Breve comentário sobre a Feira do Livro de Porto Alegre 2023

Dei uma passada na Feira agora e a coisa é de chorar. É uma feira de editoras, distribuidoras e sebos. Os sebos sabem vender, claro, os outros não. As editoras enfiam seus próprios livros, as distribuidoras não têm prática de vendas e enfiam o que têm, mas o principal, penso é, o que elas NÃO TÊM. Por exemplo, a distribuidora da Cia das Letras trouxe, por alguma razão, um acervo curtíssimo — quase nada — da dita cuja. Então, a maior editora brasileira está pessimamente representada. Procurem pelos livros da Cia! É triste. As livrarias que têm curadoria não estão na Feira porque ir à Feira é absurdamente caro. A minha Bamboletras não está lá, a Taverna não está lá, a Paralelo 30 não está lá, nem a Via Sapiens. Ou seja, as melhores tiveram que abrir mão da festa por falta de grana. O que tem é gente dizendo que “tudo é ótimo” e que “temos de tudo”. Dá vontade fazer uma barraca escrito LIVRARIA. Pois é tudo o que não há.

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  1. O não governo deveria financiar essas feiras por todo o país? Na minha completa ignorância a respeito do assunto, eu acho que deveria ter um investimento pesado para fomentar coisas do tipo. E isso nem é caro para o governo. Se eu fosse ministro da educação, instituiria um feriado escolar nacional do livro, no dia do nascimento de Machado de Assis, para que escolas fizessem feira internas com concursos de redação, crônicas e contos. Estimularia jornais escolares. As pessoas só passarão a ler quando o livro (físico, principalmente) fizer parte do cotidiano delas. Essas crianças sequer estão tendo um livro na mão. Estamos vendo o mercado morrer à míngua. Esses merdas de influenciadores digitais, cuja consciência social é quase zero, poderiam ajudar também.

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