que Lins está a quilômetros de fazer.
Atribuída ao poeta romano Horácio (século I a.C.), ela defende a ideia de que a comédia e a ironia poderiam ser mais eficazes do que sermões para apontar vícios humanos. Popularizada por Molière, que usava o teatro para ridicularizar hipocrisias da sociedade, tornou-se um lema do gênero cômico-satírico.
A expressão sugere que o riso pode expor absurdos sem ser agressivo, assim como questionar normas de forma indireta (e por isso, menos censurável) — como fazem As Viagens de Gulliver ou Dom Quixote, por exemplo.
Faço uma mandinga ateia para que não venha aqui aquela amiga da direita lacradora, pelamor. Estou farto dela. Detesto dar indiretas, mas certas pessoas…
Claro, que hoje, Dia dos Namorados, vocês esperavam um texto como este:
Li hoje que Stendhal (1783-1842) disse a sua família que ia para Paris a fim de escrever comédias e ser um Dom Juan. Era uma piada, certamente. Não foi nenhuma das duas coisas. Aliás, detestou os parisienses, viajou a vários países, fixando-se mais na Itália.
Devia ser um sujeito engraçado, como comprova o hilariante capítulo da batalha em A Cartuxa de Parma e várias outras partes do romance. (Nossa, A Cartuxa é uma aula extraordinária de política).
O escritor também devia ter talento para falar, pois ditava seus livros quase sem corrigi-los. Já a parte do Dom Juan só poderia ser outra piada: Stendhal era muito baixinho, gordo e desajeitado. Não havia como.
Stendhal é um dos pseudônimos de Henri Beyle, o baixinho gordo. Ele tinha outros 170 pseudônimos e considerava seu estilo um romantismo sui generis. Ele estava certo. Sua glória foi póstuma. Em vida, foi um escritor de escritores. Balzac, Mérimée e outros sabiam quem era o campeão. Stendhal dizia que só seria grande em 1900. Acertou novamente.
Todas as livrarias devem estar cheias de histórias bonitas. Vejam o que aconteceu hoje pela manhã aqui na Bamboletras. Isto nunca vai acontecer na Amazon.
Veio um rapaz querendo comprar um livro para sua namorada. Pediu uma sugestão dentre os livros da Annie Ernaux. Eu lhe apresentei rapidamente os que tínhamos (quase todos) e ele se interessou claramente por um deles.
E me contou que ontem sua namorada (ou esposa, o que sei eu) narrou-lhe uma história passada na sua pré-adolescência em Santo Ângelo (RS). Ela tinha uma amiguinha que morava numa fazenda. Nos aniversários, muita gente era convidada, mas havia três ou quatro amigas preferidas que ficavam mais uns dois ou três dias para brincar na fazenda. Ela sempre ficava. Mas, um dia, o convite não foi extensivo a ela. Ela contou a história e chorou, voltando àqueles dias.
O livro pelo qual o rapaz se interessou foi “Memória de Menina”.
Além da mãe brasileira, Thomas Mann teve a sorte de contar com Herbert Caro traduzindo seus livros no Brasil. Se “A Montanha Mágica” tem o formato de uma composição musical, como disse Adorno e o próprio Mann, seu tradutor no Brasil era um crítico musical de primeira linha. Sorte de Mann ter achado alguém “compreensivo”. (O Dr. Caro usava “compreensivo” no sentido de quem entendia as coisas com clareza).
Nos anos 70-80, conversava bastante com ele e nossas conversas eram sobre música e nosso amado Vermeer. Os encontros eram aos sábados pela manhã numa loja de discos de Porto Alegre. Há coisas que a gente perde por ser jovem, né? Ele foi o lendário tradutor de Mann, Hesse, Canetti e até Steinbeck. Mas pouco falamos sobre suas traduções. A música tomava quase todo espaço.
P.S. — Eu não sabia que hoje é o aniversário de Thomas Mann, 150 anos de nascimento.
Hoje teremos música à noite, mas não me sai da cabeça a visita que recebi pela manhã da parte de uma professora aposentada.
Há alguns dias, ela tinha me enviado um Whats pedindo livros infantis que tratassem de abuso sexual na infância. Pesquisamos e encontramos alguns. Ela escolheu dois e hoje veio buscá-los.
Ficamos conversando bastante — ela comprou também um Oblómov — e depois eu perguntei:
— Posso te perguntar porque quiseste estes livros infantis, ou seja, livros sobre este tema?
— É que eu faço um trabalho voluntário na Vila X no contraturno do horário escolar e o tema deste mês é o abuso. Preciso dos livros para me inspirar. No ano passado, já fizemos isso. A coisa teve resultados…
— Resultados?
— Sim, duas denúncias. Uma mãe expulsou o padrasto quando a criança teve coragem de contar pra ela o que acontecia e outra disse dentro da sala de aula que seu avô fazia aquelas coisas feias com ela. O crime é quase sempre cometido por gente de dentro de casa. Como estudei a respeito, posso te dizer que é assim em 68% dos casos. E não tem relação com classe social.
Hoje, veio uma turma de uma escola aqui na Bamboletras. Eles tinham 10 e 11 anos e eram de um colégio particular. Vieram de ônibus a fim de aprenderem a andar no transporte público. As crianças estavam acompanhadas de duas professoras bem legais e de uma menina um pouco mais velha que parecia uma monitora. Deu tudo muito certo. Eles se comportaram, fizeram carinho no Max, compraram livros, lancharam no nosso pátio e se despediram.
Lembrei de minhas turmas escolares. Tenho 67, então lembrei de 57 anos atrás. Havia o colega chato, o agitado, o com problemas, o deprimido, o nota-dez, o que não queria nada com nada, etc. Pensando no passado, ouso me atribuir o papel de nota-dez bagunceiro, uma figura não tão comum.
Os papéis estavam claros na turma. O chato queria só livros de adultos — uma das professoras cortou o “Ainda estou aqui” que ele queria — e o deprimido não queria nenhum livro. Foram os que não compraram. Eu não poderia ser professor de alunos dessa idade. Estava louco pra chacoalhar o deprimido. Ele queria um livro de “Mistério”. Trouxe 3 e ele nem olhou, ficou de braços cruzados. O agitado com problemas só queria DVDs — sim, temos alguns de música e ele encasquetou que ia levar os quartetos de Villa-Lobos… A professora interveio. As duas meninas notas dez compraram livros adequados, mas queriam mesmo era saber o preço de “Tudo sobre o amor”, da bell hooks. Para o que não queria saber de nada sugeri um livro curto. Saquei na hora qual era a dele.
Foi muito, muito bom recebê-los. O Max ficou tímido com tanta gente perguntando sobre sua idade, nome e passando-lhe a mão. Acho que ele se sentiu desrespeitado. Vá entender os felinos.
Daniel Deronda (1876) foi publicado no Brasil pela Paz e Terra em 1997. Mesmo sendo um livro de George Eliot (1819-1880) — autora daquele que é, para a maioria, o melhor livro da literatura inglesa, o notável Middlemarch (1871-2) –, não deve ter vendido nada e caiu na Grande Vala Nacional dos Livros Mortos, a qual é lotada de joias. Deronda é o último romance de Eliot, que parou de escrever após a morte de seu marido-amante George Henry Lewes. Aos desavisados, alerto que George Eliot era uma mulher, de nome oficial Mary Ann Evans.
O livro, de 700 páginas na edição brasileira, tem mais de 1000 nas edições com tamanho de letra normal, e é lento, meditativo, com longas passagens repletas de pensamentos e argumentações. É confortável de ler. Não é Tolstói mas traz enormes problemas morais que os personagens se debatem para resolver. Eliot gostava de unir narrativas aparentemente desconexas e repete o feito neste livro: há a tragédia aristocrática de Gwendolen Harleth e a busca identitária de Daniel Deronda, um jovem que foi criado por um “tio” e que desconhece suas origens. Mais do que um ousado romance social, a obra é uma exploração filosófica sobre culpa, redenção e a força do legado cultural.
Então, no primeiro dos eixos está Gwendolen, a bela heroína antiética e egoísta, cujo casamento falido com o sádico Grandcourt leva-a a um desespero moral. Sua vida é descrita com puro realismo psicológico, mostrando o funcionamento da opressão feminina numa sociedade que a ensinou a ser ornamental, mas não humana. Já Daniel Deronda é o protagonista enigmático, criado como um aristocrata inglês, mas atraído pelo misticismo judaico após salvar a judia Mirah Lapidoth. Sua história é uma espécie de alegoria, vinculando a desconhecida identidade a uma intuição de dever coletivo. A assimetria de ambos os personagens é justamente o cerne do livro: Eliot contrasta o vazio da elite britânica com a riqueza da tradição judaica, então marginalizada.
Falar elogiosamente em judaísmo e sionismo em dias de real genocídio palestino é quase proibido, mas neste romance, escrito há 149 anos atrás, uma autora não-judia retratava pela primeira vez na literatura inglesa a cultura judaica com profundidade e respeito. O sionismo de Daniel (antes mesmo do termo existir) e o sofrimento de Mordecai, um intelectual judeu — bem chato, aliás –, refletem o debate sobre a diáspora e a terra prometida. Eliot sugere que o pertencimento, a herança e a escolha poderiam ser antídotos para a superficialidade.
Enquanto Daniel encontra o judaísmo, Gwendolen é a vítima de uma sociedade que a educou para ser frívola. Seu casamento com Grandcourt (um verdadeiro vilão que se comporta com típico hômi machista) é a perfeita representação do preço pago pela dependência feminina. Sua jornada — ou sua tentativa — de ir da arrogância para a humildade é das mais comoventes. “Eu vejo o que sou… Uma mulher que errou em tudo”.
A texto é denso, quase filosófico, mas seus diálogos afiados antecipam claramente o modernismo. Li que, na época da publicação, os judeus agradeceram, os críticos acusaram o livro de didático e o público não gostou. Mas hoje, Daniel Deronda é visto como um precursor do romance multicultural e do feminismo literário. Mesmo com suas imperfeições e com o chatíssimo Mordecai, é efetivamente um romance à frente de seu tempo.
Por que é imperfeito? A trama de Daniel e Mordecai pode parecer forçada, e o final de Gwendolen é abrupto. Mas a ousadia em discutir etnia, gênero e espiritualidade num período de nacionalismos estreitos o torna essencial. Como escreveu o crítico Harold Bloom: “Eliot não quis escrever um grande romance; quis escrever um livro que mudasse consciências”. Daniel Deronda é uma espécie de farol torto escondido no cânone vitoriano.
Sobre os judeus do romance
O amante de Eliot, o jornalista e filósofo George Henry Lewes, previra: “O elemento judaico não vai satisfazer ninguém”. O tema é bastante incomum para a época: a posição dos judeus na sociedade britânica e europeia. Deronda é um jovem aristocrata idealista que resgata uma jovem judia e, em suas tentativas de ajudá-la a encontrar sua família, acaba se envolvendo cada vez mais na comunidade judaica e na efervescência da política sionista inicial.
A aparição deles no livro foi tão indesejada para alguns dos leitores quanto para alguns dos personagens. Enquanto Lady Mallinger lamenta o fato de Daniel “enlouquecer dessa forma pelos judeus”, um amigo de Eliot, John Blackwood, observou: “Os judeus deveriam ser as pessoas mais interessantes do mundo, mas nem mesmo sua caneta mágica consegue torná-los imediatamente um elemento popular em um romance”. Muitos anos depois, um crítico alucinado pediu que as seções judaicas do romance fossem completamente eliminadas, criando um romance chamado Gwendolen Harleth, em homenagem à gentia fatalmente egocêntrica que se apaixona por Deronda.
Falemos sério, um Daniel Deronda sem judeus teria sido impossível – mas parece que as pessoas continuaram tentando. Li que na elogiada adaptação da BBC de 2002 , o foco – além de uma breve cena da judia Mirah às margens do Tâmisa – é o romance entre Daniel e Gwendolen.
Por que Eliot se interessava tanto pela vida judaica? Ela foi criada como anglicana, mas desde cedo interessou-se pela história das religiões e, aos vinte e poucos anos, se integrou a um grupo de livres-pensadores em questões políticas e religiosas. A diversidade e a mistura de raças também era um assunto de seu interesse após a publicação de A Origem das Espécies, de Charles Darwin.
Na década de 1860, Eliot conheceu Emanuel Deutsch, um estudioso judeu e um dos primeiros sionistas. O personagem Mordecai — o estudioso e místico judeu — parece ter sido parcialmente baseado nele. Eliot escreveu a Harriet Beecher Stowe após a publicação de Deronda que “para com os hebreus, nós, ocidentais, que fomos criados no cristianismo, temos uma dívida peculiar e, quer reconheçamos ou não, uma especial profundidade de comunhão em sentimentos religiosos e morais”. Ela permaneceu interessada no judaísmo ao longo de sua vida, publicando um ensaio contra o antissemitismo três anos depois.
O que Daniel Deronda nos mostra sobre o lugar dos judeus na Grã-Bretanha no final do século XIX? Primeiro, que eles eram impopulares, sofrendo preconceito mesmo durante o governo do judeu Benjamin Disraeli. Eliot faz questão de nos mostrar o que ela considera a visão típica dos judeus — desde as classes altas (que se referem arrogantemente a Mirah como uma “pequena judia”), às classes médias (a Sra. Meyrick imediatamente presume que Mirah possa ter “pensamentos malignos”), até as classes trabalhadoras (cena do homem no bar).
Mas Eliot não está isenta de preconceitos contra um certo tipo de judeu. Ela presume que o leitor não se identificará com a família Cohen, chefiada por dono de uma loja de penhores, e até se desculpa no último capítulo por permitir que eles comparecessem a um determinado casamento. Enquanto isso, sua representação da inocente Mirah oscila para o outro lado. Ela é tão santa que tem nuances de bom selvagem. É tão infantil que, quando finalmente encontra um romance, este soa estranho. Achei muito esquisito quando ela beijou…
No entanto, Mordecai, o intelectual visionário que encanta Daniel, é um personagem complexo com lados simpáticos e antipáticos, e revela o fascínio da autora pelos detalhes do judaísmo, suas práticas religiosas e cultura. O fato de Daniel se tornar discípulo de Mordecai e concordar em continuar seu trabalho de busca de uma pátria para os judeus após sua morte — uma ideia tão desconcertante para os leitores de Eliot quanto para a maioria dos personagens do livro — também demonstra um real comprometimento da autora com o tema.
Hoje, o sionismo está manchado pelo governo do direitista Benjamin Netanyahu e seu apartheid. Já Mordecai é o judeu errante, eternamente estrangeiro em terra estrangeira, nunca em casa, “um povo que conservou e ampliou seu estoque espiritual justamente na época em que era caçado com um ódio tão feroz quanto os incêndios florestais que afugentam os animais de seus esconderijos”. A visão otimista de Mordecai de um futuro Israel como “uma nova Judeia, situada entre o Oriente e o Ocidente — uma aliança de reconciliação — um ponto de parada para inimizades, um território neutro para o Oriente” não pode deixar de ser lida como sombriamente irônica hoje.
… pelo que ouviu ontem no Senado. Sem melhorar a educação geral das pessoas, elas vão seguir votando em trastes que farão aquilo. Aliás, já tivemos um traste presidente. Mesmo assim, fiquei envergonhado e peço inúteis desculpas a ela.
Em 24 de janeiro, publiquei no Face uma lista daqueles que seriam, na minha opinião, os 10 melhores romances brasileiros do século XXI.
Minha lista não é TÃO diferente da publicada neste domingo pela Folha. A ordem é alfabética.
– Budapeste, de Chico Buarque
– Eu receberia as piores notícias dos seus lindos lábios, de Marçal Aquino
– Leopold, de Luís Antônio de Assis Brasil
– Minúsculos Assassinatos e Alguns Copos de Leite, de Fal Azevedo
– O Avesso da Pele, de Jeferson Tenório
– O Cheiro do Ralo, de Lourenço Mutarelli
– O Drible, de Sérgio Rodrigues
– Os Supridores, de José Falero
– Pornopopeia, de Reinaldo Moraes
– Um Defeito de Cor, de Ana Maria Gonçalves
Se há uma obra clássica que acho bem ruim é O Homem Sem Qualidades, de Robert Musil. Hoje, ouvi uma bela definição do livro: é uma mistura do pior Thomas Mann e do pior Nietzsche, criada após demitirem o editor.
Sim, eu li tudo. 1200 páginas de total indireção.
Para piorar, o autor morreu antes de terminar. Mas acho — e nesta impressão estou muito bem acompanhado — de que o livro não teria fim, seria infinito.
Mesmo com toda a misoginia da extrema direita, o nome de Michele cresce como candidata à presidência. Enquanto isso, parte da centro-esquerda bate na Janja. Tudo virado.
Depois, quando eu digo que falta estratégia à nossa trincheira, sou chatinho.
Israel vencerá a batalha contra o Hamas, mas ao longo do caminho perdeu sua alma. Oxalá possa reencontrá-la novamente algum dia. Hoje não há sinal de um horizonte no qual isso possa ser alcançado. E a mancha moral de muitos líderes mundiais permanecerá indelével.
Neste sábado (24), teremos o lançamento do livro IMITANDO OS NEGRINHOS, HEIN? – UMA HISTÓRIA POPULAR DO SPORT CLUB INTERNACIONAL. De autoria de Fabiano Neme (Condor F.C. – o uso político do futebol nas ditaduras da América Latina), o livro conta a história do Clube do Povo do Rio Grande do Sul pela perspectiva da cultura popular e de arquibancada.
Publicado pela editora De Letra Livros (@deletralivros no Instagram), IMITANDO OS NEGRINHOS, HEIN? inicia com a chegada da família Poppe a Porto Alegre e vai até a reinauguração do Beira-Rio, reformado para a Copa do Mundo de 2014.
Não se trata de um livro de história, mas sim de um livro de histórias. Assim, o leitor terá contato com crônicas que vão desde a uma reconstituição de um dia na vida do torcedor Charuto, passando pelo relato da polêmica entre Bráulio e os mandarins e pelo mítico “Grenal do Daniel Carvalho”.
O time do Grêmio tem dificuldades REITERADAS, então, o jogo de ontem era uma questão de RESILIÊNCIA para o torcedor do Imortal. Ainda mais que o CSA viria com a perigosa LEVEZA de quem não será cobrado se eliminado — ao contrário!, ele seria apenas EXALTADO se classificado.
Gremista, não abandone teu time! Domingo, logo após aquela Missa LIBERTADORA, o Grêmio precisa entrar em campo às 11h para tentar sair da zona onde acaba de entrar outra vez. O Z-4 não pode teu DOMICÍLIO, imortal que és.
Enquanto isso, no sábado, às 16h, na Livraria Bamboletras, a hoje JUBILOSA torcida colorada poderá comparecer ao lançamento do livro de Fabiano Neme “Imitando os negrinhos, hein?”. A OBRA inicia com a chegada da GLORIOSA família Poppe a Porto Alegre e vai até a reinauguração do Beira-Rio em 2014.
Não, não é nenhuma PATACOADA sem humor nem verdades como os livros daquele biógrafo tricolor, também não é um livro de HISTÓRIA, mas sim um de belas CRÔNICAS que vão desde uma reconstituição de um dia na vida do torcedor CHARUTO, passa pelo relato da QUERELA entre Bráulio e os Mandarins e pelo MÍTICO “Gre-Nal do Daniel Carvalho”.
Perdem pontos o Grêmio e Kannemann, ganham SOBREMANEIRA os colorados em beleza e cultura.
Mauvício Saravia
P.S. — Fabiano Neme é co-autor de “Condor F. C.”, sobre o uso político do futebol nas ditaduras da América Latina. Este livro tamém estará à venda.
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O segundo filme da “BamboFilmes” será um clássico do cinema engajado. Baseado na obra de John Steinbeck, “As Vinhas da Ira” é um filme bem diferente do livro que lhe dá origem. No livro, há dois tipos de capítulos que se intercalam e se complementam: há os narrativos, com foco no drama da família Joad; e há os líricos, poéticos e genéricos, que não focam nos Joad, mas expandem o contexto, criando um retrato coletivo e metafórico da crise.
O filme do grande John Ford — um católico conservador que tinha amizades com o pessoal da esquerda — foca-se apenas na história dos Joad e é muito bom. Trata-se de um libelo bem comuna. Durante o Macartismo (década de 1950), “As Vinhas da Ira” foi banido em algumas cidades e chamado de “propaganda comunista”.
Hoje, dia do teu aniversário, Elena, acordei com minha cabeça tocando uma canção que não ouvia há décadas e que pouca gente conhece, apesar dos autores serem famosos. Ela veio completinha: música, letra, cantora e também com seu arranjo um tanto pesado. É de 1971 e devo tê-la ouvido bastante naqueles anos. Em determinada parte, ela diz:
Quero um beijo teu
Teu corpo, tuas mãos
Vamos dormir no chão
Do sul da América
Sabe meu amor
Hoje somos dois
Quase ninguém nos vê
Quase ninguém nos quer
Mas eu vou te amar
Vou te amar
E amar
Então, me virei pra ti na cama e te abracei, sentindo imediatamente que teu sono se aprofundou, o que miraculosamente sempre acontece quando te abraço enquanto dormes. Deve ser um bom sinal.
A lembrança não pode ter sido apenas uma coincidência (apesar de que dormir no chão, na minha idade, não é uma boa).
Feliz aniversário, Elena. Continua rindo das minhas piadas bobas, por favor.
A foto é minha, da Elena brincando na Pinacoteca de São Paulo
“Sentir certo desconforto é parte da experiência de ler um livro; há muito mais pedagogia na inquietação do que no alívio. Podemos submeter toda a literatura do passado a uma cirurgia estética [ou politicamente correta], mas nesse caso ela deixará de explicar-nos o mundo”.
Mardi vamôs joguê contre C’est Èsse A, timê de Alagoá. Vai sê très difficile. La cobre vai fumê. Notrô campeonatô estamos en la Zoná de Rebaixamentô, c’est très tragique, maman. Le professeur só parle en fermer la casinhá. Je ne comprends rien. Je querrô retourner à Belgique, maman! Je n’aime pas la Zoná de Rebaixamentô.