Por motivos estritamente médicos que não declinarei neste espaço, meu amigo foi obrigado a fazer um espermograma. Sim, era simples. Ele se masturbaria e deixaria o resultado material dentro de um vidrinho. Tudo bem, mesmo para um desajeitado como ele… Foi à clinica indicada pelo médico e contou-me que ficou meio escandalizado com o aspecto demasiadamente próspero do local. Tudo bem, mesmo para um duro como ele… Entrou, entregou a carteira do plano de saúde e ficou esperando chamarem. Demorou. Tudo bem, mesmo para um impaciente como ele… Tratou de armar sua cara mais séria, mas sabia que qualquer coisinha o faria rir. Uma voz feminina chamou pelo Sr. Samuel Weller (ou Veller, remember Pickwick) e ele se ergueu — refiro-me ao corpo — , desejando que a moça fosse bem séria e mal humorada. Era. E ela lhe entregou um vidrinho e um controle remoto.
— O Sr. suba a escadaria. À frente, há um banheiro.
— Sim.
Meu amigo observou o controle remoto em sua mão e não leu nada como Automatic Mastubator, Penis Control, Erection ou Up. Aquilo seria mesmo uma espécie de facilitador? Era.
— Para que serve isto aqui?
— Se o Sr. quiser ver um vídeo…
Sabe quando alguém está pronto para rir e aí lhe dão uma chance? Pois é, ele explodiu. A moça também. Passada a crise, ele disse OK e dirigiu-se à escadaria. O tal banheiro era minúsculo, havia um LCD dos pequenos sobre a privada, uma pia e o local das toalhas estava crivado de revistas pornográficas. Bem, já que estava rindo… Tudo bem, só que, para um lugar tão fino, o Masturbation Room, segundo meu amigo, era acanhado pacas. Nada daquela decoração de motel, nada. Era um reles banheirinho com TV e revistaria. Folheou a Playboy. Tinha fotos de uma mulher da TV. Uma loira de bom traseiro, mas que não era grandemente inspiradora, contou. Olhou uma outra. O nome era algo parecido com As Estudantes. Meninas trajando e depois tirando roupas escolares. De última categoria. Pegou outra. Nova decepção. Então, mesmo contra seus rígidos princípios, resolveu apelar para a TV, pensando que não gostava tanto das coisas por demais explícitas.
Lá, uma mulher tão atraente quanto a atendente da clínica atendia ao mesmo tempo dois homens de pênis descomunais (a frase de medonha musicalidade é uma exclusividade de Milton Ribeiro — serve para indicar que o pênis de meu amigo não apontaria tçao facilmente em riste). Puta merda. Guardou as revistas em seus lugares, desligou a TV e apelou para sua imaginação. Com a graça do criador, disse-me, sua abençoada fantasia nunca o deixou na mão, mesmo nos momentos mais decisivos. Não pretendo declinar neste espaço com quem meu amigo fantasiou, pois é casado com mulher ciumenta. Mas ele disse que funcionou novamente. Colocou a coisa no vidrinho frio, tampou bem tampado, pegou seus pertences e saiu.
Uma nazista o esperava lá fora. Perguntou-lhe com voz audível quatro andares acima e dois abaixo (pois o som sobe mais do que desce, sabiam?):
— HOUVE DESPERDÍCIO DE MATERIAL?
A gente sempre fica um pouco sonhador e bobo após o… ato e ele caiu alguns degraus de seu devaneio. Logo pensou naqueles insidiosos pingos que fazem parte da plenitude de uma vida masculina e que tanto incomodam mães e esposas, mas achou que a nazista não merecia explicações tão óbvias quanto alongadas.
— Não, acho que não.
As mulheres sempre parecem querer que a gente torça o dito cujo após o uso! Caralho! Elas esperam que, logo após uma mijada, a gente ponha um algodão na ponta a fim não salpicar a cueca? Que merda. E seguiu seu caminho, sentindo o restante daquilo que os poetas chamam de sêmen marcar suas cuecas samba-canção, pois, assim como eu, prefere assim: nada de deixar o bicho preso. Afinal, somos democratas.
Narrativa ouvida ontem à noite, após o comício de Lula, Dilma, Tarso e Paim no Gigantinho.
Lembra aquela do sujeito que também foi fazer o espermograma e já estava há mais de uma hora no banheiro. Preocupado, o funcionário bateu na porta. Abriu o sujeito ofegante: – Peraí que ainda não consegui encher o vidrinho…
hahahaha
Não há hora melhor para falar sobre masturbação clínica do que após um comício político com toda aquela masturbação demagógica.
Hahahahahahaha! Ainda bem que não existe nada semelhante para mulheres.
Impossível não rir ao me imaginar numa situação dessas… Principalmente a parte do controle remoto. 😀
Um amigo meu (nunca é com a gente…) passou por esta situação e relatou que é bem difícil.
No caso dele, a “moça” que o conduziu até a salinha entregou-lhe o recipiente e uma revista velha, e logo e cerca de trinta segundos depois bateu na porta perguntando:
– Já está pronto senhor ?
Como diria o Galvão:
“É meu amigo, no limite extremo !”
O meu fiz sem problemas e a atendente fingiu seriedade, como deve ser. Mas sei de um amigo que não conseguia se concentrar. A atendente, depois de meia hora tentava de tudo para ajudá-lo, tentando ser discreta. O cara saiu da sala – era uma sala adequada, com pouca iluminação e clima, segundo ele – e confessou desesperado: “Devo chamar alguém. Não consigo uma ereção vendo filmihos ou fotos. Tem de ser de carne e osso e não quero ter que voltar aqui.” A atendente dirigiu-se até a sala, levantou o vestido e mostrou a bunda a ele. “Assim está bom?” Dois minutos depois o material estava pronto para ir para o laboratório.
Separou-se e foi viver com a atendente.