Atrás do balcão da Bamboletras (XV)

— Eu preciso de um romance bom, que prenda, que faça a gente grudar, entende?

— Olha, temos vários.

E lhe apresento alguns: O homem que amava os cachorros, A vegetariana, os Knausgård, os da Isabela Figueiredo, um monte de outros e ela tinha lido todos, pô. Para tudo o que eu oferecia ela respondia já li.

— Leste as Estações Havana do Padura, claro.

— Não, não li.

Ufa. Mostro pra ela os 4 volumes, mas ela nem olha direito, apenas pega o telefone.

— Oi, miga. Já leste as Estações do Padura? Sim? E tens?

Depois de ouvir a resposta, ela se volta pra mim e diz:

— Não quero. Minha amiga tem. Eu e ela trocamos livros para poder ler mais. Ela compra e me empresta, eu compro e faço o mesmo. E ela tem esses quatro. E só lemos coisa boa.

Então tento algo fora das trilhas habituais. Era o caminho, claro.

— Leste Lucky Jim?

— Não.

— É sensacional. Pergunta pra tua amiga se ela leu Lucky Jim. Liga aí.

Ela obedece.

E leva o livro de Amis.

Ufa!

4 comments / Add your comment below

    1. A adaptacao do Netflix tem seus méritos mas fica bem aquém dos livros. Talvez pelo fato de os livros nao serem tao focados na parte detetivesca da historia, enquanto na adaptcao isso é o que acontece, o que acaba deixando a história meio vazia, na minha opiniao.
      Já li quase todos da série do Mario Conde, por algum motivo ainda nao consegui embalar O Homem que amava os cachorros, que está parado na estante a alguns meses (talvez por estar em uma febre momentanea de Vargas Llosa).
      Padura é sensacional!
      Milton, seria legal ouvir algum comentário seu sobre Vargas Llosa. Estou embasbacado com ele ultimamente: A Casa Verde, A Guerra do Fim do Mundo, A Festa do Bode, Conversacao na Catedral, A Cidade e os Cachorros, que livros! Estariam todos na minha lista de melhores leituras que já tive.

Deixe uma resposta