Bom dia e adeus, Odair Hellmann

Acontece uma coisa curiosa na minha relação com o Inter. Às vezes, tenho que largar o clube de mão para não me irritar. Em certo momento de 2016, bem cedo, pois o Inter ainda estava entre os líderes, decidi que não iria ao Beira-Rio enquanto Argel fosse técnico. Não compareci a mais de dez jogos no Beira-Rio, mas vi tudo em bares, pois é menos impactante ver a incompetência pela TV. O resultado todos sabem, fomos para a segunda divisão.

E, nossa, Argel demorou a sair. Então veio Celso Roth e eu segui não comparecendo. Não vi nenhum jogo comandado por ele, tal a certeza que tinha de sua inutilidade. O resultado todos sabem, fomos para a segunda divisão.

Desta vez, minha atitude mudou. Odair é (ou era) tão repetitivo que larguei-o logo depois do jogo contra o Athlético-PR, mas de outro jeito. Deixei de ir ao estádio e também não vi os jogos pela TV e fiquei só na Rádio Guaíba.

Odair não altera nada, só se repete. Ele defende os mais velhos do grupo, ignorando a base e os jovens. Insiste tolamente em soluções que não dão resultado (Pottker, Uendel, Parede, Klaus, para dar alguns exemplos recentes), ele irrita uma torcida que não pode ser mais paciente do que é. Somos uns bovinos em comparação com a gloriosa época do Portão 8. E, na TV, vemos gente de menos de 20 anos jogar no Real Madrid, Liverpool, Barcelona, PSG, GRÊMIO, etc.

Ontem, Uendel cometeu o pênalti que deu a vitoria ao CSA | Foto: Ricardo Duarte

(E o que dizer de Trellez, Nathanael, Rithely, Bruno Silva… Parede vai ser contratado mesmo? Ele é horrível e está sempre impedido!).

Odair formou um time que só sabe se defender e marcar. Mas até isso fica prejudicado quando não há criação. Tudo vai se degradando, até porque um time sem a bola corre mais… Odair não treina o ataque, a sincronia, as cobranças de faltas, os escanteios. Acabamos impotentes em campo. Quantas vezes fizemos três gols num jogo com Odair? Creio que há estatísticas que mostram que JAMAIS fizemos 4 gols com ele na casamata. Nem no Gauchão.

O Inter perdeu o rumo. A base está às traças — ESTOU BEM INFORMADO. Os guris bons vão para o Grêmio, que os aproveita. Ontem, quando ouvi que o jovem zagueiro Roberto fora preservado para o Campeonato de Aspirantes… Meu deus, o que é isso? E nosso preparo físico? O que é aquilo? Mas acho que pro Z-4 não vamos. Não dá mais tempo e há candidatos imbatíveis como… o CSA.

Perdemos 2019 com posturas das quais reclamamos há meses.

O novo técnico? É claro que prefiro Roger Machado, Tiago Nunes, Coudet (Racing) ou Heinze (Velez). Mas acho que vamos acabar com Lisca, Jair Ventura, Clemer ou Cuca.

Ser técnico é escolher os melhores e ter bons auxiliares. Hoje, é quase uma atividade social. Decide a estratégia e manda treinar, escala e dá entrevistas. Não se deram conta ainda.

A gestão de Melo na direção de futebol teria que ser revista, mas ele é o melhor amigo do presidente Medeiros. Jamais sairá.

P.S.: A última informação é a de que jogadores do Inter não querem a demissão de Odair Hellmann. Isto comprova o que escrevo há alguns meses: o vestiário colorado é uma bagunça. A exposição do fato vai, de certa forma, mostrar que tipo de comando se tem na principal pasta do clube.

1 comment / Add your comment below

  1. Concordo com quase absolutamente tudo, meeeeeenos a ironia (ótima, por sinal) que fala do Clemer (sim ele é uma persona pra lá de polêmica). Clemer tem boas características. Foi líder de 2002 a 2007, sendo que em em 2002 o time era uma merda, mas é causal, para não dizer elementar, que a trinca com F9 e Iarley deram o título o Mundial pro Colorado. Clemer é colorado (declarou isso num téti à teti da ESPN – ou FOX OU SPORTV, tanto faz… ), o disse depois de ser demitido por bater no preparador físico da base do Inter; sem rancores, sem frescuras: “sou colorado”. O cara era líder de uma defesa que contava com jogadores do naipe de Índio, Bolívar e Eller (ele era, aceitem ou não, o dono da defesa do Inter; desde o quase rebaixamento em 2002 até os píncaros de 2006). O ex-goleiro ganhou títulos variados com a base do Inter, entende de base, é rubro, mas meio maluco. Qual o problema? Eu sempre gostei da ideia do Roger Machado e do Heinze (excelentes treinadores e jogadores), mas não vejo o maluco do Clemer como uma piada, ele entende realmente de futebol, é colorado, viveu o espectro da série B e os píncaros do Mundo; tem personalidade e fez um belo trabalho na Base, e isso é incontestável (quem se importa com um soco? Por favor… Um soco é um soco; não confio em opinativos que não entendam um soco; até Canetti, um baixote fracolento, entende o combate – “Poder e Sobrevivência” in Consciência das Palavras) De resto, concordo com tudo. Roger, Heinze e Thiago Havanunes são comprovadamente competentes. Mas não jogo o Clemão num saco de gatos com Jair Ventura nas Cucas… Nada pode comprovar uma suposta incompetência do Clemer como treinador (porra, o cara treinou o Brasil-Pel…). E, vá lá, o Maionese tem futuro (no futuro… então que siga a caminhada).

Deixe uma resposta