As muito feias que me perdoem // Mas beleza é fundamental. É preciso
Que haja qualquer coisa de flor em tudo isso // Qualquer coisa de dança, qualquer coisa de haute couture
Em tudo isso (ou então // Que a mulher se socialize elegantemente em azul, como na República Popular Chinesa).
Não há meio-termo possível. É preciso // Que tudo isso seja belo. É preciso que súbito
Tenha-se a impressão de ver uma garça apenas pousada e que um rosto
Adquira de vez em quando essa cor só encontrável no terceiro minuto da aurora.
É preciso que tudo isso seja sem ser, mas que se reflita e desabroche
No olhar dos homens. É preciso, é absolutamente preciso
Que seja tudo belo e inesperado. É preciso que umas pálpebras cerradas
Lembrem um verso de Éluard e que se acaricie nuns braços
Alguma coisa além da carne: que se os toque // Como no âmbar de uma tarde. Ah, deixai-me dizer-vos
Que é preciso que a mulher que ali está como a corola ante o pássaro
Seja bela ou tenha pelo menos um rosto que lembre um templo e
Seja leve como um resto de nuvem: mas que seja uma nuvem
Com olhos e nádegas. Nádegas é importantíssimo. Olhos então
Nem se fala, que olhe com certa maldade inocente. Uma boca // Fresca (nunca úmida!) é também de extrema pertinência.
É preciso que as extremidades sejam magras; que uns ossos
Despontem, sobretudo a rótula no cruzar das pernas, e as pontas pélvicas
No enlaçar de uma cintura semovente. // Gravíssimo é porém o problema das saboneteiras: uma mulher sem saboneteiras
É como um rio sem pontes. Indispensável.
Texto: fragmento inicial do poema Receita de Mulher, de Vinícius de Moraes.
Dedicatória: Porque eu SEMPRE CONCORDO com o Cristóvão Feil, dedico este PHES ao notável blog Diário Gauche — talvez o único que leio TODOS OS DIAS –, que publicou em sua sempre mutante abertura a primeira foto deste post.
JARDIM DA VIDA
by Ramiro Conceição
O prazer é fruto do Belo
que se planta, que se colhe,
no jardim da Vida;
não é ilha, não se compra,
não se vende, se partilha.
A Igreja Católica discorda desse negócio do prazer ser fruto do belo…
:¬)))
Eu sei,
Milton…
Eu sei…
Audrey Hepburn é covardia. Não tenho nem adjetivos diante da beleza dela!
(sabe que até eu passei a esperar ansiosamente pra vir aqui ver os sábados? Fica um sentimento de “qual será a próxima beldade, será que ele vai acertar?”)
Covardia, né?
Eu acho que acerto sempre, mas há um amigo meu que me pede um com a Shakira, uma gostosa bem vulgar. Quer que eu fale mal dela. Deve ser sado-masô….
Quer a Shakira mas pra falar mal? Também não entendi qual a lógica!
Por falar na Shakira ser vulgar, um dia vi um vídeo em que ela está com roupas normais e o cabelo ao natural – castanho e liso. Estava uma mulher bem comum, dessas que ninguém pára pra olhar. Acho que o visual vulgar é pra ganhar uma atenção que normalmente ela não teria.
Bom, é um amigo que gosta de confusão. Imagina que ele já me mandou as fotos por e-mail?
Obrigado, Milton!
Eu não mereço nada, mas a Audrey merece tudo e mais um pouco.
Abç.
CF
Merece sim. Tu e outros bastiões da liberdade de expressão.
E, no teu caso, ainda há cultura. O DG é muito bom.
“Um rosto que lembre um templo”. Que belíssima imagem,parece que esperei por ela a vida inteira. realmente, Hepburn é covardia.
“Um rosto que lembre um templo” é mesmo uma imagem de arrebatadora beleza. Fiquei pasmo quando a li pela primeira vez.
Caro Milton,
dei uma lida no Diario Gauche e gostaria de comentar sobre um post antigo.
Embora não goste da Yeda (pessoa e governo), não compartilho com álgumas posições de blogs.
No entanto, percebi algo que merece uma interpretação. A ZH (jornal do sul para os “estrangeiros”) passou e duas semanas e ainda passa fazendo um escarcéu sobre a escolha da procuradora do estado (a Bandeirantes também). Agora a mesma ZH (e sua porta-voz Rosane) abem fogo pela viagem de páscoa que a governadora fez sem transmitir o cargo.
Eu achei irrelevante os dois temas. Critique-se o que deve ser criticado, mas transformaram ambos numa crise institucional.
Revisei todos os blogs que não morrem de amores por ela: Nova Corja, Diario Gauche, etc. e nehuma palavra sobre estes assuntos irrelevantes.
Será que a Yeda os comprou? (hehe) Será que há interesses da ZH? Pura idiotice da Rosane?
Abraço
Branco
Eu não sei, Branco. Também não dei grande importância a uma prerrogativa do governador (a escolha da procuradora) e a falta de transmissão do cargo (fato que normalmente não tem repercussão).
Já a corrupção, as escolas do MST, etc. são assuntos bem mais importantes. E, veja bem: a Nova Corja é um blog de direita que não aceita Yeda por suas posições morais. O DG, o RS Urgente, o Dialógico, O Animot, o Hélio Paz e muitos outros são claramente de esquerda.
Mais: acho que ZH liberou os assuntos menores anti-Yeda. Ontem, ouvi o Wianey fazendo uma pesquisa sobre quem deveria ficar no lugar dela. Celso Roth estava ganhando. Sacumé, o barco afunda e os ratos pensam em cair fora…
Abraço.
Milton,
não estou acusando ninguém, mas se eu fosse reporter (e não da ZH), procuraria este assunto: verbas publicitárias….
Branco
Este é um caminho sempre interessante, não? Falo das verbas publicitárias, claro.
pitéumor
É.
Uma sugestão para outra covardia:Jennifer O’Neill.
Nem conhecia…
Vai me dizer que cê nunca assistiu o “Verão de 42”,(com uma trilha sonora inesquecível de Michel Legrand)?.Mas não é estranho seu desconhecimento, não!. Trata-se de uma das atrizes mais injustiçadas de Hollywood. Assista ao “Verão de 42”, e me diga se não vai se apaixonar por essa carioca, uma das mulheres mais lindas do século XX. até hoje, sou perdidamente apaixonado por ela.
Não assisti…
…Pô,se é assim:vou pedir a Renata Vasconcellos!(se tiver com a irmã gêmea dela,melhor!hehehe…)Milton! Aquela “escritora” ficou é com ínveja pois viu que v.escreve muito melhor que ela,”sem duvidamente”! OBS: (A I. Adjani tava com umas canelas gordinhas sensacionais)!!!