Sem inspiração para um Porque hoje é sábado, volto ao assunto Saramago.
Na semana passada, as vendas dos livros de Saramago dispararam 1000% na Europa. É natural , portanto, certa algaravia e ansiedade de editores e livreiros para saber se poderão contar com inéditos do Nobel da Literatura. Com muito respeito, agente literária do autor, a alemã Nicole Witt, respondeu que tudo está nas mãos da viúva Pilar del Río e da Fundação José Saramago e completou dizendo que esperará: “Afinal, o que Saramago quis publicar, ele publicou”.
Porém, as atenções estão voltadas para as dezenas de páginas do romance inacabado Alabardas! Alabardas! Espingardas! Espingardas!, titulo tirado de Gil Vicente, e também para a volumosa correspondência do autor, já mostrada — manuscritos, cartas, textos inéditos, fotografias — na exposição José Saramago, denominada A Consistência dos Sonhos, onde pode ser conferida farta troca de cartas, cheias de discussões literárias, com o romancista José Rodrigues Miguéis. Ah, e há um romance inédito, Claraboia, rejeitado por uma editora no final dos anos 40, e que o autor nunca quis, depois, publicar.
Humn… Esperemos! Esperemos!
Ola Milton.
Sinto-me como o cachorro do Pavlo V.Ssábado, começo a salivar pensando nas lindas fotos de seu blog. Valeu pelo Saramago.
Pois eu acho que tudo o que não foi publicado pelo autor – qualquer autor – quando era vivo ou que ele não tenha deixado espresso que deveria ser publicado, não deveria ir para o prelo. O autor é o proprietário da própria obra mesmo depois de morto. Quantas besteiras um escritor escreve e depois se arrepende e descarta tudo, joga no lixo. Sei que às vezes falta-lhe coragem “Vou deixar guardado e quem sabe daqui a uns anos aproveito a ideia de um outro modo…?” ou atitudes do gênero.
Não, devemos nos contentar com o que ele produziu e decidiu que era digno de ser publicado enquanto vivo. E chorar a sua falta.