Desânimo

É ruim quando a gente vê que aquilo que nos serve de motor — a nossa incontrolável alegria, às vezes perversa alegria — é jogada contra nós como se fosse um grave defeito. Mesmo que ontem tenha sido um dia coberto de elogios do ponto de vista profissional, a sanção ao lado B (ou A) passou o dia enchendo o saco.

(…)

Para completar, minha irmã também está em fuga para a Itália. Volta dia 26. Já que o Supremo Tribunal Federal ainda não deportou o Cesare Battisti, vão elas? Será que obedecem a uma ordem do Mino Carta?

Ao menos minha filha fica. Ela diz que irá cuidar de mim. Para quê? Logo eu, uma natureza fiel! Como é que é? Obama ganhou o Nobel da Paz? Que perigo dar um prêmio desses a um presidente americano! Enquanto isso, Berlusconi diz que a imprensa não tem noção da realidade. Enfim, concordamos!

11 comments / Add your comment below

  1. Milton, a Itália é logo ali. E três semanas vão num zás. Eu sei, eu sei… Não é na minha pele… Mas, afinal, tinha que dizer algo pra consolar o amigo.

    Também, qualquer coisa, se a saudade aumentar muito, você sempre tem a sua disposição, aí pertinho, uma pessoa amável, compreensiva, caridosa e muito espiritualizada… OPS!

  2. Sinto que uma de suas maiores preocupações é, na verdade, com os italianos, de um lado, e a falta de italianas, do outro – descendentes não contam. A outra preocupação está sob grau de censura em nossa curiosa democracia, cujo senso de medida é balizado por humores matizados por instâncias de poder. E isso não é nada engraçado.

    Fiquei pasmo com o Nobel para Obama. O que é isso, algum prêmio de consolação? Remédio para o orgulho arranhado dos estadunidenses – pela crise, Olimpíadas, desemprego e todo o resto?

    Noção da realidade – esses termos me deixam intrigado, como todos nossos antigos absolutos. Sentimentos puros, contradição em termos, muito do que constitui e assenta-se em razão; os estatutos da humanidade, mais que móveis, são como nuvens. Ou resumindo na genial fórmula do velho caquético filósofo alemão: a solidez, olha lá, tá se desmanchando no ar de novo! Vai lá, segura, etc.

    No Rio está a chover canivete, está a chover a cântaros. Porto Alegre passou por isso ontem, eu acho. Gostaria de ver uma cidade esfacelar-se sob a chuva, ou derreter-se, como um sorvete. Ah, desculpa, sorvete, Itália, essas relações e probabilidades, numa dessas perdemos os amigos – que o deus dos amigos não permita mesmo é que percas a esposa!

    Saudações, abraços, e num fica tristinho não. O Botafogo lavou nossa alma e tornou a tua uma posição acima e mais leve.

    1. Tu tens razão sobre os italianos (as) e sobre o Fogão. Adoro eles! (como diria a Yeda) Atrapalham todo mundo e não chegam a lugar nenhum. Não desejo que eles caiam, de modo algum.

  3. 1. Milton: tomara que o Inter ganhe todas nestas três semanas, assim tu poderás te entorpecer com futebol à espera da tua amada.

    2. Mas será legal trocar e-mail com ela. Isso tem a ver com a história de vocês, como certeza vez acho ter lido aqui. Ou me enganei?

    3. Bá… tinha esquecido que o pai da Cláudia é de Jaguari. Ela me disse isso lá na Helen, eu acho. Incrível como sempre tem um Jaguariense em uma rede de, pelo menos 50 pessoas. Como diz Frederico Vidotto, nobre e famoso flisófo jaguariense: eu não sei se o mundo é que é pequeno ou Jaguari é que é grande!
    Uma hora dessas, tenho que contar todas as histórias da minha terra para vocês.

    4. Obama! Waht a fuck?!

    1. 1. Não confio muito no MS, mas falo questão de uma nova Libertadores. Acho que voiu seguir teu conselho e vou ao jogo hoje. Meu projeto Tóquio-Yokohama-Dubai-sejaláondefor começa hoje, caraglio!

      2. Eu prefiro e-mails, sempre. Tens razão, trocamos milhares quando começamos e ela viajou um mês para a Itália.

      3. Com efeito, o mundo é pequeno para Jaguari, a maior exportadora de gringos do mundo!

      4. Como é sábado, que tal pensar que a Academia Sueca colocou o Obama no compromisso de acabar com as armas nucleares, com as guerras de seu país, etc. (Tu estás rindo? Ah, pois é, eu também…)

  4. Companheiro, se te serve de consolo, a minha me largou há uma semana para se embrenhar na Amazônia. Hospedou-se ao pé da Transamazônica. Até a hora em que cheguei aqui no blogue, a última notícia dela que tinha era das duas da tarde, de ontem, quando me preparava para ir ao show do Hermeto. Ela me disse que o motorista do carro que a equipe de reportagem alugou tinha atropelado um cavalo, e o dono do cavalo tinha ido no hotel exigir que não deixassem a cidade até ter notícia do motorista, de locadora, que já tinha se escafedido.

    Estava pensando nisso quando o celular dela entrou em área de novo. Está em Porto Velho, agora, pega o avião a uma da matina. Preferia que ela tivesse ido à Itália. Do dono do cavalo nada sei.

Deixe uma resposta