Publicado em 11 de fevereiro de 2008… Hoje, quatro anos depois, Obama segue bem vivo. E presidente.
“Ele provavelmente não duraria muito, um homem negro na posição de presidente. Eles o matariam. Seria melhor que Hillary o vencesse”, disse a Prêmio Nobel de Literatura de 2007 ao jornal sueco “Dagens Nyheter” neste sábado.
Este é o tipo de declaração que apenas beneficia quem a profere. Se Obama não for eleito, Doris Lessing acerta; se for eleito e sofrer um atentado, também; se for eleito e assassinado, idem; se virar presidente e só receber flores, ela ao menos revolveu profundas feridas, servindo de consciência ao povo americano…
A declaração é, no mínimo, inoportuna. Os EUA melhoraram muito no item racismo e a provável eleição de Obama deveria ser encarada com naturalidade pela imprensa. Seria a vitória de um negro sobre uma mulher para a indicação Democrata – algo inédito – e depois sobre um Republicano. Não é bom divulgar “previsões” de seu assassinato; afinal, algum maluco armado pode desejar ficar famoso, cumprindo o que pede o oráculo Lessing.
A Academia Sueca, ao conceder o Nobel à Lessing, destacou que a escritora é dona de um poder visionário de ceticismo… Hum…
Perfeita análise, Milton. E concordo plenamente com a tua argumentação.
Só acrescentaria aí, o fato de Doris Lessin – que, aliás, escreveu o livro A Terrorista (Nova Fronteira) – estar erradamente encarando e fortalecendo a idéia de que a presidência , neste momento (a disputa pela canditadura dos democratas) , é uma questão fechada: ou de gênero ou de raça (ou seja ou é uma mulher ou um negro).
Cáspite: Vamos explorar outras coisas, propostas, mudanças etc.
Até os grandes escritores deveriam ter a sabedoria de calar quando isto é melhor do que falar.
Gostei muito do post. Parabéns.
Um beijo.
E concordo em relação ao Idelber. Ele é awesome em várias frentes.
Beijos
P.S. Parabéns pela nova casa, novo domicílio.
Ay que hambre, comi o *g* de Lessing!
Mecacho!
Não, acho apenas que respeitaste a pronúncia do sobrenome dela. Doris Lessing anda bastante estranha, Meg.
Beijo.
Milton, ela deve ter tomado chás às tardes com Lia Luft.
Curioso pois os Clintons sempre foram considerados nos EUA os políticos brancos mais negros do país. Lá eles os separam duas categorias: barganhadores, que querem integrar ao establishment branco, como o Obama e resistentes (herdeiros de 68) , que consideram Hillary um deles.
Apesar de uma simpatia pelo Obama, gostaria que a Hillary vencesse, pois ela parece-me ter posições mais contundentes e o discurso dele é um tanto vago. Ainda, pode ser preconceito meu em relação aos gringos, mas não acredito na eleição real de um negro nos EUA. Os democratas dariam a vitória a Mccain.
Mas, cá entre nós, estas primárias têm tido partipação recorde e, como disse o Roberto P. de Toledo, talvez o Bush tenha dado sua contribuição à democracia. A população viu o resultado do seu pouco interesse.
Branco
Eu gostaria que Obama fosse o próximo presidente. Ele está sendo apoiado pelo pessoal mais à esquerda dos Democratas. Porém, acho que veremos Hillary x McCain, com provável vitória dela.
Mas é um chute que dou, só isso. Quanto à Doris, uns chás com a Lya talvez as confundissem ainda mais.
Abraço.
Realmente nesta altura do campionato( campanha) é no mínimo inoportuna, como disse!
Abçs