O time das 11 melhores comédias, uma antologia pessoal

O time das 11 melhores comédias, uma antologia pessoal

Para deixar nossos dias mais leves.

1. Monty Python em Busca do Cálice Sagrado
(Monty Python and the Holy Grail,
roteiro de Graham Chapman, John Cleese, T. Gilliam, Eric Idle, T. Jones e Michael Palin,
direção de Terry Jones e Terry Gilliam,
1975)

ads_mp6

2. Quanto Mais Quente Melhor
(Some Like It Hot,
roteiro de Billy Wilder e I.A.L. Diamond,
direção de Billy Wilder,
1959)

Some-Like-It-Hot-DI

3. Meu Tio
(Mon Oncle,
roteiro e direção de Jacques Tati,
1958)

mon oncle

4. Noivo Neurótico, Noiva Nervosa
(Annie Hall,
roteiro de Woody Allen e Marshall Brickman,
direção de Woody Allen,
1977)

annie hall

5. O Jovem Frankenstein
(Young Frankenstein,
roteiro de Gene Wilder e Mel Brooks,
direção de Brooks,
1974)

large young frankenstein blu-ray3

6. A Vida de Brian
(Monty Python’s Life of Brian,
roteiro de Graham Chapman, J. Cleese, Terry Gilliam, Eric Idle, T. Jones e Michael Palin,
direção de Terry Jones,
1979)

monty-python-s-life-of-brian-original-4

7. Um Peixe Chamado Wanda
(A Fish Called Wanda,
roteiro de John Cleese,
direção de Charles Crichton,
1988)

wanda

8. M*A*S*H
(M*A*S*H,
roteiro de Richard Hooker e Ring Lardner Jr.,
direção de Robert Altman,
1970)

big__Mash-Review04

9. Cliente Morto Não Paga
(Dead Men Don’t Wear Plaid,
roteiro de Steve Martin, Carl Reiner e George W. Gipe,
direção de Carl Reiner,
1982)

cliente morto não paga

10. Feitiço do Tempo
(Groundhog Day,
roteiro de Danny Rubin and Harold Ramis,
direção de Ramis,
1993)

Groundhog Day

11. Dr. Fantástico 
(Dr. Strangelove or: How I Learned to Stop Worrying and Love the Bomb,
roteiro de Stanley Kubrick, Terry Southern e Peter George,
direção de Kubick,
1964)

Dr. Strangelove or How I Learned to Stop Worrying and Love the Bomb

Saudades de Robert Altman (1925-2006)

Eles vendem sapatos, eu faço luvas. Mas isso não é nada. Apenas estamos em negócios ligeiramente diferentes.

ROBERT ALTMAN, sobre os grandes estúdios de Hollywood

Quando Robert Altman faleceu, em 2006, o mundo ficou mais burro. O mestre, autor mordaz de filmes polifônicos e que se contrapunham às convenções narrativas de Hollywood, deixou-nos acompanhados de seus oitenta filmes, sendo que alguns estão dentre os melhores que vi: Short Cuts (1993), McCabe and Mrs. Miller ou Onde os Homens são Homens (era este o título no Brasil?) (1971), M.A.S.H. (1970), Nashville (1976), O Jogador (1992), Kansas City (1996), O Exército Inútil (1983), Três Mulheres (1977), Quinteto (1978) e Assassinato em Gosford Park (2001). São filmes que ficarão. Há também o maravilhoso Brewster McCloud – Voar é com os pássaros, de 1970, com aquele vertiginoso voo da câmera entre as nuvens. Diretor especialmente querido entre os atores americanos — para quem costumavam trabalhar em seus pequenos papéis recebendo o piso da categoria –, sua ausência está sendo sentida por mim. Não podemos dizer que não foi reconhecido, como pode ser conferido na lista abaixo. Foi um diretor de cinema que eu amava por ter feito da desigualdade entre seus filmes um método — nunca se sabia como seria o próximo –, por ter dado notável importância à linguagem dentro de um esquema tão industrial e por fazer filmes seríssimos e artísticos, ao lado do maior dos deboches.

Talvez seus maiores seguidores sejam o Paul Thomas Anderson de Magnólia e, curiosamente, o Quentin Tarantino de Pulp Fiction, que utiliza narrativas paralelas análogas às que Altman às vezes apresentavam, além dos longos diálogos em livres-associações.

Dia desses, revi o incomum Três Mulheres na Net. Altman faz as três atrizes principais — Shelley Duvall, Sissy Spacek e Janice Rule — renderem como nunca, principalmente Duvall. Apesar do parentesco com Persona: a silenciosa muralista vivida por Janice Rule, o ritmo da narrativa, a absorção da personalidade da personagem de Duvall por parte de Spacek, Três Mulheres é o mais americano e crítico dos filmes. Suas cenas de cowboys e policiais sobre motos, a rejeição do que não é cool, o uso do automóvel com a repetida ironia do vestido, a amostragem de um país cafona e engraçado que impõe comportamentos e posturas infantis ou idiotizadas. Sim, é um filme difícil de descrever. Ao lado de passagens que parecem de sonho, construídas por um Tarkóvski cheio de inspiração, há a mais deslavada comédia, na atuação patética e exata da grande Shelley Duvall. Creio que há ambientes e estados de alma que podem apenas ser criados pelo cinema e Três Mulheres é único em seu clima corrosivo, kitsch e humano, filmado com a maior elegância formal. OK, perdi. Altman me deu uma surra nesta tentativa de descrever seu filme. Mas continuo louco para rever suas principais obras.

Abaixo, então, uma prova do surpreendente reconhecimento que Altman recebeu em vida:

– Ganhou a Palma de Ouro, no Festival de Cannes, por “M*A*S*H*” (1970).

– Ganhou o prêmio de Melhor Diretor, no Festival de Cannes, por “O Jogador” (1992).

– Ganhou o Leão de Ouro, no Festival de Veneza, por “Short Cuts – Cenas da Vida” (1993).

– Ganhou em 1996 um Leão de Ouro especial no Festival de Veneza, em reconhecimento à sua carreira.

– Ganhou o Urso de Ouro, no Festival de Berlim, por “Oeste Selvagem” (1976).

– Ganhou o Prêmio FIPRESCI, no Festival de Berlim, por “Secret Honor” (1984).

– Recebeu 5 indicações ao Oscar, na categoria de Melhor Diretor, por “M*A*S*H*” (1970), Nashville (1975), “O Jogador” (1992), “Short Cuts – Cenas da Vida” (1993) e “Assassinato em Gosford Park” (2001).

– Recebeu uma indicação ao Oscar de Melhor Filme, por “Nashville” (1975).

– Ganhou um Oscar honorário em 2006, em reconhecimento à sua carreira no cinema.

– Recebeu 4 indicações ao Globo de Ouro, na categoria de Melhor Diretor, por “M*A*S*H*” (1970), “Nashville” (1975), “O Jogador” (1992) e “Assassinato em Gosford Park’ (2001). Ganhou por “Assassinato em Gosford Park”.

– Recebeu uma indicação ao Globo de Ouro de Melhor Roteiro, por “Short Cuts – Cenas da Vida” (1993).

– Recebeu uma indicação ao BAFTA de Melhor Filme, por “O Jogador” (1992).

– Recebeu 3 indicações ao BAFTA de Melhor Diretor, por “M*A*S*H*” (1970), “Cerimônia de Casamento” (1978) e “O Jogador” (1992). Ganhou por “O Jogador”.

– Recebeu uma indicação ao BAFTA de Melhor Roteiro, por “Cerimônia de Casamento” (1978).

– Recebeu 4 indicações ao César de Melhor Filme Estrangeiro, por “Nashville” (1975), “Cerimônia de Casamento” (1978), “O Jogador” (1992) e “Short Cuts – Cenas da Vida” (1993).

– Ganhou o prêmio de Melhor Diretor no Independent Spirit Awards, por “Short Cuts – Cenas da Vida” (1993).

– Ganhou 3 vezes o Prêmio Bodil de Melhor Filme Americano, por “Nashville” (1975), “O Jogador” (1992) e “Short Cuts – Cenas da Vida” (1993).

– Ganhou o Prêmio do Público na Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, por “Jazz’34” (1996).

Obs.: Fonte consultada para os prêmios de Robert Altman: Adoro Cinema