Ontem, vi o último filme do homem que afaga Liv Ullmann e abraça Julia Dufvenius
Queria evitá-lo, como o condenado à morte evita terminar seu derradeiro prato
Mexendo o garfo de um lado para outro, debaixo do olhar indiferente do algoz.
Acho abomináveis os passadistas, saudosistas, decorridos, danificados, apodrecidos senhores
que não prezam a contemporaneidade e o presente, porém…
Porém o ano começava e resolvi finalmente conhecer Sarabanda, de Ingmar Bergman.
Fui à locadora e vim com o ponto final de meu mestre preferido sob o braço
E constatei que o homem de 85 anos, alguém que nascera quando os filmes
Eram em preto e branco
E sem som
Sabia e fazia mais do que o batalhão tecnológico de dólares e entretenimento de hoje.
Será que nossa época — minha geração – só serve para apanhar
a humanidade em vídeo-locadoras?
Será que só serve para vê-la — àquela que Bergman chamava de “meu Stradivarius”
— em antigos filmes?
Pergunto à Liv onde a fórmula das pequenas grandiosidades perdeu-se;
e quando e se voltarão.
ESPIRAIS AZUIS
by Ramiro Conceição
Que estragos fiz a mim?
Quantos anos já perdi?
Tudo aconteceu para romper um muro.
Mas que ironia: há outro, atrás, escuro!
Será que ao Artista resta somente um labirinto
para criar urgentemente e dizer “penso-sinto”?
Para que tal talento acima da vontade
se, afinal, não há definitivas verdades?
Seria tão mais fácil crer nos Evangelhos
e, seguro, nascer de velho… Mas não!
A Vida me quis lúcido!
Ai de mim…
que vivo entre abocanhadores
da felicidade em supermercados!
Ai de mim…
que amei
fulana, sicrana e beltrana!
Ai de mim… que acreditei
nas espirais azuis
de Mário Quintana!
“Persona” é um belo filme. Dos melhores. E Liv é uma grande atriz. Das melhores. Um abraço.
SOCIEDADE CAPIM-NA-ATIVA
by Cuniculu Seixas
Viva!… Viva!..
Viva a sociedade capim-na-ativa
Viva!
Viva!… Viva!..
Viva a sociedade capim-na-ativa
Viva!
Eu nasci 10 000 anos à frente
de quem nasceu há 10 000 anos atrás!
Viva!… Viva!..
Viva a sociedade capim-na-ativa
Viva!
Viva!… Viva!..
Viva a sociedade capim-na-ativa
Viva!
Eu nasci 10 000 anos à frente
de quem nasceu há 10 000 anos atrás!
Milton,
esse sr. Cuniculo Seixas é meio atrevido, não é?
Antes ser um atrevido…
que um poeta metido a besta!
Milton, acho que o sr. Cuniculo precisa de ajuda…
Antes ser um atrevido…
que um poeta metido a besta!
E
antes precisar de ajuda
que, do Milton, ser um sanguessuga.
Tirando as piadinhas acima.
Foi um dos teus mais belos posts.
Branco
Pois é, era um post muito sério e sincero, Branco. Fiquei desconcertado com os comentários.
Milton, Liv é uma preciosidade. Que mulher, que atriz!
E você acredita que tenho o DVD de Saraband ainda fechado? É que pretendia vê-lo logo depois de rever Cenas de um Casamento, mas a “sessão” terminou meia-noite e não tive fôlego para a sequência (quase escrevi o trema… saudade dele!). Depois disso, fiquei esperando o melhor momento, o estado de espírito adequado para o último Bergman, mas esse momento nunca veio e acabei esquecendo dele. Agora, tendo visto nos últimos dois dias (e com muito atraso!) alguns filmes que vc mesmo já comentou (Elegy e Blindness), o terreno começa a parecer pronto para voos mais altos, e já estou quase à altura de ver Saraband.
Bom domingo para você!
Ô, Ricardo, não precisa se preparar nada. É boníssimo.
São dez excelentes diálogos. Só…
(;-(
O post é lindo, as fotos são maravilhosas. Ingmar Bergman também ocupa lugar de honra no meu Panteon particular. E Liv Ullman, sem dúvida, era mais do que um Stradivarius. Tinha vida própria.
Esse sábado foi especial.
Obrigado, Leila.
Bergman é o meu preferido, de longe. Liv Ullmann é fantástica, tive a oportunidade de conhecê-la um pouquinho mais de perto quando veio a São Paulo no ano passado, muito simpática e cativante. Milton, quando quiser conhecer o meu blog, está convidado: neffeno.blogspot.com
Aos poucos vou conhecendo o seu! Abraços, José Luiz