Desfile das Escolas de Samba

Há poucas coisas mais entediantes do que os desfiles. Tudo começa pela música. As melodias são todas muito parecidas, além do ritmo ser sempre o mesmo e das repetições fazerem parte do sistema. Mas ouvi-lo de longe não chega a ser irritante. Aos poucos, a atenção sobre o que se ouve vai ficando rarefeita e podemos perfeitamente religar nosso toca-discos interno. O som torna-se uma new age percussiva.

Já olhar é pior. A necessidade de “demonstrar 100% de alegria na passarela do samba” é das coisas mais enjoativas. Não é possível fazer um desfile triste e sem erros? E por que não usar uma batida mais lenta? Seria uma revolução… Se uma tem de ser mais alegre e empolgante que a anterior, não há como a coisa não tender à idiotice. E, decididamente, não é arte. É muito mais uma grande lavanderia de dinheiro para os traficantes.

Vi a comissão de frente da Unidos da Tijuca. Aquela troca de roupa é o sonho de todo marido.

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