Eu lamentei muito o fim do Biscoito. É uma baita perda num país em que a imprensa tradicional é uma coisa cujo bom senso manda ignorar. Eu concordo com tudo o que a Fal escreveu abaixo, mas, sabem?, eu não discordava tanto do Idelber quanto ela. Talvez ele me seduzisse de tal forma com a qualidade de seus textos que já vinha louco prara concordar. Das muitas pessoas que conheci através da rede, o Idelber e seus filhos — que passaram 3 ou 4 dias hospedados lá em casa — foram dos mais especiais. Porém, cá pra nós, duvido que ele suma assim, quase totalmente. Ele não iria nos deixar sem seus textos, maravilhosos textos. Pois como escreve o animal! E também, a seu modo, a Fal, que apenas vi uma vez.
Por Fal Azevedo, roubado do Amálgama
Era 14 de março, estava de trabalho até a raiz dos cabelos, tinha não um, mas dois livros do Dani olhando feio pra mim ali da estante e exigindo resenha e tive que parar tudo pra processar essa novidade: o Idelber fechou o blog. Não, dessa vez ele não botou o blog pra nanar. Ele fechou o blog. Baubau.
*
Quer dizer, de novo vem o Idelber me tirar do sério.
*
Master Idelber. Então, que ele fazia esse blog, o Biscoito Fino e a Massa. Uns textos sobre futebol. Pra mim, chatíssimos, né, que acho futebol chatíssimo. Quem ama futebol, venerava os textos do Idelber. E eu lia cada um daqueles textos, do começo ao fim, detestando o futebol, não dando a mínima pra que diabo fez o Guarani, mas amando aquele entusiasmo desvairado. E os textos, claro. Lindos textos, tremendamente bem escritos. Sobre futebol, valha-me, mas lindos. Uns textos cacete sobre política, porque, ahhhww, política partidária neste porto tropical me torra o saco. E sabe o quê? Eu lia aqueles textos sobre política do começo ao fim. Concordando, não concordando, dizendo baixinho que ele era um gênio, gritando pra minha mãe “Ouve o que esse cretino disse agora, mã!”, eu lia. Porque o Idelber tem isso: você lê. Puta da cara ou amando loucamente, você lê aquele texto bem construído, bem ligadinho, bonito, fluido e fica passada. Você não concordou com uma linha dos 400 parágrafos, mas o texto arrebata você. Ou você concorda com tudo e quer mandar tatuar na testa e ainda assim, no meio da crise de paixonite, o texto é tão bem feito, que permite a você distanciamento suficiente para dizer: que puta texto.
*
Mas vai daí que não são uns textos flutuando no espaço, né, os textos eram o Idelber. Era ele ali. E concordando ou não, você tinha que dizer: esse cara tem coragem. A coragem das próprias convicções. Gosto de gente assim, sempre gostei. Gostei de ler o Biscoito desde o começo, por isso, sempre foi assim. Se o Idelber acha que é azul, ele acha que é azul e sai da frente.
*
Ele vai fazer falta, ele, os muitos eles que são o Idelber, fazem falta na minha tela mesmo quando estão lá. Imagine quando não estão. O Idelber cego pelas causas. O Idelber resmungão (meu favorito). O Idelber noveleiro, o Idelber boboca.
*
Mais do que o boleiro ou adorador do PT, tem o Idelber crítico literário. Tremendo, tremendo. O Idelber escritor. Sensacional (Alegorias da Derrota é meu livro-totem há tantos anos). O Idelber queridinho.
*
Quando fui falar num bendito encontro literário em Beagá, Idelber e Ana foram ouro sobre o azul comigo. Eu estava apavorada. Apavorada tipo, tendo crise de choro no banheiro, e eles não foram nada menos que uns amores. Quando meu marido morreu, Ana disse as coisas mais lindas, Idelber disse as coisas mais lindas. Sempre senti falta desse Idelber no blog. Sempre. Não é o estilo dele e meu marido adorava o Biscoito exatamente por isso (‘Bi, isso é blog de macho’, dizia meu doce Alexandre), mas eu sempre senti falta do Idelber-Idelber no Biscoito. Me fazia falta ler sobre o Idelber. Compras no supermercado, se os filhos tinham ligado, que-que ele usa no cabelo. Porque eu sou esse tipo de leitor. Quero saber a marca do chá do cara e se ele tem medo de trovão.
*
O que mais lamento não é a perda do blog. É de saber do Idelber. Ele é o blog. Já mandei e-mail dando dura, mas qual, ninguém me obedece nessa blogosfera.
*
Nunca tive saco pros discursos, pras brigas e pras intrigas palacianas do Biscoito Fino e, caras, aquilo era um vendaval de emoções. O pau tava sempre cantando. Nunca tive saco nenhum pros comentaristas-salvadores-do-mundo que apareciam por lá, aqueles seres superiores que não peidam, e acho a educação do Idelber com a grande maioria, por si só, uma demonstração de educação que vi poucas vezes na vida. Por outro lado fiz grandes, grandes amigos ali na meiuca dos comentaristas do blog dele, pessoas parecidas comigo, pessoas diferentes de mim, pessoas queridas, que Idelber me deu de presente.
*
Nunca li um texto do Idelber sem concordar e discordar, às vezes no mesmo parágrafo, às vezes na mesma frase. Nunca.
*
Já fiz parte duma mesa literária com ele (com muito orgulho), duma mesa de bar (mais orgulho ainda), já abracei o Idelber, ri das piadas dele e sempre admirei a construção do pensar dele, a forma como ele concatena as ideias, a fúria com que ele defende as coisas que defende (já me apavorei também, com essa mesma fúria, e dei um passo para trás, e é assim mesmo, quando a gente ama).
*
Sinto e sentirei falta do amor adulto que o Idelber desperta em mim. Esse tipo tão raro de admiração de parte a parte, que diz: “Nós não concordamos o tempo todo e se na mesma cidade estivéssemos, capaz que eu desse com o cardápio na sua testa depois da batatada que você disse, mas nós nos gostamos e está tudo bem”. Tipo estranho de gostar esse, porque é seu primeiro e mais infantil gostar: seu irmão. É só pro seu irmão que você pode dizer as coisas mais terríveis e ouvir as coisas mais assombrosas e seguir amando e sendo amado. E descobri agora, velhinha, que é também o amor da maturidade.
*
Meses depois de o Alexandre morrer (ou anos depois, vivo num mundo completamente a parte, meu tempo é diferente do tempo do planeta), empacotei uns livros dele pro Idelber. Todos os livros de futebol do Alê. E o livro que ele tinha no criado-mudo, bem ao lado da cabeça dele, no momento em que morreu. Uma edição capenga de Moby Dick, nosso livro preferido. Pareceu tão, tão correto, que os livros do Alê, os livros que ele mais gostava, fossem parar nas mãos do Idelber. Ainda parece.
*
E se vocês querem saber, assisti muita sessão da tarde, li muito livro da Alcott e, por isso, carrego aquela esperança tola no coração, aquela fantasia adolescente, de que o Idelber vai aparecer a qualquer momento aqui no umbral do meu Apart Hotel do Conde Drácula, com uma rosa entre os dentes, usando uma daquelas batas malucas, blogando de novo, prontinho pra me irritar. Se ele lesse esse treco, riria das minhas fantasias burguesas decadentes, claro, mas não ligo. Sou grata a todas as vezes que tive que espanar o pó dos neurônios pra concordar com ele ou que tive que dar todinho pros meus pobres neurônios pra discordar dele. Sou grata a toda a leitura à qual ele me obrigou, dele, dos textos de referência, dos comentaristas, de outros blogs. Amar o Idelber foi, e é, um exercício de inteligência (no meu caso da pouca inteligência que tenho), todos os dias. E a gente ama. Simplesmente.
O Idelber é inteligente e interessante, mas tava na cara que o blog dele foi reaberto por razão agregadas a uma candidatura política, a algo que ele se obrigou (ou simplesmente quis) a fazer nesse sentido, por engajamento partidário direto e/ou por obrigação “política e cidadã”, como quiserem. Assim, o blog tinha data de validade, e ele só prosperou um pouquinho além das eleições para não dar na pinta. Não quero crer que o blog sustentaria reivindicações do Idelber quanto a cargos e salários e privilégios; creio que ele não necessite disso, que tenha sido, afinal, tudo na boa fé, quer dizer, tudo na boa razão. Como veículo de candidaturas, foi apenas um só e nada além. Como propagador de ideias, ia mais além, mas desceu à realpolitk; serv iu ao que serviu, e acabou. É pena. Tanto ele como seus participantes se metiam em boas discussões e multiplicavam boas ideias, além do engajamento necessário às ordens do dia. É pena, mas o mundo, como se sabe, é composto por bilhões de habitantes. E milhares (milhões?) morrem todos os dias.
Uma pena, nossa! Eu gostava muito do blog!
Achei que a Fal emendou algumas frases esparsas de oposição só para disfarçar o fato de que venera o Idelber. Eu também gostava do Biscoito, mas por razões que passam BEM longe ao da dona do excerto. Eu gostava mais dos comentários que do texto do Idelber. Havia lá gente que não só peidava, no dizer sutil relacionado, como mostrava as cagadas que o dono do blog às vezes fazia, como na “trilogia do aeroporto”, em que Idelber e um famigerado professor belga de QI estratosférico “salvam” uma família de mineiros (de Minas) classe C, de uma família paulistana (ou carioca, não me lembro bem), de uma cena de deliberada discriminação, num aeroporto. O texto era tão manjado, tão carregado de clichês de faroeste, e servindo tão semvergonhamente ao momento político das eleições, que a admiração que senti foi pelo enorme sangue frio do Idelber, pois foram as caixas de comentários mais ácidas contra o autor.
Os textos do Idelber sobre literatura, que foram se escasseando em detrimento dos textos de propaganda política, também mostravam feituras apressadas. Ele, sem explicação, desconsiderava Cortázar, alegando que o argentino era leitura de adolescentes; também negligenciava autores como Saramago e GGM, só com um gesto, sem antepor argumentos ou análises que revelassem o que ele via de errado neles além da suspeita de que talvez, simplesmente, não os havia lido o suficiente. Era ou laudatório ou furibundo, no dizer de Niestzche, aplaudia ou vaiava, mas nunca demonstrava compreender. Assim, um de seus últimos post foi sobre o out-sider argentino Macedonio Fernandes, um texto exageradamente esfuziante sobre o lançamento do romance fragmentário “Museu do Romance da Eterna” no Brasil, em que Idelber diz, assim na cara dura, que Macedonio era tido por mestre por ninguem menos que Jorge Luis Borges. Pois a verdade é que Borges não o considerava mestre de coisa nenhuma, tendo salientado ainda que Macedonio não era adepto da eufonia; o que Borges escreveu, num prólogo memorável inserido no “Prólogos com um Prólogo de Prólogos”, era que a verdadeira obra de Macedonio eram as suas ideias oralizadas, visto o seu desprezo pela escrita, o seu talento pela amizade e seu humor excêntrico. Borges não chega nem a citar o alardeado romance.
Não era menos expressivo que, num blog cuja alegação era ser destinado à literatura e frequentado em grande parte por acadêmicos, ninguém aparecera para ressaltar esses pormenores. Também, quem se importa?
tbm gostava mais dos comentários. tinha gente boa ali. era um espaço massa.
[terrível, mas foi sem querer]
Charlles,
Acho que o que mais nos aproxima é essa sanha de desconstruir os textos, e no processo, o próprio Idelber.
Mas acho que não há nada que reparar nesse texto dele sobre o Macedônio não. Digo, nada que reparar no comentário do Idelber sobre a devoção do Borges para o Macedonio.
Já leu alguma coisa da correspondência publicada entre os dois?
Luiz, li os 4 volumes da obras (in)completas de Borges lançados pela editora Globo, e a referência a Macedonio só existe no início do volume 4, num prólogo mais extenso (para os padrões borgeanos: tem 5 ou 6 páginas), com título homônimo ao retratado. Desta peça pode-se perceber a fonte do post do Idelber, a campanha nonsense de macedonio à presidência, etc. Como disse, Borges claramente admira muito mais o amigo do que sua pouca produção escrita.
Não li as cartas a que vc se refere. Vou procurá-las.
Apresentação que Borges escreve em 1921, por conta de uma antologia poética argentina que ele mesmo se encarrega, ao poema de Macedonio “Al hijo de un amigo”:
Macedonio Fernández: Quizás el único genial que habla en esta Antología. Metafísico negador de la existencia del Yo, astillero de enhiestos planes políticos, crisol de paradojas, varón justo y sutil, inderrotable ajedrecista polémico, Don Quijote sonriente y meditabundo. Iniciador – allá por el borroso 99 – de una comunidad anarquista en el Paraguay, y ahora despreciador de todos los Zarathustras que se esfuerzan en trastocar las formas gubernamentales o la forma de las corbatas. Ejercitado en el silencio. En esta época de los literaturizados, Macedonio es tal vez el único hombre – hombre definitivo y pensador, no secundario y de reflejo – que, vive plenamente su vida, sin creer que sus instantes son menos reales por el hecho de que no intervienen en los instantes ajenos en salpicaduras de citaciones, libros o fama. Hombre que prefiere desparramar su alma en la conversación a definirse en las cuartillas. És lícito suponer que durante unos cuantos siglos los venideros psicólogos, metafísicos y urdidores de estética se ocuparán en redescubrir las genialidades que él ya encontró, limó, aquilató y silenció a la postre… Sus noches las incierra en un zaquizami que ensancha apenas un espejo y que mortifican los muebles entre cuya poquedad resalta la guitarra donde suele musicalizar sus momentos. Estas últimas verdades las inscribo por tres razones, para apuntalar la visión que de él os quiero imponer, para lisonjear vuestro bohemismo probable y para que le perdonéis su talento.
Essa apresentação antecipa a de prólogo de prólogos em uns 40 anos, se não me engano.
Quer dizer, esse é uma das muitas referências que Borges faz ao longo da sua vida ao vulto do Macedonio. Poderia citar outras. Em um dos 4 volumes mesmo que você leu das obras semi-completas de Borges. No prefácio a Inquisiciones ele diz que deve as indagações metafísicas dos ensaios a Macedonio. Ect, etc, etc. Se achar alguma referência de interesse na correspondência, faço um apêndice depois. Meu ponto é o de que as referências ao vulto do Macedonio, a sua influência a sua própria escrita não são esporádicas, nem pouco enfáticas.
My contention was, – no Biscoito – que achava que Borges urdiu o seu próprio precursor. Dito isso, Borges foi nada menos que pródigo em afirmar a genialidade (oral e escrita) do Macedonio.
Ah! Então tu és O LUIZ! Estava na dúvida.
Aliás tinha achado uma excelente sacada sua, naquele comentário ao post do Macedonio, de que este fosse um dos precursores inventados de Borges, pelo próprio Borges, a exemplo de seu memorável ensaio “Os Precursores de Kafka”. (Como Borges é bom!!!). Não há índice remissivo nas edições nacionais das obras de Borges, mas vou vasculhar à procura das outras referências sobre Macedonio. Sem querer ser chato, mas sua citação meio que confirma a grande influência de Macedonio ENQUANTO Macedonio, em Borges. E confirma, (pô, como vcs me toleram!) o fato de que os comentários eram a cereja do Biscoito. Quando escrevi o comentário acima, pensei em citar um comentário seu sobre Foucalt, que fez por lá.
Charlles,
Sim é claro que ela confirma a questão do Macedonio oral. Mas a citação traz também o Macedonio escrito. A relevância do Macedonio em verso que acaba nessa coletânia de lírica argentina.
O jovem Borges que retorna da Europa em 1920 era plenamente impressionable tanto por um quanto pelo outro, o Macedonio que vivia para além das linhas, e o outro, conhecido pelos leitores.
Aliás o trote da candidatura de Macedonio à presidência era um projeto conjunto entre Borges e Macedonio de um romance fantástico intitulado El Hombre que será presidente.
Ainda olhando aqui a correspondência atrás de alguma referência mais significativa, menos afetiva e mais literária.
Em tempo, vale citar ainda o discurso que Borges pronuncia por ocasião à morte de Macedonio em 1952, no cemitério da Recoleta. O discurso como se sabe é publicado em número da Sur do mesmo ano, e o qual imortaliza a devoção (afetiva, literária, etc) que o jovem Borges tivera ao Macedonio. Acho que o Biscoito faz alusão a esse discurso quando comenta a relação mestre-discípulo,
Yo por aquellos años lo imité, hasta la transcripción, hasta el apasionado y devoto plagio. … No imitar ese canon hubiera sido una negligencia increíble.
Lamento muito o fechamento do Biscoito.
Nestes últimos meses, fui um comentarista assíduo. Em apenas um post, que tratava da queda de Allende, entrei em confronto direito com o dono da bodega atleticana. Fui escorraçado por todos os lados, mas tenho a plena convicção de que saí inteiro e de pé.
Do mais, aprendi muito por lá.
Em tempo ainda: andei estraçalhando alguns por lá… Houve situações em que deixei somente osso sobre osso. Na caixa de comentários do último post, tentaram me pegar… Deixei lá meus caninos expostos…
Céus, que meda!
Eu morri de inveja de merecer um texto desses da Fal, só isso.
Parece que isso é contagioso e a culpa é do Rafael! Por favor, fique longe do Idelber! 😉
Luiz, peço desculpas, então. Não conheço esses textos. Grato por mostrá-los.
Charlles,
Minha intenção não era ser tão schoolboyish.
Enfim acho que pelo menos estamos em acordo quanto ao Biscoito. Digo, como plataforma.
Também vejo o Idelber como uma espécie de Piazza. Ou uma Stoa, como queira, onde se encontrava toda sorte de gente amontoada para assistir ao último Medea ou para ouvir o último sofisma elevado à verdade da hora. Você saía de lá as vezes surdo da algazarra. Mas não raras eram as vezes em que se saía de lá recompensado pela companhia.
Luiz, mas essas informações suas são realmente muito importantes. Só me causa a angústia de não saber que livros são esses do Borges, e se são encontráveis por aqui.
Charlles,
O discurso de 1952 no cemitério da Recoleta eu citei do “Borges en Sur”, que compila todos os textos do Borges publicados na revista Sur que não aparecem nas obras completas da Emecé.
Ignoro se foi traduzido ao português. Mas se quiser posso te enviar um pdf do original em espanhol.
Oh, Luiz, seria muita atenção da sua parte.
Meu email é [email protected]
Fal, como sempre, matou a pau (e rima). Esse Idelber era e é um grande filho da p*54@. No sentido amoroso, claro. Discordava muito dele também, em política e especialmente sobre midia, mas se uma dúvida não tenho é do conhecimento dele sobre literatura. Um guru, o cara, tenho dívidas impagáveis com ele, em dicas de leitura e autores.
Engraçada a menção a Cortazar como coisa de adolescentes e à admiração de Borges por Macedônio; pois isso não é descoberta de Idelber, é pensamento ocrrente nos meios literários de língua espanhola. Aí é que não houve erro do Idelber mesmo.
Sobre Macedônio e Biorges, a blogosfera hispanohablante está cheia de textos como este: http://is.gd/peLNrQ apontando a influência do velho sobre o cego.
Sobre Cortazar, ainda que eu não concorde, também abundam menções ao caráter “juvenil” de sua literatura, como (se me permite o Milton botar coisa da Folha aqui) conta essa matéria: http://is.gd/cxLfjT César Aira, um dos atuais monstros da literatura argentina é um dos que dizem isso.
E é uma perda mesmo. Não gostava das menções dele à midia, como não concordo contigo Milton nisso (não precisa trazer exemplos de porcaria impressa nos grandes jornais, sei que são fartos, mas não é esse o ponto). Mas faz uma falta danada. É um cara divertido, instigante.