Ontem, senti-me abalado ao saber da morte de uma das musas de Ingmar Bergman, Bibi Andersson. Ela participou de boa parte dos filmes que adoro.
Tive a grande sorte de ver e rever todos os filmes que ela fez com Ingmar Bergman faz poucos anos. A atuação dela em Persona… Ingmar Bergman teve a sorte de desenvolver e trabalhar com alguns dos maiores atores do mundo — Erland Josephson, Max von Sydow, Ingrid Thulin, Harriet Andersson, Bibi Andersson e Liv Ullmann.
Bibi Andersson é mais lembrada por seus papéis em O Sétimo Selo (1957), Morangos Silvestres (1957), No Limiar da Vida (1958) — um dos meus filmes favoritos de Bergman que serviu de inspiração para o poema que Sylvia Plath chamou de Três Mulheres –, Persona (1966), A Hora do Amor (1971) e Cenas de um Casamento (1973), onde é coadjuvante. Mas trabalhou também fora da Escandinávia, em filmes menores.
Jamais esquecerei aquelas imagens de Persona como as de Bibi e Liv atravessando a praia e seus rostos lado-a-lado em justaposição. Há também o célebre monólogo de quatro minutos do personagem de Bibi no filme, relembrando seu encontro com um menino em uma praia que levou a uma gravidez e a um aborto juvenil contra a vontade.
Eu me pergunto como Liv está se sentindo agora. Em entrevistas recentes, ela falou de sua admiração e respeito por Bibi, comentando suas atuações em Persona e Cenas de um Casamento, no qual Bibi aparece em uma cena crucial.
Bibi Andersson já estava aposentada — sofreu um AVC em 2009 e desde lá estava bastante mal –, mas espero que seu luminoso sorriso permaneça em minha memória até que venha meu momento de segui-la.