Bolsonaro assume homossexualismo e revela companheiro negro

OK, OK, é 1º de abril e vale tudo. Mas vejam esta matéria que contém esta pérola do pensamento bolsonariano, agora defendendo que os filhos gays tomem porrada:

O filho começa a ficar assim meio gayzinho, leva um coro, ele muda o comportamento dele. Olha, eu vejo muita gente por aí dizendo: ainda bem que eu levei umas palmadas, meu pai me ensinou a ser homem.

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  1. Peraí, esse mesmo Bolsonaro é aquele que propôs a esterilização de mendigos? (Não estou assistindo muito noticiário nacional, por isso a dúvida.)

    É certa aquela acusação do Millôr (acho que foi ele) de que trata-se de uma redundância o termo “inteligência militar”. Vi na tv na semana passada uma parte do desfile dos aprovados no concurso de oficais da PM aqui de Goiás. Após meses de treinamento duro, dizia um comandante do exército, esses jovens estão preparados para assumir comandos na hierarquia da polícia. Moças e rapazes vestidos com fardas de honra desfilando de cima a baixo, sob os holofotes e vistas enfadadas dos sempriternos coronéis, majores, comandantes. E uma das alunas na entrevista declarando: “a minha daqui para a frente é toda dedicada à polícia”. Enquanto algumas das facções internas das polícias estão sendo desmanteladas, com assassinos governamentais presos por extermínio, e a eterna derrota dos revisionistas sobre a condenação dos torturadores do regime militar vai sendo sacramenta por um governo de esquerda de restritas vistas grossas, esses adolescentes com cursos superiores seguem no rumo contrário ao da evolução social, abaixando a cabeça para o seu lado mais ineficaz, obsoleto e auto-adulador. Não se enganem achando que esse Bolsonaro não tem amplo apoio por grande parte da sociedade, que são espertos o bastante para mascararem-se de ponderação diante a opinião pública.

  2. “Inteligência militar” não é redundância, mas contradição em termos; redundância seria “estupidez militar”. Diferentemente de 90% dos caras que conheço, o infeliz aqui passou 1 ano nas hostes militares, Batalhão de Engenharia e Combate, em Santa Cruz. Se alguém quer uma prova que um sistema pautado em rígida hierarquia e obediência cega não funciona, integre algum batalhão desses por aí, nem que seja para ser expulso depois de cinco dias. Já ficar um ano é garantia de lesões cerebrais irreversíveis; só por causa dessa merda estou aqui agora mais torto que Stephen Hawking.

  3. Quando fiz 18 anos, minha mãe me mandou para uma cidade interiorana no norte de Minas, onde seu irmão tem um cartório e as cartas certas na manga. O propósito era fazer tudo que estabelecia o “não aprovamento” nas exigências da junta militar para que NÃO me convocassem. Era mais fácil ser dispensado alistando-se em cidades pequenas, não me lembro muito bem por quê. Meu tio, vendo a minha preocupação em não perder um ano em sacrifício ao governo, me disse que a situação absolutamente infalível era me declarar gay. “Eles nunca pegam gays.” Eu tinha que fazer meus passes ensaiados da masculinidade escandalizada da adolescência, por isso retruquei: “Cê tá maluco, gay? declarar-me gay? Jamais!”. Mas isso ficou rondando minha cabeça até que, no momento que achei propício, afirmei que não haveria problema, já que era apenas uma ação circunstancial para resolver um problema, que, em resumo, eu poderia até apertar as calças para erguer a bundinha e rebolar diante a junta, contanto que não me mandassem para o exército (misturou-se tudo do que assistira do Hair). Mas daí meu tio me alertou, com a cara de gozador: “Só que eles tascam um código numérico em sua carteira de dispensa que equivale a “homossexual”, e todo o universo acaba sabendo.”

    Não sei se esse código existia realmente. Mas acho estranho que, há 20 anos, o homossexualismo fosse algo como uma lepra nos tempos de Cristo. Era algo abominável e do qual a maioria dos adolescentes purgava um peso de repressão, vindo dos pais, em policiar qualquer indício de comportamento pendente para esse lado. Me lembro que meu pai tinha uma preocupação danada com isso. Eu morava com minha mãe e umas tias (avaliando em retrospecto, é quase um milagre eu nunca ter sentido qualquer comisseração por dar o rabo!), e meus pais eram separados. Para se livrar de qualquer culpa vinda da omissão, meu pai me ensinara a me masturbar, quando eu tinha uns dez anos.

    1. Segundo consta, o tenente-coronel que era o chefete do meu batalhão era viado. Outros viados faziam a delícia dos presos e escalados para guarda. Nunca passou pela cabeça dos caras que homossexual é o cara que faz sexo com outra pessoa do mesmo sexo, quer ativa, passiva ou parcipativamente. Eles poderiam até não alistar viados escrachados, mas os discretos, ótimo, pois assim eram eles também. Uma questão de elegância da masculinidade viril devotada a seus pares, como expressão da perfeição humana não maculada por uma racha sangrenta. Não é à toa que se matam obedecendo ordens.

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