Tchékhov viveu apenas quarenta e quatro anos, convivendo a metade deles com a tuberculose que o levou para o túmulo. Pois, durante este tempo, ele não apenas criou uma grande obra — vinte volumes de prosa mundialmente famosa –, como fez muito mais:
— Construiu quatro escolas em aldeias do interior, uma torre de sino, um galpão para bombeiros no campo e uma estrada, superando a resistência e fraudes dos administradores locais, além da indiferença dos camponeses.
— Ergueu um monumento de bronze dedicado a Pedro, o Grande, em Tangarog, onde nasceu. Convenceu o escultor Antokolsky a enviá-la de fora do país, onde se encontrava. Tchékhov organizou a entrega através do porto de Marselha.
— Fundou uma biblioteca pública em Taganrog, doando mais de dois mil livros próprios. Depois, por quatorze anos, atualizou a biblioteca do próprio bolso, comprando mais livros.
— A cada ano, como médico, atendeu gratuitamente mais de mil camponeses doentes, fornecendo remédios a eles também do próprio bolso.
— Durante uma epidemia de cólera, ele como médico, cuidou sozinho, sem assistentes, dos doentes de 25 aldeias.
— Fez uma viagem heroica até a Ilha de Sacalina. Sem ajudantes, fez um censo de toda a população da ilha e escreveu “A Ilha de Sacalina”, provando com números e fatos que aquele degredo era um “escárnio imprudente dos ricos sobre os pobres sem direitos”.
— Ajudou milhares de pessoas. O conteúdo de muitas cartas recebidas por ele e hoje catalogadas iniciam por: “Agradecimento pelo dinheiro recebido…”, “Agradecimento por interceder para que eu conseguisse um trabalho…”, “Gratidão por auxiliar no recebimento de meu passaporte…”, etc.
— Plantou cerca de mil árvores em áreas florestais devastadas. Foram bordos, cerejeiras, ulmeiros, pinheiros, carvalhos e larícios. Em um local de queimadas na Crimeia, plantou sedoso, palmeiras, ciprestes, cerejeiras, amoreiras, lilases, groselheiras, etc.
Num caderno, Tchékhov deixou as seguintes linhas: “Um muçulmano, para a salvar sua alma, cava um poço. Se cada um de nós deixar para trás uma escola, um poço ou algo assim, nossa vida não passará para a eternidade sem deixar traço”.
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Anton Pavlovich Tchékhov (17 de janeiro de 1860 – 15 de julho de 1904) — escritor e dramaturgo russo.
(Traduzido do russo com uma PEQUENA ajuda de Elena Romanov)
Obs.: Elena avisa que, na Rússia, a data será comemorada em 29 de janeiro em razão da mudança para o calendário gregoriano.