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  1. Sobre Itamar, escrevi ontem no blog do Gelso:

    “Rapaz, não tenho respeito nenhum por Itamar Franco. Explico: sem “nacionalismo” é por demais programático, clichê, bom-tom de político conservador. O governo dele se dispôs a encampar uma mentira, Efeagagá, como o anti-Lula possível, a bor do um engodo, chamado Plano Real, cuja única originalidade, a URV, mecanismo de recomposição e reenquadramento de preços mais sofisticado do que o mero corte de zeros, foi posta em paralelo às estratégias normais de redução de inflação, quais sejam, arrocho salarial, arrocho monetário, privatizações. Somando essas três ao irreal dólar a 1 real, teremos um quadro recessivo brutal com quebradeira da indústria e redução de demanda, impossibilitando alta de preços. O custo social: imenso. O prestígio obtido: alto, contando com apoio midiático que nada mais é do que a velha classe dominante apoioando a si mesma, a preservação da sua espécie e manutenção do regime depauperador do trabalho e, consequentemente do trabalhador. Itamar quem? Ora, francamente… “

    1. Não guardo nenhum amor por Itamar, nem por seus fuscas. apenas estou comemoro harmonia entre ele e um dos homens que ladeava seu caixão no dia de ontem.

    2. Não sou fã de FHC mas devo dizer que sua análise do plano real é muito rasa. O maior mérito dele foi acabar com a inflação inercial. Procure pesquisar sobre o Departamento de Economia da PUC do Rio e seus três professores que criaram as bases do plano real.

      1. O pobrema é que é impossível ser profundo em 10 linhas, né? Fica fácil acabar com a inflação inercial quando você comprime a indexação pela conversão e depois aplica as práticas recessivas e, por fim, constrole institucional sobre os salários, embora não sobre os preços e muito menos dos preços praticados pelas empresas privatizadas (essas ganham aumento além de qualquer IGP da vida). ganha o “mercado” (que continua servindo os 20 milhões de consumidores de praxe) e se fodem os sem-mercado (desempregados, sub-empregados, desassistidos em geral), e o país fica numa boa, atolado no subdesenvolvimento que serve aos interesses de poucos. Por fim, no Depto. da PUC não preciso ir para saber que os alunos lá formados são todos gênios de uma disciplina pseudo-científica disciplinada para servir aos interesses do capitalismo, né?

  2. Melhor do que ficar discutindo sobre isso é fazer um simples exercício de colegial, como eu fiz há alguns meses. Peguem uma edição atualizada da História do Brasil, destas do segundo grau, pode ser qualquer uma, da moda “crítica”, de propensões à esquerda, de direita, de centro, patrocinada ou não por alguma lei federal. Atravessem as 400 páginas, pulando os exercícios, e cheguem ao final. A impressão que dá é externalizada pela frase: “mas é só isso?”. Olha-se de um lado a outro do volume para ver se não faltam ao menos algumas páginas de desculpas ou de invenções fantásticas compensatórias_ a espera da página secreta na Enciclopédia Britânica do conto de Borges. Uma historinha miúda, sem heróis, sem dignidade, sem façanhas de coragem, revoluções, mortos gloriosos. Nem sequer um simples tocador de flauta com boas intenções. Da primeira capitania hereditária; de Deodoro a Lula, um bando de tralhas.

    Daí que sempre me parece um tanto apiedante para personagens que exerceram tão somente uma distante participação de coadjuvantes, como nós, “o povo”, essa discussão renitente e sem objetivo de qual dos galardões da pátria foi o melhor, se FHC ou Lula. Para mim, o melhor mesmo foi o Figueiredo, o único que não foi hipócrita e compreendeu o sentido dessa farsa toda. O único que compõs o frontispício adequado para todo túmulo de ex-dignitários nacionais: “Me esqueçam.”

  3. FHC se apropriou do Real do Itamar, assim como, na mesma época, Britto se apropriou das vantagens dos 147% de “aumento” para os aposentados do INSS do Mendes Ribeiro (o pai do atual Deputado que morreu de desgosto em seguida) sendo eleito governador do RS na mesma eleição do FH.

    Meu indexador no início do Plano Real, para ver se iria dar certo, era um Kinder Ovo com surpresa, que custava R$ 0,90 (US$ 1,00) em 1994. Hoje está R$ 2,97 embora o Dólar esteja a R$ 1,50. O certo seria criar a UKO (unidade Kinder ovo)

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