As séries de TV… e Pesquisa mostra que assistir televisão emburrece

Engraçado como as pessoas VEEM mesmo TV. Eu nem lembro de ligar. Ainda mais para ver séries. Não entendo quem vê séries. Seria amor ao previsível? Pois aqui em casa houve uma curta febre de House. Sinceramente, eu queria que ele fosse meu médico. Vai me ofender — talvez me bata — , mas vai me salvar. O homem salva todo mundo. Nunca vi um caso daquela equipe acabar em desgraça. Estropiados ou não, sabemos que sairão ofendidos, humilhados e vivos para suas existências televisivas. Muito chato.

No passado, os guris capitanearam uma febre de Friends. Era muito mais grave, porque em Friends há uma claque que avisa o telespectador idiotizado o momento de rir. É uma especie de emoticon sinalizador de bom humor ou dizendo “perceberam?, foi uma piada!”. Nego-me a assistir um programa que me indica quando rir. É como os desenhos animados do passado, que tinham uma bolinha indicativa na letra das canções. Agora, todo mundo segue a bolinha, tá?

Ontem, no twitter, o Andrehp — além de dizer que para quem pensa pouco tudo é imprevisível — descreveu as séries como uma espécie de doença. Concordo. É como se a necessidade de ficção das pessoas estivesse de tal forma distorcida que uma tênue historinha de final conhecido já fosse suficiente. Parece-me que nos últimos dias houve o final de uma temporada de Lost. Quem esteve na internet por esses dias pode sentir a algaravia em torno do fato fundamental. O plot é um fenômeno de verossimilhança. Um avião cai ou faz um pouso de emergência numa ilha. Muitos ou todos se salvam. Ficam lá por dias e dias, infelizmente. Começa a luta pela sobrevivência. As paixões aparecem e os acontecimentos se precipitam. As mulheres devem ser gostosas e só pode ter a boa, a má, a esperta, a infiel, a covarde que faz mal por ser covarde, a estóica, etc., todos com seus equivalentes masculinos. É um grupo humano do qual podem ser retiradas mil histórias e que devem ter mais para se preocupar do que chamar a atenção do mundo para seu isolamento. Um Robinson Crusoe em grupo, com californianos. Não sei há nativos, mas se há devem ser inimigos e os maus aderem a eles, tramando a tomada do poder na ilha. Do cacete, nunca vi disso!

Enquanto isso, meu cunhado Natal Antonini me envia um interessante texto:

Pesquisa com mais de mil crianças mostra que assistir televisão emburrece
Publicada em 03-05-2010
O Globo com agências internacionais

RIO – Uma polêmica que está sempre indo e vindo, virou hit com os Titãs (“a televisão me deixou burro muito burro demais“) e é alvo de inúmeros estudos científicos volta à tona a partir de uma nova e enorme pesquisa da Universidade de Montreal, no Canadá: assistir à televisão emburrece as crianças, como mostra reportagem do The Independent . Os cientistas acompanharam 1.314 crianças nascidas em Quebec entre 1997 e 1998, com idades entre 29 meses (2 anos e meio) e 53 meses (4 anos e meio) até chegarem aos 10 anos. Seus pais precisavam relatar quantas horas os filhos assistiam à TV e os professores avaliavam a evolução acadêmica delas, suas relações psicosociais e seus hábitos de saúde. Em média, as crianças de 2 anos assistiam a 8,8 horas por semana à TV e as de 4 anos, uma média de 15 horas por semana. A pesquisa foi publicada nesta segunda-feira no Archives of Pediatrics & Adolescent Medicine.

Os pesquisadores descobriram que os pequenos que passavam mais tempo em frente à telinha eram piores em matemática, comiam mais junk food e sofriam mais bullying ( como saber se seu filho é vítima de bullying – e como ajudá-lo ) de outras crianças.

As descobertas mostram que há evidências científicas de que a TV prejudica o desenvolvimento cognitivo e que o governo canadense deveria limitar o número de horas das crianças em frente à TV. Os pediatras americanos já recomendaram que aquelas com menos de 2 anos não deveriam assistir à TV alguma e as mais velhas deveriam ter um limite diário de 2 horas por dia no máximo. A França já proíbe programas para crianças com menos de 3 anos e a Austrália recomenda que as entre 3 e 5 anos não assistiam a mais de uma hora por dia.

Os cientistas que conduziram o estudo afirmaram que a fase pré-escolar é importantíssima para o desenvolvimento do cérebro e que o tempo em frente à TV é um desperdício e pode levar à aquisição de hábitos ruins. A autora do estudo, Linda Pagani, da Universidade de Montreal, disse que o impacto negativo de se assistir à TV nesta idade permanece por toda a vida.

— Nossa descoberta mostra que este é um problema de saúde pública e que deveria existir um guia com diretrizes da Academia America de Pediatria sobre o número de horas recomendado em frente à TV.

O psicólogo Aric Sigman, que fez a revisão de 30 estudos científicos sobre TV e computadores, disse que os programas mostrados nos aparelhos modernos têm uma velocidade de edição mais rápida, sons mais altos e cores mais intensas do que nos anos 60 e 70, e que isso afetaria “dramaticamente as nossas mentes”.

http://oglobo.globo.com/vivermelhor/mat/2010/05/03/pesquisa-com-mais-de-mil-criancas-mostra-que-assistir-televisao-emburrece-916482250.asp

55 comments / Add your comment below

  1. Meu filho de seis anos tem, sistematicamente, no último ano, trocado a televisão por livros e instrumentos musicais. Talvez seja o exemplo dos pais, não sei. Nós assistimos séries, mas não com ele, claro. Em compensação meu filho tem se distanciado a passos largos da mente comum das crianças da idade dele. E isso lamentavelmente tem trazido mais problemas que benefícios. Dilemas da boa educação.

    1. Tive o cuidado de educar minha filha sem maiores influências da tv. Proporcionei muitas idas ao teatros e cinema, mas o que percebo é que ela ficou com dificuldades de se enturmar. Ela não teve aquela coisa bacana de ter um monte de amigos, enfim… O problema é que não conseguimos nunca dosar… é mesmo um dilema!

  2. Nota-se que o autor, claramente, não acompanhou a série, e fundamentou seu texto na opinião alheia. Ora, falar de uma coisa da qual não tem o mínimo conhecimento e, ainda por cima, criticá-la negativamente, é, no mínimo, desonesto.

  3. Sou do pessoal que compartilha da opinião de que hoje em dia existem muito mais coisas inovadoras nas séries do que filmes, pelo menos se falarmos dos mais acessíveis. Quando vou a uma locadora, é muito mais fácil um filme me decepcionar do que uma série bem recomendada. Penso em Six Feet Under, Família Soprano, Mad Men e a já citada Lost como bons exemplos. É comum ver nas séries personagens bem construídos, inovações na narrativa, coisas totalmente experimentais – que levam os fãs à loucura, pesquisas e até mesmo mudança do próprio roteiro. Enquanto isso, o cinema americano está cheio de carros explodindo e se encaminha pro 3D. Qualquer fã de Avatar te dirá “ah, a história não é lá essas coisas, mas você viu as plantas, que lindas?”

    Um mais fanático poderá vir aqui te dizer que algumas séries mudaram a vida deles, que ele fez amigos nos fóruns, que pesquisou os fundamentos científicos de alguma coisa pra entender o que estava acontecendo. É o papel que um dia foi do cinema. Lembre-se que o entretenimento não é apenas quem vê em relação ao que vê, e sim as interações geradas. Eu acho que você não entende o fenômeno das séries porque não foi fisgado por alguma.

    1. Acho que não tenho muita chance de ser fisgado. Detesto o Sísifo das séries, detesto.

      Falo conhecendo pouco ou nada, mas falo por ter sentido enorme ojeriza, sem dúvida. São como novelas.

      Não duvido de modo algum que a média dos filmes seja inferior às séries, o cinema anda uma bosta mesmo, só queria ver algo realmente bom e imprevisível nas séries. HOuse me foi vendido como obra de arte…

  4. Não entendo muito desse negócio não, pois só uso tevê pra ver futebol e pouco além disso, nada de séries, novelas e, só de vez em quando, um telejornal, quem sabe algum filme, de preferência antigo. Rachel pôs um comentário no blog dela há muito, sobre questão afim, o que se segue:

    Educação e crianças na Internet

    Um excelente programa foi o Roda Vida de 01/12 (TV Cultura ou TV Brasil, 22:30 hs), onde o teórico em ciências da computação, Valdemar Setzer, brasileiro e professor, critica o uso da Internet (e outros meios audiovisuais, como a televisão) no processo educativo, ou mesmo como lazer, para criança até 14 anos. Amparado em pesquisas comportamentais, Setzer considera que os meios eletrônicos (não esquecer os videogames) são extremamente prejudiciais ao desenvolvimento da imaginação infantil e adolescente, suprimindo-lhes o exercício lógico e o distanciamento para exame de suas sensações e emoções. Diante dos estímulos visuais de tais origens, os processos mentais são cativos de um aturdimento que inibe a formação mental de consciências capazes de crítica e criação. Acrescento uma experiência pessoal recente: tentando ensinar crianças de oito a quatorze anos, deparei-me, em uma escola particular, com alunos completamente entorpecidos, incapazes de participar do processo dialético de aprendizagem. Nota-se em seus olhares a impossibilidade de “copiar” e “colar” no desenvolvimento de seus argumentos, afinal inexistentes. São crianças postas diante de games, tevê e Internet por um único critério de formação: não criar problemas para os pais, cujas vidas são difíceis o bastante para exigir-lhes a… criação e orientação de filhos!

    Outro dado interessante posto por Setzer: um general estadunidense escreveu um livro orientando os pais para que os filhos não brinquem com videogames. Mas por que? Porque, enquanto general, foi responsável por programas de “dessensibilização” de soldados, e o principal instrumento para desenvolver neles a insensibilidade, diante da necessidade de atirar e matar um “inimigo”, foram os videogames que simulavam situações de combate. Utilizando alvos tradicionais, de papel, aferiu-se que apenas 20% dos soldados atingiam a eficiência almejada (atirar e matar pessoas) enquanto que, treinados com videogames, o índice subiu a… 90%! Esses videogames foram posteriormente retrabalhados e postos à venda, chocando o seu criador, que hoje dedica-se a informar os pais sobre os efeitos desses produtos em crianças que, afinal, não estão sendo treinadas para batalhas reais, mas se tornarão insensíveis aos destinos humanos, conforme comprovam os estudos que condicionaram o uso do material em soldados.

    Devemos pensar nisso, e não nos submeter à suposta modernidade que, fazendo eco às necessidades econômicas, impõe o uso de meios audiovisuais, cujos resultados em educação são menos desejáveis do que muitos querem nos fazer supor.

    1. Preocupante o texto da Rachel, bá! Lembras que eu dava aula de matemática para uns alunos de colégio da periferia? Eram uns entorpecidos sem drogas!

    2. Excelente texto da Rachel! Como pai, o tema levantado me preocupa bastante. Minha completa inexperiência no assunto me deixa desconfiado quanto aos livros que “ensinam” sobre como criar os filhos. Nunca comprei um, e tão pouco teria paciência para submeter meu filho a um manual adestrador. Mas as tantas opções nocivas que estão por aí, como Tv, videogame, música primitiva, evidenciam que o esquema industrial criado para podar a crítica e o bom gosto e liberar a vertente de consumidor insaciável é algo de uma inteligência atroz e muito bem arraigada. Mas me vem o temor de, às custas de tentar dar ao Eric uma formação humanística, torná-lo um deslocado nessa sociedade rapina. Até onde o mal deve ser evitado, e até onde o oferecimento de sua apreciação teria uma ação imunológica? E sempre aparece uma dessas psicólogas canhestras dizendo que o videogame torna a criança mais inteligente. Valha-me Deus!

      1. Bem, nós não temos filhos e Rachel deixou de dar aulas para crianças quase que traumatizada. Quanto mais caras são as escolas, piores são os alunos, condições de ensino e ênfase em meios audiovisuais. Os livros são postos de lado como coisas do passado. Meninas tem estojos de maquiagem (meninas de 10 anos!). Sou reacionário de esquerda, acho isso intolerável!

        1. Dei aula durante um ano num colégio particular gabaritado da cidade onde moro, e comprovei a farsa conjunta que é o ensino pago nacional. Alunos contaminados pela preocupação dos pais em se mostrarem alicerces financeiros da sociedade, diretor e administração com as vozes bem postadas de sérios empreendedores espirituais, e o que eu via por sob esse véu ultra-transaparente eram pais sacrificados atolados na inadimplência e os velhos senhores da secretaria empenhados em pirotecnias de lousas digitais e sistemas integrados modernos para convencer os devedores de que a mensalidade era um pesado ônus que compensava: afinal esta-se investindo num nobre herdeiro.

          Minhas matérias eram filosofia e biologia. Vítima do ótimo nome da empresa, preparei a aula inaugural durante uma semana, refiz a conduta da espécie da ameba até a orelha nascida nas costas do rato de laboratório. Quando enfrentei a turba, terceiro ano colegial, a maioria pouco lembrava o que era uma célula. Na filosofia, me sentia como aquele pastor eclesiástico míope de um romance de Anatole France que, náufrago numa ilha de pinguins, confunde os bichos com seres humanos e os batiza a todos: falava para seres insondáveis, com uma outra clarividência alienígena.

          Cumpri o ano letivo até o final, e me demiti. Tenho uma aversão severa a adolescentes, não que os julge necessariamente idiotas, mas todos são, digamos…obstruídos por preocupações singulares. Também sou reacionário, e valorizo o que Niestche disse de que o conflito deixou de ser visto,pela sociedade moderna, como algo benéfico e a ser enfrentado, e se tornou matéria para terapia semanal.

        2. Como nunca fui nem nunca serei professor, só posso falar das coisas que ela me conta; experiências ruins com crianças, mas não 100% – tem sempre uns pobres coitados que justificam um cuidado e investimento, mas ela sente pena porque os vê enganados inclusive pelos pais, que trocam a atenção indispensável aos filhos pelos altos custos da educação que creem oferecer a eles…

          Pô, é assim mesmo, as pessoas fogem de conflitos; primeiro, porque se sentem inseguros de bancar e/ou defender ideias tolas, depois porque consideram as discussões, no final das contas, improdutivas (e não lucrativas); por último porque os debates normalmente atingem os bastiões de suas fés, ou fezes, e aí não tem demônio pra empurrar o cristão pro fórum, ou fódum.

          Sejamos burros, mas conscientes!

  5. Tchê, não sei exatamente tua posição a respeito, mas tenho ressalvas quanto a esse grande mito de como a televisão idiotiza as pessoas. Previsível, mesmo, é que tenham pesquisadores comprovando isso. Como nos anos 80, quando essa mesma escola gostava de atestar que ouvir rock deixava as pessoas mais violentas e menos higiênicas.

  6. Deve ser por isso que eu não consigo entender Tomás de Aquino… 🙂
    Falando sério, eu gosto muito de séries policiais como CSI e Criminal Minds. Sempre se pode aprender alguma coisa com elas. Gosto também de ficção científica, como Flash Forward e Fringe. Gostava da Law&Order e Law&Order SVU, mas cansei dos distúrbios mentais dos protagonistas. Os personagens são perturbados demais. Na vida real já teriam dado um tiro na cabeça ou se afundado na cachaça.
    De resto, é diversão gratuita. E tv serve para isso mesmo.

    1. Meu caro, o problema é que cansa mesmo. É o mesmo esquema, sempre. Há um roteiro padrão que cujas circunstâncias são mexidas. Fim. Enche o saco.

      1. Receita de bolo, tem prá todos os gostos, de laranja, chocolate, de maçã…………. Vê um viu todos. É um festival de remake, lost é uma ilha da fantasia só que sem o Baboo. Abraços

  7. Eu, sinceramente, não assisto televisão. Lembro de uma tira da Mafalda em que os quatro primeiros quadrinhos mostra uma série de crianças divulgando ao pé do ouvido alguma notícia assustadora, no último quadrinho aparecem em torno da genial menininha para lhe perguntarem, estupefatos: “em sua casa não tem televisão?”. Só fui comprar uma tv após me casar; quando morava só, me sentia puro sem nunca saber o que era BBB ou outra coisa que o valha.

    Mas a tv é onipresente. Por mais que se proteja dela, ela te pega em algum lugar. Minha esposa assiste a novelas, enquanto eu e a patota de cão e filho ou saímos pra caminhar ou ficamos curtindo uma musiquinha anticonvencional nos fundos da casa (o que eles já começam a gostar acima da média, meu hotweiller Miles Davis se aninhando num canto pra dar uma viajada, e meu filho sentando-se no meu colo pra folhear algum livrinho infantil e erguer a cabecinha diante alguma nota que lhe toque de maneira especial[ esses dias foi a coisa mais engraçada_ coisa de pai babão!_, quando coloquei “The Robots”, do Kraftwerk, uma música cheia de percussão espacial e barulhinhos marotos, o Eric, meu filho, apurou os ouvidos, entortou a cabecinha pro lado, e, adquirindo alguma acomodação ao som, pos-se a dançar ao ritmo da música, uma coreografia empolgante{ a mesma reação que o Miles fez ao ouvir, há tempos, a mesma música, sem dançar, é claro}])

    Daí a gente passa de frente a tv, por puro acaso, e uma cena me detem. É uma novela que passa na tv daquele bispo com a mais ovelina cara de demônio do mundo, o Edir Ma-credo; uma novela que minha esposa não assiste. E, amigos, pasmem: na novela passava ipsis litteris uma cena inteira copiada do romance do Dostoievski, Os Demônios, em que um rapaz, filho de uma das protagonistas, enfia os dedos pelas narinas do prefeito, e o leva arreado qual um cavalo, conduzindo-o por todo um salão cheio de pessoas chocadas. Acho até que os diálogos são os mesmos. Será então uma forma generosa e paleativa do autor da novela em passar alguma influência de uma arte maior para a platéia?

    (Sobre Lost, assisti às três temporadas em DVD,já enfastiado ao ver a mesmice dos últimos episódios. Mas, a descrição do Milton é tão certeira, que parece que ele assistiu à série.)

    1. Pois é, mas não vi.

      Vou te eleger o Pai Padrão deste blog. Meus filhos tb viram pouquíssima TV e nenhum deles teve ou pediu videogames.

      Yeah!

  8. Nem a TV, nem as series, nem videogames, os responsáveis pelos filhos são os pais.
    Sabe aquele botão on/off e só apertar, mas aí, para a maioria teriam que dar atenção, dar exemplo aí fica difícil né !!!!

      1. To lendo vários comentários reclamando das escolas, professores,etc. Mas 12 anos trabalhando numa escola posso afirmar como comentei acima sobre a Tv, a imensa (imensa mesmo) maioria dos pais (responsáveis em geral), não tem o menor compromisso com a educação, entenda-se esta como como algo geral para vida não somente escolar/academica.
        Atiram as crias dentro dos colégios e querem se eximir de responsabilidades, e pior quando e colégio particular pois enchem a boca para dizer “estou pagando”. Concordo contigo, melhor não te-los, porem quando os temos, qualifiquemos-nos, no fim das contas são eles que vão escolher nosso asilo!!! Abço

        1. Assino em baixo e por todos os lados!
          Minha filha estudou em colégio, mas responsabilidade eu cobrava dela. E sempre a incentivei a buscar a biblioteca e não ficar esperando só pelos professores, mesmo porque muitos tem conhecimento, mas didádica necas de pitibiriba e isso não acontece somente no primário ou colegial eu mesma tive um professor de direito civil (desembagador aposentado) que simplesmente não tinha o menor jeito para dar aula, mas como era amigo do reitor, sabe como é o tal do QI? Eu passei o semestre na biblioteca e fui a única que conseguiu entender a matéria e tirar nota 10 nas provas… ou seja a gente tem que ensinar os filhos a dar seus pulos 😀

  9. Assisto muito pouca tv, basicamente o jornal da globo, que coincide com minha chegada em casa do trampo. Enrolo um baseado e sento no sofá. Quando chega o Jô, já estou dormindo.

    Assisto (como passo o olho na VEJA quando cai na mão) só pra ter uma ideia de quão terrível está a coisa. Pra ter uma ideia do que andam querendo que a gente pense, tipo.

    Acho que a tv emburrece mais pela má qualidade que pelo ato de ver tv em si. Senão assistir um bom filme no DVD também emburreceria. Claro, o filme em geral acaba em duas horas, a TV, com sua fome comercial, tenta nos fazer grudados o máximo possível. TV emburrece, sem dúvidas.

    Agora, esse preâmbulo é só pra registrar um protesto: como disse um comentarista acima, você não sabe nada sobre LOST. Criticou sem saber. LOST não é mix de Robinson Cruzoe com novela. Claro que eu também achei que seria, lá no começo quando anunciaram um seriado dum povo perdido numa ilha misteriosa. Mas não é nada disso, LOST.

    Também não é nenhuma obra prima, claro, tem muitos defeitos inerentes ao formato e ao público, mas foi uma boa série, e estou certo que não fiquei mais burro por assistí-la.

    (O livro do Bioy Casares deve ser duca, valeu a dica do Tiagón).

    1. Sim, critiquei sem conhecer. Porém, acho até que não atirei minhas balas muito longe do alvo…

      A TV que existe emburrece, sem sombra de dúvida.

  10. Eu confesso: faço parte das pessoas que viram o Lost.
    Mas eu também baixava pela internet, o que, fora o atraso dos episódios e os comerciais, não diferia muito da TV. E assim como na TV, dependendo do que você vê, a Internet também pode emburrecer, como por exemplo lendo o site da Veja, se considerarmos alguns aspectos.

    Estes estudos são engraçados: consumir café ou chocolate pode fazer bem ou mal, dependendo de quando o estudo é publicado. Veja agora que brincar na areia pode deixar as crianças mais inteligentes (os parasitas intestinais também agradecem ao estudo publicado):

    http://odia.terra.com.br/portal/cienciaesaude/html/2010/5/sujinhos_e_mais_espertos_83806.html

    Como nossas crianças, de apartamento e escolinha de carpete, não têm contato com a sujeira, serão obviamente mais burras do que nós. Imagine vendo TV. Só falta descobrir agora que beber água direto da torneira ou na mangueira faz bem à saúde.

    Finalizando, nosso amigo Milton deve ter brincado muito com areia quando criança !

    PS: Não posso esquecer de levar um balde cheio de areia para atirar sobre o Fossati quando for no Beira-Rio.

  11. Oh, Milton.
    Retira do texto a parte em que você comenta sobre o Lost.
    Tá na cara que o adendo tá lá pra captar leitores desavisados por conta do barulho em torno do final da série.
    Cá entre nós, você não costuma usar esse tipo de artifício pobre por aqui.
    Além do que os seus two cents sobre a série, a gosto do não vi e não gostei, são bola fora de um tanto…

  12. O seriado The Good Wife é produzido por Tony Scott e Ridley Scott. Vale a pena dar uma olhada, nem que seja para apreciar a protagonista Julianna Margulies. Googleia nas imagens.

  13. Isso, irmão. Vamos lá, todos contra o novo grande satã do ocidente, o responsável por todo o mal da humanidade, a TV!
    Ora, faça-me o favor…

      1. Obviamente, a pesquisa científica que você mostrou foi feita em um escopo muito bem delimitado. Em primeiro lugar, foi feita apenas com crianças, que são o público mais suscetível a qualquer influência, justamente por ainda não terem uma identidade e uma inteligência consolidada. É um resultado assustador, concordo, principalmente levando-se em conta que o Canadá possúi uma educação de primeira qualidade. Acho que é indispensável um cuidado especial com todas as crianças do mundo, uma vez que é cediço que o conteúdo da televisão é, se não burro, no mínimo simplista e descontextualizado da vida real, além de repetitivo e massificador.

        Eu, particularmente, considero a televisão, com a programação que nela existe atualmente – mesmo com os múltiplos canais de uma TV paga – uma completa perda de tempo. Porém, amiúde me pergunto, ao observar o comportamento de diversos amigos e conhecidos telespectadores, se a televisão emburrece ou o público em geral que é burro demais para possibilitar uma TV de maior qualidade. É claro que não existe uma resposta simples e, na minha opinião, a culpa é dos dois lados. Da televisão, que se aproveita da fraqueza e ignorância das pessoas em geral para guiar o grande rebanho de uma burguesia que se julga a portadora da verdade, para transmitir a quem assiste uma visão limitada e superficial da vida, domesticando-os, para se beneficiar política e economicamente de uma situação lamentável dentro e fora dos seres humanos, benefício, obviamente, que visa em todos os casos o lucro, fim último e inquestionável do sistema capitalista. E também das pessoas que consomem, por diversos motivos, tais produtos, se tornando assim, frequentemente, subprodutos de tais consumos – e de outros consumos – além de componentes que mantêm um sistema pobre, como é o caso da televisão atual.

        Já poderíamos entrar em outra discussão, a de que, se a programação televisiva é feita com o propósito de proporcionar dinheiro às emissoras e grandes corporações – vide comerciais e tendências comportamentais, principalmente – não podemos questioná-la desde já, por não nascer de uma necessidade mais nobre ou, no mínimo, mais preocupada com a evolução e melhoria da sociedade. Preferirei, no entanto, fugir a este tópico por agora, uma vez que é algo polêmico e, infelizmente, muitas vezes até sagrado para a maioria das pessoas.

        Voltando ao curvilíneo fio da meada, eu acredito, sim, que a televisão possa ser usada de maneira mais construtiva. Acho que todo avanço tecnológico pode, não que tenha que ser necessariamente usado, nem que seja necessariamente o melhor, apenas por se constituir como tal, um chamado avanço. Mas, me desculpem os telemaníacos, vocês têm o inelutável direito de questionar, a televisão como existe agora é irreal e rotineira, não reflete em nada a diversidade e a realidade da vida. Como entretenimento é, na esmagadora maioria das vezes, fraca, apenas satisfazendo àqueles cuja demanda seja ainda mais fraca. Os programas são, em geral, de fácil digestão – o que os torna, para mim, chatos e perigosos. Como meio de informação é altamente duvidoso e limitado, acho que ninguém poderá duvidar que toda notícia e opinião que ali circula é cuidadosamente selecionada para refletir as crenças e interesses dos altos escalões das emissoras e companhia limitada. O pior, talvez, seja o hábito que ela cria, a necessidade de cultura cada vez mais fácil e pronta, a preguiça intelectual e até a diversão controlada, isso para não entrar em aspectos como substituição da própria vida, fetichismo e sadismo.

        Aliás, o pior, provavelmente, é que, pelas opções serem sempre as mesmas e sempre restritas a determinados assuntos e linhas de pensamento, de roteiro mesmo, a programação televisiva, muitas vezes até indiretamente, acaba por induzir a comportamentos e gostos idênticos ou muito similares nos telespectadores, o que pode ser muito bom para que o indivíduo sinta uma comunhão geral dentro de uma cultura simples e coletiva – quando digo simples não estou dizendo necessariamente ruim, mas apenas que ela não se espelha na diversidade e pluralidade da vida, que ela impossibilita a experimentação de outros aspectos – mas que é muito ruim por definir o que cada um deve ser, ou seja, que todos devem ser iguais ou parecidos.

        “A televisão matou a janela”, perspiscazmente Nelson Rodrigues nos alertou. Sim. A televisão desloca a observação da vida para um outro foco, que poderia, sim, ser uma forma de tornar mais expressiva tal observação, mas que, infelizmente, pelo que se observa na TV de nossos dias, é totalmente distorcido. A televisão de hoje é a falta de foco. Não só na vida, como também o indivíduo. A janela é muito mais rica, pois é a própria vida, e além de tudo, ainda é espontânea e insuspeitada. A televisão – em seus moldes presentes – é pronta e previsível. Pelo assunto ser muito vasto, me limitarei a apenas levantá-lo, não será possível aprofundá-lo no momento, e nem creio que seria interessante para a discussão. No mais, eu ainda diria que, por trás da televisão que existe hoje, há muitas más intenções, muita água turva.

        Gostaria de dizer algumas outras coisas, porém agora não me será possível em função do tempo escasso. Como desfecho para o meu extenso comentário, quero apenas dizer que acho muito importante discussões como esta, pois estamos aqui justamente para isso, construir algo, mesmo que uma idéia, para trocar gostos e opiniões. E eu acho que, pela influência que tem sobre a vida das pessoas, a televisão é um tópico de suma importância em nossa era.

        Abraços,
        Luis

  14. Milton, o meu comentário não era pra ser resposta a outro, se puder, desloque-o, por favor.

    A propósito, me lembrei agora de Groucho Marx, que disse que considerava a televisão muito educativa, pois toda vez que alguém a ligava ele ia à estante e procurava um bom livro para ler. Hahaha…

    Abraços.

  15. Acho essa merda dessas series idiotizantes mesmo!!
    So tenho uma duvida cruel:se os eua produzem esse lixo pq eles sao retardados ou,se o objetivo é manter as pessoas que as assistem retardadas!!!

  16. Em uma conversa num bar me disseram que as tais risadas vieram da comédia stand-up, onde os comediantes esperam as pessoas rirem. Menor idéia se é verdade.

    De qualquer forma, eu vejo séries. Sei lá. Seinfeld é muito engraçado. “The Big Bang Theory” também me faz rir um pouco; ainda mais porque sou físico e, né, já viu.

    Será que Groucho Marx teria um seriado se aparecesse hoje em dia?

  17. TV emborrece crianças?!! Só agora descobriram isso?!!! Eu já sabia faz tempo, mas sempre tive cuidado com o dedo apontado para frente: a culpa é da tv, do video game, do coleguinha atentado, enfim… tenho observado que o que tem emburrecido as crianças são os pais ausentes.
    Tenho uma prima que ficou um bom tempo tentando engravidar e depois que teve a filha não demorou separar-se do marido e foi o marido que ficou com a guarda da criança pois ela percebeu que não tinha o menor instinto maternal e quando conversamos ela sempre diz: “Ro você não pode reclamar de nada pois sua filha é uma benção”… como diz o ditado todo mundo vê a pinga que a gente toma, mas não vê os tombos que a gente leva. Se hoje tenho uma filha de ‘cuca legal’ é porque trabalhei duro para isso. Ela nasceu (na minha opinião) na pior década: 90. Mas nem por isso usou botinhas, sainhas curtinhas e descia na boquinha da garrafa. Ela cresceu com livros, brincadeiras e tinha como única obrigação estudar, ou seja: não permiti que ela fosse uma criança ‘adulterada’… Tinha horário regulado para assistir os programas da TV Cultura, brincar (incluso video game) , fazer as refeições etc… Criar filho é uma constante trabalheira, minha gente, e requer tempo e dedicação.
    Quanto às séries: apesar de não ter achado graça em alguns dos epsódios gostei de Friends. Não gostei de House e Sex end the City, mas tenho acompanhado Lost e Grey’s Anatomy e gosto muito e não me sinto menos inteligente por isso, mesmo porque não faço só isso da vida: trabalho, estudo, leio jornais e pelo menos a cada dois meses estou terminando um livro e começando outro. 😀

  18. Milton, não tive paciência para ler todos os comentários pois são muitos, mas vou concordar com alguns que apareceram por aí e discordar de uma opinião tua: séries não são como novelas, não as boas. Acho muito complicado demonizar um meio, tratar a tv como um lixo em geral. Seria o mesmo que demonizar o jornal, tomando-o como a grande mídia, são coisas diferentes, o meio, o mensageiro e a mensagem.
    A tv, assim como o cinema, o teatro, a literatura, a música, a política (ad infinitum) tem sempre algo de bom e de ruim a oferecer. Existem grandes séries sendo produzidas atualmente, basta saber escolher. Cito-lhe três: United States of Tara, Modern Family e Parks and Recreations. Todas sem claques e ótimos exemplos do que é tv bem produzida: bom texto, bons argumentos, boa edição…
    Como sociólogo, entretanto, meu foco é outro: a pesquisa citada em si. Fazer pesquisa é sempre uma faca de dois gumes, especialmente quando vai se tratar de algo tão complexo quanto educação e conhecimento. Essa é uma pesquisa publicada num caderno de medicina, pelo qual pressuponho ter sido realizada por médicos, biólogos, etc. Me ponho a pensar se foram levados em consideração outros fatores, de ordem social.
    Uma das conclusões foi a que as crianças que mais veem tv estão mais sujeitas a dificuldades de aprendizado, bullying e obesidade. Não seria isso a simples constatação de que crianças que passam muito tempo a frente da tv tem pais relapsos, irresponsáveis e incapazes de estabelecer uma rotina de atividades, acompanhamento e cuidado, que tanto distancie a criança da tv em prol de outras atividades mais lúdicas e ativas, quanto estabeleça uma alimentação saudável, respeito ao próximo e à diversidade, além do prazer pela cultura e pelo conhecimento?
    Me parece muito mais fácil acreditar que o comportamento infantil se deva à atenção e encorajamento (ou falta dos mesmos) dos pais e pares do que ao fato de assistirem tv, por mais que a influência dessa possa ser mais nociva que saudável, especialmente sem a supervisão de um adulto consciente. Se parares para pensar, a obesidade, as dificuldades de aprendizado e o bullying estão todos ligados à pais ausentes ou incapazes de estabelecer limites.
    Enfim, acho que o excesso de tv é mais a consequência do que a causa desse fenômeno: é o reflexo de uma geração de pais que prefere largar uma criança na frente da tv a ter de efetivamente educa-la e conviver com ela, afetando cruelmente a vida das mesmas.

  19. Advogado do diabo.

    E se, Albert Einstein, Nietzsche e Chico Buarque tivessem passado as suas respectivas infâncias assistindo televisão, e Carla Peres, Collor e George W. Bush, tivessem passado a infância jogando peão e empinando pipa? Alguém consegue imaginar, a genialidade saindo do lado de lá e vindo para o lado de cá?
    Mas! Os três primeiros não assistiram televisão, já os outros sim. Talvez seja isso né?

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