Fernanda Torres, “Ainda estou aqui” e o cinema brasileiro já são vencedores.
Não acho que esta seja uma frase defensiva ou vazia. Eles já são vencedores mesmo. Fizeram muita gente ver seu ótimo filme. Entraram triunfantes em muitos países. Fernanda realmente arrasa sob qualquer ângulo. É uma super mulher.
Outro fato óbvio é que os resultados do Oscar seguem o gosto norte-americano e normalmente eu discordo dele. Para mim, normalmente, o melhor filme deles nem entra na disputa e vai aparecer aqui lá no segundo semestre, Talvez até num streaming da vida, no meio de um monte de porcarias.
Houve tempo, quando eu era uma espécie de editor de cultura do Sul Vinte Um, em que eu dava meus favoritos ao Oscar nos sete prêmios principais (melhor filme, melhor diretor, melhor filme estrangeiro e as 4 principais premiações de atores). Lia tudo. Em três anos consecutivos — 2013, 2014 e 2015 –, acertei os 18 de 21 vencedores. (Toma essa, Ticiano, em 2014 acertei todinhos!) E não foi por votar em quem eu achava que merecia, mas interpretando o mau gosto e as necessidades dos produtores estadunidenses. Hoje, acompanho tudo sem atenção.
Só vi três filmes entre os concorrentes: “A Garota da Agulha”, “Conclave” e “Ainda estou aqui”, então estou BEM POR FORA, mas algo me diz que Demi Moore é favorita à atriz principal. Uma atriz que antes era considerada bonitinha e bobinha e que atua bem em um papel dramático é uma twice-born! Tem que ganhar! Há algo mais lindo e enternecedor para o mau gosto deles? Talvez, claro, ela mereça por sua atuação, então será mais favorita ainda.
Espero estar errado.
Filme por filme, desconsiderando minha condição geopolítica, achei “A Garota da Agulha” melhor do que o filme do Salles, só que não conheço os outros concorrentes nem de nome. E acharia deveras estranho que “Ainda estou aqui” ganhasse o prêmio de melhor filme geral.
Mas, claro, se Fernanda e o “Ainda estou aqui” levarem os prêmios estarei com a turma do Brasil-sil-sil.