Beleza e tristeza, de Yasunari Kawabata

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Beleza e tristezaBeleza e tristeza (1964) conta a história de Oki Toshio, um escritor japonês que busca uma amante do passado, Otoko Ueno, agora uma artista plástica. O romance tem um plot absolutamente comum e um desenvolvimento surpreendente. Logo nas primeiras páginas, ficamos sabendo que, no passado, Oki tinha 31 anos e sua amante era uma adolescente de 16 anos. Ela engravidou, porém a criança não sobreviveu ao parto prematuro e ao sórdido hospital escolhido por Oki para esconder o caso. Depois disso, ele se mantivera fiel à esposa e agora, aos 55 anos, desejava rever a ex-amante, sobre a qual escrevera um livro bastante culpado, franco, apaixonado e constrangedor para todos, seu maior sucesso. O interessante do livro é que a reconciliação parece ser impossível e, desta forma, os protagonistas permanecem inertes em suas vidas. Ambos parecem ter desejo na reconciliação, mas Oki vai ficando com a esposa e Otoko com a amante, a bela Keiko. Mais ativos são os coadjuvantes, que criam grande tensão dramática. A ameaçadora personagem de Keiko é uma grande criação de Kawabata (1899-1972), Nobel de 1968. Ela tem por vezes comportamentos amorais e seus planos de vingança contra Oki são perturbadores. Kawabata narra tudo com absoluta serenidade. Não é seu melhor livro, mas é um excelente romance.

(Livro comprado na Ladeira Livros).

Yasunari Kawabata
Yasunari Kawabata

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