O Natal devia ser como a Copa do Mundo, de quatro em quatro anos. O que há de bom nestes dias? Estar com a família? Sou alguém bastante sociável, gosto de minha familia e já os vejo frequentemente. Então, prefiro estar com eles sem as besteiras mesquinhas e os milagres da época. Mais do que o primado do consumo, detesto as promoções de bons sentimentos, a hipocrisia, a religião, a obrigação de felicidade. Pior, hoje serão servidas iguarias irresistíveis, vai se comer muito e não quero engordar. Por mim, dormia cedo. E amanhã todos voltarão porque haverá comida demais…
É uma festa legal quando temos crianças pequenas, mas agora, qual é o sentido? Há a necessidade de estarmos alegres após passar o dia arrumando a casa e lembrando de detalhes… Pois é, já viram, vai ser aqui em casa. Se a gente fica sério, as pessoas se preocupam. Então, o negócio é beber. Haja saco. Ainda bem que chove. Podia vir uma tempestade e faltar luz no meio da festa! Seria uma novidade!
Festa por festa prefiro a virada do ano. Ao menos é sem presentes e com menos religião. E, associada à data, há uma simbologia de renovação, de planos e mudanças quase sempre falsas, mas ao menos pensadas. Já o Natal… é pura merda. Na minha infância, era comemorado na manhã do dia 25. A gente acordava e havia presentes sob a árvore. Fim. Hoje é um happening, vão tomar no cu.
Há muitos anos tenho insistido na campanha Natal em Julho. Há excesso de festas no fim do ano.
Tbm prefiro o ano novo. Como o natal não me diz nada, passo com os meus sogros 😛
O cara nasceu em julho ou agosto mesmo. A culpa de ter sido dezembro foi do solstício de inverno!
Vai te fuder, invejoso de merda!!!!!!
Natal.
Natal Antonini, vai tomar no cu.
Não faz assim Branquinho, que fico excitado…
PS. A resposta serve também para o “Caminhante” que reclama que o Natal nunca lhe disse nada…
Queres o telefone dela? Ela me parece bem casada…
Não é má idéia, Milton, pelo menos seria uma chance do Natal dizer algo para ela… Sobre a sugestão de troca de data, eu sugiro outubro, junto com meu aniversário, não aguento mais explicar que não nasci no dia de Natal…
Eu sei que a raiva de vocês é genuína. E, racionalmente, eu a compreendo.
Eu não tenho religião. Não acho que nesse dia, há dois mil anos, nasceu Jesus menino para o nosso bem.
Tive Natais com tristeza, briga e hipocrisia durante a vida. Alguns foram mesmo uma merda.
Mas também tive Natais muito felizes.
Eu gosto da idéia de trocar presentes.
Por algum motivo insondável: Eu gosto do Natal!
É isso, um apogeu do consumo,dá dó de ver os Papais Noeis derretendo naquela roupa, há algo muito artificial em tudo isso, mas eu gosto do Natal: mandem me prender.
Por alguma razão de iconsciente memória, considero o Natal e o Ano Novo como uma só festa “As Festas”. Esse sentimento, ainda que ilusório, de pensar um tempo vivido e projetar outro (que quase nunca dá certo), me agrada profundamente.
Não conheço qualquer sociedade sem essa ritualização do tempo.
E eu realmente gosto da comida.
Feliz Natal a todos!!
Eu gosto… da comida. Da bebida também. Uma pena.
Entrei aqui para lhe desejar um feliz natal. Realmente, é isso que desejo, principalmente depois de seu desabafo, com o qual concordo plenamente: muito ritual, hipocrisia, trabalho danado, desvirtuação do sentido religioso que se perdeu em rituais bizantinos, etc. Mas, é natal, rapaz! Pode haver alegria genuína, desde que os Encontros sejam os desejados. No mais, haja saco!
Haja saco. Mas estou cheio de espumantes no freezer e vou dar um jeito no Natal.
Ao som de: Bach
Milton, com “obrigação de felicidade”, resumiste tudo o que penso em relação ao Natal! Só que, no meu caso, vale para o Ano Novo também.
Pois é, me divirto no Ano Novo. Discretamente, mas me divirto.
Totalmente apoiado!
O cara que assina Natal loga acima (se o MR não deletar… merece!) é um verdadeiro cristão!
Mas preparem-se, carolas e natalinos, o retorno do paganismo é cada vez mais próximo e certo!
😉
Dies Natalis Solis Invicti.
Outro que não sabe nada sobre o Natal dando opinião furada…
Escrevi no meu blog:
Mitos e ritos das festas de final de ano
Na antropologia, diz-se que o mito precede o rito. Lembro dessa frase quando faço uma reflexão sobre as festas de final de ano. Por que se comemora o Natal? Por que se realizam todos os rituais da virada?
Falemos primeiro sobre o Natal. Época em que se lembra muito do nascimento de Cristo e se critica aqueles que pensam apenas na questão comercial. Quando era religioso, levava muito a sério tudo isso e tinha convicção de que realmente Jesus nascera nesse dia. Porém, tudo não passa de um mito. Esse período de festas já existia muito antes. Corresponde às celebrações do solstício de inverno no Hemisfério Norte e a Igreja “cristianizou” essas antigas festas, que passaram a ser consideradas pagãs. Na Roma antiga, a celebração era em honra a Saturno, deus da agricultura e da justiça. Para os chineses, esse período é chamado de dong zhi, que significa “a chegada do Inverno”. Para os persas, o deus Mitra também teria nascido nesse período do ano (aliás, sobre esse deus, há muitas semelhanças com o mito de Jesus Cristo, mas esse é um assunto para outro artigo).
Quando vejo os religiosos reprimindo as pessoas que só pensam nos presentes e impondo o Natal como festa cristã, percebo mais uma vez o quanto as religiões conseguem estabelecer seus dogmas como verdadeiros e o rebanho (palavra exata para designar quem segue as crenças cristãs) apenas reproduz sem conhecimento. Prefiro o Natal apenas com a figura simbólica do Papai Noel, “distribuindo” presentes e ensinando as crianças a obedecerem a seus pais. Penso no Natal como época de nascimento sim, não de um homem filho de um deus, mas da esperança de homens e mulheres que passaram por dificuldades durante o ano e querem buscar novas forças para o que está por vir. Daí a importância de se reunir com a família, que dará a força necessária para esse renascimento.
Já o Ano-Novo tem um caráter mais universal. Nenhuma religião quis ser dona dessa data. Há um ecumenismo significativo, que origina vários rituais e superstições interessantes.
Esse período também é conhecido por réveillon, que em português significa “despertar”. Mais uma vez a metáfora do nascimento aparece, sendo que um novo ano nasce e temos que nos renovar. Na virada, usamos roupa de cores que simbolizem algo, a mais usada é o branco, representando o desejo de paz. Outros preferem o vermelho, para atrair uma paixão, ou amarelo, para atrair dinheiro. Comer lentilha ou guardar as sementes na carteira também é uma superstição para quem quer melhorar sua vida financeira. Não se deve comer aves, para não deixar a felicidade voar para longe. Outra superstição é pular 7 ondas no mar e fazer pedidos. Poderia elencar ainda vários ritos realizados por diferentes pessoas, com crenças diferentes, todos com o objetivo de atrair boas energias ou bons fluidos, de acordo com a nomenclatura dos místicos. Se funcionam ou não, é crença de cada um, mas acredito que não tem nada a ver com nenhuma força superior, mas sim a força interior que temos. Se estamos dispostos a construir um ano melhor, faremos com os ritos ou sem eles.
É bom lembrar que o primeiro mês do ano é janeiro, cujo nome é uma homenagem ao deus romano Jano, porteiro dos céus, sempre representado com duas cabeças, uma olhando para frente, o futuro, outra olhando para trás, o passado. Assim como Jano, não podemos esquecer o ano que passou. Temos que avaliar tanto os acertos, para repeti-los ou aprimorá-los, quanto os erros, para não cometê-los mais. Só assim estaremos preparados para encarar o novo ano e enfrentar os novos desafios.
Concordamos inteiramente, mas digamos que foste um pouquinho mais articulado do o Milton truculento de hoje de manhã.
Belo post, Cassionei!
Hey Milton,
E as bolas de ouro na árvore de natal do Vaticano, pouco tempo após o papa condenar a obscenidade da riqueza ostensiva ou algo assim?
Rô-rô-rô.
Já foste no Musei Vaticani? Eles são os donos da arte antiga.
Vai ter amigo secreto? Pois pior que o natal, só mesmo o natal com amigo secreto.
E feliz natal!!!
Natal Antonini responderá essa?
Não sou cristão. Na verdade sou ateu, mas gosto de natal, adoro amigo secreto. Na verdade o que me irrita são os pseudo-intectuais, isso sim é um porre. Então, eles que vão tomar no cu.
Adorei o post,especialmente o final,kkkkk!
Tb detesto porra de natal!!É festa pro comercio!
Mas tb,uma festa criada pra celebrar o nescimento do rei dos judeus,so poderia dar nisso mesmo!
Mas, Márcia, tu nem me conheces… não entendo esse ódio…
Essa história de natal é cria do império de Roma que felizmente está em curva descendente e penso que não vai mais do que um século. E afirmo que já vai tarde. A maior responsável por toda essa encheção de saco de dar ou trocar presentes é fruto de uma merca chamada de publicidade. Penso que publicidade, somada à indústria farmacêutica resulta em merda em profusão, vez que são duas pragas a explorar a humanidade. Valeu Milton, necessário mandá-los tomar no cu mesmo. hahah…
Excelente texto, Milton! Inclusive copiei ele na íntegra para o meu blog (com os devidos créditos, é claro).
Abraços (mas de longe porque estou suado)
HAHAHAHAHAAHAH. ditto.
Nada a acrescentar, um texto perfeito diz tudo. Mas, meu querido Milton, como leitor assíduo, atrevo-me a sugerir. Pelo menos pra mim, a última frase acabaria assim: “… é um happening.” rsrs
Aguardo 2010 com grandes histórias, abs
Ricardo, sp
Eu gosto do Natal por um motivo muito simples: ganho presentes nele. Também detesto a hipocrisia e a “obrigação de felicidade”, mas foda-se, eu gosto de ganhar presentes. Estou com bons livros para ler até julho, mais ou menos.
Também gosto do Ano Novo, mas por causa da comida. Lentilha, porco e farofa formam uma combinação perfeita. Também gosto dos fogos de artifício.