O Restaurante Pagoda fechou

Sim, estou ficando velho. Hoje, ao caminhar pela Protásio Alves, dei da cara com um pequeno cartaz avisando que o Pagoda fechava suas portas agradecendo a todos os clientes que o frequentaram em seus 50 anos de vida.

O Pagoda foi uma alegria infantil para mim. Havia apenas dois restaurantes chineses na cidade, o Pagoda na Protásio e o Lokun na Venâncio Aires. Meus pais gostavam, eu amava e não lembro da opinião de minha irmã. Fui uma criança tarada por arroz. Comia arroz com feijão como se o mundo fosse acabar e o arroz chop suey do Pagoda era deglutido ao vivo e em fantasia. Lembro de salivar só pensando nele.

Depois, passei a ir lá com minhas namoradas. Lembro de uma vez em que era domingo e quase fui expulso por não sair da mesa. Havia fila lá fora e eu fazendo graça para a moça que, decididamente, valia a pena. Fiquei umas duas horas quando, pela primeira e única vez, me entregaram a conta sem eu ter pedido. Achei uma merda, mas tudo acabou em excelente digestão. Meus filhos também amaram o Goda. O Bernardo tinha certeza que o nome do restaurante era apenas Goda. Foi na porta do Pagoda que ele levou o maior tabefe de sua vida. Tinha uns dois anos e saiu correndo porta afora, atravessou a rua e eu só o alcancei no corredor de ônibus. Lembro de minha ex e dos pedestres gritando para ele parar. Lembro do silêncio que ficou quando o agarrei pelo braço e, descontrolado, meti-lhe um tapa que lhe deixou a marca dos meus dedos na bochecha. Nunca mais fez aquilo, claro, nem eu.

Lembro da Bárbara ficar horas no banheiro do restaurante a ponto de eu ir lá bater ou pedir para uma garçonete ver o que estava acontecendo. Ela sempre foi muito autônoma e nunca quis ir no banheiro masculino com o papai, de modo algum. Ah, as garçonetes… Ficavam lá por anos, sempre as mesmas. A gente podia acompanhá-las desde jovens, bem magrinhas, para depois ganharem corpo, muitas vezes um barrigão, um sumiço passageiro e o retorno, sempre saudado pelos clientes.

Outra vez, estava febril, enormemente gripado e achei que só a sopa do Pagoda poderia resolver minha necessidade de líquidos. Sentei sozinho naquela mesa para dois, logo na curva da entrada e fiz o pedido. Na hora de pagar, a D. Maria não aceitou — vira que a sopa era um remédio para mim e o Pagoda não era farmácia… Grande D. Maria. Sempre sorridente, deve ter adaptado seu nome para o Brasil. Quando a Claudia apareceu — minha mulher decididamente atrai pessoas — , ela veio muitas vezes até nossa mesa. Na primeira vez em que saiu detrás de seu eterno balcão, trouxe-nos uma sacola imensa de lichias, uma fruta absolutamente maravilhosa, que tentamos plantar sem sucesso. Nossa frustração agrônoma servia de pretexto para a D. Maria vir conversar. Era uma senhora doce e educada, sua fala branda adorava ironias.

Pois bem, o Pagoda fechou e a Claudia disse tudo ainda há pouco no MSN:

— Espero que a Dona Maria envelheça bem.

Eu também. Só gostaria de saber onde haverá um camarão ao molho de saquê que faça sombra ao do Pagoda.

P.S.- Se algum leitor tiver contato com a D. Maria, avise-a deste textinho, por favor. É o meu agradecimento.

Update (pelo twitter): @miltonribeiro RT @Liskan: @vinicius_m A dona faleceu ano passado e ele era mantido pelos funcionários. Em março ele já tinha fechado 🙁

Pré-leitura de Dom Quixote

2005 foi o ano em que se comemoraram os 400 anos da primeira edição do Dom Quixote. Na época, programei uma homenagem particular ao livro — relê-lo — , mas não o fiz. Faço agora.

Antes de reenfrentar o Quixote, quero fazer um comentário comparativo entre a impressão que tive ao lê-lo pela primeira e única vez, aos 16 anos, e certas interpretações atuais. Durante um Fórum Social Mundial falou-se muito no Quixote como uma utopia, mas não creio que isto tenha muito contato com a história contada por Cervantes. Utopia (palavra do latim moderno, com origem no grego oú, “não”, e no grego tópos, ‘lugar’), utopia, repito, segundo Thomas Morus, é um local e uma situação ideais; isto é, refere-se a um país e a um governo imaginário que proporciona excelentes condições de vida a um povo feliz. Ironicamente, utopia significa não-lugar ou lugar nenhum… Não sei o que esta definição tem a ver com a história do Engenhoso Fidalgo, um personagem que aplicava sua fantasia para transcender sua circunstância imediata e que é destituído de projetos para si e seu país ou, melhor dizendo, refaz seu projeto cada vez que pensa ou vê algo que o interesse.

Sua fantasia forma gloriosa e minuciosa antítese com o ultrarrealismo de Sancho Pança. É na oposição de Quixote ao senso comum de Sancho que está grande parte da riqueza do livro. A capacidade do Quixote de adaptar-se e de manter seu idealismo acima da vulgaridade, leva-nos a acreditar que haja outro bom senso, único e pessoal, a lutar contra o marasmo e o comum. Mas não pensem em Sancho como um personagem desagradável, politicamente correto (…)  ou como “o representante da vulgaridade”, nada disso. Ele é engraçado e inteligente, estando sempre disposto a piadas e a citar oportunos adágios populares (Populares ou era Cervantes quem os criava?).

Cervantes é o fundador do romance moderno; no Quixote há personagens representando idéias e as situações falam, representando ideias, sem a necessidade de maiores explicações do autor. Escrito como só um grande romancista e poeta poderia fazê-lo – pois, como vocês sabem, Cervantes era também poeta e dramaturgo –, Dom Quixote foi o único livro que me fez chorar durante sua leitura. Eu adoraria que ele repetisse o feito 34 anos depois. (Fiquei feliz quando li, nos Diários de Virginia Woolf, que ela sempre derramava algumas lágrimas, furtivas ou não, quando abria seu Quixote. Isto me une a ela de alguma forma, já que somos tão antípodas em termos de talento.)

P.S. – Vocês sabiam que Shakespeare e Cervantes morreram exatamente no mesmo dia, no dia 23 de abril de 1616?

Banfield 3 x 1 Inter

OK, a arbitragem foi absurda, mas nossa defesa é uma gracinha na bola alta. É só botar na nossa área que é gol. O Grêmio fez dois através de dois baixinhos. Ontem, o Banfield fez mais dois. Na verdade, o Banfield não é um bom time — como conseguiu vencer o argentino??? — e até dá para virar em Porto Alegre, só que a nossa defesa é uma tragédia e dificilmente deixa de presentear o adversário com um ou dois gols…

Provavelmente, estamos fora.

Abaixo, Fossati organizando a defesa do Inter (obra anônima…).

Twit de Francisco Luz: Mas um time que não consegue ter vantagem em NENHUMA bola aérea defensiva merece tomar no cu. Voltamos. Dá-lhe Inter que eu sempre amei.

Silogismo para Banfield x Inter

Ontem, durante nosso jantar agora semanal com os amigos Branco e a Jussara, larguei um de meus típicos desafios:

— Se o Inter ganhar a Libertadores, saio nu na rua e dou o rabo para o primeiro candidato.

A frase foi recebida com certo pasmo, mas ninguém construiu o óbvio silogismo:

Tu queres vencer a Libertadores,
E dizes que vais dar o rabo se acontecer,
Logo, tu queres dar o rabo.

Dei-me conta na hora. Fiquei quietinho. O Branco, tão atento a essas minúcias, comeu mosca nessa.

Como me disse o Luís Felipe dos Santos pelo telefone, as pessoas estão levando o Banfield como se fosse uma barbada. Os caras foram campeões argentinos ano passado, têm um estádio bem pequeno, argentinamente opressivo e o Fossati já anunciou um retrancão. Ai, como eu sofro.

Ciro Gomes passa vexame literário

Ciro, meu caro.

Sei que é complicado ter uma mulher que todos gostariam de comer e ainda sentir-se traído por seu partido, mas tenho um duro conselho a lhe dar: retire do ar imediatamente esta porra de seu blog.

Meu amigo, este poema só foi escrito por Maiakóvski nos “.ppt” que Patrícia recebe. Este poema foi escrito por alguém com bem menos grife, o poeta brasileiro Eduardo Costa — não confundir com o ex-volante do Grêmio e do São Paulo.

É que o título atrapalha, Ciro. O nome do poema de Eduardo é Na Cama, com Patríc…, ops, desculpe, No Caminho, com Maiakóvski. É imenso e lá encontramos o trecho…

Na primeira noite eles se aproximam e roubam uma flor do nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem: pisam as flores, matam nosso cão,
e não dizemos nada.
Até que um dia, o mais frágil deles entra sozinho em nossa casa,
rouba-nos a luz, e, conhecendo nosso medo, arranca-nos a voz da garganta.
E já não podemos dizer nada.

É o seu texto, certo? Informo-lhe também que há um poema, Intertexto, de Brecht, que é quase igual, viu?

Primeiro levaram os negros
Mas não me importei com isso
Eu não era negro
Em seguida levaram alguns operários
Mas não me importei com isso
Eu também não era operário
Depois prenderam os miseráveis
Mas não me importei com isso
Porque eu não sou miserável
Depois agarraram uns desempregados
Mas como tenho meu emprego
Também não me importei
Agora estão me levando
Mas já é tarde.
Como eu não me importei com ninguém
Ninguém se importa comigo.

E há um texto de 1933, de autoria de Martin Niemöller, que vai no mesmo lenga-lenga:

Um dia vieram e levaram meu vizinho que era judeu. Como não sou judeu, não me incomodei. No dia seguinte, vieram e levaram meu outro vizinho que era comunista. Como não sou comunista, não me incomodei. No terceiro dia vieram e levaram meu vizinho católico. Como não sou católico, não me incomodei. No quarto dia, vieram e me levaram; já não havia mais ninguém para reclamar.

Então, retire-se ao menos com dignidade literária, providenciando a alteração da autoria e me recomende à Patrícia. Diga para ela deixar Waldick e me procurar.

Um abraço de quem não ia mesmo votar em ti, bobão.
Milton Ribeiro

O Politicamente Correto

Se você tem de escrever um trabalho para a escola ou a faculdade sobre o politicamente correto, copie daqui, está pronto e é grátis (free and copyleft)!

Introdução

É possível definir algo que não tem significado? Talvez seja possível caracterizá-lo. A expressão “politicamente correto” é uma triste variação da palavra-valise de Lewis Carrol. Se lá uma palavra agregava duas ou mais, aqui ela se mostra sem conteúdo algum. Então, basta abrir a valise para lá guardar o marxismo, o catolicismo, a boa razão, o motivo inconfessável, o freudismo ou o fascismo. Normalmente, quem utiliza o politicamente correto vê o mundo segundo o seu próprio critério de bom senso – do certo e do errado – , e vê o mundo e a história de forma maniqueísta, sendo o politicamente correto o bem e o politicamente incorreto, o mal. O mundo deixa de ser visto como um longo processo protagonizado por seres e consciências as mais diversas, passando a ser examinado de forma estanque, como se criado ontem. Tal perspectiva foi , evidentemente, concebida pela decadência do espírito crítico coletivo e pela falta de cultura sólida ou refinada.

Como podemos nos livrar desta peste?

Em nosso tempo, a mídia ou quaisquer redes de comunicação adquiriram grande importância e é precisamente ela a responsável por essa epidemia. A profilaxia é simples: a primeira coisa que precisamos fazer é identificar seu vetor, onde ele circula. Ora, ele circula através do vocabulário que utilizamos. Tal fato já demonstra sua debilidade, pois, apesar de se referir a fatos reais, a culpa nos é normalmente inoculada através de um ataque a nosso vocabulário. O contra-ataque que devemos usar é a renúncia à toda terminologia politicamente correta. Por exemplo, devemos dizer “putas” em vez de “profissionais do sexo”, “surdo” em vez de “deficiente auditivo”, “cegueira para cor” em vez de “daltonismo”, “maconheiro” em vez de “usuário de drogas leves”. O mesmo vale para todas as categorias sexuais. E onde inventaram que chamar alguém de negro é agressivo se o próprio movimento autodenomina-se Movimento Negro? (Um amigo de meu filho diz que os gaúchos são grosseiros ao chamar o doce “brigadeiro” de “negrinho” – deveriam chamá-lo “afrodescendentezinho”, claro…).

Abrangência

O politicamente correto é tão mutinacional quanto o cinema americano. Aliás, nasceu nas universidades americanas daquele país e tomou o mundo. Como se faz identificar uma perigosa pessoa inoculada pelo vírus do “politicamente correta”? É difícil fazê-lo rapidamente, requer alguma convivência, pois geralmente são pessoas que se consideram tolerantes. Então, é preciso fazê-las praticar a tolerância. Exato, elas não conseguirão. Sairão dizendo coisas como “Você não entendeu coisa nenhuma”, etc. Sim, o mundo é um local horroroso.

O perigo

A verdade é que o politicamente correto está entre nós e se apresenta sempre com frases pseudo-bondosas e argumentos de fácil assimilação. Temos de rechaçar imeditamente esta falsa inocência e desconstruir a facilidade de assimilação. É necessário, do mesmo modo, prevenir-se contra o mimetismo vocabular. Sempre enfadonho, com necessidades de repetição a fim de ampliar a estupidez dos seres humanos, o vocabulário politicamente correto é o principal veículo de contágio. Porém, trata-se de uma fé débil e, como tal, não resiste a uma aplicação do espírito crítico. É fundamental desconfiar das opiniões generalizadas: o mais tolo espírito contraditório vale mais do que a aceitação daquilo que a mídia nos dá.  Lembre-se sempre da Primeira Lei de Milton: A Ignorância Não Gera Dúvidas, a qual agora adapto para A Convicção Cega Não Alcança Profundidade Alguma (OK, Cioran disse algo parecido).

A desinformação

Na verdade, o politicamente correto prepara o terreno de forma ideal para a desinformação e o crescimento de nossa estupidez.  Quando o politicamente correto vencer, o mundo estará preparado para receber qualquer propaganda através de termos repetidos ad nauseum, os quais consistem em conceitos simples e imbecis. Esta será a nova opinião pública globalizada. Será negar a história e a complexidade, será a  idiotia em seu estado mais puro. E esta opinão pública aceitará qualquer ação, compreendendo e absolvendo seus manipuladores. Opa, mas isso já não ocorre?

Inspiração: aqui.


De "A Mecânica da Ficção", de James Wood

Esta educação é dialética. A literatura faz de nós melhores observadores da vida; e permite-nos exercitar o dom na própria vida; que por sua vez nos torna mais atentos ao detalhe na literatura; que por sua vez nos torna mais atentos ao detalhe na vida. E assim sucessivamente.

James Wood,  “A mecânica da ficção”
Quetzal, 2010 (Editora portuguesa)
Trad. Rogério Casanova

Retirado daqui.

Papa Bento XVI em marca de preservativos?

Segundo o ministério britânico dos Negócios Estrangeiros, o Papa devia lançar sua própria marca de preservativos, abençoar o casamento homossexual e ordenar mulheres católicas. Estas são as sugestões que aparecem quando faltam poucos meses para a visita de Ratzinger ao Reino Unido — ele não impõe sua presença no país desde 1982.

Lançadas numa reunião para preparar “uma visita ideal” de Bento XVI ao país em setembro, as ideias constam num memorando, mas nunca deviam ter vindo a público. Fuga de informação: foram publicadas nas páginas do “Sunday Telegraph”. Resultado: o “Foreign Office” teve de apresentar desculpas ao Vaticano.

“Trata-se de um documento estúpido, que não representa em nenhum caso a posição do Ministério das Relações Externas, nem do governo britânico”, assegurou um porta-voz do ministério. O Ministro dos Negócios Estrangeiros David Miliband, afirmou estar “horrorizado” e o embaixador britânico no Vaticano, Francis Campbell, reuniu-se com vários funcionários da Santa Sé para transmitir os arrependimentos de Londres.

Pô, eu achei ótimas as sugestões!

Necessário Registro de uma Viagem Necessária

Publicado em 28 de abril de 2005

Tínhamos férias marcadas para o último mês de fevereiro, mas aquele período foi péssimo para minha família. Houve doenças, UTIs e, se não foi fatal para ninguém, ficamos impedidos de viajar com as crianças. Prometemos a elas dar um jeito de sair de Porto Alegre logo que possível. Então, improvisamos pequenas férias durante o mês de abril. Foi por isto que não postei na semana passada.

Sem dúvida, uma viagem curiosa, diferente. Os guris estavam felicíssimos com a “transgressão” de matar aulas com minha concordância – logo eu, sempre cuidadoso do bom desempenho escolar deles. Mas foi também uma viagem feita sob a generosidade de vários blogueiros amigos. A primeira e mais importante foi a Laura-RJ. Ao final da FLIP do ano passado, ela me convidou para passar uns dias em sua casa no Rio. Alertei-a na hora de que nunca se deve convidar Milton Ribeiro só por educação para uma visita, pois ele leva a sério os convites que recebe. Ela disse: ótimo então, pois leve a sério e traga as crianças, vou esperar.

Gosto demais da Laura-RJ. O que nunca imaginei era que ela morasse em Copacabana, não sabia que seu edifício era na Av. Atlântica e nem meus sonhos mais delirantes mostravam janelas se abrindo para o mar. Mas é assim. Nossa anfitriã, coitadinha, sofre muito com tanta maresia… Imaginem que ela não desliga nunca o computador para que não estrague! Aquela coisa gosmenta estraga tudo, uma tragédia! E imaginem que ela tem um Bull Terrier (o Brutus) que é super-carente, problemático e que fez a alegria de meus filhos! Mais: imaginem ainda que ela está sempre disposta a conversar e é uma baita companheira para qualquer programa! Uma desgraça, não? (Abaixo, vejam o Brutus num momento de reflexão. A foto é da Bárbara. A última foto também é dela. A primeira – linda! – é minha, mas não me engano: de cima do Pão de Açúcar é impossível errar.)

Laura-RJ é a carioca completa. Fácil no trato, gentil, educada e transparente. Transparente? Sim, se não está gostando de alguma coisa, diz logo; se está tudo certo, está sorridente. Foi uma convivência tranqüilíssima.

Passamos alguns dias também em Petrópolis. Ficamos na Pousada 14 Bis, que indico a quem for para lá. Foi nosso período de descanso e de engorde com a comida farta e maravilhosa que tanto amamos. Tão sossegado que os guris até leram os livros que escola indicou para o semestre.

Mas voltemos ao Rio. O fato é que fizemos tanta coisa lá que:

1. Não telefonei para um primo-irmão “carioca” e que vai desejar minha morte quando (e se) ler isto.
2. Não consegui acertar um encontro com a Ana Merege.
3. Não conseguimos conhecer o Centro Cultural Banco do Brasil.
4. Não visitamos o Hipódromo da Gávea em dia de corridas (a Claudia e Bárbara, as malucas por cavalos, quase choraram).
5. Não conseguimos ir ao Maracanã (eu e Bernardo) ver o Grêmio perder para o Fluminense.
6. Não conseguimos ir com a Sílvia Chueire no Rio Scenarium, pois nos atrasamos e, quando ligamos, ela já estava no berço, prontinha para dormir… Fomos sozinhos, ora!

Como se não bastasse, a Laura-RJ promoveu um encontro entre blogueiros no dia 21, feriado. O encontro foi no Arab, em meio a uma tempestade cuja intenção parecia ser a de submergir a cidade. Lá, conheci o grande, enorme Manoel Carlos. Eu imaginava o Manoel como um gordo. Não é. É magro e é uma pessoa doce, de fala mansa e sotaque pernambucano, é claro. Um cara tranqüilo, bem humorado, inteligente e fino. O dono do Agrestino consegue ser melhor que seu blog. Trouxe-me de presente um espetacular CD da Oficina da Cordas de Pernambuco. Mas espetacular talvez não seja o melhor termo para algo de tamanho bom gosto e com tantos detalhes sutis. Não parei ainda de ouvir.

Conheci também Adelaide Amorim. Já a cumprimentara na FLIP, mas nunca tínhamos conversado. Ela me pareceu tímida, ou talvez seja apenas aquele estilo psicanalítico de ser… Como sou um colecionador de expressões e faces, ficou-me gravado o momento em que ela disse, sorrindo orgulhosa para a Claudia: “tenho 5 filhos, mas como eles estão grandes tenho 3 netos também”. Sei que não vou esquecer esta frase simples e bonita. Ah, ela está publicando seu segundo livro! E fiquei de rindo de orelha a orelha quando ela citou de memória – e com palavras exatas – um post meu de meses atrás, onde dizia que estávamos entalados em nossos blogs, mas este é outro assunto.

Também esteve conosco uma blogueira mais conhecida de mim, a Sílvia Chueire. Já nos conhecíamos da FLIP. Olha, tá aí é um raro exemplo de loira inteligente… (Putz, a Adelaide também é loira. E a Stella. Esqueçam esta bobagem.) Com certeza, a Sílvia é minha poetisa preferida da blogosfera e não é para menos o fato de que ela está publicando seu primeiro livro. E não pensem que ela procurou editora; ela é que foi encontrada. E é poesia! É mole? Como ela é? Ora, é engraçadíssima e palavras como exuberante, copiosa e fértil – no sentido de reagir criativamente àquilo que ouve – assentam-lhe muito bem.

Uma curiosidade: em nossa mesa havia a Laura-RJ (3 filhos), o Manoel (4), a Adelaide (5), a Sílvia (3) e eu (2). Cinco pessoas, dezessete filhos.

(Importante: o Bernardo passou toda a viagem ouvindo os 8 primeiros discos do Black Sabbath, presente que recebeu de outro blogueiro, Tiago Casagrande. Anexado ao disco, um texto de 12 páginas escritas pelo Tiago, explicando cada trabalho, cada faixa. Tudo por um guri que ele nem conhece!)

Quero terminar este post falando novamente da Laura-RJ. O que a generosidade e a amizade dela nos proporcionou está acima de quaisquer agradecimentos formais. Acho que, nestes casos, só ficamos satisfeitos se pudermos retribuir. Laura, no fim do ano estaremos em casa nova, com uma edícula para as visitas. Não será de frente para o mar, nem de frente para o rio será; mas adoraremos te receber. Terás atenção, cachorro para brincar…, vinho e a Claudia garantirá a boa comida. Podes até levar a chave da casa junto. Afinal, tu nos deixaste tão à vontade que simplesmente esquecemos de devolver a tua… A Claudia abriu a bolsa e lá estava ela. Um ato falho, certamente.

Concerto no StudioClio – Trio Sonata da Oferenda Musical e Bist du bei mir

O primeiro concerto da Sociedade Bach de Porto Alegre foi muito satisfatório. Talvez, em seu material de divulgação, o StudioClio tenha explorado pouco a rara característica de ser um concerto com instrumentos originais, para o bem e para o mal. Sou suficientemente purista para preferir a utilização de instrumentos autênticos, mas há problemas — são instrumentos difíceis de controlar, principalmente quando a temperatura muda. Lembrem que os primeiros dias outonais ocorreram nesta semana. Por exemplo, o cravo do excelente Fernando Cordella estava falhando e causando preocupação a ele e ao público. Só que, meus amigos, faz parte do jogo, o som não vem sozinho. O mesmo deve ter ocorrido com Carlos Sell, mas nada ocorreu com o imparável Artur Elias, de espetacular atuação na Sonata Trio da Oferenda Musical. Artur parecia meio zonzo ao final do concerto, algo do gênero “”onde estava indagorina?” ou “eu fiz isso mesmo?”. Fez. Também Ângela Diel esteve muito bem.

A propósito de Ângela: ela repetiu a ária Erbarme dich no bis, saindo-se muito melhor do que antes. Fico pensando no Mal de Porto Alegre. Analisemos: o concerto foi preparado para apenas uma récita. Imaginem se tivéssemos público para várias sessões. Neste caso, este grupo de músicos estaria no ponto lá pelo terceiro dia, rendendo tudo o que indiscutivelmente sabem.

A sala principal do Studio Clio acomoda 100 pessoas. Seria esperar demais uma demanda de 300 pessoas para um concerto deste nível? Não, né? Moramos numa cidade de mais de 1 milhão de pessoas. Somemos os ouvintes da Rádio da Universidade, mais os músicos, mais os estudantes de música, mais os curiosos, mais os apaixonados como eu, mais os namorados ou namoradas de todos, quantos dá? Raciocino desta maneira porque acho criminoso o notável esforço despendido para ensaiar obras tão importentes e difíceis somente para um recital. Acho um crime o que esta cidade comete contra si. Há que serem criados novos hábitos, nem que seja à fórceps.

Bem, como sempre posto músicas no fim-de-semana, deixo com vocês a Trio Sonata da Oferenda com o Musica Antiqua de Köln e um curioso filme com Bist du bei mir incompleta. Vale a pena ver e ouvir tudo!

Programa de sexta-feira no StudioClio:
Johann Sebastian Bach (1685 – 1750)

Sonata em Sol menor para Flauta e Cravo obligatto, BWV 1020
– Allegro
– Adagio
– Allegro
– Presto

Paixão Segundo São Mateus, BWV 244
– Erbarme dich (ária)

Missa em Si Menor BWV 232
– Agnus Dei (ária)

– Bist du bei mir, BWV 508 (Nota do Milton: na verdade esta ária avulsa é de Gottfried Heinrich Stölzel)

Suite Francesa para cravo solo em Sol Maior, BWV 816 (excertos)
– Allemande
– Sarabande
– Gavotte

Aria em Sol Maior das Variações Golgberg, BWV 988

Oferenda musical, BWV 1079
Sonata Sopr’ Il Soggetto Reale a Traversa, Violino e Continuo
– Largo
– Allegro
– Andante
– Allegro
– Canon Perpettus

Angela Diel (mezzo-soprano),
Artur Elias Carneiro (traverso barroco),
Carlos Sell (violino barroco) e
Fernando Turconi Cordella (cravo).

Musica Antiqua Köln:
Wilbert Hazelzet (traverso)
Reinhard Goebel (violino)
Phoebe Carrai (cello)
Andreas Staier (cravo)

Ingrid Kertesi, soprano

Porque hoje é sábado (falso)

O blog ainda não voltou a permitir a inclusão de imagens. Além disso, não estou no clima para fazer um Porque Hoje é Sábado. O tema seria Evan Rachel Wood, estrela do novo filme de Woody Allen. Tudo em razão de que o Guion terá uma sessão de pré-estreia de Tudo pode dar certo às 22h deste sábado e domingo. Não, nenhuma provocação ao povo dominical da Lima e Silva, será apenas uma tentativa de retomada do espaço do cinema. Falei com o Carlos Schmidt e é muito fácil. Quem vier de carro pode deixá-lo no estacionamento do shopping. Custa apenas R$ 3,00.

Abaixo, o convite do Carlos:

Amigos,

AJUDEM-NOS A DIVULGAR repassando E COMPAREÇAM!!!

Neste domingo, vamos realizar todas as sessões,

inclusive as sessões das 22h, pois entendemos

que é nosso direito

e vamos exercê-lo em toda a sua plenitude!

Nossa idéia é chamar a atenção da população

sobre a situação dos Cinemas Guion

e formarmos uma corrente positiva

entre os espectadores da cidade para salvar os cinemas.

Para comemorar este retorno vamos ter uma sessão de gala com o mais recente filme de Woody Allen em pré-estreia:

Ironicamente chama-se

TUDO PODE DAR CERTO

AJUDEM-NOS A DIVULGAR compartilhando E COMPAREÇAM!!!

Sobre Evan Rachel Wood… Ah, loira demais, americana demais. É sem sal a mulher de Marilyn Manson. A anterior era muito melhor… Mas sei que Allen trata muito bem suas mulheres e até Evan ficará interessante.

Inter 3 x 0 Deportivo Quito

E o Inter acabou fazendo 3 a 0. Colocou-se muito bem, ficando na companhia do Banfield, bem mais tranquila do que a do Cruzeiro de Kléber. Se passar, cruza com o Estudiantes. É, no me gustan los estudiantes. Verón y sus compañeros son muy peligrosos y los corrientes campeones de la Libertadores. Mas enfim, não nos antecipemos.

A escalação do time preferido da torcida deu certo, curiosamente… A base do futebol ensina que um time tem de defender, armar e atacar. Se ficar com a bola bastante tempo, correrá menos, cansará menos e será menos atacado, pois dizem que sem a bola não se joga. Porém Jorge Empati gosta do meio-de-campo defensivo, que desarma muito e joga pouco, rejeitando a utilização de Andrezinho e D`Alessandro juntos. Incrível, ontem, com ambos em campo, o time jogou e até nossa fraca defesa não apareceu tanto, pois permanecíamos mais tempo com a bola. Como detalhes memoráveis do jogo, ficaram os três belos gols de Andrezinho, Bolívar e Giuliano, assim como a espetacular rosca de Sorondo, que quase deu um gol de presente aos equatorianos.

Os oito confrontos das oitavas:

Flamengo-BRA x Corinthians-BRA
Alianza Lima-PER x U. do Chile-CHI

Chivas Guadalajara-MEX x Vélez-ARG
Once Caldas-COL x Libertad-PAR

San Luis-MEX x Estudiantes-ARG
Banfield-ARG x Internacional-BRA

Universitario-PER x São Paulo-BRA
Nacional-URU x Cruzeiro-BRA

Inter x Deportivo Quito — Apresentação do problema

Uma vitória significaria a classificação certa e jogo contra o Alianza Lima (por diferença de um gol), Cruzeiro (por 2 gols) ou Banfield (3 gols). É meio maluco esperar por uma vitória de 3 gols de um time que tem uma defesa que mais parece um coador… Bem, se o Inter empatar, precisará de um improvável empate do Cerro contra o moribundo Emelec e então seus adversários seriam São Paulo ou Corinthians. Se perder, adeus.

Ou seja, nosso treinador Jorge Empati conseguiu nos colocar em dificuldades mesmo estando no grupo mais fácil da Libertadores. Se o Inter não se classificar, será a última partida de Sandro com a camisa 8 colorada. Não sei, ele me parece com vontade de tirar umas férias. Não sei se o escalaria hoje. Eu já vi coisas incríveis acontecerem conosco. Quando vejo que o Deportivo Quito virá com 3 atacantes, sinto que eles sabem muito bem da generosidade de nossa defesa. O fato positivo é a ruindade dos equatorianos, o negativo é que eles parecem não saber disso e gostam de atacar.

Não vou ao jogo. Detesto sentar no molhado e a chuva vai voltar. E o problema está apresentado. Novo post lá pelas 22h30, porque o sofrimento começa às 19h30.

Porque hoje é feriado, Marilyn esteve aqui

Estava procurando os sites e as comunidades dedicadas a mim, mas não gostei muito do que encontrei. São mais coisas de fãs da sex-symbol. E, quando saem disto, falam em minha morte por overdose sem qualquer interesse por minhas razões. Virei uma heroína trágica destituída de conteúdo.

Recebo melhor tratamento nos livros. Então fui ler o que diziam meus atuais fãs nos blogs. Fiquei horas lendo. Há vida nos tais “diarinhos virtuais”! Li tanto que meus olhos ardem. Com toda esta luz, está difícil de abri-los. Mas que gostoso está aqui fora!

Fico até feliz, porém não sei o que faço no blog deste Milton Ribeiro, um cara todo metido a intelectual…

Ah, já sei. Ele deve ter gostado de Os Desajustados, aquele filme fantástico do John Huston com roteiro do meu maridão Arthur Miller. The Misfits é meu melhor trabalho, apesar de meus admiradores preferirem outros.

Poucos veem este filme. Não se interessam por aquela mulher frágil e desamparada, apaixonada por um Clark Gable em ruínas. Ali, eu já abusava do álcool e dos tranquilizantes.

Um belo e melancólico filme. Que saudades. Junto com “Quanto Mais Quente Melhor”, é o que ficará.

Não gosto de posts longos. Então, paro aqui deixando um beijão para todos vocês.

Ah, eu sabia que o tal Milton colocaria uma foto um pouco mais caliente e fora do contexto. Esses intelectuais são todos uns tarados. Porém, se a Claudia deixasse, até o convidaria para sair no feriado. Essa coisa de eternidade é tão chata…

Ah, Sul21 de novo? O que será?

Livros melhores que filmes — A Reação! — e um conto de PQP Bach…

A Caminhante, certa vez escreveu um post falando sobre a sistemática superioridade dos livros sobre os filmes análogos. Penso que ela tenha razão em grande parte e deixei o assunto em suspenso, mas ontem, ao comentar o fato com meu filho Bernardo, ele teve uma reação inesperada. Primeiro uma risada. E depois o argumento:

— Pai, empresta para ela A Laranja Mecânica do Burgess, Jules e Jim do Roche, O Conformista (1) e A Estratégia da Aranha (2), feitos pelo Bertolucci, todos os livros em que o Kubrick se baseou e todos os que usou o Hitch! Nada a ver! Vá se …

Dear Walker, perdoa os 19 anos do menino.

(1) De Alberto Moravia
(2) De Jorge Luis Borges

-=-=-=-=-=-

A Décima de Beethoven (*)

— E daí, gatinha, tenho uma coisa pra te mostrar.

— Xiii…, eu não curo reumatismo, viu?

— Nada disso, princesa, quero te mostrar aqueles motivos curtos e repetitivos.

— Repetitivos está OK, mas curtos…?

— Sim, e afirmativos.

— Em riste?

— Certamente! Vamos para aquele cantinho ali? Me parece mais adequado.

Os dois vão e sentam, a mulher prepara-se para os amassos quando o homem tira um fone de ouvidos do bolso e um celular. Arruma tudo e enfia no ouvido da gata.

— É a 10ª de Beethoven.

A mulher faz uma cara de decepção e responde.

— Um, eu não estou aqui para ouvir eruditos, quero testosterona, meu! E, dois, Beethoven jamais chegou à décima, assim como tu jamais chegarias à 2ª, quiçá à 1ª!

— Minha cara, nada disso. Acabam de remontar o primeiro movimento da décima.

— Quem?

— Um Wyn qualquer coisa.

— Vin? A propósito, podias ser um cavalheiro e pedir um vinho pra aquecer.

— Garçon!

— Então podemos retirar Beethoven da “Maldição da Décima”?

— O que é isso?

— Véio, tu não sabes que Bruckner, Mahler, Dvorargh, Beethoven e Spohr escreveram nove sinfonias e aí veio um raio e fulminou com todos? Isto é, com um de cada vez… Não sabia?

— Mas Mahler fez o Adagio da Décima.

— Sim, mas era um adagio, não tinha muita ação. Aquilo lá devia estar moribundo como o teu Ludwig van.

— Então a décima é perigosa? Pode matar?

— Sim, haja disposição para chegar lá…

— Eu tenho.

Ele bem que tentou, mas acabou por deixar a terceira inacabada. Ainda hoje se encontram. Ela, feliz, faz o papel de furacão maduro, ele, não menos, o de pau amigo.

(*) PQP Bach não deu título à sua narrativa. Desto modo, batizei-o eu.

Jogo pesado: Datafolha frauda pesquisa

(recebido por e-mail)

O Datafolha, ao registrar sua pesquisa no TSE, declarou:

Plano Amostral:

“… Os dados utilizados para definição e seleção da amostra são baseados no IBGE (censo 2000 e estimativas 2009)…”

Ao observamos o primeiro gráfico abaixo vemos que não houve fraude na pesquisa de fevereiro, pois a seleção da amostra corresponde aos dados do IBGE.

Para quem não gosta de matemática e gráficos, basta observar no desenho, que o tamanho das barras amarelas são praticamente iguais ao tamanho das barras marrons em todas as regiões, no primeiro gráfico.

Já no segundo gráfico (pesquisa de março), houve fraude no plano amostral do Datafolha, como se pode notar no tamanho das barras marrons e amarelas bem diferentes.

O Instituto continuou declarando à justiça eleitoral que o plano amostral era baseado no IBGE, porém só as barras amarelas permanecem na mesma proporção que tinham em fevereiro (pois os dados do eleitorado do IBGE não mudam de proporção em um mês), mas as barras marrons do Datafolha não acompanharam:

Foram “esticadas” no Sudeste, onde está São Paulo, e José Serra tem índices mais altos.

Foram “encurtadas” nas demais regiões, onde Dilma tem índices mais altos.

O efeito disso nos números finais da pesquisa só abrindo a caixa-preta do Datafolha para saber. Por hora, os fato é que o Instituto abandonou a amostragem no padrão do IBGE logo após Dilma encostar em Serra, quando a diferença entre ambos apontava apenas 4%, e apresentou uma declaração falsa ao TSE ao registrar a pesquisa. Além disso manipulou a composição da amostragem desviando importância para cidades do Estado de São Paulo e para  bairros da capital paulista.

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