Inter: está na hora de pensar nas eleições e EM MAIS NADA

Quem vê o Inter jogar, constata: é um time com cara de fim de festa. Espero que os sócios expandam esta noção nas eleições ao final do ano. O grupo dirigente que está lá desde 2002 deve ser retirado, também ele está bêbado e cansado, é a hora de chamar um táxi para levá-los. Foram cinco exitosos anos de Fernando Carvalho, quatro nem tanto com Vittorio Píffero e dois lastimáveis com Giovanni Luigi. Antes da eleição de Luigi, houve uma cisão no grupo, mas o determinante do fracasso de Luigi não foram as questões políticas e sim sua inaptidão para o cargo.

Luigi só ganhou Gauchões. Deveria saber que o Inter não é Prenda.

Luigi tem qualidades. É um homem educado, faz as coisas com cuidado e não é um voraz vendedor de jogadores. Aliás, neste último item chega a ter uma postura amadora, o que é saudável numa instituição onde o objetivo final é o de jogar futebol. Porém, suas qualidades cessam aí. Ele não foi capaz de montar uma comissão técnica competente e estável e subjugou-se aos muxoxos das divas campeãs, mas envelhecidas. A saída de Fábio Mahseredjian da comissão técnica do Inter foi uma tragédia. Tínhamos um dos melhores preparadores físicos do país e o perdemos em razão de que o técnico Dorival Júnior vinha acompanhado de sua equipe e desta Mahseredjian não podia fazer parte. Isso é um disparate absoluto. Fábio foi para o Corinthians e o que fez lá a gente sabe.

Luciano Davi: administração tortuosa do futebol do clube

A entrada de Luciano Davi como diretor de futebol foi outro fato incompreensível. Trata-se de um menino dubitativo e oscilante. Por exemplo, ele anunciou a naturalização de Guiñazú para que Dátolo pudesse jogar e depois, para pasmo geral, disse que aquilo não era mais prioridade (?). Além disso, costuma emitir um rosário de opiniões tolas e avaliza decisões que se comprovaram erradas minutos atrás — o que foi esta justificativa para Dátolo não ter ido à BH para jogar contra o Cruzeiro?, o que foi esta decisão de preservar D`Alessandro? Ele, Luciano, veio em substituição à Luís Anápio Gomes, conhecido pelo jogadores como Bananápio, o que pode ser uma avaliação deselegante, mas que não foram desmentidas pela inação de Anápio.

A história de Luigi com os técnicos também foi inacreditável. Dois grandes ex-jogadores, que deveriam ser preservados como ídolos, foram contratados: Falcão e Fernandão. Ambos craques, ambos ídolos, ambos amadores como técnicos. Entre os as duas contratações, Dorival Júnior, um treinador que confirmou o que dele se sabia: era um disciplinador sem grande interesse pelos treinos táticos, os quais deixava para auxiliares que não eram respeitados pelos jogadores.

E os jogadores? Ora, estes dominavam e seguem com as rédeas do vestiário. O grupo dos velhos é quem manda. Há problemas grandes nesta área, há que fazer um limpa colocando alguns generais e outros de menor patente na reserva. De pijamas, bem entendido.

A propósito, quando meu filho Bernardo perguntou quem seria o novo técnico do Barcelona, respondi-lhe mesmo sem estar informado: “O técnico vai ser alguém lá de dentro, eles têm política de futebol, todos os times desde as divisões inferiores jogam no mesmo esquema, não precisam buscar ninguém de fora”. Acertei. Eu sei que falo do Barcelona, melhor time do mundo, sei que ele está anos-luz à frente do Internacional, mas a experiência deles é que deve ser copiada, não a dos velhos modelos.

Conheço poucos e bons caras da Convergência Colorada, mas fico feliz quando noto a palavra profissionalismo por todos os lados. O voluntarismo bisonho das pessoas convidadas pelo Luigi — o competente administrador da Rodoviária de Porto Alegre, a qual frequentei dia desses — é inadmissível. Não há justificativa para manter uma folha de pagamento de 9 milhões de reais mensais e ter aprendizes como chefes. Todos devem ser profissionais treinados longamente no próprio clube ou fora dele, para que não ocorra este absurdo de ver o Grêmio na nossa frente com um time mais barato e inferior.

Acho que a Convergência, que se formou na Internet e é composta por pessoas em sua maioria sub-40, deveria usar a Internet desde agora para explicar suas propostas e convencer os sócios. Há que crescer e logo. É um bom momento para mudanças. Afinal, nunca vi os colorados tão desanimados, sem vontade de ver o próprio time jogar. Um amigo me disse: “Quando vi que o Fernandão tinha voltado ao esquema com 3 volantes, resolvi fazer a vontade de minha mulher e ir ao cinema. Não queria ver tudo de novo: o time sem ataque, a mesma alteração no começo do segundo tempo, etc.”.

Há um único lado positivo, então. A vida amorosa dos colorados ganhou outra feição. Mas quando a mulher também é colorada a baixa libido da dupla deve levá-los à efetividade de um Nei.

Voltarei ao assunto, imagina se não.

8 comments / Add your comment below

  1. Milton, O Convergência além da necessária juventude que revoluciona e traz novos conceitos tem em seus quadros valores mais experientes. Este equilíbrio faz com que o Movimento produza ideias para o CLUBE e não para si ou para pessoas. ´]É por isto que nossa Oposição não é aquela que se via no antigo Portão 8 com muito barulho. O Movimento prefere propor novas ideias com a cara do Saci Sorridente do que atrelar as mudanças através de indivíduos. O Inter necessita modernizar seu Estatuto a fim de que a gestão política/profissional esteja permeada pelos conceitos da Governança Corporativa e não pelo loteamento político dos cargos. Conceitos sólidos de gestão esportiva jamais permitiriam a contratação do ídolo Fernandão como executivo de futebol e, para piorar o equívoco, o lançarem como treinador.

  2. Milton: inteiramente pertinente teu comentário. Como temos um presidente molengão (quando diretor de futebol, ele trouxe o Galo, de triste memória e que foi ignorado pelos jogadores), a cadeia de comando fica toda molenga. Ouvir este cara inventado como diretor de futebol dando explicações para derrotas e empates, causa dor e sofrimento para os colorados que já viveram dias melhores. Só acho temerário apostar na Convergência porque são todos “sub 40” como dizes. Uma das lideranças mais lúcidas que o Inter já teve e um dos responsáveis pela virada do final dos anos 60 com os mandarins é o Ibsen Pinheiro. Pelo que sei, ele continua na ativa e poderia ser mais ouvido nessa triste hora para nós colorados.

  3. Pois é… É temerário esse Convergência pelo fato de serem inexperientes… Quando somos bons em algo, dizemos que somos profissionais. No Convergência se fala muito em profissionalismo, mas eles não tem experiência… daí pode ser uma incoerência. Enfim… Com Luigi tá soda a coisa… Muitas mancadas uma atrás da outra… O ideal seria trazer de volta alguém com respeito e que são realmente profissionais (tipo Píffero ou Carvalho) para liderarem os Convergências num determinado tempo para conferir a eles uma experiência e promover a mudança necessária ao Colorado.

  4. Achei teu comentário tendencioso e mal intencionado.
    Dizer que os anos Piffero foram “nem tanto” e os do Luigi foram “lastimáveis” dão mostra da tua intenção em falar do convergência, um grupo sem historia e sem serviços prestados ao clube.

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