Ao comentar o golpe no Paraguai, em 2012, Galeano descreveu o golpe no Brasil

Ao comentar o golpe no Paraguai, em 2012, Galeano descreveu o golpe no Brasil

Faltando poucas horas para a deposição de Dilma pelo Senado, vale recordar as palavras do já falecido Eduardo Galeano registradas em 2012. Ao tratar do golpe realizado no Paraguai, o intelectual fez ponderações dignas de um exímio observador político e que se aplicam perfeitamente ao atual quadro brasileiro. Os processos são idênticos, assim como as forças que os regem. Seria o Brasil capaz de trilhar outro destino, ou se trata de uma luta perdida contra poderes inabaláveis?

Eduardo Galeano, teria muito a ensinar sobre o golpe em curso no Brasil
Eduardo Galeano, teria muito a ensinar sobre o golpe em curso no Brasil

Do Pragmatismo Político

Neste momento é bom recordar uma entrevista de Eduardo Galeano, do ano de 2012, para a revista La Garganta.

Ao tratar dos golpes realizados no Paraguai e em Honduras, quando os presidentes Fernando Lugo e Manuel Zelaya foram depostos, o falecido escritor fez ponderações dignas de um exímio observador político e que se aplicam perfeitamente ao atual panorama brasileiro. Os processos são muito semelhantes, assim com as forças que os regem.

Neste contexto, considerando que Dilma ainda terá 180 dias para se defender e tentar voltar à Presidência, cabe a reflexão: seria uma Brasil capaz de trilhar outro destino, ou se trata de uma luta perdida contra poderes inabaláveis?

Relembre as palavras de Eduardo Galeano:

Historicamente, o Paraguai foi arrasado por crimes de independência por ser o único país de fato livre, de fato independente, que não nasceu da dívida externa como nasceram outros países da América Latina.

Paraguai tinha uma organização interna do trabalho e dos direitos dos trabalhadores, que era inviável para o resto dos latino-americanos.

No Paraguai, não havia fome, nem analfabetismo e o que havia era um sentido de dignidade nacional. Depois da derrota, quando a Tríplice Aliança arrasou o país, perderam isso. Os poucos sobreviventes do extermínio do Paraguai receberam o país mais heroico de todos. E os invasores desenvolveram uma enorme dívida com os banqueiros que financiaram o extermínio.

O golpe que acontece agora [2012] no Paraguai ocorre porque houve um governo que quis recuperar essa tradição de dignidade, que como dissemos, não estava morta.

Então Fernando Lugo [presidente deposto] tentou, muito timidamente, iniciar algumas tímidas mudanças para que o Paraguai voltasse a ser o país mais independente, mais justo, e isso foi um pecado imperdoável, do ponto de vista dos donos do poder.

Simplesmente ocorre algo similar cada vez que há tentativas de mudar as coisas, porque isso se vive como uma ameaça sob o enfoque dos donos da ordem estabelecida, que não querem que nada mude.

Eles vêem como um perigo, uma ameaça, ainda que na realidade não fosse um perigo grave, porque nem em Honduras, nem no Paraguai havia presidentes envolvidos em revoluções muito profundas.

Apenas anunciaram que começavam a fazer, ou que tinham a intenção de fazer alguma reforma. Se isso bastou para derrubá-los, o que quer dizer é que é um veto, que suponho que vem de cima, que está para além dos governos, ou que há quem governe esses governos, governados do exterior e de cima.

Os golpes vão se incubando aos poucos e com o apoio dos meios dominantes de comunicação.

Brasil empata no fim e quase vira: 2 x 2 com o Paraguai (veja os melhores lances)

Brasil empata no fim e quase vira: 2 x 2 com o Paraguai (veja os melhores lances)

hulk e Dani alvesO Paraguai controlava o jogo com facilidade, ganhava por 2 x 0 desde o início do segundo tempo. Desenhava-se uma goleada no Defensores del Chaco, de ótimo gramado, como não era antigamente. Ao final da partida, quando parecia que teríamos uma derrota nossa — e eu a desejava –, ocorreu um fato que foi muito mal administrado pelos paraguaios: faltou preparo físico ao time de Ramón Díaz. Tal fato foi acompanhado da postura mais errada e comum para este tipo de situação. O Paraguai recuou e começou a dar chutões pra frente.

Ora, sabe-se que (1) o time que não tem a bola é obrigado a correr muito mais a fim de marcar o adversário — tarefa muito mais penosa — e (2) o time que só chuta pra frente multiplica o número de oportunidades do adversário. Tal postura fez com que o Brasil passasse a amassar o Paraguai. Ficamos inteiramente no campo deles e quase que viramos o placar.

Agora, a Seleção Brasileira passará cinco meses em sexto lugar entre 10 times, fora até da repescagem, transcorrido 1/3 das eliminatórias. A próxima rodada é só no início de setembro, quando teremos dois jogos bem legais para seguirmos mal. Equador em Quito e Colômbia no Brasil, sabe-se lá com quem na Presidência da República.

Ok, eu sou meio sádico. Gosto de ler sobre qualquer gênero de decadência — exceto a física — e adoro quando grandes planos que não me incluem e que são de visibilidade municipal, regional, federal ou mundial dão errado. Nunca disse que sou boa pessoa. Um de meus projetos atuais é o de acompanhar o Brasil caindo fora da Copa da Rússia. Estamos no início das Eliminatórias, mas tenho enorme fé.

https://youtu.be/L2JZG4VMBiw

Porque hoje é sábado e o Paraguai joga, Larissa Riquelme

Larissa Riquelme vai ao ataque

Larissa Riquelme fica na defensiva

Larissa Riquelme comemora com se estivesse em campo

Larissa Riquelme faz poses rasgadas para a câmera

Larissa Riquelme comemora feliz

Larissa Riquelme põe a vuvuzela na boca

Larissa Riquelme ensina como fazer a embocadura

Larissa Riquelme responde às hostilidades (eram doidos varridos, por supuesto)

Larissa Riquelme bate um bolão

Larissa Riquelme é multiuso

Larissa Riquelme tem um chupão na perna esquerda

Larissa Riquelme apoia a arte popular

Larissa Riquelme é das massas

Larissa Riquelme nos apresenta amigas

(pois com Larissa Riquelme não há bola nas costas)

Larissa Riquelme vai encarar a Espanha neste sábado

E esperamos que Larissa Riquelme nos mostre novamente

a aréola da vitória