O educador português José Pacheco escreveu um texto para a Folha de São Paulo a respeito do “Caso Cléber”, ou seja, o caso da família que foi condenada por educar os filhos em casa. O periódico paulista não o publicou, além de ter pervertido a opinião de Pacheco em artigo. Soube de outro caso em que o pai consentia que seu filho abandonasse a escola mediante o compromisso de que assistisse todos os dias a um filme de escolha paterna. Como já escreveu o Hélio Paz, referindo-se à leitura, a escola é tão desinteressante e anacrônica que talvez os “Casos Cléber” tornem-se cada vez mais comuns.
O texto completo de José Pacheco foi passado ao OPS, que o publica bem aqui.
Oi Milton
Aqui vão três comentários sobre este post.
1) Eu realmente me pergunto qual a validade de se acusarem pais que recusam colocar seus filhos na escola e fazem uma educação preceptora em casa. É claro que não podemos desconsiderar os casos em que essa ação é movida por ignorância, porém, em outras situações, o que pesa é o fato de o ensino deixar a desejar e muito. Antes de se acusar os pais, não seria melhor se perguntar por que quanto mais aumentam os dias letivos escolares menos as crianças sabem? Por que nossos pequenos estudantes que tem de 5 a 6 períodos de matemática por semana desconhecem a tabuada? Por que se estuda história da literatura ao invés de literatura? Uma história da literatura que obriga garotos de 14 anos a lerem Iracema (Santo Deus!!), mas é incapaz de lhes apresentar alguns interessantes contos de Ligia Fagundes Telles ou do Caio Fernando Abreu que muito mais fariam pelo seu gosto literário do que a virgem dos lábios de mel.
Sinceramente, perco o sono desde já pensando na escola do Miguel e torcendo para que ele encontre professores capazes de despertar a curiosidade dele e não de matá-la. Eu, por exemplo, só descobri as belezas da física graças ao meu professor do terceiro ano do ensino médio. Uma pena. Se eu soubesse antes que pela física poderia entender as estrelas, talvez tivesse seguido outra profissão.
2) Me apavora algumas práticas do jornalismo, sempre temo quando tenho de fornecer alguma informação para um jornal. Ocorrem coisas do tipo:
(jornalista)
A Sra. está dizendo que isso foi no século…?
(eu)
Século XII
(jornalista)
Certo. Foi no século XII.
(eu)
Exato. Estamos falando que tal fato ocorreu no século XII.
Notícia do jornal
“Segundo a historiadora Nikelen Witter, tal fato NÃO ocorreu no século XII.”
Entendeu meu pânico? Sei que não é uma prática generalizada e a gente espera que os grandes jornais não sejam assim por terem equipes mais qualificadas e tal, mas nos que eu conheço, é assim. Pior, me apavora essa decisão absurda de jornalista não precisar de diploma. O que nos espera??
3) O caso do pai que substitui o colégio por filmes a que tu te refere, que eu saiba é um romance chamado O Clube do Filme, de David Gilmor. Ainda não li (fase dos filhos pequenos), apenas vi as críticas que o consideram razoável. Mas dei de presente a uma amiga (e ainda não perguntei a opinião dela).
É isso.
Abração
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