Hoje, às 18h, eu vou à dentista. Eu tenho horror a dentistas.
Não tenho medo de cirurgias, de altura, de avião, do Grêmio, de ratos, de insônia, da velhice. Tenho medo é de dentistas.
Às 18h. São 13h30 e só penso no que me fará a Dra. Simone daqui 4 horas e 30 minutos. Uma enorme obturação — quase 100% do dente — quebrou e hoje ela será refeita. Fui lá na semana passada e ela me disse hum, vai dar canal. Então me botou aquela coisa gélida no dente e quase me atirei pela janela. Sorte que pude pensar antes, o consultório é no 22º andar. Surpresa com a dor que eu tinha sentido, ela respondeu então não vai dar canal. Canal? Ficou louca? Nunca fiz tratamento de canal e só ouvir uma expressão dessas já me provoca pânico e desarranjo.
Meus pais eram ambos dentistas e sempre preferi fazer os tratamentos com meu pai (cirurgião-dentista), já falecido. Ele parecia me compreender melhor. O trauma começou lá na minha infância, quando minha mãe – que era…, bem, odontopediatra -, começou a eliminar minhas cáries. Hoje sabemos que uma mãe NÃO DEVE ser a dentista de seu filho, mas, nos anos 60, essa noção não era tão clara. A criança que eu era nunca entendeu porque a pessoa que mais amava neste mundo insistia com aquelas torturas. Era ela quem ligava aquela coisa giratória e de som insuportável em mim. Mas o pior era a emissão secundária de um ventinho frio, úmido e dolorido que me penetrava boca adentro e que me fazia automaticamente gritar, chorar e mexer as pernas. Hoje não faço mais fiascos, mas internamente choro e não entendo porque não me amam.
Morei muitos anos com meus pais em uma grande casa de dois andares. A família morava no andar de cima e o térreo servia para as atividades de nosso DOI-CODI. Com uma mãe odontopediatra, podia ouvir durante o dia os gritos, o choro e a indignação das criancinhas seviciadas. Não sei como ia tanta gente lá, eles estavam sempre com o consultório lotado! Ficava surpreso com a cordialidade com que os adultos mutilados se despediam de meu pai, quando acharia mais natural que praguejassem violentamente e buscassem reparação ou vingança. Mais surpreendente ainda era a reação cordial das mães das crianças às ações de minha mãe.
Hoje estarei na cadeira com a suave Dra. Simone. Ela é bonita e, apesar de perigosíssima, não parece. É um tipo mignon; tal como minha mãe, é magra e mede 1,55m, no máximo. Gostaria de suplicar-lhe cuidados maiores que o normal. Quando lhe falei sobre meus medos, ela riu muito e fiquei imaginado que crueldades poderiam estar escondidas sob cada ha que ouvia. Ha, ha, ha. Qual é a graça? Acordei pensando nela, louco para desmarcar a hora, ainda mais quando abri o jornal e ele dizia, inequivocamente: 13 de agosto. Disse isso para minha mulher que, após a tradicional inspeção feminina sobre quem seria a tal Dra. Simone e porque eu justamente a escolhera, ironizou falando alguma coisa sobre homens medrosos que ficam 10 anos sem ir ao dentista e que, com 50 anos, só vão uma vez fazer o tal exame de próstata, enquanto as mulheres, etc., chega! Despediu-se perguntando se eu não desejava que ela fosse junto para segurar minha mão…
Decididamente, as pessoas não são sérias.
tem um texto do Douglas no blog dele, antiiiigo… sobre quando lhe arrancaram o Enciso, hilário… se achar o link, te envio
amo tanto dentista q ccasei com uma
O quê? E era aquela mulher que estava contigo na ImpedFest? Tão doce, bonita e sorridente… Sorri-dente. Estou fodido.
Eu tenho medo de dentista. Tanto que estou tomando anti-inflamatórios há meses, pra poder não precisar tirar o 3° molar…
E olha que a dentista é minha amiga de infância, aquela traidora…
😉
evi-dente que era ela, não haveria outra
🙂
Marília, nada de tirar o terceiro molar. Dou o maior apoio para que ele fique onde está.
Rômulo, mas ela não guarda brocas nas gavetas, né? Se sim, separe-se! :¬)))
Ai, meu amigo, também estou nestas sessoes de tortura semanal. Amanhã é dia de ir ao matadouro. Mas , pense no lindo sorriso sorri-dente, hehe.
abraço e coragem, garoto
Denise. A secretária da Dra. Simone acaba de ligar. Passou minha hora para as 18h30… Lindo sorriso, eu? Puffff!
É, mas eu já estou sentindo dor por antecipação. Pede a ela para manerar na anestesia. Quando passa o efeito, parece que um caminhão nos pegou em cheio na cara, puts.
Tô solidária contigo, hehe.
abraço, garoto
Outro, Denise.
Tambem odeio ir ao dentista!
Minha dentista era minha vizinha, que sabia de todos os meus medos e que aguentava os meus chiliques de PANICO!
So q agora ela ela mudou de estado! Esta no Maranhão!
O QUE SERÁ DE MIM!
Abraços
Nossa! Eu tenho pavooooooooor de dentista!!!
Enrolo até não poder mais!
Infelizmente, terei que enfrentar meu dentista japinha para dar um jeito num canal aqui tb! aff!!!
pobre japa! sofre qdo eu começo a ficar nervosa e ataco de ninja na cadeira… hehehehe
bjocas e boa sorte
Putz, o Maranhão é bem longe de Brasília…
Milton, querido. Seguro tua mão e choro contigo. Será que lestes aquele meu post lá “pequeno construtor”? Era sobre isso. Quase não consigo chegar ao fim do post. Pior que aquele conselheiro. Comparável apenas com a Paixão segundo GH, que li não com nojo, mas com medo a ponto de ter extra-sístoles. Sério! Não sabes como sei desse assunto – dentes, medo, sofrimento, dor, infância, mãe, família de dentistas e de gente de dentes bonitos, cáries, medo, medo, medo.
E com foi? Tá melhor agora? Ainda falta muito? dá tua mão e chora!
Ah, se eu te contasse…
Meu dentista de infância era o Zé do Carmo: com boticão e tudo quase me deixou banguelo! Argh! dói só de lembrar…
Milton, quase temos (meu marido e eu, amanhã mostro pro meu filho, prá que pare de mae chaamr de bruxa -um ataque de tanto rir. Perfeitamente compreensível o teu medo. Já eu que sempre tive dentes ruins, aprendi que cadeira de dentista é super ergonômica e aproveito prá dormir, pois é único lugar que se pode fazer isso de boca aberta e em público – além do(a) danado(a) que tá cuidando do dente, sempre tem o(a) ajudante(a)- sem passar por mal educada. Segundo uma das dentistas que tive, eu ronco quando durmo profundamente. Levei muitos anos prá ouvir essa informação novamente, numa manhã depois de vários malbecs …
Já estou mais tranquila para ir á minha consulta rsrs
Feliz domingo
Beijos
Aqui no Brasil foi tirado da clandestinidade as Práticas Integrativas e Complementares na Odontologia: hipnose, homeopatia, fitoterapia, laserterapia, florais.
Agora é reconhecido pelo Conselho Federal de Odontologia.
Com a esteira massageadora não há motivo para ter medo do seu dentista!
EU NÃO AGUENTO MAIS!!
TENHO DENTISTA ESSA SEMANA,POR ISSO CHORO ,NÃO COMO E FICO COM ESSA CARA DE TACHO..
POR QUE ESSE MEDO TÃO GRANDE MEU DEUS!!!