Em cada um dos quatro dias de carnaval, corri 5 Km pela manhã. Algo leve, para todos os dias, tanto que ganhei um 1 kg. Às vezes, dormia à tarde, perfazendo horas e horas da vida besta que não tinha há meses. Durante a noite, dormia umas 7h. Digamos que dormisse mais 2 à tarde, completando aproximandamente 9 horas diárias de sono. O milagre foi acontecendo aos poucos: a sensação de cansaço que me perseguia há meses foi me abandonando aos poucos. Nunca pensei que essa coisa de “sono atrasado” existisse mesmo. No passado, uma noite normal já me deixava em forma. Agora, nesta sexta década — estou com 53 anos — , preciso de muitas horas de sono para me sentir bem de novo.
Passar um feriado longo em Porto Alegre com temperatura amena é reencontrar a qualidade de nossa vida junto aos amigos, no cinema à tardinha, na leitura a qualquer hora ou no passeio à Redenção com os cachorros. Com grande parte dos restaurantes fechados em férias coletivas, sobrou de bom a Temakeria e Empório Japesca do Mercado Público, espaço onde a gente pode se empanturrar de temakis de salmão ao preço de R$ 5,00 cada. Esta é uma iniciativa muito boa, espero que ela auxilie a fazer o preço da comida dos japas recuar a valores mais justos. E o temaki dos caras é de primeira categoria. Mesmo num sábado de carnaval, ficamos na fila. Coisa pouca, 15 minutos e olhe lá.
Estou lendo um livro sobre Bach. É tão bom que não quero terminá-lo. Franz Rueb dá uma visão muito realista e documentada da vida de repetidas discordâncias entre o compositor com seus chefes. Em 48 flashes de 5 a 10 páginas cada um, Rueb faz a descrição de todos os problemas, das demissões, das relações com a sociedade, com seus pares e também da educação de Bach desde a infância. Naquela época, a falta de títulos já fazia de alguém um idiota e, bem, Bach era autodidata. O livro faz surgir um ser humano interessantíssimo e muito brigão por trás da obra sobre-humana legada a seus filhos e que chegou a nós muito, mas muito incompleta. Foi tão grande quanto Shakespeare, certamente. É curioso. Livros muito mais analíticos não conseguem fazer surgir o homem que há em Bach, um empregado tão obediente que levava sua mulher para cantar na igreja quando isto era um importante pecado. De santo, o cara não tinha nada.
Vi o jogo do Grêmio ontem. Pobre Caxias, ser time do interior é complicado. Nunca vi tantos e tão injustos descontos. Quando o Grêmio marcou seu gol, aos 53 do segundo tempo, perguntei aos amigos o que o juiz faria em reparação. A responsabilidade pelo resultado passava tanto por Márcio Chagas que ele precisava fazer alguma bobagem para demonstrar que era probo, honesto, ilibado. Bingo!, acertei na mosca: ele expulsou inexplicavelmente um jogador do Grêmio. Havia culpa, claro. Acredito que ele escreverá horrores na súmula. Porém, se houve emoção no Olímpico, o grande futebol apareceu antes, às 19h30, no tremendo jogo entre Peñarol e LDU. Os uruguaios estão renascendo de verdade. O Peñarol tem um atacante chamado Urretaviscaya que é uma verdadeira joia. O incrível é que ele, aos 21 anos, é jogador do Benfica de Portugal, que o empresta há 3 anos para manter jogadores duvidosos em seu elenco. Bem, o futebol não é para ser entendido completamente.
Hoje, o Inter joga contra o Ypiranga. Se não ganhar fácil, o juiz dá uma mão, imagina se não?
O choro é livre, mas a verdade não, o gol foi aos 50 minutos e não aos 53.
Abraço.
Morri de inveja das corridinhas. Eu me entreguei à esbórnia.
Quando eu protestava por ter que acordar cedo para ir à aula, meus pais sempre diziam que, quando “ficasse grande” minha necessidade de sono diminuiria. Engodo. Ela aumenta. Esse negócio de sono atrasada e verdade absoluta.
Não vi o jogo de ontem, fiquei o computador acompanhando de longe. Mas… gol aos 51 minutos? Espera aí, o que houve? Faltou luz no Olímpico?
Oi, Milton, folgo em revê-lo.
Como choveu TODOS os dias, o máximo que fiz foi correr da chuva. Mas li outros livros que não o das 48 variações sobre Bach, lido uns anos atrás e até citado neste seu mesmo blog. Para nós soa estranho que um cara tão talentoso perdesse tempo com picuinhas salariais e outras de ainda menor monta, mas penso que o tal, no meio dele, só reconhecesse seus problemas como fatos da vida de qualquer músico na época, e que ele certamente se via como apenas isso: um músico a mais, por maior que fosse o engenho que também ele, mais imodestamente, também reconhecesse em si mesmo. Além disso, era um lúbrico: fez filhos diligentemente a vida inteira, certamente para a maior glória do protestado deus, ou melhor, certamente sob tal álibi…
Um pitaco sobre o… Urretaviscaya. Certamente ele não foi bem no futebol português em razão de algumas contrariedades climáticas. Foi novo demais, não se adaptou a Lisboa, ao português falado por lá, implicou com os argentinos e paraguaios do time, mas essa coisa de empréstimo deve servir, como sempre, para dar cancha ao sujeito. Infelizmente não vi a partida. Acabo de ver o gol pela Internet e assombrar-me com o Centenário bem cheio. Montevidéu deve ter ficado sem ninguém na rua…
chora amargo!
Milton:
O GFPA está totalmente excelente, não precisa mexer em nada. É o favorito não só ao Gauchão Pepsi, como aos títulos nacional, Libertadores e mundial interclubes, além do campeonato municipal de futebol de mesa. Enfim, o time está perfeito !
E falando em Libertadores, depois do jogo de ontem, é bom usar protetores de saco.
Ahahaha… teu comentário final, sobre o jogo do Inter, foi pra tentar fazer com que os gremistas concordem contigo sobre a arbitragem de ontem?
Milton, Milton…
Abs,
marcos nunes voltou!
[certamente o milton não viu o jogo, a cera do caxias foi inédita, 6 minutos de acréscimo eram pouco, e o grêmio fez gol aos 50]