No último sábado, o prefeito de Porto Alegre participou de uma marcha evangélica (Marcha para Jesus) e entregou, de forma definitiva, a chave da cidade para deus. Sim, ele disse que entregava, de forma definitiva, o comando da cidade à divindade. Ignoramos se, na marcha para Jesus, este foi encontrado, mas certamente, em seu logo caminho, os comungantes foram obrigados a desviar de vários buracos e talvez, ao passarem por algumas de nossas ruas prenhes de escuridão, tenham ansiado fortemente pela luz do salvador.
Analisando a fala de nosso prefeito, constante nesta matéria do mui leal e valeroso Felipe Prestes, podemos depreender que Fortunati acha que foi colocado na prefeitura não pela descompatibilização do cargo feita por José Fogaça a fim de concorrer a governador, mas pelas mãos de deus. E, já que deus o havia colocado lá, Fortunati concluiu que deve servir de intermediário entre o ente imaginário e seu povo. O novo jeito de governar de Fortunati é super medieval e temo que a prefeitura se mude para um castelo com fosso.
José Fortunati tem 1,98m de altura e, portanto — o que sabemos nós? — , pode estar efetivamente privando da companhia de deus quando está em pé. Porém, quando põe a bunda em sua cadeira de prefeito fica da nossa altura. Nestes momentos, deve ver ateus, católicos, espíritas e todas as religiões africanas que pululam na cidade. Não gosto de nenhuma delas, pois sou fã dos ateus, mas afirmo ao prefeito que vi uma procissão por demais africana quando passei na Vila Cruzeiro na semana passada. Parece que havia outro deus na área, prefeito. Eu respeitei, claro. Os ateus têm disso, são gente discreta e educada, que não vende nada nem sabe fazê-lo.
Agora só me resta sair da cidade. Me prometaram um estado laico, mas depois entregaram a chave do lugar onde nasci a deus. Eu juro que a única vez que ataquei uma igreja foi há quase 40 anos atrás, eu era um adolescente de pichei um “Pubis pro nobis” numa igreja lá na praia. E foi só. Minha punição veio agora. Fui proscrito.
“Pubis pro nobis”? Até como pichador você era muito culto. E entregar a chave da cidade pra Deus é piada pronta demais.
Mas Milton, como você é maldoso!!!
O Prefeito errou apenas o dia. Ora, o Eric Clapton não está em Porto Alegre?
Então a chave da cidade era para o deus da guitarra…
Em tempo ainda: devido à própria altura, o prefeito anda meio aéreo…
errou o dia nada. Eric já estava em porto alegre QUANDO dessa marcha aí.
hahahahaha. Boa Ramiro.
Em relação às religiões africanas, diga-se em defesa pelo menos do candomblé que ele também não costuma ser proselitista. Pelo contrário: por exemplo, os pais-de-santo relutam muito em adivinhar o orixá de pessoas que eles não conhecem e vão consultá-los só de gaiato. Normalmente, eles não saem agarrando pessoas e enfiando goela abaixo que elas são filhas de Iemanjá, Oxóssi, Oxalá etc.
É verdade. Até porque no geral são igrejas mais novas, já nasceram nesta sociedade nossa com tantas raízes no liberalismo. São mesmo mais tolerantes devido a isso.
Hehe.. Na foto, o cara bem da direita(!), lembra alguém…
Ah, não, Ivo! NÃO SOU EU!!!
Cobra imposto das Igrejhas! Algumas vão sumir…
E, a calhar…
Os integrantes da Comissão de Finanças, Planejamento, Fiscalização e Controle da Assembleia aprovaram o parecer favorável ao projeto de lei que proíbe o repasse da cobrança de ICMS nas contas relativas a serviços públicos estaduais a templos de qualquer culto no RS. A proposição de autoria do deputado Carlos Gomes (PRB) contempla a imunidade de ICMS nas contas de luz e telefone.
Hum…
hahaha “Pubis pro nobis”. A justiça divina tarda, mas não falha.
Me lembrou dos jogadores creditando seus gols a Jesus.
Nada mais simbólico e esclarecedor que uma chave “entregue” a Jesus. Ele não precisava estar, só “parecer” estar. Bom, aquilo não é também “a chave da cidade”, felizmente pode-se sair daqui à hora que se queira, de preferência de carro, de preferência não numa sexta à tarde.
Quanto ao Fortunati, nada mais adequado que o misticismo para alguém que torce tão fervorosamente por um clube que se alcunha de “Imortal”…
O que há de errado em entregar algo a Deus?
Acho que antes de você , Milton, fazer gozação com algo que você diz desconhecer, seria melhor tomar conciencia que o que segura o mundo do desespero e da aniquilação, é a crença que você está apenas dizendo que nega, embora talvez não acredite nesta negação.
…e se ele não for reeleito, vai romper o pacto com seu amiguinho imaginário?
…eu já tinha sentido calafrios ao vê-lo terminar discursos com “E deus dos abençôe!” – uia, pastor!
Todos os prefeitos, todos os anos, entregam todas as chaves de todas as cidades para o Rei Momo.
“Passar um feriado longo em Porto Alegre com temperatura amena é reencontrar a qualidade de nossa vida junto aos amigos, no cinema à tardinha, na leitura a qualquer hora ou no passeio à Redenção com os cachorros” (10/03; da série “O passado condena”).
Coerência pagã, hein, hein, hein…
Milton, viste essa notícia do judeu que abdicou judicialmente da religião? Aí está o link com o seu depoimento, muito interessante, revelador de contradições pra lá de problemáticas:
http://www.ihu.unisinos.br/index.php?option=com_noticias&Itemid=18&task=detalhe&id=48116
Sensacional!
Vou imprimir e colocar o discurso deste judeu na carteira. Melhor ainda a editoria do site onde foi publicado.
Depoimento fantástico…
O FORTUNATI SAIU DO PT, PARECE QUE TEVE DESAVENÇAS PESSOAIS POR LÁ. EU ACREDITO QUE ELE É ATEU, MATERIALISTA, COMUNISTA MESMO; FOI SOLIDÁRIO AO PEDRO RUAS QUANDO CONDENADO PELA DIFAMAÇÃO DO CARLOS CRUSIUS, VEJAM SÓ.
A SUA PRESENÇA NESSA “MARCHA PARA JESUS” DEVE SER MERAMENTE POLÍTICA.