A incrível história da livraria que sobreviveu à pandemia e se mudou para uma igreja

A incrível história da livraria que sobreviveu à pandemia e se mudou para uma igreja

Por Marco Weissheimer no Sul21

Livraria Bamboletras se mudou para o prédio de uma antiga igreja localizada no bairro Cidade Baixa. Foto; Luiza Castro/Sul21

Uma das mais tradicionais livrarias de Porto Alegre, a Bamboletras estava há 26 anos instalada no Nova Olaria, um também tradicional centro comercial e espaço cultural da Cidade Baixa. Os últimos dois anos e meio foram de fortes emoções, imprevistos e muita tensão para o livreiro Milton Ribeiro e para todo o grupo de funcionários da livraria. No dia 19 de março, a Bamboletras foi obrigada a fechar as portas para o atendimento ao público, com o início do processo de isolamento social causado pela pandemia da Covid-19. O distanciamento mudou totalmente a forma de operação da Bamboletras, uma livraria que, até então, atendia o público diretamente na sua sede no Nova Olaria, e teve que passar a trabalhar via telefone, tele-entrega, whatsapp e outros dispositivos virtuais.

Assim como aconteceu com a maioria das livrarias e outros estabelecimentos comerciais, a Bamboletras ficou bastante combalida financeiramente em 2020. “Em 2021, a gente estava começando finalmente a respirar quando recebemos a notícia de que o Nova Olaria seria derrubado para a construção de um novo edifício. Foi uma dura notícia para nós. Depois de passar um ano dificílimo, ficamos sabendo que teríamos que sair do Novo Olaria”. Após a frustração inicial com a notícia, Milton Ribeiro e sua equipe começaram a busca de uma nova sede para a livraria. Bernardo, filho de Milton, descobriu, próximo à rua Lima e Silva, onde estava localizado o centro comercial que está sendo demolido, o prédio de uma pequena igreja que estava para alugar.

Milton Ribeiro: “Ainda fico meio surpreso. Sou o proprietário de uma livraria dentro de uma igreja”. Foto: Luiza Castro/Sul21

O prédio, localizado na rua Venâncio Aires, nº 113, pertence à Igreja Nova Apostólica, uma igreja protestante restauracionista surgida na Alemanha em 1863, que se baseia na Bíblia conforme a interpretação dos apóstolos e chegou ao Brasil em 1928, com uma missão numa comunidade alemã que vivia no bairro de Santana, em São Paulo.

Em um primeiro momento, Milton admite que achou a ideia muito estranha. “Uma igreja?” – questionou. “É uma ideia meio europeia. Na Alemanha e na Holanda, é comum prédios de igrejas se tornarem outra coisa, principalmente livrarias. Me deu um frio na barriga, fiquei pensando que poderia ser um lance muito ousado”, conta. Mas a ideia ousada e inusitada acabou virando realidade e, a considerar os primeiros dias de atividade na nova casa, está dando certo. “Estamos aqui há quatro dias (a conversa com o Sul21 ocorreu na quarta-feira, 20 de julho) e as pessoas estão gostando muito e recebendo super bem a novidade”.

Ele destaca ainda que foi muito bem tratado pelos donos do prédio, que gostaram da ideia de que o espaço que abrigava a Igreja Nova Apostólica passasse a ser ocupado por uma livraria. “Não me pediram carteirinha de crente nem nada do tipo, a gente se respeitou bastante e a ideia foi acolhida por eles”. Por enquanto, a Bamboletras ocupa a sala central do andar de baixo, mas há outros espaços no andar de cima, onde morava o padre, um longo corredor lateral e um pátio arborizado nos fundos. Milton planeja utilizar esse pátio para realizar lançamentos de livros e outros eventos, principalmente durante o verão. Além disso, conta ainda, muitos clientes estão pedindo, “com uma certa insistência e veemência”, que a livraria abrigue um café também. “Tem que ter o cheiro do café aqui dentro”, rogou uma cliente. A equipe da Bamboletras está pensando no assunto. “Vamos ver se a gente consegue implantar essa ideia nós mesmos ou em parceria com alguém”, diz Milton.

Livros passaram a conviver com belos vitrais coloridos. Foto: Luiza Castro/Sul21

O livreiro ainda está assimilando todo o simbolismo envolvido na mudança de sede da livraria para uma igreja, no momento em que o país vai saindo do isolamento social provocado pela pandemia e sofre um processo de desmonte de políticas e espaços públicos também na área cultural. “Estou pensando em escrever uma série de textos sobre todo esse processo, justamente para refletir a respeito disso. Foi uma coisa muito súbita e rápida. Quando começaram as obras no Nova Olaria, eles colocaram, sem anunciar para a gente, um tapume preto em frente ao prédio. Com isso, as pessoas deixaram de entrar, porque achavam que não tinha mais nada lá dentro.

Houve muitos sustos e algum desespero inclusive.  Não tivemos muito tempo para refletir sobre tudo isso que aconteceu. É óbvio que, para mim, é uma situação muito irônica, eu,  uma pessoa que sempre se declarou ateia e sempre reclamou muito da mistura entre política e religião. Ainda fico meio surpreso. De vez em quando eu olho para a nova sede da livraria e penso ‘meu deus, estou trabalhando numa igreja’. Mais ainda, sou o proprietário de uma livraria dentro de uma igreja”.

O movimento, nos primeiros dias de funcionamento da Bamboletras em sua nova casa, está muito bom e deixa Milton Ribeiro animado com o futuro. “As pessoas estão gostando muito da novidade. No Nova Olaria, as lojas foram paulatinamente fechando. Durante a pandemia, praticamente todas saíram, especialmente os bares. A gente não sabia o quanto aquilo impactava a livraria. Foi se criando uma atmosfera meio deprimente. Um ambiente que era culturalmente ativo e brilhante, passou a ficar esvaziado e abandonado. Olhando hoje, vejo que esse processo nos prejudicou demais. A gente devia ter saído antes de lá”.

A mudança de astral fica evidente para quem entra na livraria. A equipe toda com o ânimo renovado e as pessoas, antigos e novos clientes, que entram curiosos para conhecer a novidade. O livreiro e agora também “pastor” Milton Ribeiro parece já estar preparado também para conviver com os inevitáveis trocadillhos que acompanharão o novo espaço, transformado em templo dos livros, capela da leitura e santuário da cultura em uma Porto Alegre tão castigada nos últimos anos.

Confira mais imagens da igreja que virou livraria

Foto: Luiza Castro/Sul21
Foto: Luiza Castro/Sul21
Foto: Luiza Castro/Sul21
Foto: Luiza Castro/Sul21
Foto: Luiza Castro/Sul21
Foto: Luiza Castro/Sul21
Foto: Luiza Castro/Sul21

A história do Viaduto Otávio Rocha, o viaduto da Borges, com belas fotos

A história do Viaduto Otávio Rocha, o viaduto da Borges, com belas fotos

Bernardo Jardim Ribeiro (fotos)
Nubia Silveira e Milton Ribeiro (texto)
Flavia Boni Licht (consultora técnica)

Um dos cartões-postais de Porto Alegre, localizado no cruzamento da Borges de Medeiros com a Duque de Caxias, o exuberante Viaduto Otávio Rocha abriga lojas de discos, lancherias, sebos, ourives, sapataria, barbearia, lanchonetes, floras e artesanato sob seus arcos e escadarias. Não é um simples viaduto para a passagem de carros e pedestres, pois ele possui, em ambos os lados da avenida Borges de Medeiros, amplas escadarias de acesso até o nível do viaduto, sustentadas por grandes arcadas, sob as estão os pequenos estabelecimentos comerciais e instalações sanitárias que citamos.

É um local de visitação obrigatória para quem procura discos raros em nossa cidade. Ainda no âmbito cultural e ao lado das escadarias, há o lendário Teatro de Arena e teve o Tutti até pouco tempo.

2014.07.04 – Porto Alegre/RS/Brasil – Viaduto Otávio Rocha. Foto: Bernardo Jardim Ribeiro/Sul21

Vitor Murari, do Movimento Amigos do Viaduto, relatou a preocupação do movimento em manter a identidade do local como um ponto de cultura. “Há sempre boatos de que a sistemática que regra a relação dos permissionários com a prefeitura vai mudar, mas atualmente nossa preocupação é mesmo com as infiltrações de umidade”, disse.

“Nós cobramos a manutenção da prefeitura, que é a responsável, mas isso muitas vezes demora”. Vitor trabalha no Espaço Cultural Qorpo Santo, sala 1 do Viaduto, onde comercializa CDs, discos, livros e gibis.

Em 19 de setembro de 2008, uma lei municipal determinou que o espaço público superior do Viaduto Otávio Rocha passasse a ser chamado de “Passeio das Quatro Estações”. Cada uma das quatro escadarias passou a ser identificada por placas com o nome das estações do ano:

— Passeio Verão – com início na Rua Jerônimo Coelho e fim na Rua Duque de Caxias, lado direito do Viaduto, no sentido norte-sul,

— Passeio Outono – com início na Rua Jerônimo Coelho e fim na Rua Duque de Caxias, lado esquerdo do Viaduto, no sentido norte-sul,

— Passeio Inverno – com início na Rua Duque de Caxias e fim na Rua Coronel Fernando Machado, lado direito do Viaduto, no sentido norte-sul,

— Passeio Primavera – com início na Rua Duque de Caxias e fim na Rua Coronel Fernando Machado, lado esquerdo do Viaduto, no sentido norte-sul.

2014.07.04 – Porto Alegre/RS/Brasil – Viaduto Otávio Rocha. Foto: Bernardo Jardim Ribeiro/Sul21

História

O Viaduto Otávio Rocha foi inaugurado em 1932. As obras começaram em 1926, durante o mandato do intendente Otávio Rocha (1924-1928), apesar de já estarem previstas no Plano Diretor de 1914. A decisão de abrir a Avenida Borges de Medeiros, ligando o Centro à Zona Sul da cidade, e construir o Viaduto foi de Otávio Rocha e do presidente do Estado, Borges de Medeiros. Naquela época, o número de porto-alegrenses não ultrapassava os 200 mil.

O projeto é dos engenheiros Manoel Itaquy e Duílio Bernardi. Os elementos ornamentais foram criados pelo escultor Alfredo Adloff. A estrutura do Viaduto é de concreto armado, sendo que o vão central mede 19,20 m. “Por suas marcantes características arquitetônicas e urbanas, bem como pela sua relevância sócio-cultural, o Viaduto foi tombado como patrimônio de Porto Alegre em 1988”, afirma Flavia.

O ator Paulo José, que ajudou a criar o Teatro de Equipe e em 1961 trocou o Rio Grande do Sul pelos palcos paulistas, lembrou do Viaduto Otávio Rocha, no discurso feito em 1999, ao receber da Câmara Municipal o título de Cidadão Porto-Alegrense:

“A família vinha de Bagé, de carro, era noite, eu cochilava no banco traseiro. Acordei quando entrávamos na Avenida Borges de Medeiros, ao lado da Avenida Praia de Belas, e aí eu vi imponente, monumental, maior do que a Igreja Nossa Senhora Auxiliadora e a de São Sebastião juntas, mais alto do que a Ponte Seca, mais bonito do que a casa do meu avô, o Viaduto Otávio Rocha. Depois, pela vida afora, vi outros espaços monumentais impressionantes: a Piazza San Marco, Veneza, o Arco do Triunfo, o Coliseu de Roma, o Palácio de Westminster, mas nenhum deles me fez o coração disparar como aquela visão dos meus oito anos. O Viaduto Otávio Rocha foi o meu primeiro alumbramento.”

2014.07.04 – Porto Alegre/RS/Brasil – Viaduto Otávio Rocha. Foto: Bernardo Jardim Ribeiro/Sul21

Lei do patrimônio

O presidente Getúlio Vargas e o ministro da Educação Gustavo Capanema assinaram em 25 de novembro de 1937 o Decreto Lei número 25, que organiza o patrimônio histórico nacional. A legislação define como patrimônio histórico e artístico nacional “o conjunto dos bens móveis e imóveis existentes no País e cuja conservação seja de interesse público, quer por sua vinculação a fatos memoráveis da história do Brasil, quer por seu excepcional valor arqueológico ou etnográfico, bibliográfico ou artístico”. Hoje, o tombamento de bens materiais imóveis (prédios) e móveis (mobiliário, obras de arte e elementos de uma construção como um lustre, por exemplo) e o registro de bens imateriais (festas, processos de criação, como o de rendas) ocorrem em quatro níveis: municipal, estadual, nacional e internacional, por meio da Unesco. Alguns bens têm sua importância reconhecida em todos ou quase todos os níveis. O Theatro São Pedro, de Porto Alegre, é um dos bens imóveis que estão tombados pela EPAHC – Equipe do Patrimônio Histórico e Cultural de Porto Alegre, IPHAE – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado do Rio Grande do Sul e IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.

2014.07.04 – Porto Alegre/RS/Brasil – Viaduto Otávio Rocha. Foto: Bernardo Jardim Ribeiro/Sul21

Débora Magalhães da Costa, diretora da EPAHC, lembra que “muito antigamente só bens excepcionais, grandes monumentos, eram considerados patrimônio histórico”. Hoje, diz ela, são enquadrados nesta categoria “bens que fazem parte da vida de uma comunidade, que representam uma comunidade, uma etnia”. Para reforçar esta ideia, tanto Débora quanto Ana Beltrani, coordenadora técnica do IPHAN, citam o tombamento de 48 casas de madeira da cidade de Antônio Prado, na Serra Gaúcha, que contam a história da imigração italiana, feito pelo Estado e a União.

O bem tombado, ressalta Eduardo Hahn, diretor do IPHAE, não “pode ser destruído ou descaracterizado”. Isso não significa que não possa sofrer algumas intervenções, quando necessário, desde que aprovadas pelo órgão responsável pelo tombamento. Débora dá um exemplo: a Casa Torelly, reconhecida como patrimônio histórico pela Prefeitura, em 1987, hoje sede da Secretaria Municipal de Cultura, precisou passar por algumas adaptações para o seu uso atual. “Tombamento – ressalta Eduardo – não é desapropriação. É reconhecimento”.

Responsabilidades e vantagens

O proprietário particular de um bem tombado ou registrado é responsável pela sua conservação, manutenção e recuperação. O Estado, porém, é corresponsável. E, segundo a lei, se o proprietário não tem condições de cuidar do patrimônio, ele deve abrir um processo, provando a sua situação financeira. Neste caso, os cuidados ficarão a cargo do governo municipal, estadual ou nacional.

2014.07.04 – Porto Alegre/RS/Brasil – Viaduto Otávio Rocha. Foto: Bernardo Jardim Ribeiro/Sul21

No caso de ter um imóvel tombado pelo município de Porto Alegre, o proprietário pode escolher entre dois benefícios: solicitar o não pagamento do IPTU ou a transferência do índice potencial construtivo, o que lhe dá o direito de construir em outra parte da cidade o equivalente em metros quadrados que poderia ter construído no local tombado. Neste caso, o imóvel passa para a Prefeitura. Mas, como o município não tem interesse em ficar com os imóveis tombados, a Prefeitura retransmite o prédio para o proprietário por meio de um Termo de Cessão, afirma Débora.

Para as edificações privadas que estão na área de preservação do Programa Monumenta – em Porto Alegre, os arredores das praças da Alfândega e da Matriz — são oferecidos empréstimos a juros baixos para a conservação ou recuperação do local. Eduardo Hahn diz que no caso dos bens tombados pelo Estado, o que os proprietários podem ganhar é a isenção do IPTU, se a prefeitura do município concordar. É o caso dos proprietários das casas de Antônio Prado. O Estado também se propõe a investir por meio de renúncia fiscal, através da LIC – Lei de Incentivo à Cultura. Aí, é preciso ter paciência para fazer um projeto, apresentá-lo à Secretaria da Cultura e esperar pela aprovação.

2014.07.04 – Porto Alegre/RS/Brasil – Viaduto Otávio Rocha. Foto: Bernardo Jardim Ribeiro/Sul21

Fiscalização

Este é um ponto sensível nos órgãos de patrimônio histórico. Todos se queixam de falta de estrutura para fazer uma fiscalização correta. Falta pessoal, faltam recursos, falta transporte. “A fiscalização é feita dentro do possível”, afirma Eduardo. “A equipe do Patrimônio Histórico é muito reduzida”. Ana Beltrani reconhece que nem sempre conseguem fiscalizar os bens tombados no interior do Estado. “Muitas vezes, por falta de carro”, diz.

Apesar da Lei de 1937 prever sanções e multas em réis, a moeda da época, Eduardo declara que atualmente “não há legislação que imponha multa ao proprietário que não cuidar do bem tombado”. Pode ser aberto um processo administrativo e, depois de muito tempo, ele ser condenado a fazer obras. Se provar que não tem recursos para isso, o Estado terá de fazê-las.

Mais fotos atuais:

2014.07.04 – Porto Alegre/RS/Brasil – Viaduto Otávio Rocha. Foto: Bernardo Jardim Ribeiro/Sul21
2014.07.04 – Porto Alegre/RS/Brasil – Viaduto Otávio Rocha. Foto: Bernardo Jardim Ribeiro/Sul21
2014.07.04 – Porto Alegre/RS/Brasil – Viaduto Otávio Rocha. Foto: Bernardo Jardim Ribeiro/Sul21
2014.07.04 – Porto Alegre/RS/Brasil – Viaduto Otávio Rocha. Foto: Bernardo Jardim Ribeiro/Sul21
2014.07.04 – Porto Alegre/RS/Brasil – Viaduto Otávio Rocha. Foto: Bernardo Jardim Ribeiro/Sul21
2014.07.04 – Porto Alegre/RS/Brasil – Viaduto Otávio Rocha. Foto: Bernardo Jardim Ribeiro/Sul21
2014.07.04 – Porto Alegre/RS/Brasil – Viaduto Otávio Rocha. Foto: Bernardo Jardim Ribeiro/Sul21

Fotos históricas:

Otávio Rocha e Borges de Medeiros tomaram a decisão de abrir uma nova avenida l Foto: Fototeca Sioma Breitman, Museu de Porto Alegre Joaquim Felizardo
Em 1928, começava a nascer o Viaduto da Borges l Foto: Fototeca Sioma Breitman, Museu de Porto Alegre Joaquim Felizardo
A construção foi prevista pelo Plano Diretor de 1914 l Foto: Fototeca Sioma Breitman, Museu de Porto Alegre Joaquim Felizardo
O escultor Alfredo Adloff criou os ornamentos l Foto: Fototeca Sioma Breitman, Museu de Porto Alegre Joaquim Felizardo
Obra foi concluída em seis anos l Foto: Fototeca Sioma Breitman, Museu de Porto Alegre Joaquim Felizardo
Quando da construção do Viaduto, a população de Porto Alegre era de aproximadamente 200 mil habitantes l Foto: Fototeca Sioma Breitman, Museu de Porto Alegre Joaquim Felizardo
Foto: Fototeca Sioma Breitman, Museu de Porto Alegre Joaquim Felizardo
Foto: Fototeca Sioma Breitman, Museu de Porto Alegre Joaquim Felizardo
As obras começaram durante o mandato do intendente Otávio Rocha l Foto: Fototeca Sioma Breitman, Museu de Porto Alegre Joaquim Felizardo
Em 1932, a obra foi inaugurada l Foto: Fototeca Sioma Breitman, Museu de Porto Alegre Joaquim Felizard

A vila de Monsanto, em Portugal

A vila de Monsanto, em Portugal

Em Portugal, a pequena vila de Monsanto é chamada de “a mais portuguesa de Portugal”. Não entendo. Monsanto certamente não é representativa de todo o país. A final, a maioria das casas portuguesas não estão construídas entre pedras gigantes.

Monsanto localiza-se numa montanha com vista para quilômetros de campo. A aldeia quase não mudou nos últimos séculos e goza da fama de ser um museu a céu aberto. É claro que está tombada como patrimônio da humanidade, o que mantém seu charme.

Suas ruas minúsculas serpenteiam pedras. Suas calçadas são estreitas e íngremes. Várias casas têm paredes que acabam em imensas pedras lá fora cobertas de musgo. Algumas destas receberam com portas, dando entrada à aposentos esculpidos diretamente na rocha.

É uma cidade montanhosa muito pouco ortodoxa. Fica quase na fronteira com a Espanha, na mesma latitude de Coimbra, aproximadamente.

Fontes: aqui e aqui.
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https://www.almadeviajante.com/monsanto-aldeia-historica-portugal/ https://www.omeuescritorioelafora.pt/ficar-na-aldeia-historica-monsanto-casa-do-miradouro/

Dois anos e meio

Dois anos e meio

Eu nunca pensei que um amor daqueles bons fosse algo espontâneo ou fácil de ocorrer, mas achei que entre nós dois haveria grandes chances. Lembro que quando anunciamos nosso “relacionamento sério” no Facebook, reclamei que a expressão correta deveria ser “relacionamento divertido”. Pois as risadas insistem conosco. Mesmo quando as circunstâncias não ajudam, arranjamos lugar para elas. E, nossa, como os problemas do mundo exterior vieram e incomodaram! Mas fomos despachando um por um. Lá no começo, a gente improvisava com poucos temas, mas hoje temos um vasto repertório que foi sendo aprendido.

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O amor é complicado porque não é só saltar em cima. Quero dizer, também é saltar em cima ou ficar por baixo, mas é também uma série de cuidados e acordos tácitos que vão facilitando seu crescimento. É ver que a vida e as escolhas do outro são tão importantes como as nossas e respeitar. É o famoso amar se aprende amando do Drummond. Para quem acha que amor apenas acontece como criacionismo, invoco Paracelso, que era moderninho já no século XVI: Quem nada conhece, nada ama. Quem nada pode fazer e nada compreende, nada vale. Mas quem observa e compreende — ama. Quanto mais conhecimento, tanto maior o amor”.

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Tudo isso parece muito científico, mas estou no trabalho e a ciência e as citações são um bom refúgio, porque a verdade é que estou começando a querer muito te beijar, Elena.

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Fotos de Augusto Maurer, pra variar

Porque hoje é sábado, Quanto mais quente melhor

Porque hoje é sábado, Quanto mais quente melhor

É a comédia perfeita. Tudo está no lugar: ritmo, roteiro, atores, direção, fotografia, o que vocês imaginarem. É um superclássico, nada envelheceu nele, só os carros e os telefones.

A história. Chicago, 1929. Joe (Tony Curtis) e Jerry (Jack Lemmon) são músicos de jazz desempregados. Estão desesperados por trabalho. Eles acidentalmente testemunham o Massacre do Dia de São Valentim, assistindo o criminoso Spats Colombo e seu cúmplice aniquilarem Toothpick Charlie e sua gangue. Forçados a apressadamente deixarem a cidade, Joe e Jerry pegam o primeiro trabalho que podem arrumar: tocar na banda de garotas Sweet Sue e suas Sincopadoras. Em trajes femininos, os dois se juntam ao resto da banda em um trem que vai para Miami, Flórida. Diante desta situação, Joe adota o nome de Josephine e Jerry torna-se Daphne. Eles conhecem Sugar Kane (Marilyn Monroe), a vocalista da banda de Sweet Sue. Jerry se apaixona na hora, mas Joe o lembra que ele não pode se fazer notar. Porém, após chegarem a Miami, um milionário (Joe E. Brown) se apaixona por Daphne e Joe resolve se fazer passar por um milionário para tentar conquistar Sugar, tudo isto em meio à uma reunião dos Amigos da Ópera Italiana, uma convenção de criminosos que traz à cidade Spats Colombo e sua gangue.

Perdidas na rede, encontrei 36 fotos raras obtidas no set de filmagem e decidi fazer um PHES especial com elas. Espero que gostem.
Some Like It Hot color (1)

Some Like It Hot color (2)

Some Like It Hot color (3)

Some Like It Hot color (4)

Some Like It Hot color (5)

Some Like It Hot color (6)

Some Like It Hot color (7)

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O making of de uma foto familiar

O making of de uma foto familiar

Era uma festa para o Bernardo carinhosamente preparada pela Astrid Müller e o Augusto Maurer. Ele voltou da Alemanha na semana passada e vai passar uns 40 dias por aqui. Então, fomos tirar uma foto com um instrumento que minha irmã Iracema disse possuir. E ela tirou da bolsa um pau de selfie… Fomos experimentá-lo, claro.

O resultado da preparação foi esta foto com a Elena, eu, Iracema, Bernardo — que passou todo o tempo boicotando a coisa — e a Bárbara.

Elena Milton Iracema Bernardo BárbaraPor alguma razão, fomos um sucesso no Facebook… O Augusto registrou toda a preparação. Acho curiosa.

001002003004005Abaixo, o momento da foto.

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Em Potosí, Bolívia, a ascensão e a agonia da mina que enriqueceu a Espanha

Em Potosí, Bolívia, a ascensão e a agonia da mina que enriqueceu a Espanha
A cidade de Potosí com o Cerro Rico ao fundo | Foto: http://www.boliviaturismo.com.bo/

A riqueza de Potosí já foi tão grande que, no Quixote, Miguel de Cervantes criou a expressão “vale um Potosí”, o que significava algo que valia uma fortuna. A cidade boliviana de Potosí foi fundada em 1545 e, 50 anos depois, era a maior produtora de prata do mundo. Em 1611, época do Quixote, tinha aproximadamente 150 mil habitantes, tornando-se a segunda cidade mais populosa do mundo — só Paris tinha população maior — e uma das mais ricas, devido à exploração da prata enviada à Espanha. De navio, pelo Pacífico e pelo Atlântico, a Carrera de Indias, transportava uma parte importante da economia espanhola. Ela era feita de forma regular, por percursos bem definidos e monitorados por comboios armados contra a pirataria.

Em 1825, a maior parte da prata já se tinha esgotado e a população caíra para 8 mil habitantes. Atualmente, segundo o censo de 2009, Potosí possui 195 mil habitantes. Localizada a 4,1 mil metros de altura, é uma das cidades mais altas do mundo.

Há dúvidas sobre quem descobriu a prata de Potosí (que significa explosão), se os incas ou os espanhóis. Uma lenda que diz que uma divindade, com um estrondo e uma voz vinda do céu, aconselhou os incas a não retirarem a prata dali. Com ou sem lenda, o certo é que eles tinham conhecimento do metal da montanha, mas não o retiravam. Já os espanhóis não ouviram os céus e o levaram em quantidades pantagruélicas, contando com a “ajuda” de escravos incas.

Um número incalculável deles morreu durante a exploração, devido às condições de trabalho e aos mais diferentes acidentes, como soterramentos e quedas de grandes alturas, além da fome e das epidemias. As rebeliões eram contidas com violência. Eram milhares de homens quem em média, trabalhavam dezesseis horas diárias, cavando túneis e extraindo o metal. A pouca luz era garantida pela graxa de lhama que era queimada. Como se não bastasse, os trabalhadores moravam na mina por um período médio de quatro meses, com duas ou três saídas a fim de ver a luz do sol, o que muitas vezes acabava por cegá-los após o longo período de escuridão.

Foto: Bernardo Jardim Ribeiro/Sul21

Era la mita, um sistema de trabalho implantado pelos espanhóis na região andina. Cada grupo indígena emprestava à coroa um número determinado de trabalhadores durante vários meses. Estes eram convocados em seus locais de origem para realizarem trabalhos em quaisquer outras regiões. Era um trabalho obrigatório para aqueles que tinham entre 18 e 50 anos. Eles eram divididos: uns iam para a agricultura, outros para a construção de igrejas ou casas, outros atendiam às mais diversas atividades. Os mais azarados acabavam nas minas.

Dentro delas, muitos índios morriam de desnutrição. O trabalho era quase uma condenação à morte. Eles praticamente não se alimentavam. A dieta era formada pelo pão torrado que traziam protegido e que durava pouco, a bebida era a chincha — uma bebida típica andina, mistura de milho mascado, funcho, canela, pimenta e frutas cítricas, com variações — , mas o mais importante era a coca que mascavam com a finalidade de não sentir fome e perder a noção do tempo. A mínima ingestão de alimentos tinha um ganho secundário para a mina: os mineiros defecavam pouco e, assim, não contaminavam demasiadamente o solo. Era inútil levar outros alimentos; eles se estragavam naquele ambiente sob a ação do arsênico, do enxofre e do chumbo que também afetavam a saúde dos índios.

Trabalhador com folhas de coca na boca. Foto:Bernardo Jardim Ribeiro/Sul21

Cerro Rico

O Cerro Rico, em quíchua Sumaq Urqu (“serra bonita”), é uma das principais montanhas de Potosí. É famosa desde o período colonial, quando possuía as veias de prata mais importantes do mundo. Tem uma altitude aproximada de 4.800 metros. Atualmente, a maior mina de seu interior, a Pailaviri, pode ser visitada. Ela está ainda ativa. É dividida em 17 níveis, aos quais se pode chegar por meio de um elevador que desce a 240 m de profundidade. A diferença da temperatura exterior e interior pode variar 40 graus centígrados.

Foto:Bernardo Jardim Ribeiro/Sul21

Próximo à entrada da mina, encontra-se o “Tio”, representação do demônio (ou deus) proprietário do conteúdo das minas, a quem se faz oferendas — folha de coca, bebidas alcoólicas, fetos de lhamas — antes de procurar o metal. Ele garantiria também a integridade física dos mineiros. O Pailaviri funciona continuamente desde 1545 e é a mina mais antiga de uma cidade que ainda tem na mineração sua atividade econômica mais importante da região.

O Tio das Minas | Foto:Bernardo Jardim Ribeiro/Sul21

Pela rota que leva à mina do Cerro Rico, em Potosí, vê-se barracas onde são vendidas sopas para o café da manhã, as calapurcas, além de cigarros, folhas de coca e dinamite. A exploração indiscriminada feita há séculos deixou a montanha cheia de crateras. Hoje, a umidade penetra pelas rachaduras. São 619 galerias e 285 minas ainda ativas que vão matando a montanha. A força de trabalho de aproximadamente 15 mil homens está dividida entre cooperativas, autônomos e a empresa mineira Manquiri, de capital canadense.

Erosão e meio ambiente

Há cooperativas sem engenheiros trabalhando diariamente com dinamite. Com tão poucos cuidados, os acidentes vão ocorrendo à revelia do Tio da Mina. Cerro Rico é hoje também um problema ambiental. Pelas fissuras, o chumbo e o arsênico que saem da montanha vai para o rio Pilcomayo até a Argentina. A contaminação torna impossível a agricultura naregião. Pelo caminho, há relatos de várias doenças, algumas apenas diarréicas, outras de câncer e má formação de fetos.

Em 1987, o Cerro recebeu o título de Patrimônio Cultural e Natural da Humanidade da Unesco porém, caso perca seu formato cônico, deixará de sê-lo. Os mineiros pensam que, em cem anos, o formato original só possa ser visto em fotos e no brasão boliviano. A degradação do local é gravíssima. Durantes os últimos anos, o Cerro foi uma das grandes preocupações para os potosinos, em especial para os mineiros, que correm constante perigo diante dos desmoronamentos de terra. No ano passado, houve grandes desmoronamentos sem vítimas, pois ocorreram em galerias desativadas. A erosão foi causada pela extração mineira, que continua até hoje com as mesmas técnicas desde os tempos da dominação colonial espanhola.

Os bolivianos são um povo cordial. Eles parecem pedir desculpas mesmo quando falam sobre a exploração de seu subsolo em benefício de uns poucos estrangeiros. E hoje, observam o começo do fim de um local que foi o palco de muitas mortes, mas que sustentou a região. O prognóstico para Cerro Rico é o de que se torne uma bonita, estranha e perigosa ruína.

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Mais fotos:

Foto:Bernardo Jardim Ribeiro/Sul21
Foto:Bernardo Jardim Ribeiro/Sul21
Foto:Bernardo Jardim Ribeiro/Sul21
Foto:Bernardo Jardim Ribeiro/Sul21
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Foto:Bernardo Jardim Ribeiro/Sul21
Foto:Bernardo Jardim Ribeiro/Sul21

Publicado anteriormente no Sul21

100 câmeras fotográficas foram entregues a mendigos de Londres, veja o resultado

100 câmeras fotográficas foram entregues a mendigos de Londres, veja o resultado

Fonte: followthecolours

Em julho deste ano, o Cafe Art, um projeto que permite que os sem-teto se expressem através da arte no Reino Unido, deu 100 câmeras fotográficas descartáveis para alguns moradores de rua de Londres. O treinamento básico foi dado pela Royal Photographic Society, e em seguida, os novos donos das câmeras foram convidados para tirar fotos com o tema “Minha Londres.”

Oitenta das cem câmeras foram devolvidas e cerca de 2.500 fotos foram reveladas. As melhores vinte foram escolhidas por especialistas da Fujifilm e outros jurados, que resolveram lançar uma campanha no Kickstarter para transformar algumas dessas imagens em um calendário de 2016. O resultado final foi excelente.

“Todo o dinheiro arrecadado vai para o projeto”, disse o responsável pelo Cafe Art, “tanto para pagar a impressão das fotografias ou dos calendário, para a compra de materiais de arte para os grupos que não tem moradia, além de ajudarmos essas pessoas a participarem de outros cursos de arte”. Confira:

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Porque hoje é sábado… Beijos

Porque hoje é sábado… Beijos

Em meu micro, há coisas muitas estranhas sob o diretório “Images”.

VJ DAY

Lá, encontra-se um diretório chamado “Beijos”.

(Há também um diretório chamado Pq Hj é Sáb).

ono-y-lennon

Ao lado dos Cartier-Bresson, Doisneau, Leibovitz, há fotos de cuja autoria nem imagino.

Observando seu conteúdo, descubro que adoro imagens de amantes beijando-se.

'O Beijo do Hotel de Ville', 1950

Sempre tive pequenas e grandes diferenças em relação às tias moralistas da família.

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Uma delas — e uma bem pequena — era aquela que proibia exibições públicas de carinho.

Nunca entendi porque era horrível dar longos beijos na rua, …

… principalmente pelo fato de adorar ver tais cenas.

Como tenho inato espírito de oposição, logo vi que me agradava proporcionar tais cenas.

Mesmo que algumas gurias simplesmente detestassem,

as pequenas transgressões sempre me fascinaram.

subway kiss

E, ademais, elas nunca ultrapassaram os limites das novelas das seis.

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Porque hoje é sábado, as meninas e as velhinhas de Azul é a cor mais quente

Porque hoje é sábado, as meninas e as velhinhas de Azul é a cor mais quente

Texto de Débora Fogliatto
Especial para o PHES

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Entrei no cinema com medo de estar atrasada para a última sessão do dia de Azul é a cor mais quente na segunda-feira. Eu, minha irmã e uma amiga entramos quase correndo na sala e nos acomodamos na penúltima fileira. Além de nós, havia cerca de mais dez pessoas na Sala 1 do GNC Cinemas, no shopping Moinhos de Vento.

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Bem ao lado da minha irmã, duas senhoras, uma de no mínimo 60 anos e a outra, 70. Chamou-nos a atenção a presença das duas, pois sabíamos do caráter lésbico e de certa forma erótico do filme. Logo começamos a confabular se seriam um casal, mas não parecia ser o caso.

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Logo no início do filme, a personagem principal, uma garota de 15 anos (interpretada pela atriz Adèle Exarchopoulos, de 20), protagoniza uma cena de sexo com um rapaz do colégio. Neste momento, a senhora mais velha se inclinou para frente na cadeira e, olhando para os lados de olhos arregalados, exclamou:

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Ainda em Bombinhas, Jack Vettriano, duas cervejas, quatro poemas e um ogro

Ainda em Bombinhas, Jack Vettriano, duas cervejas, quatro poemas e um ogro

Ontem foi um dia perfeito. Sono esticado pela manhã; mar calmo, limpo e lindo, permitindo o namoro dos casais entre ondas que se sucediam como carícias; depois, um belo jantar em nossa varanda, seguido de longo passeio. Um dia amoroso. Tudo isso para comemorar nosso um ano e cinco meses de namoro. Pois, sim, comemoramos mensalmente, ora.

Em meio a isso, numa navegada pela internet, uma tia da Elena postou numa espécie de facebook russo uma série de gravuras do escocês Jack Vettriano, que tem como pano de fundo o mar. Isso justo quando estamos no litoral tirando fotos profundamente amadoras como as de anteontem, com a Elena e eu à beira d`água.

Abaixo, duas imagens de Vettriano e nossas fotos fora de foco, já um pouco tristes porque vamos embora na quinta-feira e aqui estava — puxa, e ainda está — muito bom.

Jack Vettriano - The_Singing_Butler__finished

Jack Vettriano - In Conversation

Abaixo, ontem à noite, eu bebia uma Baden Baden Golden, enquanto a Elena por companheirismo, bebia cerveja sem álcool só para me acompanhar. E sem vodka, amigos.

cervDSC02199

Depois as fotos fora de foco, mas das quais gosto muito. É claro que a última foto é uma brincadeira, creiam, mas que revela uma tendência de 2015.

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Elena Romanov DSC02173

Elena Romanov DSC02175

 

Elena Romanov DSC02177

Milton Ribeiro DSC02185

A Sala Sinfônica da Ospa, ontem, 05/11/2014, às 16h

A Sala Sinfônica da Ospa, ontem, 05/11/2014, às 16h

Pedi para o repórter fotográfico do Sul21, Ramiro Furquim, que, quando tivesse tempo, desse uma passadinha pelas obras da nova Sala Sinfônica da Ospa. Ele foi visitá-la ontem. Os moradores que aparecem nas fotos estão do lado de fora do espaço. Dentro, uma obra paralisada, árvores e grama. Ninguém estava trabalhando. O zelador disse que a obra estava embargada.

Isto não é uma reportagem. É um post de um blog que documenta a situação atual.

.oOo.

Acabo de receber o seguinte comentário, vindo do leitor Paulo Augusto (@pacdesouza):

O GOVERNO INFORMA
Atualizado em 09 SET, 2014
Foram encontradas divergências entre o que foi executado e o que estava previsto no projeto estrutural da obra. Em virtude dessa situação, a concretagem dos elementos estruturais não foi autorizada. A Simon Engenharia, empresa responsável pelo projeto estrutural, elaborou uma proposta técnica, com o objetivo de apresentar as soluções para as discrepâncias encontradas no levantamento topográfico. A previsão de conclusão dos serviços de reforço estrutural é até o dia 19/09.

Por Ramiro Furquim/Sul21
Por Ramiro Furquim/Sul21
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Por Ramiro Furquim/Sul21
Por Ramiro Furquim/Sul21
Por Ramiro Furquim/Sul21

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Fotos inusitadas de Dmitri Shostakovich, inclusive com поросёнок

Fotos inusitadas de Dmitri Shostakovich, inclusive com поросёнок

A partir de 1936, a vida de Shostakovich foi num embate desigual contra o leviatã soviético. De saúde frágil, o compositor fazia parte de um grupo de artistas cada vez mais raro: o dos provocadores. Porém, quando digo provocadores, falo em artistas com substância e consequência. Mesmo que sofresse pessoalmente, prevendo a morte ou o desaparecimento, mesmo doente e sabendo que seria censurado, seguia cutucando os burocratas do governo com um sarcasmo que até hoje deixa deliciados seus admiradores. Foi um artista que, além disso, soube equilibrar-se entre a extrema sofisticação e a comunicação com o público numa época em que boa parte de seus pares andava perdido num experimentalismo que hoje quase não é mais ouvido. Contrariamente, Shostakovich está cada vez mais vivo e presente nos repertórios das mais importantes salas de concertos. O conteúdo humano e a profundidade de suas composições dizem muito ao século XXI.

Hoje, neste sábado arrancado de uma sequência de dias cansativamente trabalhados, resolvi procurar fotos alegres ou curiosas de Dmitri. Não há muitas, mas fiquei satisfeito com o que colhi.

Feliz, todo bobo
Feliz, todo bobo aos 20 anos, após a estreia de sua 1ª Sinfonia
Com cara de pintor
Com cara de pintor
Com a filha Galina e uns поросёнок
Em 1936, aos 30 anos, com a filha Galina e uns поросёнок
Com um поросёнок nas mãos
Com um поросёнок nas mãos
Durante um jogo de cartas com os filhos
Durante um jogo de cartas com os filhos
Jogando tênis!
Jogando tênis!
Bilhar...
Bilhar…
Como bombeiro, durante a Segunda Guerra Mundial
Como bombeiro, durante a Segunda Guerra Mundial
Assistindo a um jogo de futebol com amigos, seu time era...
Assistindo a um jogo de futebol com amigos, seu time era…
... o Zenit.
… o Zenit.
Foto logo após o segundo casamento, com Margarita Kainova. Durou pouco.
Foto logo após o segundo casamento, com Margarita Kainova. Durou pouco. Ele logo casaria novamente.
De pijama, jogando paciência
De pijama, jogando paciência
De pijamas, foto repassada por Vinícius Flores
Mais uma! De pijamas, foto repassada por Vinícius Flores

P.S. — Ah, o motivo do поросёнок.

Fotos do “making of” da capa de Sgt. Pepper´s, dos Beatles

Fotos do “making of” da capa de Sgt. Pepper´s, dos Beatles

Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band foi o oitavo álbum de estúdio dos Beatles. Lançado em 1º de junho de 1967, tornou-se um imediato sucesso comercial e de crítica, passando 22 semanas no topo da parada de álbuns no Reino Unido e 15 semanas nos Estados Unidos. Alguns pensam que foi o melhor álbum de rock de todos os tempos.

A capa recebeu todos os prêmios possíveis a este item. Ela foi projetada pelos artistas pop Peter Blake e Jann Haworth a partir de um desenho de Paul McCartney. O diretor artístico foi Robert Fraser e o fotógrafo, Michael Cooper. Os Beatles aparecem em ridículos trajes militares com um grupo de recortes de papelão de pessoas famosas em tamanho natural. O quarteto fica no centro, em pé, atrás de um tambor, no qual o artista Joe Ephgrave pintou as palavras do título do álbum. Na frente, há um arranjo de flores com o nome do grupo. Os uniformes de cetim de estilo militar foram fabricados por M. Berman Ltd, de Londres. As letras do álbum estão integralmente na contracapa. Na parte interna (última imagem deste post), há uma foto grande com um close dos meninos.

diana dors

beatlesclose

Making The Cover for Sgt Pepper’s Lonely Hearts Club Band (3)

inkpots

george

Making The Cover for Sgt Pepper’s Lonely Hearts Club Band (6)

hitler

ringo and john

Making The Cover for Sgt Pepper’s Lonely Hearts Club Band (9)

Making The Cover for Sgt Pepper’s Lonely Hearts Club Band (10)

Making The Cover for Sgt Pepper’s Lonely Hearts Club Band (11)

Making The Cover for Sgt Pepper’s Lonely Hearts Club Band (12)