- Não adianta ofender quem vota no Abobado da Enchente. Aliás, chamá-lo de Abobado da Enchente é errado. Chamar de chinelo, então, nem se fala, é erradíssimo. Chinelo é ser / estar sem grana, é estar sempre mal arrumado, chinelo sou eu. Tornaram Melo o Rei dos Chinelos, coisa que ele recebeu de braços abertos como o Rei da Maioria.
- Enquanto a gente condenar o voto das pessoas por serem absolutamente burros, totalmente desinformados ou causado por mau caráter, não vamos entender o que efetivamente define o voto e não saberemos como disputá-lo, restando apenas esse prêmio de superioridade autoconferida. Parabéns a quem quer agregar ofendendo!
- Os argumentos para mudar o voto têm de ser outros. Podem ser as múltiplas suspeitas de corrupção de sua gestão que nunca vão adiante. (Chega a ser cômico como tudo dá em nada quando a direita é acusada. Já quando a esquerda é acusada, dá).
- Em nível mais geral, temos que exorcizar a esquerda, temos que dar um jeito de desdemonizá-la.. Afinal, Lula governa e o mercado acha normal. Cadê o demônio? Até o Moody`s — que é uma empresa norte-americana de serviços financeiros que também classifica os países segundo o risco para investir neles — virou comuna porque aprova o Haddad.
- E, mein Gott, como fazer os evangélicos recuarem da política quando tantos políticos da própria esquerda pedem bênçãos e votos a eles? Todos os políticos ignoram a laicidade, este é mais um caso para exorcismo.
- Convivemos com anos e anos de incultura, de educação de péssima qualidade, e isso segue sendo cultivado. Então é um longo caminho que nem começou. Que, aliás, estamos cada vez mais longe de começar.