Fim de semana

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O som insuportável da TV; o toque do telefone que nunca ouço por estar longe; a volta do esquema chama-derrota de Tite — deu certo!; os fones a toda altura em meus ouvidos para escapar ao barulho de TV; a cadelinha vira-latas parada na sala, olhando para o nada; o almoço bom com truta e alcaparras com a menina na porta do restaurante entregando a senha — sua cara de desgosto; a terrível chuva que parou; a vitória perfeita do injustiçado Rubens Barrichello; a postagem e a leitura dos comentários ao Porque Hoje é Sábado; as refeições sempre acompanhadas de vinho; o gerente do supermercado perguntando se encontrei tudo o que precisava; o telefone que toca sem parar no vizinho; os Concertos para Piano de Mozart ouvidos um atrás do outro nos fones; o som insuportável da TV chegando até meus ouvidos quando a música fica tranquila — como poderá ser tranquila com a intromissão estúpida da TV? –; a ida à competição de hipismo no meio do barro, meus tênis molhados e a vontade de encontrar umas galochas quaisquer; a vitória da Bárbara, as fotos no podium, sua queda de bunda no barro; a frase do professor dizendo que a Claudia é a responsável por ter mostrado o hipismo a minha filha; a ótima tarde de sábado ouvindo Corelli e lendo o Pamuk que fez bem ao Nobel; o sumiço do meu filho — Pai, domingo, vou almoçar no restaurante húngaro com uns amigos, para facilitar já durmo lá… –; o cheiro de pipoca combinando com a infantilidade da TV; os machucados nas mãos de minha mãe por ter feito a cadeira de rodas andar; a enfermeira dela nos pedindo leite desnatado — Não temos, não temos, só semidesnatado ou natural, Semidesnatado então, por favor –; a pizza boa do sábado à noite; o vinho no fim; a indisposição da Claudia após comer e elogiar o pudim; minha dor de cabeça por ter lido sem óculos — por que repito sempre esta merda? –; o ir dormir com ela (a dor de cabeça) bem cedo; o acordar sem dores com Pamuk e Barrichello; a revisão sobre o que escrevera Vinícius Jatobá acerca do livro, minha concordância; a Bárbara acabando o percurso com cara de sonhadora sobre o cavalo; a beleza das bergamotas compradas por R$ 0,75 o quilo quando vi que tinha apenas R$ 2,00 na carteira (agora tenho R$ 1,25); o ter levado comida do restaurante para o jantar de domingo — uma espécie de truta à belle meunière mais canelones muito bem feitos –; a Roma fazendo dois a um no Siena; o jogador que morreu; o dia cinza, mas já sem chuva; meu filho que estudou sábado pela manhã, sumiu e agora volta apressado porque tem que estudar, ou não; o curativo nas mãos de minha mãe, ela me olha sorrindo, mostrando que nunca compreenderá que tem que tirar as mãos das rodas; algo me incomodando muito, a TV sempre ligada emitindo vozes excessivamente alegres; a impressão de que Brendel comeu uma nota no Concerto Nº 23, Não, não, sim, comeu sim, penso; os cocôs da cachorra no andar de baixo; a reorganização dos 1200 discos de vinil, as decorrentes dores nas costas que incomodam menos que o som da TV; os 3000 CDs fora de ordem, depois os livros, Vou morrer; a chegada de meu filho aos berros pela casa; o almoço de sábado em minha sogra, mais vinho, inevitável com aquela comida…; o café feito por minha concunhada; os erros de Guiñazu entregando o jogo; o MSN apitando; a raiva de meu filho — tapas insistentes nas pernas, Puta merda!; os beijos melados em meu afilhado, que tem a convicção de que sou louco; minha irmã chegando para visitar a mãe; a tosse da Bárbara; a indisposição da Claudia; os ferimentos de minha mãe, agora na cama; minha melancolia; o desejo de conhecer Istambul.

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14 comments / Add your comment below

  1. O que dizer para um homem que quase atingiu a plenitude do sentimento de passagereidade? O mínimo que posso ter é cautela. Apenas nos detalhes familiares meu fim de semana diferiu do seu; e confinado em meu barracão dos fundos, torcendo para a chuva não passar, eu ouvia Wim Mertens e lia “Entre Nós”, do Philip Roth (as salvações!).

    Mas a televisão continuava lá, encurtando os metros de distância, mostrando qual de nós dois, no final das contas, vai permanecer.

  2. …então visito o site da Companhia das Letras, enquanto os comments do blog do Milton ficam enroscados em algum improvável chip de Porto Alegre (que minha ignorância insiste em achar que é por causa da chuva), e vejo, num pulo, que a editora acaba de lançar no Brasil (depois de meio século do mais incompreensível descaso) o “As Aventuras de Augie March”, do Saul Bellow. Já com a feliz necessidade de garantir a economia para a encomenda imediata do livro. Toma, televisão miserável!

  3. Sábado e domingo são uma dádiva porque:

    1) nem sei o que é computador;
    2) tem futebol;
    3) tem boa comida e bom vinho;
    4) livraria, cinema, teatro;
    5) andar sem pressa e passear nas aléias do Jardim Botânico;
    6) rir dos histéricos jornalistas;
    7) fazer sexo sem estar cansado ou com o horário espremido;
    8) fingir que o mundo não está a desabar sobre a cabeça de todos;
    9) conversar com gente maluca e consolar-se por não estar sozinho nessa;
    10) ter idéias e perdê-las, por sem finalidade;
    11) entrar em roubadas mas sair delas rindo à beça.

    Sem reservas.

  4. Ô tchê, me dê uma dúzia de bergamotas!

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    2. bergamota
    Enviado por Pio Rambo (RS) em 01-02-2009. 9 sim, 1 não

    A tangerina (Rutaceae), também mandarina, bergamota ou mexerica, é uma fruta cítrica de cor alaranjada e sabor adocicado, originária da Ásia (Índia, China e países vizinhos de clima sub-tropical e tropical úmido). Cientificamente, recebe o nome de Citrus reticulata e que tem como nome popular oficial de Mexerica.
    Bergamota ou vergamota são as denominações dadas à tangerina na região sul do Brasil, principalmente em Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

    Mexerica é um termo mais comum na região sudeste, especialmente no Espírito Santo.

    Em alguns poucos lugares, como em Curitiba, é chamada de mimosa.
    Existem várias espécies da fruta, sendo as mais comuns a bergamota ponkan, bergamota montenegrina, bergamota cahy e a bergamota nativa.
    Muito cultivada no vale do rio Caí, no nordeste do Rio Grande do Sul, é fruta símbolo da cidade de São Sebastião do Caí – RS.

    Eles fazem suco de bergamotas para acompanhar o almoço. Seu gosto ácido ajuda a digestão.

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    3. bergamota
    Enviado por Mauricio Grabowski (PR) em 04-02-2009. 2 sim, 0 não

    Certa pêra sumarenta, em SC,RS mesmo que tangerina(Citrus Bergamia). As bergamotas, como as outras frutas cítricas, têm origem na Ásia meridional, onde são cultivadas há milhares de anos. Foram introduzidas no Brasil pelos portugueses. Em grande ou pequena escala, a tangerina é plantada em todas as regiões do país.

    Bergamota ponkan, bergamota montenegrina.

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    4. bergamota
    Enviado por WILLIAM JORGE ROSSI (SP) em 01-02-2009. 3 sim, 4 não

    é um tipo especial de tangerina, cujo óleo essencial cuja melhor qualidade encontra-se no Marrocos e é muito utilizado nas indústrias farmacêutica e de perfumaria.

    Erroneamente algumas pessoas denominam de bergamota indistintamente algumas variedades de tangerina, variando de Estado para Estado.

    o óleo de bergamota é indicado para doenças da pele (herpes, psoriase, etc…) e da caspa e seborréia no couro cabeludo.

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    5. bergamota
    Enviado por Miguel Angelo de Azevedo (Nirez) (ES) em 01-02-2009. 1 sim, 6 não

    Um tipo de tangerina cuja casca é solta do miolo.

    Existem vários tipos de tangerina: Mexerica, bergamota, tangerina, vergamota, laranja-cravo, mandarina, laranja-mimosa e mimosa.

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    koh-i-noor xana zabra fotografia chupeta

    Letra B
    3640 palavras
    berberidáceo
    berçário
    berceuse
    berço
    berdamerda
    bereba
    berego
    berenice
    beréu
    berg
    bergamasco
    bergamin
    bergamota
    berganhar
    bergantin
    bergen
    berger
    bergougnou
    bérgson
    beribéri
    beriberizar
    berílio
    berilo
    berimbau
    berinjela
    berkeley
    berkelianismo
    berlim
    berlin
    berlinda
    berlinense

    Ô tchê, me dê uma dúzia de bergamotas!

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    2. bergamota
    Enviado por Pio Rambo (RS) em 01-02-2009. 9 sim, 1 não

    A tangerina (Rutaceae), também mandarina, bergamota ou mexerica, é uma fruta cítrica de cor alaranjada e sabor adocicado, originária da Ásia (Índia, China e países vizinhos de clima sub-tropical e tropical úmido). Cientificamente, recebe o nome de Citrus reticulata e que tem como nome popular oficial de Mexerica.
    Bergamota ou vergamota são as denominações dadas à tangerina na região sul do Brasil, principalmente em Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

    Mexerica é um termo mais comum na região sudeste, especialmente no Espírito Santo.

    Em alguns poucos lugares, como em Curitiba, é chamada de mimosa.
    Existem várias espécies da fruta, sendo as mais comuns a bergamota ponkan, bergamota montenegrina, bergamota cahy e a bergamota nativa.
    Muito cultivada no vale do rio Caí, no nordeste do Rio Grande do Sul, é fruta símbolo da cidade de São Sebastião do Caí – RS.

    Eles fazem suco de bergamotas para acompanhar o almoço. Seu gosto ácido ajuda a digestão.

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    3. bergamota
    Enviado por Mauricio Grabowski (PR) em 04-02-2009. 2 sim, 0 não

    Certa pêra sumarenta, em SC,RS mesmo que tangerina(Citrus Bergamia). As bergamotas, como as outras frutas cítricas, têm origem na Ásia meridional, onde são cultivadas há milhares de anos. Foram introduzidas no Brasil pelos portugueses. Em grande ou pequena escala, a tangerina é plantada em todas as regiões do país.

    Bergamota ponkan, bergamota montenegrina.

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    4. bergamota
    Enviado por WILLIAM JORGE ROSSI (SP) em 01-02-2009. 3 sim, 4 não

    é um tipo especial de tangerina, cujo óleo essencial cuja melhor qualidade encontra-se no Marrocos e é muito utilizado nas indústrias farmacêutica e de perfumaria.

    Erroneamente algumas pessoas denominam de bergamota indistintamente algumas variedades de tangerina, variando de Estado para Estado.

    o óleo de bergamota é indicado para doenças da pele (herpes, psoriase, etc…) e da caspa e seborréia no couro cabeludo.

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    5. bergamota
    Enviado por Miguel Angelo de Azevedo (Nirez) (ES) em 01-02-2009. 1 sim, 6 não

    Um tipo de tangerina cuja casca é solta do miolo.

    Existem vários tipos de tangerina: Mexerica, bergamota, tangerina, vergamota, laranja-cravo, mandarina, laranja-mimosa e mimosa.

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    berberidáceo
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    berceuse
    berço
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    berego
    berenice
    beréu
    berg
    bergamasco
    bergamin
    bergamota
    berganhar
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    bérgson
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    berilo
    berimbau
    berinjela
    berkeley
    berkelianismo
    berlim
    berlin
    berlinda
    berlinense

    Tchê,
    posso dar uma chupadinha na sua bergamotinha?

    Dicionário inFormal® possui definições de gírias e palavras de baixo-calão. Seu conteúdo não é adequado para todas as audiências.

  5. Milton,

    A tua sensibilidade cronológica e a tua capacidade de tornar um cotidiano puramente pessoal (e, na maioria das vezes, flat) em algo dinâmico e movimentado são um must na blogosfera.

    Sério: sou do tempo em que os primeiros blogs eram meramente pessoais. Porém, essa forma de uso tão banal ainda pode tornar-se bastante atraente no caso de mais e mais pessoas como tu trazerem short cuts tão bem escritos para os leitores.

    Valeu muito a pena lembrar de Robert Altman. Não apenas pelo diretor inigualável que foi – mas, sobretudo, pela provável inspiração estilística pra narrar o teu fim de semana!

    []’s,
    Hélio

  6. Ramiro, pensei que você tinha surtado de vez.

    O quequiéisso!!!

    será uma nova poesia concretista do sempre lírico ramiro?

    E aquele solzinho no comentário do Marcos?

    o quequi eu tô fazendo vestido com o babydoll da minha mulher?

  7. Sou um seguidor do seu blog há algum tempo e sucessivamente achei seus posts excelentes. Precisava mesmo saber mais sobre isso e você elaborou uma grande fonte de conhecimentos aqui. Nunca aceite que a qualidade desse blog diminua, está simplesmente estupendo!

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