Conversinha despreocupada sobre o Grêmio, o Inter e o Fux

Uma das manchetes dos jornais de hoje é “Grêmio vai decidir vaga no Chile”. Ela é correta, mas desatualizada: isto já estava decidido desde a quarta-feira passada. Era uma questão matemática. O jogo de ontem não era decisivo para a classificação, apenas apontaria se o Grêmio precisaria vencer ou empatar no Chile. O que já está decidido é que o tricolor entrará em posição desfavorável nos play-offs. E, se apenas empatar, ficará com míseros 8 pontos e lá na rabada. O Grêmio deverá disputar quase todos os segundos jogos dos mata-matas fora de casa, o que talvez seja bom, pois o retrospecto do time na Arena não é dos melhores.

Sobre Cris. Se Barcos surpreende por ter jogado a âncora, já era sabido que o Cris era descontrolado como D`Alessandro. Apesar de eu lembrar perfeitamente de agressões e expulsões de Cris em clássicos mineiros, mesmo assim me surpreendi com o modo súbito como ele passou a chutar o Rafael Sóbis. Nenhum colorado gosta de ver Sóbis apanhar. A gente lembra do São Paulo, do Chivas e se identifica com o cara… Até quando ele perde gols incríveis como o de ontem. Os colorados sabem que Sóbis não foi inteiramente ingênuo na expulsão — na segunda chegada de Cris, o ex-atacante do Inter esperou o careca com o cotovelo preparado, mas nada justifica a atitude do zagueiro que já tinha dado um joelhaço na primeira chegada. Na contabilidade que um gremista fez ontem no twitter, o Cris teria merecido três cartões amarelos no mesmo lance e Sóbis um. Sua expulsão no primeiro tempo esculhambou de vez um time que não jogava bem.

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Jogar bem também não é uma característica do Inter recente. Nós fizemos uma (re)descoberta nos últimos jogos: não temos reservas. As entradas de Airton, Dátolo e Rafael Moura enterraram o time naquela situação que já conhecíamos de anos anteriores. Tudo volta a depender de D`Alessandro e, ora, os adversários não são trouxas e marcam e provocam o argentino. Os constantes erros de passes voltaram. Airton não acerta um passe de 5 m; Dátolo tem comportamento de craque — quer driblar, bater todas as faltas, mandar no time — , mas erra TUDO; e Rafael Moura parece um fungo no meio da defesa adversária. E vocês sabem, ruindade pega. Então Fabrício deixou de ir à linha de fundo, Forlán voltou a ser a mosca tonta e o futebol sumiu. Nada supera o baixo nível técnico.

Ontem, D`Alessandro reuniu os jogadores no gramado. Pediu para Dunga se retirar e, dizem, a conversa foi forte. Assunto: a queda de rendimento do líder do campeonato. Poderiam ter falado em treinar passes e jogadas ensaiadas, né?

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OK, Cesare Lombroso era um equivocado e eu mesmo já me enganei com caras e gestos — principalmente com mulheres — , mas o fato é que minhas primeiras impressões revelam-se, habitualmente, muito exatas. Digo de longe, sem compromisso com a verdade, que Luiz Fux não é confiável. Está estampado no somatório de cara, óculos, penteado, movimentos, modo de falar, etc. Lombrosiano é uma expressão forte, Fux não deve ser um criminoso como os descritos pelo médico italiano. Na verdade, pouco sei de sua biografia, só de seu intenso trabalho político para chegar ao STF e de seus pedidos a José Dirceu por uma forcinha; ou seja, não posso acusá-lo de nada, só de ter cara e jeito de pilantra. É um juiz com jeito de bicheiro decaído — imaginem-no com uma camisa colorida! — , com aquele cabelinho de músico brega que quer ser eternamente jovem. Se ele cantasse boleros, não o acharia lombrosiano. Isso, descobri! Ele está apenas fora de seu habitat.

Na boa, jamais proporia que ele passeasse com a Juno. Contrariamente, emprestaria a Juno para o Joaquim Barbosa, que voltaria do passeio irritado e com dores nas costas. Esse não muda de ideia, se dissesse que passearia, passearia. Já o Fux talvez a vendesse.

A da esquerda é a Juno: nada de passeios com o Fux, tá?

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  1. Milton, a comparação do Cris com o D’Alessandro não faz sentido algum. O D’Alessandro tem tempero e o Cris destempero.

    Emprestaria Juno para o José Dirceu?

  2. Se não me engano, Milton, Cris deu rasteira no… Raynner (?), não no Sóbis. Isso parece uma doença que Freud diagnosticou com “paranóia colorada”. Ou então eu me engano e a doença é meramente uma cegueira tipicamente carioca, provocada pelo excesso de raios solares.

    Tava almoçando outro dia e entrou o Fux no restaurante. Ele parece um personagem de Balzac, rábula ordinário, que disfarça a sujeira interior e exterior com os cabelos gomalinados. Usava óculos escuros, e a voz afetada não deixou margem para dúvidas, embora isso não importe nada. Só o jeito de querer se esconder na mesa mais distante, feito um gângster, e falar ao telefone com aquele palavreado repleto de eufemismos. A família dele é conhecida aqui no Rio; uma sucessão de endinheirados com muitas propriedades imóveis. Isso credencia ou descredencia?

  3. Na minha opinião, não foi falta no lance do cartão vermelho do Cris.
    Inclusive o Gremio deveria pedir efeito suspensivo, para ele poder jogar no Chile.
    😉

  4. Claro, o Fux promete mundos e fundos para ser escolhido para o STF (inclusive inocentar os mensaleiros), É ESCOLHIDO, não cumpre o que prometeu, e só ele é o sacana, não é mesmo? Queria entender a lógica esquerdista…

    Ad hominem contra o Barbosa já cansaram, agora é a hora de tentar difamar outro, até que algum dia todo mundo realmente pense que o STF condenou injustamente os canalhas.

  5. Zé Dirceu, claro, não fez nada errado ao conversar com Fux. E Dilma, claro, não fez nada errado ao nomear Fux, após este ter conversado com Zé Dirceu. Tirando o voto de Fux, Zé Dirceu ainda continuaria condenado pelo STF, mas claro, ninguém imagina Zé Dirceu com camisa, penteado e jeito de pilantra.

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