Eu e Alfredo Southall

Atendendo ao pedido de Charlles Campos e de outros amigos que sublinharam a gravidade, a tristeza e a importância do caso, além de relatarem que estes fatos são inteiramente desconhecidos no centro do país, faço retornar este post à capa do blog. Ele ficará aqui também amanhã. Agradeço a leitura de quem veio e vier aqui, assim como o verdadeiramente extraordinário grupo de comentários.

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— Alfredo Southall é o dono da cidade. Todo mundo pede bênção a ele. Não há, na região, quem não lhe obedeça — disse o cara da Itautec. — Se ele gostar, venderemos lá como água.

— Arrã — sempre o mesmo papo de vendedor, pensei.

Foi assim que ouvi falar pela primeira vez, em 1994, na figura de Alfredo Southall. Nós tínhamos uma pequena empresa de desenvolvimento de software e nossa nova parceira, a Itautec, queria fazer negócios em São Gabriel. Eu não queria, pois se toda nossa equipe estava com muitíssimo trabalho em Porto Alegre, como iríamos atender a 400 Km de distância? Mas fui voto vencido. Meu sócio tinha a fantasia de que a Itautec iria nos deixar cheios de clientes e, bem, devíamos ir.

E lá se foi Milton Ribeiro, um funcionário e o vendedor da Itautec para São Gabriel. Entramos na sala de reuniões dos Supermercados Southall e esperamos uma hora pela entrada do Imperador. Ele apareceu de botas de fazendeiro, bem sujas, e o maior séquito de baba-ovos já visto por mim. Era um sujeito enorme, daqueles que não se sabe o quanto tem de músculos ou gordura, com cabelos precocemente brancos e uma postura de chefia que disparou todos os meus sinais de alerta. Posso comprovar que identifico problemas em poucos segundos. Era o caso.

Junto com ele, vinham os gerentes de cada um dos supermercados, o advogado, o contador, alguns responsáveis pelas fazendas, o chefe do RH, havia de tudo, não sabia para quê. Afinal, nosso sistema controlaria apenas os pedidos, o estoque das lojas, o contas a pagar, etc. Mas logo soube o motivo de toda aquela gente. Alfredo precisava de uma platéia para suas demonstrações de poder; além disso, gostava que rissem de suas gracinhas. A cena montada me irritou ainda mais. Depois de um longo discurso a respeito de como gostava de negociar — acompanhado por assentimentos imediatos de sua claque –, ele passou a palavra ao advogado. Este disse que gostaria de fazer algumas objeções à proposta que eu apresentara. A primeira era um erro de português que o documento continha. Todos riram. O homem disse que o verbo “acessar” não existia. Dei-lhe razão, era um neologismo. Completou reclamando que eu utilizara a palavra inglesa “back-up” e não “cópia de segurança”. OK, concordei que os documentos tinham de ser escritos em vernáculo. E o que havia além disto? Nada, era só aquilo. Foi minha vez de rir, pensando no motivo que levara a ele me expor ao ridículo.

O problema é que rábula ligou o que tenho de pior: o humor ácido. Eu estava louco para pegá-lo. E o fiz segundos depois.

Ele seguiu falando que precisava de “quatro frente de caixa” em cada supermercado. Eu disse que ele tinha razão ao dizer “quatro frente de caixa”, pois, em língua portuguesa, só se usa o plural quando são seis ou mais (*). A claque toda riu, Alfredo também, mas o advogado e o vendedor da Itautec ficaram vermelhos de ódio. Meu parceiro achava ou sabia que aquilo fora um grave erro. Depois, ninguém mais se aventurou a falar, apenas Alfredo, eu e meu vendedor. Alfredo queria instalar o sistema para testes por 60 dias, sem pagar nada. Eu era contra, pois sabia muito bem o valor do nosso trabalho, do treinamento de todos os funcionários, das estadias e desconfiava do velho. Mas estava claro que meu parceiro estava disposto a tudo para agradar. Houve um intervalo para o almoço. Não nos convidaram para almoçar.

Então, eu e o cara da Itautec discutimos. Eu dizia que aquele não era nosso jeito de trabalhar e que tínhamos clientes referência aqui e ali. Eles que fossem visitá-los a fim de fazer a compra com maior segurança. Só que, ao final, deixei-me dobrar e, durante a tarde, não abri a boca na continuação do ato público com a multidão gabrielense. Voltei para Porto Alegre à noite, mas nosso funcionário ficou por lá, instalando o sistema para os testes. Fui obrigado a voltar ainda uma vez para nova reunião. Com toda a cena remontada — um monte de gente, piadas, etc. — Alfredo Southall avisou que não queria o sistema. Sinceramente, achei maravilhoso e desinstalei o aplicativo. Ele me convidou para almoçarmos; o advogado foi junto. Foi um encontro amigável. Eles me contaram que o foco era o Supermercado Southall. Dava muito mais lucro. As terras — ele era dono de hectares, hectares e mais hectares — seriam vendidas bem aos poucos, quando valesse a pena.

Um dia, passados dois meses, eu estava trabalhando sozinho num sábado, pois tenho o hábito de procurar os horários de silêncio para me organizar. Tocou o telefone e um cara efetivamente apavorado começa a dizer que dera um problema grave. Que problema? Ora, aparecia na tela a mensagem “Entrar em contato com o telefone 51 XXXX XXXX”. Expliquei calmamente que não entendia como ele tinha aquela versão do sistema, pois era uma versão de teste que expirava em 60 dias. Perguntei de onde ele falava. A resposta vocês já imaginam: ele falava de São Gabriel, do Southall. Alguém tinha copiado o sistema, mas não contara que ele possuísse a mais banal das seguranças.

Disse-lhe que nosso aplicativo estava instalado indevidamente, mas que segunda-feira eles poderiam entrar em contato conosco a fim de comprar o sistema e receber a cópia definitiva. Segunda-feira, nova ligação. Era o contador deles, me perguntando muito irritado o preço. Disse-lhe que considerava nossa proposta ainda válida. Ele me disse que ligaria em dez minutos. Nossa empresa já fechou e ainda aguardo o telefonema.

Depois, a Fazenda Southall ficou famosa. Pequena parte dela foi para a reforma agrária, a área mais interessante ficou com Alfredo e sua pouca vontade de trabalhar. A fazenda tornou-se símbolo da resistência dos grandes latifundiários e foi “vítima” de várias invasões do MST, algumas sangrentas.

O ápice ocorreu na última sexta-feira. Ao rechaçar mais uma invasão, o sem-terra Elton Brum da Silva, que tinha dois filhos e 44 anos, foi morto com tiros nas costas …

… por alguém do alto escalão da Brigada Militar. Tão alto que ninguém pode saber quem foi. Pelas marcas nas costas, mais parece um fuzilamento.

A promotora Lisiane Villagrande, do Ministério Público de São Gabriel, foi muito rápida e considerou “extremamente profissional” a ação da Brigada. Logo ela que, em 2003, numa reunião de fazendeiros da região, leu sob aplausos o despacho da ministra Ellen Gracie, do Supremo Tribunal Federal (STF), que anulava a desapropriação das fazendas Estância do Céu, Santa Adelaide, Caieira, Posto Bragança e Salso Fazenda (13,2 mil hectares), de propriedade de Alfredo Southall. Lisiane é proprietária de terras na cidade.

Sábado, enquanto a Zero Hora estampava a manchete “MST ganha seu mártir” e o comando da Brigada caía, a imprensa gaúcha esquecia de falar sobre a improdutividade das fazendas e muito menos pensavam em Elton Brum da Silva ou em sua família.

Obs.: Escrito com auxílio do RS Urgente e de Zero Hora.

(*) Obrigado, Bia!

41 comments / Add your comment below

  1. Milton, excelente texto.
    Não canso de me impressionar com o fato de a maioria da classe média compartilhar uma visão que considera pecado mortal colocar em questão os direitos de propriedade sobre terras improtudutivas. Poucas coisas parecem tão sagradas, mesmo para quem não é grande proprietário. Sei que a mídia tem grande responsabilidade nisso mas, na forma como vejo as coisas, a recepção das informações e sua transformação em opinião é um processo ativo. Creio mesmo que essa adesão deveria ser tema de mais reflexão. Ela é assustadora.
    Em tempo: na década de 1820, no alvorecer do novo país, José Bonifácio, um político conservador mesmo para a época, propôs uma ampla reformulação na estrutura agrária brasileira, com distribuição de terras a brancos pobres, indígenas e ex-escravos. Eu disse Bonifácio e 1820!!!!

    1. Sim, é inacreditável que se trate de hectares como de apartamentos. Aquilo não é mais moradia e só deve ser privado se bem utilizado, pois há um contingente de pessoas que pode tirar sustento e lucro dali.

      Não deixa de ser um casuísmo que a classe média condene tal lucro.

  2. O conceito de propriedade privada liga-se à defesa dessa propriedade como atributo mesmo da liberdade do sujeito, e no contexto de uma sociedade de corte capitalista liberal, a execução sumária por arma de fogo não é apenas aceitável, como louvável, e ajuda a definir quem é dono do Direito pela via da consagração como “elite”. Assim são as classes dominantes, não apenas no Brasil, com o no mundo inteiro, à exceção de alguns países que, tendo feito uma reforma agrária, possui padrões de convivência mais aceitáveis, no regime de pequenas propriedades, todas elas produtivas. Agora mesmo se estrila em razão de uma nova metodologia aplicação à definição de propriedade produtiva/improdutiva.

    Se são chocantes as fotografias do assassinado, o contraste com a beleza do sorriso de Lisiane serve para emprestar à beleza dela uma sujidade que exprime bem sua qualidade essencial: a prepotência comum à sua classe, que não recua diante da defesa de seus privilégios, podendo empregar tortura, assassinato e perseguições, tudo para eliminar a pretensão humana por uma Justiça que não seja ferramenta de opressão classista.

    Isso tudo é de dar nojo, e se estende por todo o Brasil, não esquecendo o trabalho escravo, a pistolagem, a depauperação física do território brasileiro, o feudalismo anacrônico no território independente do Maranhão…

    Para a grande imprensa, o MST é um agrupamento de marginais coordenados por marxistas-leninistas que objetivam implantar no país o comunismo castrista. Não neguemos os problemas inerentes ao movimento, e algumas safadezas que imperam nas relações entre a direção e os acampados. Mas o olhar ao MST é ainda tão tipicamente TFP que podemos jurar que vivemos sob as velhas patranhas da UDN. Nesse mundo de siglas e significações diversas, a imprensa bem que poderia ser aquilo que jura que é, mas nunca foi: expressão da liberdade de opinião que não descura da obsessão quase canina de relatar com a máxima fidelidade possível os fatos. E o fato de que a posse da terra, no Brasil, é pautada na arbitrariedade, injustiça, compadrio, ilegalidade e violências mis, é inegável até ferir os olhos. Mas o Zero Hora quer contar outra história, defender privilégios, sesmarias, distantes heranças das capitanias hereditárias e espúrios jogos de poder, manejados por uma classe política forjada na torpeza dos crimes que estão na raiz dos direitos que hoje se querem inalienáveis e incontestáveis.

    Não duvido que sejam todos bons católicos e que, todo domingo, à missa, façam suas doações aos pobres. O triste é que a imprensa insista em superá-los em hipocrisia, tudo para manter uma ordem que os favorece. Os corpos no caminho são como os da Via Appia, em Spartacus, de escravos crucifixados pela ousadia de pretender (e efetivamente conquistar) a liberdade. Mas o mundo, eles afirmam e reafirmam a cada ser humano transformado em cadáver, tem dono. Pura pedagogia, sorri Lisiane, em foto para ilustrar a História Universal da Infâmia.

  3. Sempre que ficava na guarda no quartel, recebia a seguinte orientação: se alguém vem vindo na direção, manda parar. Se continuar, manda parar de novo. Caso não desse certo, manda parar mais uma vez e dá um tiro (de fuzil) pra cima. Se o indivíduo ainda persistir, dá o tiro nele.
    A extra-oficial era pra gritar pro cara parar, se ele continuasse, mete bala nele e depois dá um tiro pro alto. “A tua vida tá em primeiro lugar e ele vai atirar em ti”, diziam.
    Mas, sempre faziam a ressalva: “não dá, em hipótese nenhuma, tiro pelas costas – vão dizer que tu quis matar o cara e que ele não tinha defesa alguma e tu será condenado à prisão direto!”

  4. Bom texto, Milton. Só uma retificação que é MUITO necessária: Sou nascido e criado em São Gabriel, onde vivi 17 anos até 1992 e ainda visito a família por lá. Embora teu retrato da pessoa do Southall esteja correto, ele não tem na cidade essa ascendência de Rei do Crime que teu parceiro da Itautec te vendeu, e que podes achar que acrescenta algo à torpeza do perfil.
    Já naquela época o Southall era alvo de chacota na cidade por seus arroubos de coronel e era chamado pejorativamente de “Sou o Tal”. Abraço.

    1. Bem, a fama pode ser falsa, mas creio que tenha muita ascendência sobre os fazendeiros. “Sou o tal” é um apelido que lhe cabe perfeitamente.

  5. Recebi um email entitulado “Eu e Alfredo Southall”. Comecei a ler mas decidi parar no meio do caminho. Como o amigo que enviou não tem o costume de enviar besteria, fui até o final do texto para verificar a autoria. Foi aí que descobri a popularidade do blog do Milton.

  6. Caro Milton, como sempre este seu texto possui temáticas polifónicas _ três, pelo que pude depreender. Cada uma delas me inflama de indignação, e, tolhido pelo sentimento excessivo, sei que o melhor a fazer é escrever procurando manter o máximo de distanciamento: falar com uma dicção limpa por cima do dente degradado que insiste em me enrolar a língua. Um dos meus cães_ o gracioso rotweiller Miles Davis, cujo prazer dessa tarde chuvosa foi passar longas horas deitado ao meu lado ouvindo Lorenna MacKennet_ quando não consegue pegar o rato que se salva por uma das frestas invisíveis que só os ratos conseguem ver, ele esbraveja, choraminga, contorna a casa, e mesmo depois de horas, ainda fica sentado de frente à saída dimensional da sua presa evadida, emitindo ganidos inconformados. Cômico. Faz-me rir e enternecer de sua indignação; por frutos da convivência, procuro não mostrar que estou rindo, para não ser ainda mais decepcionante que um invasor de seu território tenha ganho pontos comigo. O Brasil tem tanta matéria para que eu bata minha cabeça contra a parede, me esperneie, invente neologismos para o que os palavrões mais cabeludos de uso corrente não bastam, diga com toda a raiva engasgando na garganta “se tivéssemos uns três guevaras pelo menos,…uns três guevaras apenas”, que não me foge durante esses ataques o quanto ridículo eu me torno, o quanto a espuma saída pelo canto da boca só dá a impressão de que aos poucos me torno parecido ao bêbado chorão folclórico da cidade, que desde manhãzinha fica nas esquinas dizendo impropérios contra tudo, com sua voz incompreensível de cascalho_ com a diferença desvantajosa de me manter nesse grau de lucidez de quatro doses abaixo.

    O Brasil é provinciano demais, não foi preciso abandonar o que chamam de “grande centro” e vir para uma cidade pequena para perceber isto. Ainda temos os coronéis ditando com todas as forças o que deve acontecer e o que não deve. Daqui de onde falo, de onde pela janela posso ver o campo próximo da cidade (perigosamente próximo!) incendiado com labaredas dantescas que “limpam” a terra para nova plantação do ciclo da cana, os donos da usina de álcool são um dos donos da cidade. São os meus Southall que tenho de engolir. Dois “doutores”, calvos, a ganância pela matéria representada pelos corpos volumosos, o rosto prenhe de uma digestão permanente e mau resolvida; se houvesse que defino-los com uma palavra, seria empáfia. Quando chegam nos bares para a bebida de fim de tarde, todo o cenário muda, ficando condicionado à atenção absoluta a seus mimos. Uma cidade cheia de templos pentecostais que cultivam a prosperidade material acima de todas as coisas e o criacionismo, fica incrível não ver a prova das teorias darwinianas naquele culto simiesco ao poder: os donos dos bares como os velhos chimpanzés submissos, que chegam a pegar cadeiras das outras mesas ocupadas para comportar a comitiva de grandes macacos gibões dos puxa sacos que acompanham aqueles dois machos alfa; e as outras mesas com a fauna de bajuladores que quase batem palmas quando chegam os “doutores”, que trouxeram empregos e prosperidade local: orangotangos risonhos, guaxinins prontos para ganhar um agrado. (Que me perdoem os macacos pela minha quebra da ética veterinária em não submetê-los a situações degradantes). Falam alto, abrem as portas dos carros e infestam tudo da música sertaneja em volumes proibitivos, pagam coca-cola para os policiais militares e recebem as gostosas da cidade, de todas as idades, com promessas de ocupá-las (literalmente) nos cargos administrativos da usina. Eles tem o judiciário nas mãos, facilitado pela grande rotatividade de juízes e promotores que ficam aqui por poucos meses até conquistarem suas promoções para a capital (nesse ano, até agora, tivemos quatro juízes e três promotores). Juízes e promotores que ganham mais de 20 mil de salários, com regalias de moradias e combustível de graça, que pouco estão se importando pelo bem público de seus cargos de funcionários públicos, além do que lhes tocam diretamente os umbigos. É só passar de frente às fazendas por aqui: a maioria delas com seus capangas armados postados em locais visíveis, na mais pura ostentação de que seus donos (das fazendas e dos capangas) estão salvaguardados por leis próprias.

    E aí eu abro a Carta Capital e leio o “blog do além” em que Shakespeare resume quatro peças suas para o twitter, para se fazer conhecido daqui pra frente; e leio um artigo com fortes ares de parcialidade defendendo a Dilma e escrachando a ex-secretária da Receita Federal sobre suas declarações sobre reuniões sigilosas; abro a Veja e lá está a indignação construída com precisão sobre o Alzheimer súbito e profundo quanto a atos secretos e a tudo relacionado ao santo nome Sarney. Penso que a melhor atitude_ a única produtiva e interessante, com um certa repercussão simpática ao público_ seria encher a cara e me juntar com o bêbado da esquina.

    Só não me venham rir e se enternecer de minha impotência.

    1. Credo, é de se matar mesmo. E o pior é que não nada, mas nada mesmo a contrapor, pois os fatos que citaste estão gravados em minha mente como realidade e passado, como atualidade e infância. Somos ainda assim.

  7. LIBERDADE AINDA QUE TARDIA?
    by Ramiro Conceição

    Diante da fotografia do corpo
    de ELTON BRUM DA SILVA,
    que jazia
    com nove balaços,
    na laje fria
    do Instituto Médico Legal,
    pensava-sentia…:
    a única via à cidadania
    é a Liberdade ainda que tardia?
    Não!

    LIBERTA QUE SERÁS TAMBÉM!
    LIBERTA QUE SERÁS TAMBÉM!
    LIBERTA QUE SERÁS TAMBÉM!

  8. Milton,

    Teu excelente post e os não menos excelentes comentários do Marcos Nunes e do Charlles Campos entram no cerne da questão que a esquerda não sabe ou não quer levantar: o fato de que a democracia representativa raramente representa os interesses da maioria que não tem poder e/ou vontade de decidir o futuro da coletividade.

    Defendo que não creio mais na democracia representativa porque ela é
    baseada em uma lista fechada. E, infelizmente, todo partido repesenta – mais do que uma
    ideologia ou um interesse de classe – diferentes vieses de sectarismo.

    Quando apenas um determinado grupo dá as cartas na economia e na política,
    seja em uma associação empresarial, em um clube de futebol ou em um
    parlamento qualquer, independentemente do grau de parentesco, profissão,
    localização geográfica ou religião, a lista fechada que determina quem será
    candidato ou não em todos os partidos obedece a um rito econômico que supera
    em muito o peso da meritocracia na comunidade de origem de cada candidato a
    candidato.

    É por isso que o modelo faliu: ele é apenas uma concessão sofisticada às
    maiorias silenciosas ou às minorias subjugadas pelo establishment. Como o
    Brasil começou pelas capitanias hereditárias de uma Portugal que não passava
    de uma aristocracia tosca endividada com a Inglaterra e subserviente à
    França de Napoleão, não é por acaso que a cultura dos bancos, das
    multinacionais e do latifúndio mantém a mesma lógica de exclusão e de
    preconceito; de exploração e de insustentabilidade.

    A formação política e econômica do Brasil resulta numa sociedade
    culturalmente rica que, na atualidade, só conseguiu superar o cabresto, mas
    ainda assim é passiva demais. Muitos creditam isso à mídia corporativa.
    Porém, a mídia corporativa apenas reflete a agenda econômica dos valores que
    interessam ser consumidos sob a forma de bens de consumo ofertados (e até
    mesmo impostos) pelos patrocinadores da mídia corporativa.

    Toda a sociedade deveria poder se fazer representar. No entanto, em termos
    de classe social, profissão, religião, sexo, escolaridade e origem
    geográfica, nunca se verificou nenhuma proporcionalidade à sociedade
    demográfica dentro dos parlamentos.

    Toda discussão na internet envolve muita gente. Certos ou errados – e mesmo
    que muitos ainda não tenham acesso – o que importa é a participação e a
    ubiquidade da informação que está lá para todo mundo ver. A sociedade como
    um todo não está interessada em se movimentar presencialmente para perpetuar
    este modelo político. Mas se for ofertada a possibilidade legal de decidir
    com segurança o futuro de uma determinada comunidade, ela irá então se
    manifestar primeiro na internet e, depois, presencialmente. O chamamento
    partidário simplesmente não funciona.

    Pensei em tudo isso após acompanhar algumas votações na Câmara Municipal: se
    eu ganhar ou perder, é do jogo. Porém, o que não deveria ser do jogo é a
    falta de quorum, a abstenção, a aliança espúria e a falta de noção de quem
    deveria efetivamente estar sendo representado de maneira DIRETA.

    Então, sugiro que se comece aos poucos desvirtuando a democracia
    representativa sem precisar mudar a lei. O exemplo está aqui:

    http://www.w73.com/marcellobarra/democratizando/2009/04/ideia-de-plebiscito-virtual-teve-inicio.html

    http://74.125.113.132/translate_c?hl=pt-BR&sl=en&tl=pt&u=http://www.hs.fi/english/article/Swedish%2Bonline%2Bparty%2Bstirs%2Bmunicipal%2Bdemocracy%2Bin%2BVallentuna/1076153931670&prev=hp&rurl=translate.google.com.br&usg=ALkJrhiUwVkHbCmpC6ZAPMzmP2GgHvMz6Q

    Resumindo: um candidato a vereador é escolhido por uma comunidade. O tamanho dessa comunidade deve garantir uma densidade eleitoral mínima para elegê-lo. Em Porto Alegre, isso dá cerca de 3000 votos em um grande partido e mais o menos o triplo dessa cota em uma legenda nanica. Com uma garantia dessas, NENHUM partido seria trouxa de negar a inclusão desse nome comunitário em sua lista fechada. Por compromisso firmado em cartório, o vereador legitimamente comunitário deve coletar TODAS as informações possíveis acerca de TUDO o que será votado na Câmara de Vereadores e deverá publicar em seu blog, comunidade no Orkut, Twitter e You Tube. Ele não vota conforme partido ou empresário nenhum: ele vota aquilo que a maioria dos eleitores registrados com nome completo, RG, título de eleitor e domicílio na mesma cidade votasse em seu site.

    Isso mataria a representatividade oligárquica e tornaria os cidadãos muito mais responsáveis pelas suas escolhas. As pessoas querem votar em demandas, em objetivos. Desejam participar e se engajam pra valer em causas comunitárias, locais e pequenas. À medida que suas demandas forem sendo satiefeitas, outras comunidades e outras candidaturas semelhantes irão aparecer.

    No caso de um partido expulsar o vereador por não dançar conforme a sua música, ainda assim ele manterá o mandato até o fim sem partido. Em caso de sucesso, qualquer outro partido gostaria de contar com esse elemento. Além disso, abaixo-assinados sérios com uma ampla participação online costumam surtir muito mais efeito do que uma abordagem presencial direta na Redenção ou uma petição online, que não possui valor legal algum: a internet serve para criar massa crítica em um mundo no qual a comodidade e o medo mantem as pessoas longe de manifestações multitudinárias enquanto elas não tem certeza acerca do verdadeiro interesse por detrás do chamamento.

    Tudo dentro da lei.

    []’s,
    Hélio

    1. Boa ideia, Hélio.

      Outra coisa que considero perniciosa é o voto obrigatório. Há pessoas que não se importam com absolutamente nada, votam por obrigação e têm peso e valor igual ao teu ou ao meu. Por quê?

  9. Hélio, o que você escreveu é matéria para muita reflexão e debate. Como em todas as tragédias crônicas , a vantagem é a identificação que as vítimas tem de pertencerem a um substrato maciço de comunhão, independente se uma é carioca, gaúcha, mineira, paulistana, etc. Todos se enquadram na categoria de indignados, ainda que próximos da resignação absoluta.Todo brasileiro possui um inerente instinto de malícia de conhecimento da História. Morar em Goiás confirmou essa minha impressão: conversando com a geração mais velha_ aqueles que respiravam a História e a entendiam no andar da contemporaneidade daqueles tempos pré-virtuais_, fica fácil defender a historiografia oral, porque estas testemunhas tem muito a contribuir, e não menos pela ironia estóica que seus relatos apresentam nas formas que tinham de se calarem diante a humilhação dos desmandos do patriarcalismo das famílias que nasceram (e ainda continuam) no poder. Talvez a grande obra que está por ser escrita nesse país seja a História da Ironia, do ponto de vista do outro lado, dos excluídos. (Acho essencial não nos cansarmos diante as palavras inevitáveis: excluídos!) Assim que cheguei aqui aprendi uma expressão corriqueira: “aquele ali passou no concurso Vital Brasil”, ou “ele tem uma das carteiras de motorista Vital Brasil”. É uma das maneiras de se apontar a farsa obtida por um apadrinhamento político. Um policial civil que arrota faisão (na expressão do Victor), e com diploma emérito de abusos de poder, assim que vira as costas, lhe colam a expressão : “esse foi colocado na polícia pelo método Vital Brasil”. Por sob a falta de erudição acadêmica e a oportunidade da leitura, há uma maledicência afiada, um preciso conhecimento vivenciado da farsa onipresente que se ligou ao Brasil desde que as cortinas foram eriçadas para a encenação do motor central que faz mover nossa pátria amada.

    No congresso nacional, na assembléia legislativa e no palácio do planalto se concentra a maior taxa de Q.I. nacional. Errei ao duvidar do Mino Carta quando ele declarou isso da inteligência do Lula. Eles compreendem melhor que ninguém aquela célebre frase do Tancredi no Gatopardo: “Para que tudo continue como está, é necessário que tudo mude.”Essa é a máxima que define a argúcia adotada pelos nossos políticos para deixar o povo brasileiro continuamente sob a amarra do cabresto da ilusão da “democracia”. (Visto por outro lado, é importante se cansar sobre o peso de algumas palavras). Lembro-me que estava numa sorveteria, à noite, com meus pais, quando o Jornal Nacional anunciou a morte do Tancredo. Meu pai, que sempre foi um autodidata para quem não passava nenhuma informação truncada por seu filtro de leitor voraz, e que sempre conservava um aparato critico diante a cosmetização da verdade, não resistiu, fazendo coro a todos que estavam ali na sorveteria: chorou como se lhe tivessem tirado um outro filho. Amaldiçoo que o momento mais tocante da minha vida com meu pai tenha sido conspurcada pela farsa nacional, que minha lembrança das lágrimas derramadas sob a meia-luz da sorveteria não corresponda à nobreza daquele homem rendido ao turbilhão do fracasso de suas esperanças mais profundas, motivado no final das contas pela manipulação circense tão convincente a ponto de dar um solene ar marcial àquela palhaçada. Não chorava por Lenin, ou o Che, ou algum desses assassinos ilustres e por isso mesmo incompurscáveis, mas um palhaço lhe havia pego uma peça e o feito desabar sob a carga de sua imensa brasilidade. Talvez por isso não tenhamos o grande romance de final de século da literatura brasileira, por terem nos tirado até o direito do lamento por uma dor verdadeira, essencializadora da tragédia. Daí entrou o Sarney, e daí ele está lá até hoje. Daí a Carta Capital fazendo piruetas linguísticas para retirar qualquer suspeita de sobre a Dilma Roussef; daí a Veja atirando com medo e rancor festivo contra qualquer menção de debate de uma outra via oposta ao fracasso do neoliberalismo; ambas treinadas em ignorar que o leitor não é de todo um boneco manipulável, oco e com um sorriso pintado no rosto. A falta de moral tão grande que não se debate sobre a vilania de salvaguardar um flibusteiro como o Sarney, mas sobre o jogo excitante por detrás do palco de se formar as coligações para…a campanha política do ano vindouro. Tudo mudou e, no fim, o gosto acre de que tudo continua o mesmo.

    Para finalizar: daí a importância de levar a sério a imprensa virtual de resistência dos blogs. Lamentável que o Idelber seja tão contraditório do alto de sua postura de intelectual militante, encerrando seu blog na escolha da feitura de livros que ninguém vai ler. Daí que eu obtenho maior adstringência da farsa vindo aqui neste espaço, querendo saber o que pensa o Milton, o Nunes, o Ramiro. A velha e salutar comunhão dos acabrestados que, um dia menos dia, ou vira a mesa de vez ou alimenta esse riso implodido carregado de indignação do sobrevivente não anestesiado.

    1. Caríssimo Charlles, vou dar um testemunho histórico da farsa que foi a morte de Tancredo. Tenho um irmão que, à época da doença do esperto-mineiro-salafrário, trabalhava numa multinacional responsável pela manutenção de todos os equipamentos eletrônicos do Hospital de Base de Brasília. Por sua altíssima competência em engenharia eletrônica, meu irmão e uma equipe – a ele subordinada – foram convocados em caráter de urgência, pela alta direção da multinacional, para monitorar dia e noite todos os equipamentos eletrônicos plugados no trágico-farsante. Até hoje, meu irmão conta que Tancredo já estava, praticamente, sem qualquer chance no Hospital de Base. Todos, lá, sabiam que Tancredo era um moribundo. O resto foi CIRCO E HISTÓRIA!!

  10. Pérola do dia: Diego Casagrande, na BAND News, dizendo que não foi assassinato, mas a Brigada Militar em sua legítima atribuição de defender a vida e a propriedade dos ruralistas contra as hordas assassinas do MST (sic!).

    1. Cada vez que ouço esse cidadão, que ultimamente anda acompanhado de Felipe Vieira, penso em como e onde os RHs das empresas de comunicação gaúchas escolhem seu profissionais.

  11. Milton, há muito que leio seu blog, sem me animar a comentar. Mas hoje trata-se de um impulso acima da minha vontade. Sou filho de agricultores, e não é com sentimentalismo que conto do esforço meu e de meus pais em me formar advogado. Hoje tenho o diploma estampado, como de praxe, na parede, e sou atuante. Minha irmã é uma das beneficiárias do programa de reforma agraria. è muita a humilhação e o preconceito, que não raro descamba para o que retratas em seu texto, contra os sem-terra. O Marcos Nunes expos bem o contraste entre a morte ignóbil do semterra e a graça despreocupada da promotora. Parabéns pelo post!

    1. Minha biografia é diversa, mas acho que ninguém pode ficar a mercê da violência fardada e de pessoas como a promotorazinha essa, que não chamo de vaca para não ofender aos animais que me alimentam, assim como de “jornalistas” como Diego Casagrande (vide acima comentário do Augusto).

      Grande abraço.

    1. É que tenho passado grande parte do dia fora e apareceram uns caras me ofendendo e aos comentaristas.

      Não tenho mais saco para responder a quem diz que sou gay (e se fosse, isto mudaria o quê?), imbecil, filha-da-puta, etc.

  12. até qndo iremos penar sob essa “ditadura do judiciário” que toma conta do brasil. juízes e promotores fazem o que querem, estão acima da lei e detem um poder sem limites. a maioria trata o cidadão comum como meros incômodos, e a tendência de serem cada vez mais jovens atrapalha ainda mais as coisas. na minha cidade o juíz tem vinte e cinco anos, com uma cara de garoto imberbe. o que um profissional deste pode saber sobre a vida, a justiça, as carencias da sociedade? não nos assombra que fazem o que querem, beneficiando os maiorais e donos do dinheiro. são bajulados e adorados como a história dos macacos acima. no próximo concurso para juíz, deus já avisou q vai concorrer.

    1. Olha, Fernando.

      Em minha vida pessoal já tive tantos problemas com decisões ridículas do Judiciário que, se for contar aqui, tomo um processo.

      Mas que tal te contar que o juiz que ouviu meu advogado de defesa num caso de trânsito cabeceava de sono? Que ele só acordou quando olhei fixamente para ele com cara de ódio e ele se deu conta que talvez devesse prestar atenção? Que ele me condenou e não foi à pena mínima?

      Paro por aqui.

  13. Ao amigo,
    Charlles.

    PÊNDULOS
    by Ramiro Conceição

    Daquela vez,
    tudo não passara duma piada
    de mau gosto, mal contada, e riu-se muito,
    porque os dentes postiços eram ironias:
    não se sabia do humor
    como questão de estar feliz;
    era o tempo
    de caricaturas domesticadas,
    sem galhardia.

    Treinar a língua aquém da boca é o dom
    de criar uma invenção (não tardia!)
    dos pêndulos maduros da delicadeza
    que rebentarão quando da arrebentação,
    porque está escrito: tudo tem tempo devido!

    Daquela vez,
    ela tecera sonhos:
    ele sequer compreendeu.
    Foi um sol de desventuras,
    mas não, por culpa deles:
    foi que se viveu (e vive-se)
    coletivamente nocivos chistes.

    Daquela vez,
    ele inventara palavras:
    ela sequer ouvia.
    Era um solilóquio trágico,
    mas não, por culpa deles:
    era que éramos (e somos!)
    bilhões de átomos tristes.

    Daquela vez,
    o artista tecia
    um cântico ao Sul
    da América, do Mundo,
    quando constatou estarrecido:
    vinte e cinco gerações degeneradas,
    mas, no covil dos vampiros, riu-se muito!

  14. texto maravilhoso, Milton.

    ele explica muito, assim como o comentário do Carlos André. Enquanto os abobados saem à rua para criticar o coronelismo no Maranhão, quantos fazem o mesmo para condenar o caudilhismo aqui no Sul?

  15. Olá Milton:

    Como faço todos os domingos, passei para ver as novidades da semana, além de ver qual a gostosa, opss, digo a musa escolhida, para justificar o sábado.

    Encontrei então seu texto sobre este senhor, o qual lembro de ter sido apresentado em uma determinada ocasião (como já sabes) o que sempre recordo quando ouço falar de São Gabriel. Minha sensação foi que estava diante do homem mais poderoso da cidade. Algo como o ACM dos pampas.

    Quanto ao MST, se estas pessoas existem e foram cooptadas por tal movimento com a promessa de receber terras, o principal fato a ser discutido antes de se determinar são vagabundos ou agricultores é a causa de sua existência e os motivos de sua existência. Dormir de baixo de lonas pretas passando calor e frio, caminhar quilômetros e acima de tudo tomar pau de todos os lados, será que tudo isso é só para receber um pedaço de terra para depois vender e recomeçar ? Acho brabo.

    Um abraço !

    Fernando

  16. Que comentário sem fundamento.
    Tornou-se ridículo para um homem que se põe em tal posição.
    Tu tens conhecimento das coisas que acontecem naquela fazenda?
    Se tu disse que ele era imperador sinal que a população o respeita e o admira.
    Pelo que pesquisei e já li sobre a pessoa dele, teu texto ficou completamente destoado pois se trata de uma pessoa de 70 anos que trabalha de domingo a domingo sem ter tempo pra descançar e cuidar de si próprio.
    O que me deu a parecer é que se trata de um puro sentimento de inveja,pois para chegar a este título de imperador tu terás que nascer de novo, pois isso não se adquire, vem de berço.
    O que te resta será apenas escrever historinhas, o que indica que não tens o que fazer pois pegar numa pá, dirigir um trator para fazer uma terra produzir, não é para qualquer um , precisa-se de muito conhecimento e habilidade para tratar da tal produtividade, posso perceber que não há faculdade no mundo que possa te repassar este conhecimento, simplesmente pq o que te atrai é falar da vida alheia.

    Quem sabe tu não vai procurar algo melhor pra fazer.
    Coloque tua casa a disposição para os sem terra se tu ta com tanta peninha deles, deixa eles quebrarem teus móveis matarem teus bichos, pra ti ver o quanto isso machuca.
    Esta pessoa sem coração e sarcástico creio que esteje falando de ti, pois tu não deves conhecer o seu Alfredo Southall, pelo que sei trata-se de uma pessoa maravilhosa e que valoriza e tem amor pelas coisas que construiu SOZINHO sem jogar nada fora.
    Tu não acha um desaforo tu trabalhar que nem um cão para vagabundos pegarem o que é teu????
    Heimm, quem sabe tu te coloca na situação?

    “PIMENTA NOS OLHOS DOS OUTROS É REFRESCO MEU CARO”

  17. Milton, adoreu sua colocação, porém tenho de formar minha opinião.
    Conheço Alfredo, ele é um homem autoritario que não é aberto para opiniões, porém um grande homem.
    E voce fala mal de Alfredo e depois fala do Sem Terra que morreu, o Alfredo não tem nada a ver com isso, eu tenho uma relação muito forte com a Brigada e sei, que o Elton estava tentando agredir os policiais, e na instrução geral dada pela brigada, um policial só deve atirar nesta situação.
    E acredito nos policiais porque ele fizeram um curso para entrar na instituição e provaram ter bom carater, ja os sem terras muitas vezes usam drogas muitos até casa tinham mas venderam suas casas para serem sustetado pelo GOVERNO, sendo assim POR NÓS que pagamos imposto.

    Agradeço se não apagar minha messagem, pois todos tem direito a ter sua opinião.

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