E não é que o Rio ganhou?

Eu queria.

Comentário do crasso e civilizadíssimo carioca Marcos Nunes:

Queres morrer de rir? leia os comentários furibundos dos leitores da Folha SP. Putz, os cara e as mina moram em São Paulo e falam do Rio com uma propriedade que tô até com medo de ir à rua no final do expediente… Assaltos, balas perdidas, políticos a roda, favelas desabando sobre as avenidas… Vou ignorar que, à minha frente, tenho a plácida (e, ainda bem, distante – pelo mau cheiro) Baía de Guanabara, cercada pelo Aterro do Flamengo, verdejante, e, numa pequena enseada, os barquinhos circulando em torno da Marina da Glória. Atrás de mim, Santa Teresa, seu burburinho riponguístico, artistas cercados de favelas por todos os lados, cujos habitantes são ainda mais artistas, apesar de nada riponguísticos… Ah, quanta depressão forçada, dor-de-cotovelo porque teremos Copa, Olimpíadas, temos “o cara”, crise virou marola e o mercado interno cresce, cresce… Ah, tem uns probleminhas de distribuição de renda, corrupção, depredação ambiental, privilégios concedidos a latifundiários, e… e… e… e… e…, por aí vai, mas sempre lembro às pessoas, ô, cambada, lembram de fato os anos Efeagagá? Mas lembram mesmo? Pô, tá ruim, mas, putz, olha lá dez anos atrás, o que a gente tinha pela frente? Nada, cara, nada. Hoje a gente pode ter só ilusão, mas nem isso dava pra ter naquela época. Então deix’eu rumar pr’as ruas e pr’o meu bar beber meu vinho e, sim, comemorar mais essa, que será bom, será caótico, será o que será caralhos!