Sérgio Cabral sanciona a Lei Myrian Rios, "da moral e dos bons costumes"

No ano passado, a ex-atriz e atual deputada pelo PSD Myrian Rios, declarou que jamais contrataria homossexuais ou pedófilos para trabalharem com ela… Agora, ela criou uma lei retórica e patética, sem nenhuma chance de ser aplicável seriamente. A coisa não pode ser mais vaga: a lei promoverá o resgate da cidadania, o fortalecimento das relações humanas e a valorização da família, da escola e da comunidade “como um todo”. Será posta em prática através de parcerias com as prefeituras e a sociedade civil.

O que eu gostaria de saber é onde devemos guardar essas revistas agora, após a promulgação da lei. Vão nos prender?

Depois de sua fase hardcore, a santa criatura já fez várias tentativas de santificação. Primeiro, esteve casada com o Papai Noel  Roberto Carlos por onze anos.

Não deu certo. Então ela passou a frequentar a Renovação Carismática da Igreja Católica. Myrian foi uma eficiente crédula. Conseguiu aprovar uma emenda orçamentária que destinava R$ 5 milhões à Jornada Mundial da Juventude, um evento católico.

Mas não deu certo. Hoje é evangélica e vai aos cultos da Igreja Internacional da Graça de Deus, em Copacabana, zona sul do Rio. “Tenho fome de entender a Bíblia.”

Acho que também não está dando certo. Não deve estar conseguindo entender a Bíblia, apesar do texto fácil.

Então, hoje enche o nosso saco. E eu, que pensava que a cidadania e os valores éticos não surgiam por meio de leis? E eu, que pensava que o estado devia ser laico?

15 comments / Add your comment below

  1. Milton
    Pelo que li no ricardo setti (veja), ela não disse que não contrataris homossexuais e pedófilo (eu também não contrataria um pedófilo ).
    Pior ela não contrataria homossexuais por serem pedófilos.
    Se no primeiro caso já é o que é, no segundo é muito pior. Sugiro corrigir.

      1. Dizer que homossexuais são pedófilos não dá processo?
        Ela tem o direito de não querer homossexuais na casa dela (e eu ela na minha), mas generalizar a pedofilia aí é agressão e incitação ao ódio.

  2. Querido Milton, eu não sei o teor da tal Lei, também não aprovo grande parte das coisas que ela diz, mas não posso aceitar que um homem da tua qualidade não possa dar uma chance a uma pessoa de mudar. Ela estava trabalhando na revista, tu sabes, né? É uma foto de trabalho. Eu acabo sempre ficando do lado das mulheres, Milton, mesmo que equivocadas.
    Abçs

    1. Concordo com a Ana Carolina.

      O texto do Milton foi, infelizmente, puro ad hominem.

      Fora que, apesar do erro de confundir homossexual com pedófilo, acho que as pessoas têm todo o direito de contratar quem quiser sim.

      Isso se chama liberdade. Só que o politicamente correto não aceita. Acha que um dono de restaurante, por exemplo, deve ser obrigado a ver um casal gay (feminino ou masculino) se beijando em seu estabelecimento e aceitar.

      Ora, por acaso alguém aqui é obrigado a levar dois homossexuais para a sua casa e ficar vendo os dois se beijarem? Obviamente que não.

      Por que em um restaurante, que é algo privado, o dono é?

      Do mesmo jeito que não será uma lei que fará as pessoas resgatarem a moralidade e a importância da família, não será uma lei que fará as pessoas gostarem ou não das outras.

      O máximo que o Direito Natural exige é proteção contra a vida e seus bens.

      E isso todo cidadão, seja ele homossexual, negro, gordo ou qualquer outra “minoria”, já está amparado pelo direito penal.

      Enfim, só para refletir.

  3. Só que, em minha opinião, é exatamente o contrário. Era uma arrivista tirando a roupa, uma arrivista com RC, uma arrivista religiosa e agora uma arrivista política. É uma trajetória perfeita, sempre coerente.

    1. Milton,

      “Texto fácil”? Livros históricos, poéticos, proféticos, trechos em prosa, outros em versos, 66 livros na versão protestante com mais 07 apócrifos na versão católica… É, você, para achar um texto fácil (com a palavra fácil conotando banalidade), deve ser um cara muito impressionante, cultíssimo, versado em todos os assuntos do mundo. Ah, e já que é crítico de leitura, já leu o conteúdo da lei?
      A coisa mais despresível do mundo, é sujeito que fala do que não entende.

  4. “E eu, que pensava que a cidadania e os valores éticos não surgiam por meio de leis”. Nessa frase tu disseste tudo, Milton. Miriam Rios é apenas mais uma que defende essa ridícula cultura de que as leis resolvem tudo. Que as coisas podem ser assim, impostas verticalmente. Mas como fotografava bem, não? Foi infeliz ao namorar o Roberto. Deveria ter namorado o Pelé. Olha só a Xuxa hoje, que sucesso…

    1. O Estado tem que decidir, se ele permite o vale tudo ou se ele não o permite…
      Minha opinião (minoritária, é claro) é que o Estado tem que legislar sobre outras coisas e não sobre a vida das pessoas e suas famílias.
      Mas, estamos no Brasil do século 21, muito “mudérrno”

Deixe uma resposta