A Porca Noiva

O dia de ontem foi excelente. Eu e a Elena fomos ao Margs — a exposição das ‘últimas aquisições’ é muito legal –, tivemos um breve encontro com os queridos Bruno Alencastro e Ramiro Furquim, depois uma ida ao café do Santander, outra às exposições da CCMQ — todas elas lastimáveis –, jantamos num bom restaurante da Andradas (Buteko sei-lá-o-que), entramos no cinema para ver o ótimo O Sal da Terra e finalizamos com um suco misto na Lancheria do Parque. Para terminar, quando cheguei em casa, fiquei sabendo de Coritiba 2 x 0 Grêmio. Perfeito, apesar de que o Bruno e o Ramiro não devem ter gostado…

O ponto alto da exposição do Margs foi a Porca Noiva, de Evenir Comerlato. A primeira foto é ruim, mas depois dá para ver a qualidade e o dantesco da obra. Como em Esopo, em cujos escritos os animais falam e têm características humanas, aqui a porca vai se casar. E está toda esperançosa com seu véu. Mas há um detalhe, a aliança não cabe em sua pata de porca, o que dá espaço para pensarmos que a artista acha que tais animais não sejam adequados a um casório. Também veste preto, como aquela noiva de Truffaut que depois matava seus maridos. Outra interpretação possível é a de ver muito ódio ou desistência, pois, se observarmos bem a pata direita da porca, veremos mal disfarçados dedos humanos, o que talvez mostre que a porca é um ser humano. A aliança também vai nessa direção, não? E as unhas, das quais as noivas tanto cuidam?

Bem, vão ao Margs e tirem suas conclusões.
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2 comments / Add your comment below

  1. Off-topic (ou nem tanto): a Veja transformou a tragédia Fausto, de Goethe, em romance. E a ironia é que justo em uma dessas matérias estupidificadas da revista, que ora fala de QIs.

    “Johann Goethe
    A medida de QI estimada do escritor alemão varia de 210 a 225. Seu romance “Fausto”, publicado em 1808, ainda hoje é considerado uma das maiores obras-primas da literatura alemã.”

    http://veja.abril.com.br/noticia/educacao/as-dez-pessoas-mais-inteligentes-da-historia

  2. Romance Fausto…. Céus! O pior é que seria benigno demais pensar que o jornalista confundiu com o romance de Thomas Mann. O mais provável é que nunca tenha ouvido falar nele.

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