Desta vez o Grêmio será finalmente punido? (com imagens dos insultos)

Aranha protesta contra os insultos.
Aranha protesta contra os insultos.

A maioria de meus amigos é gremista e acho que nenhum deles chegou próximo de me fazer alguma consideração que  roçasse o racismo. Nunca. Porém, quando determinados torcedores gremistas se juntam e ficam com raiva, seu descontrole cai nesta direção. Digo isso, porque tais posturas já se tornaram rotineiras. Por que sua comoção torna-se ódio?

Vou a estádios e sei o quanto irrita quando o goleiro adversário para o jogo atirando-se ao gramado, simulando uma lesão. É uma atitude comum na América Latina e considero-a altamente desonesta. Mas estamos num jogo, senhores, e, se o juiz permite, pode ser usado. Com isso, digo que A CULPA É DO JUIZ.

Infelizmente, acho que a única forma de acabar ou diminuir tais insultos — já houve um caso semelhante com o Paulão, do Inter — é a de punir o clube. Por exemplo, por que os torcedores não jogam mais objetos nos jogadores adversários? Ora, porque é punição é severa e um regula o outro na arquibancada. Já se “naturalizou” o fato de que não é para atirar objetos em campo — as punições ensinaram que tal comportamento é incorreto. Sabe-se do prejuízo que pode acarretar ao clube. Ora, um objeto jogado no gramado é menos grave do que um insulto racista? Certamente não. Racismo não caso para se relativizar. É caso para punir e extirpar.

Namoro antigo com o racismo
Um namoro antigo com o racismo

Desta forma, sou favorável a clube seja punido. Se fosse com o meu Inter, teria a mesma opinião. Punir apenas os que gritaram é inútil. Como disse a gremista Mayara Bacelar em seu perfil do Facebook, o histórico de aberrações cometidos por parte da torcida gremista é tão vergonhoso — basta lembrar o recente coro “O Fernandão morreu” — que não tem como continuar a apoiar ou se identificar com ela. Ela envergonha todos os gaúchos, gremistas ou não.

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  1. Não sou ingênuo a ponto de pensar que só os gremistas são racistas no RS. Fazemos parte da mesma sociedade e somos iguais. O que digo e repito é que tais manifestações hediondas, feitas sob o manto do anonimato, só têm aparecido por lá.

  2. De acordo. E, como gremista, estou cansado disso.
    Sou contra a punição ao clube (por que eu serei punido, não podendo ir aos jogos?), mas acho que sem isso e a punição dos responsáveis, isto não terá fim.
    Abraços.

  3. Pois é, Daniel. Tenho 57 anos e lembro que, nos anos 60 e 70, quando o Inter perdia, era habitual eu ver colorados tirarem o pano da bandeira e atirarem o mastro em direção ao campo. Era como uma lança. Os jogadores entravam em campo se esquivando. Hoje, um cara que fizesse isso seria reprimido pela própria torcida. O motivo? As punições. Olha, estou convencido de que a solução é punir. O torcedor — principalmente as organizadas — têm que sofrer um pouco (ou o suficiente), ao que me parece.

  4. a torcida não é a representação de um clube. fala por si.
    a torcedora não é a representação de uma torcida. fala por ela.
    no caso de um resultado observável (objetos jogados em campo, invasão, briga na arquibancada, o SOM da palavra macaco) sem atores individuais observados, pode-se até cogitar de punir o clube, na esperança um tanto vaga de que o torcedor irritado ame mais seu time que a expressão de sua irritação (quem garante? por que vou supor que essa menina do vídeo é torcedora do grêmio desde sempre e sempre será? que já fez um sacrificiozinho?).
    porém (e nem por isso sou um entusiasta desse modelo panóptico), no caso de identificação individual, acho que o primeiro passo deveria ser a punição exercida pelo próprio clube. que sejam banidos os torcedores identificados, que a torcida seja educada de dentro.
    depois, se necessário, que o caso seja de polícia.

    opinião de um colorado.

  5. O futebol me é indiferente. Não assisto nem jogo de seleção na televisão…
    Mas me pergunto: e se a moça tivesse gritado “fdp” (por extenso) ou “m…” (integralmente) ou “boiola” ou “pobretão”, o que teria acontecido?
    E se o goleiro fosse albino e ela tivesse gritado “barata branca”, o que teria acontecido?
    E se o goleiro fosse alemão e ela tivesse gritado “alemão batata”, o que teria acontecido?
    E se o goleiro fosse italiano e ela tivesse gritado “carcamano” ou “mafioso” ou “gringo” ou “polentão”, o que teria acontecido?
    De todo modo, fico feliz em ver o Milton Ribeiro reconhecer que, muitas vezes, é necessário punir…

    1. Não que eu considere correto ou desculpável o procedimento desta moça. Só me pergunto se nas outras circunstâncias a repercussão seria a mesma.

        1. Para não ir muito longe, basta voltar ao período da segunda guerra mundial. Ou então perguntar ao pessoal mais antigo da região italiana como era o tratamento recebido pelos colonos nos centros urbanos.

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