Um jogo, o Marconi, outro jogo

Estava assistindo ao Sport martelar, martelar e martelar o Palmeiras quando me veio a idéia de ligar para Marconi Leal. Trata-se do mais famoso torcedor do Sport a morar abaixo das latidudes do Trópico de Capricórnio. Talvez o único. Pego o telefone e ligo para São Paulo. Atende Patrícia, sua mulher, uma gaúcha que tenta torná-lo mais razoável, isto é, colorado. Ela me cumprimenta alegremente enquanto me diz que está levando o telefone para o Marconi na cama. Rapidamente, visualizei o meu amigo em seu quarto vendo o jogo, dando tapas no colchão a cada gol perdido, desejando que Paulo Baier voltasse a capinar na roça. Ele atende:

— E aí, Ribas?

— Vem cá, esse teu time não para de perder gols?

— É? Estou ouvindo uns vizinhos gritarem…

— Não estás vendo o jogo?

— Não, é que estou passando por uns problemas de pressão e meu médico sugeriu que eu não me emocionasse muito.

— Ah, tá.

(Um pouco de hesitação de minha parte).

— Olha, o Sport está bem. O jogo está seguro. O Palmeiras nem ataca. O gol sai logo…

— Hahahahahahahaha, não te preocupa, basta não ver!

E seguimos conversando por algum tempo. Sobre outros assuntos, claro…

Tão verídica quanto a história acima é o fato do Sport ter marcado apenas um gol durante o jogo e só mais um na decisão por pênaltis, o que retirou o clube de meu amigo da Libertadores. Marcos esteve do tamanho da decisão; o restante do Palmeiras, não. Ganharam com muita, muita sorte; defenderam-se todo o tempo; tinham poucos contra-ataques e mínima posse de bola. Neste Palmeiras, não reconheço a assinatura de seu treinador: é um time pesado, sem criatividade, de constrangedora simplicidade. Mas foi uma bela partida, típica de Libertadores, nada a ver com os amistosos do Grêmio, que nada mais são do que coletivos. O São Paulo devia protestar por não fazer o seu!

E ontem vi o jogo do Inter. O Inter perdeu muito com esse posicionamento defensivo inventado pelo Tite. São os tais sete atrás da linha da bola. Ora, se é assim, D`Ale, Nilmar e Taison têm de armar e fazer os gols. O louco do Nilmar rende sob qualquer esquema, mas D`Alessandro e principalmente Taison sumiram, assim como o toque de bola. OK, não perdemos para Corinthians e Flamengo, mas apresentamos um futebolzinho pobre, feio e fedorento. O Flamengo merecia vencer o jogo, só que entrou com uma dupla caipira na frente (Éverton e Emerson) e depois botou Obina e Josiel… Assim fica difícil, né?

Não vi o coletivo do Grêmio, só sei que há mais dois programados para as próximas quartas-feiras, desta vez contra um time de beisebol.

15 comments / Add your comment below

  1. Pô Milton, não fale mal do Baier. Eu sou santista, mas tenho um grande carinho pelo Goiás (culpa de uma certa goiana). Para ser sincero, eu nunca tive uma camisa do Santos, mas a minha do Goiás é sempre usada aqui em Praga.

  2. Ainda bem que você torce para essse América dos pampas mas não é cego. O futebol armado pelo Tite é ótimo para os comentaristas, péssimos para os espectadores, trágico para os jogadores, e não presta para ninguém. Quanto ao Flamengo, seu melhor jogador ontem foi o zagueiro Ronaldo Angelim, que jogou atrás, no meio e na frente, mas tem ao lado dele criaturas como Emerson, Toró e Airton. Inter, favorito para o Brasileiro? Só se for com outro técnico.

    Em tempo: vi o jogo ontem para rir. O Flamengo é um time comédia: jogadores atrapalhados e desastrados, a começar pelo goleiro e seu repertório de gracinhas. O timinho de vermelho parecia o América da década de 60: toca, espera o tempo passar, vê se dá para fazer um golzinho, não dá, continua lá atrás…

  3. Não conheci meu avô paterno, que , morreu aos 40 e poucos numa cirurgia de amídalas. Eu o imagino assim, como o Marconi. Minha av’o dizia que ele era “colorado doente” e eu imaginava ele desse jeito a’i que tu descrevestes o Marconi, no fundo de uma cama, tudo vermelho, doentemente colorado…

  4. O jogo de ontem eu vi. Só vi. O Inter tava irreconhecível. Parecia o Palmeiras. Mas aquela bola que o Bruno tirou no final… deu vontade de criar amígdalas só para gritar um palavrão.

    1. Marconi, torci muito pro Sport. mas minha taxa de pé-friismo está mais alta que teu colesterol – vide o triste episodio em que tive que usar a camisa do time da Zona Leste.

  5. Milton, só por fazer aquela obra-prima em cima das frangas, meus agradecimentos eternos ao Nilmar.
    e esse Marlos do Coxa, é bom? tá vindo pro SP.

  6. Ví que seu bom humor impera sua escrita… Sinal de inteligência, você sabe disso…

    Enfim, muito boa a classificação da tertúlia deste mês… “Besteirol” Olhe aqui, apesar de ser séria a coisa, nós levamos numa brincadeira danada….

    E pior, notamos, notei aqui, que somos realmente, nós humanos, o bicho mais teimoso do planeta. Mesmo sendo brincadeira, ou besteirol, nós roubamos paca! kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk Disse em alguns comments, que eu achava mesmo que não entendiamos o que lemos e nem tampouco entendemos de números rsrsrsrsrsrsrsrs CINCO>>>>> veja vc com as mudas de roupas… QUe graça. Uma das que eu lí, levava um tubo grande de pasta de dentes… Eu mesma leveu um de hipoglós kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk mas, também cheguei na Ilha de barco, lancha e com o Amaury….

    Veja a loucura e a sacanagem que somos nós, os humanos hahahahahahahha

    Enfim, foi bem legal.

    Um beijo e fique bem no sei final de semana, CON

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