Lula, Haddad e Maluf

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Por Natal Antonini

Vivemos numa democracia.
Numa democracia se governa para todos.
Para se ter um governo democrático de sucesso se deve fazer alianças.
O PP já faz parte da base do governo federal desde o inicio do governo Lula.
O PP resolveu apoiar o PT também em SP, o Maluf é um quadro do PP.
O Maluf é um ladrão FDP.
Os paulistas (que são muito burros) acham que o Maluf foi um ótimo prefeito.
O Maluf se elegeu deputado por SP com uma ótima votação.
SP está, desde o inicio dos governos tucanos, crescendo abaixo do que cresce o Brasil.
Os paulistas (que são muito burros, meeeeeesmo) continuam votando nos Tucanos.
Os Tucanos são aqueles políticos neo-liberais nada “tolinhos”, que quase venderam todo o Brasil.
Nos quais a maioria da juventude burguesa e mimada — com carros pagos pelos pais e camisas lavadas pelas mães – vota.
Essa mesma juventude que ocupava praticamente todas as vagas públicas das universidades brasileiras antes da existência das cotas.
O PT faz o melhor governo que o Brasil já teve.
O Lula quer estender para SP as políticas adotadas pelo PT.
O PT pratica a realpolitik desde que resolveu jogar em pé de igualdade com a direita.
Realpolitik (do alemão real “realístico”, e Politik, “política”) refere-se à política baseada em considerações práticas.
O PSTU é 100% coerente.
O PSTU não aceita a realpolitik.
O PSTU nunca vai ganhar uma eleição para colocar em prática parcelas do seu programa.
O sonho da direita é que o PT fosse o PSTU.
O PT não é o PSTU!!!
E a direita tomou…
Buenas… Não farei a rima óbvia.

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Não nego que a foto abaixo me irrita. Mas a irritação não sobrevive a um pouco de raciocínio. Preferia que Maluf fosse tão idiota quanto um antipetista do gênero Reinaldo de Azevedo e tantos outros, mas ele não é.

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71 comments / Add your comment below

  1. Mesmo assim acho que há limites para o pragmatismo e o realpoliticismo. Justamente por Lula não pensar assim é que o governo dele não pode ser aquilo que era necessário, e ficou muito aquém do desejado, sendo a sorte dele o simples fato de suceder não apenas um, mais uma série de governos desastrosos – fazer igual ou pior era impossível. Isso é que irrita: não sendo bons, os 3 governos federais sucessivos do PT estão além do que os demais fizzeram, puderam, podem e querem fazer. Daí a inexistência de alternativa; daí o investimento de Lula em São Paulo para quebrar um foco brabo de resistência provinciana, classista e racista que tem medo de dizer o próprio nome. Mas daí um eleitor do PT aceitar isso numa boa, a bem do pragmatismo e realpoliticismo postos à frente de um projeto político mais consequente, indisposto aos fisiologismos indispensáveis à partilha do Estado, cujas estruturas são utilizadas pelos partidos em benefício dos próprios partidos, não do cidadão.

    Feitas as correções, parece que aos paulistas não resta nada além do que votar em Haddad, considerando que o adversário é aquele, aquilo, sinistra figura de tempos remotos, vampiro que hoje calça sapatênis e sai à luz do dia para cabular votos onde já tem e, se contestado, acorrenta adversários em postes, uma vez que hoje o empalamento deixou de ser uma pena para ser um prazer.

          1. O PT é de centro-esquerda, mas acaba realizando um governo que pode ser caracterizado como “de centro”, em razões das alianças. O PSDB é de centro, mas acaba fazendo um governo “de direita” em razão das alianças. Mas acho que essas caracterizações pouco ajudam, pois tira a dinamicidade da coisa…

      1. O curioso é que Serra disputou com todas as suas forças este mesmo apoio do Maluf! E ficou irritado quando o PP bandeou-se para o lado do PT.

        E Serra, de centro-esquerda, com o PSDB paulista? É a piada do dia!

          1. Isso! Se mede o “esquerdismo” de um governo pela quantidade de placas de propaganda na rua! Mas que belo medidor!

            Patenteia essa inovação, Maia, vais ficar rico!

          2. Apenas um exemplo, Guimas. Serra não é e nunca foi liberal ou neoliberal (esse termo que certa esquerda adora usar para criticar seus adversários, mas que ela – e nem ninguém — sabe exatamente o que significa).

  2. Se existe um partido contraditório no Brasil este partido é o PT. Nascido na onda de lutas contra a ditadura, no meio do movimento sindical, com apoio de intelectuais de esquerda, o PT radicalizou seu discurso na década de 80 e Lula, seu principal líder, perdeu para Collor, o caçador de marajás, porque não conseguiu os votos de uma classe média assustada com o radicalismo de suas idéias. Depois, o Brasil elegeu um presidente de centro esquerda, FHC, que derrotou Lula duas vezes e o PT fez oposição ao governo tucano, porque ele fez alianças com o diabo, os ACM´s da vida. Faz 10 anos que o Brasil é governado pelo PT e hoje quem faz aliança com satanás é o próprio PT. Tudo em nome do poder, tudo para permanecer no poder. E quanto mais poder, melhor, não importa os meios, não importa a moral, o importante é o poder. Este é o PT bom de luta.

    1. “…quanto mais poder, melhor, não importa os meios, não importa a moral, o importante é o poder. ” vale para todos os partidos, inclusive para esse aí de centrodireita, o PSDB. Diferença: enquanto no poder, o PT alterou os paradigmas implantados pelo PSDB, afins ao desmonte do Estado e entrega da sociedade ao poder maximizado dos mercados. Sei que você vai retornar para se contrapor a isso com seus tais “fatos” que são ideologias, mas…

      1. O guru do PSDB, ex ministro das comunicações, disse que os tucanos governariam por 20 anos. Ele errou, governou por 8. Depois o PT tomou conta, já governa faz 10 anos e fez tudo aquilo que criticou no governo tucano: fez reformas previdenciárias, criou agências de regulação, privatizou serviços e fez alianças com o diabo.

        1. Olha, carlos, eu não tenho a mínima paciência contigo. Conhece aquele frase do “Nunca antes na história desse país?”. Pois é: com todos os erros cometidos pelo atual governo e as poucas similaridades que ele possui com os anteriores do Efeagagá, mesmo assim nunca antes na história desse país as boas notícias foram tantas (e são tantas que nem farei questão de declinar nenhuma delas pois cego que não quer ver também não gosta de ler). A coisa mudou tanto que acho às vezes que estou noutro país, e não naquela coisa caída dos anos Efeagagá, o homem do Perspectiva Zero. Antes eu olhava para a frente e só me restava o desespero. Agora, tenho o desespero como resguardo, só para não ficar que nem um babaca rindo 24 horas por dia.

          Mas é realmente incrível você criticar o PT por se trair e fazer, na sua acepção, o que o PSDB fazia antes, e agora querer a volta do PSDB para fazer… a mesma coisa que o PT faz hoje, na sua acepção. Ora, não seria melhor que juntos eles formassem um partido único, de centronada?

          1. Eu também não tenho paciência com quem não tem o mínimo senso de humor. Relaxa, cara!
            Pergunte para algum liberal, tem o pessoal do Instituto Liberal, pergunte a eles se FHC fez um governo liberal. FHC implantou no Brasil o Estado Regulador, tirou do estado atividades econômicas que podem ser muito melhores desenvolvidas pela iniciativa privada, mediante fiscalização de autarquias especiais, as Agências. Lula, no primeiro ano de mandato, criou uma dessas Agências, fortalecendo esse Estado Regulador. Para realizar a necessária inclusão social é fundamental um Estado Regulador e fiscalizador.

      1. O país decente é aquele com um “mosqueteiro da ética” do calibre de Demóstenes Torres, talvez. Não foi isso que o antipetismo prometeu?

      2. Pô, cara, nós temos um país com problemas centenários, problemas esses que o PT não faz tanta questão assim em resolver, mas comparar os dias que correm, com o mundo caindo pelas tabelas e o Brasil ainda a avançar, com a integral indecência das décadas anteriores, é não querer ver que o governo hoje melhorou muito a qualidade de nosso bordel que, se continuar assim, terminará se transformando apenas numa casa onde se pratica o amor livre. Livre, não liberal: LIVRE.

  3. O problema não é o apoio de Maluf a Haddad (ou a quem quer que seja).

    O problema é que Maluf ainda tem votos e um bom prestígio junto ao eleitorado, e isto o torna importante nas composições políticas. Sem falar no tempinho extra no horário eleitoral.

    Daqui a pouco o Tio Rei vai escrever que os paulistas votam em Maluf por culpa do PT e de Lula.

    PS.: Curiosamente, ninguém se queixou quando Maluf estava com Serra, ou FHC, ou Alckimin. É só com o PT que está errado.

        1. Não entendo: TODO MUNDO chama Maluf de bandido sem-vergonha. E no entanto o cara está aí, cheio de votos. Pergunta pra algum taxista em SP o que ele acha do Maluf “rouba-mas-faz”.

          A minha dúvida permanece: por que os antipetistas se queixam da aliança agora, se votaram em várias alianças semelhantes no passado?

          E, pra quem acha que eu apoio essa pornochanchada política, não apoio não. Mas, se formos considerar as alianças pra escolher candidato, não se vota em ninguém NUNCA.

          E o Lula só está abusando desse jeito porque não tem nenhum líder, oposição ou não, que consiga bater ele hoje. Já ta mais que na hora da oposição ter um desses, ao invés de ficar acariciando o Serra.

  4. Eu também apóio o PT, e também acho que, se fosse ficar nessa de discurso acadêmico pra ganhar eleitorado ‘consciente’ o PT nunca ganharia uma eleição.
    O que essas elites querem mesmo é um cara que fica de discurso bonitinho, bem comportado, e que nunca chega lá.
    Avante, PT!

  5. Eu estou achando ótimo! É um fato raro. Assim o povo fica definitivamente sabedor que a farsa acabou, que o cinismo dessa gente é bem maior do que se supunha. Lancem agora um bordão para a próxima eleição: Sou Lula, sou Maluf!

  6. Um antigo político gaúcho costumava dizer que apoio se aceita e não se discute. O problema que o pragmatismo eleitoreiro não costuma levar em consideração é que o aliado de ocasião, como o Ladruf, cobra um preço alto para oferecer o seu apoio. O seu grupo engessa as reformas entendidas como necessárias, pede aprovação de projetos torpes e acaba, de um certo modo, prejudicando a governabilidade. Não acredito que realmente possamos acreditar que ser aliado ao Collor e ao Maluf é um preço que possa ser pago. Se respirarmos fundo e pensarmos um pouco, não há argumento, não há racionalização que permita aceitar tamanho aborto. Não sou efetivamente ligado a nenhum partido atualmente, ainda que acompanhe de perto, na maior parte dos vezes apavorado. Os chamados movimentos sociais estão cooptados da mesma forma que a chamada esquerda que conseguiu transformar a expressão realpolitik de ofensa em elogio. Vejo pela greve dos professores das Federais, aqui em Poa conduzida em banho maria por um “sindicato”, a Adufrgs, que tem chegado a níveis de peleguismo raros. Não demora muito, vai ter petista procurando reabilitar a memória do Silvio Frota.

  7. Bem, como dono do blog devo dar minha opinião:

    Achei muito inteligente a manifestação do Natal. Ela expõe uma contradição de fundo moral. Por que, por exemplo, o PDT pode se unir ao PP em Porto Alegre e o PT não pode em São Paulo? Os minutos do PP de lá valem menos que os daqui? O PP daqui não tem Malufs? Tem sim, tem PIORES.

    O que acho de Maluf? Causa-me náuseas.

    1. O PDT não poderia; se o faz, comete uma traição política; o PT não pode, se o faz a bem dos resultados eleitorais e posterior governabilidade, ok, comete… uma traição política. Ou, em palavras menos densas, age com “pragmatismo”.

      1. não sei o q é pior: tentar argumentar via lógica como o Natal ou tentar argumentar via “não atire pedras, teto de vidro” como o Milton.

        1. Nenhuma supresa do PP se aliar ao PDT do Fortunatti, isso já aconteceu no passado, Brizola impôs ao PDT uma aliança, em torno de Aldo Pinto, para derrotar Pedro Simon. Não levou.

          Nunca tive simpatias com Arenas, PDS e PP´s. Podem criticar Amaralzinho (o cara que criou o plano de cargos e salários que o CPERS não admite mudar) o Jair Soares e outros, por serem reaça, de direita etc., mas eles nunca “fecharam” com o Maluf.

          Maluf – por tudo o que ele representa — é sim diferente do PP.

  8. Chega a ser engraçado ver a esquerda tentar justificar o injustificável. Seria muito mais coerente criticar, como o faço abaixo, mas a cegueira ideológica não a permite.

    Eu me comovo e me decepciono com ambos os lados. Se tu analisas o programa partidário do PP e do PT, eles são diametralmente opostos. Um quer um Estado enxuto, provedor de necessidades básicas, e acredita que o desenvolvimento está em uma iniciativa privada livre e pujante. Outro defende que Estado precisa ser protagonista e deter os meios de produção, pois a “mão invisível” do mercado não pode, em hipótese alguma, atuar por si só. E por aí vai. 

    Qualquer aproximação política dessas frentes é meramente eleitoreira e com o único objetivo de perpetuar as lideranças no poder. Na média, serão medíocres.

      1. E depois, se vamos escolher candidatos com base em suas alianças, mantendo uma “retidão” ideológica ou programática, não sobra ninguém.

        Como o Filipe disse, as alianças são eleitoreiras, e enquanto o esquema político for este, elas continuarão.

        E o Milton está certo. Se não pode PT com PP lá, não pode PP com PDT aqui, ou PMDB com PP acolá, ou DEM com PMDB mais adiante. Acho que, programaticamente, só pode PT com PSDB. E olhe lá.

  9. Erundina teria dito: “Se for para a felicidade de todos; se for para a diarréia do PiG e se for para o enterro do Zé Erra, diga ao povo que fico”. Fica combinado assim: Erundina fica e o netinho sai. Obs: Cada vez que o PiG diz que o Lula “deu um tiro no pé”, a elite toma um tiuro na bunda, pois é embaixo da sola do sapato do Lula que ela está.

  10. Sarney, Collor, e agora Maluf. Essa sequência tem um final previsível: um emocionante abraço de Lula com Marconi Perillo, no ato final dessa pornochanchada da CPI.

    Venho aqui apor o 38º comentário nesse desperdício de palavras.

    1. surpresa, charlles. o idelber discordou do milton:
      “Idelber Avelar‏@iavelar
      Decisão de Erundina de renunciar é coerente com o ideário original do PT. Quem tem q se explicar é quem defende Belo Monte e aliança c/Maluf”

  11. -Acompanho, as vezes, teu blog e tambem o do Carlos MaLa, sinceramente estou com pena de ti Milton, pois onde o homem entra o blog entra em franca decadência, cuidado.

  12. Sério, arbo, eu acho que o Idelber está no mesmo nível de nojo que eu. Tenho minhas críticas contra o Idelber, mas sempre admirei sua postura intelectual. Chega de eufemismos. O PT é o partido das eufemizações. Quando vejo esses textinhos panfletários iguais a deste post, eu sinto uma profunda repulsa. Esses textos rançosos, multiparafraseados para uma rápida assimilação dos “canais sentimentais” para que o leitor perdoe o imperdoável. Uma ofensa ao mais mediano nível de crítica política e conhecimento histórico. E um enorme constrangimento para seus defensores.

    O desespero desses 5% nas pesquisas é tanto assim?

    1. Trocando em miúdos, esse post assinala que a realpolitik é a politica verdadeira, e a única realmente pragmática. Sendo assim, a realpolitik abole imediatamente qualquer discussão e qualquer argumentação contrária. Argumentar diante um pensamento desse é como soprar de volta contra um tsunami, inútil e auto-deletério. Os que tiverem qualquer outra reação contra esse texto, que não seja a de concordância gratificada diante uma sabedoria tremenda nos concedida de cima, demonstram sua gritante ingenuidade em ainda acreditar em uma moral de fábula na política. Esse texto diz: não há moral na política real; a moral se restringe às propagandas partidárias, que se valem de fantasistas efeitos cênicos. Esse texto alcança um estágio de lucidez muito mais abrangente, assimilando a máxima francesa espúria de “tudo compreender é tudo perdoar”. Assim, meandristas ocultos do poder, como Carlinhos Cachoeira, são essenciais ao Estado, pois eles que acionam as turbinas onde a máquina entrava, eles que tornam real a legítima distribuição do poder ao angariar cotas de cargos públicos para os que verdadeiramente necessitam nesse país, que são os parentes e apanágios de políticos e ajudantes de campanha_ os incompetentes teratológicos, para os quais a vida não reserva mais nada que o escoro de um contrato de 3 anos no sistema público. Quem vê a Verdade por debaixo desses artifícios infantis da fábula moral, vê que Cachoeira pode bem mandar ao senador Demóstenes que pegue 600 mi da empresa pública de luz de Goiás, a CELG (que teve um rombo final de 6 BILHÕES), para uso na cobertura de alguma dívida das empresas privadas de Cachoeira_ afinal, poderia muito bem estender em sua lógica da realpolitik para uma realeconomik em saber que Cachoeira é um dos empresários mais empregadores do país, e sanear as contas de suas empresas é segurar o sustento de milhares de família de funcionários. Aliás, o texto tenta lançar a culpa por cima de uma inerente hipocrisia da sociedade, principalmente a tal “maioria da juventude burguesa e mimada — com carros pagos pelos pais e camisas lavadas pelas mães ” (que são, claro, na positivista dicotomia da sociedade brasileira, os tucanos; só não entendi isso: as mães LAVAM as roupas dos nerozinhos, coitadas?), mas em Anápolis, cidade próxima de onde moro, que é sede do poder do Cachoeira, ouve-se o lamento generalizado de que a prisão do Grão-mestre está levando a cidade para a bancarrota, que caiu num esfriamento econômico preocupante.

      Esse texto, pois, é limítrofe com uma filosofia ultra-realista do que é REALMENTE a política e o estado brasileiro. Ele diz o que o slogan da OMO já nos alerta há anos: se sujar faz bem. Não existe moral, a moral é uma abstração perniciosa para quem perde tempo em acreditar nela; a moral não ganha política. Viril mesmo é a mão-na-massa dos machos nunca recalcitrantes que ganham as disputas no tapa. Política brasileira se faz assim, sem emasculismos e frescuras, mastiga-se a abelha, não come o mel. Só não podem se descuidar nas comissões de viagens internacionais para um dos cem países em que vigora o mandado de prisão do Maluf.

      1. concordo, charlles. queria te provocar. (e ao milton, mas ele sempre cala nessa hora). estava cansado por dizer coisas mto parecidas numa lista de emails de q participo.

        1. digo mais, charlles. acho LINDO (aspas né) q em reposta a um texto desses o cara leve de brinde um comentário como o das 11 horas. perceba.

        2. Eu fico lendo, Arbo. Gosto muito de provocar. Há comentários no Marcos, do Charlles e do Alexandre Constantino que mereceriam posts.

          1. Milton, desculpe amigão, mas talvez tu provoques e construas um grande muro entre tua dialética e os argumentos necessários para convencer, talvez porque no fundo nem mesmo tu concordes com a razão dos fatos. Será por isso que assistes quieto?

      2. Pois é Charles, me permite, “se sujar faz bem”, seria este o preço pelo avanço democrático e a possibilidade de governar. Parece ocorrer uma captura recíproca, entre esquerda e direita. O malufismo, decadente, não sei, consegue dar um último suspiro, e ser procurado por Lula para apoio a Haddad.
        Da altivez do discurso petista ao longo de décadas, percebe-se uma fragilidade, uma impotência do partido, ávido pelo poder, em busca de apoios, quem sabe já preparando a reeleição de Lula à presidência, e com toda esta frente de adesões. Lula seria uma unanimidade nacional.
        O que surpreende no PT, diferentemente de outros partidos, é a enorme distância do foi o discurso, e o que resultou em prática política. Os avanços sociais são importantes, mas , politicamente, o partido criou enormes espectativas, e a realidade lhe impôs a realpolitik.
        Com esta última aliança, entendo, o PT, ou o pensamento dos estrategistas do partido, selam uma mudança de discurso do partido. O PT surpreendeu, nos últimos anos, sua militância e seu eleitorado com mudanças, diria, radicais de postura, desde que se tornou governo.
        O PT abriu mão do discurso contundente, focado na crítica das elites e das oligarquias para, agora, aliar-se e chegar ao poder e governar com as elites e as oligarquias? Possivelmente apoiando-se na idéia de gerar desenvolvimento e políticas sociais, mantendo o prestígio junto a sociedade, e absorvendo estas alianças – a realpolitik.
        Neste sentido, penso, o partido, gradualmente, abre mão de qualquer discurso moral, e de representar reivindicações e ressentimentos históricos da sociedade brasileira.
        Este é o atual pragmatismo de Lula, e de suas principais lideranças? Ou seja, com base na popularidade, abre-se mão do purismo original, e do discurso, talvez romântico-idealista da “luta de classes”, para agora descobrir-se uma outra realidade, que não se governa sem uma repactuação com as elites?

  13. FHC fez realpolitik na alinça com ACM, e ganhou a eleição. Consolidou o real, fez o combate à inflação – com os juros que temos até hoje – e deu-se início aos planos tipo “bolsa família”. Depois de perder várias eleições, Lula fez realpolitik com Alencar, e ganhou. Collor não transigiu e sofreu o impeachment.
    Após o período de polarização do regime militar, todos tem transigido para chegar ou manter-se no poder. Só se radicaliza quando não se pode, ou não se quer chegar ao poder? Aqueles que acreditaram, ou acreditavam no purismo político, na coerência de programas e ideologias tem assistido toda esta sorte de alianças, inimagináveis há alguns anos.
    O argumento é que ao fazer-se alianças não se está abdicando dos programas, mas sim, podendo implementá-los.
    Dilma, obviamente, faz a realpolitik. A base de sustentação do governo faz realpolitik. O empresariado e o sistema financeiro fazem realpolitik. Os conservadores fazem realpolitik ao se aproximar da esquerda e agarrar uma parcela do poder. E a esquerda, para ter maioria, e para ganhar eleições, precisa fazer a realpolitik.
    Certamente, eles não são amigos, mas… nas atuais circunstâncias, Lula precisa do Maluf, e Maluf do Lula.
    Não esquecendo-se que também que Sarnei e o PMDB fazem, como ninguém, a realpolitik.
    Aparentemente todos cedem e todos ganham uma fatia do poder.
    A sociedade brasileira, pelo visto, se recusa a dar maioria absoluta a qualquer partido ou liderança, e, com isto, parece exigir a realpoltik, com toda esta sorte de alianças, ou, então, nada feito.

  14. Tudo pelo PODER…
    Aqui nas minas sem vergonhas, engolimos goela abaixo uma aliança pt/psdb e, novamente, para reeleger Márcio Lacerda e agora pt/malufismo em sãmpa…
    …interessantes as estratégias…psdb tem nas mãos o café-com-leite… mas será que justifica essa quebra de hegemônia do neo-liberalismo… não sei, quem pode nos responder será que vai ser o tempo?…tbém não sei…, ou ele virá novamente do sul…sei lá…mas puta que pariu…como a história do brasil se repete…..

  15. “O Maluf cobrou tão caro que o PSDB, que trouxe o PR pra sua aliança, não quis pagar. Aí o PT foi lá e cobriu a oferta”, disse Soninha. Pelo tempo de TV, o tucanato negociou com Valdemar Costa Neto – aquele que estará, em agosto, num banco ao lado de réus da realpolitik petista. Diz-se que o Serra ficou bem chateado com a avareza do Alckmin. E que a Dilma entregou a gestão de esgotos para o Maluf, via secretário de Saneamento Ambiental no Ministério das Cidades. Maluf + Haddad = Maldade (copyright Simão). Parabéns a todos os envolvidos.

  16. “O Lula quer estender para SP as políticas adotadas pelo PT”

    Essa frase não me parece fruto do pensamento e poderia muito bem estar num slogan de campanha.
    A realpolitik cria uma diferenciação entre projeto político e projeto de poder.
    Teu argumento invalida essa singela proposição. A aliança com o Maluf não visa um projeto político, mas um projeto de poder que é rigorosamente despolitizante.
    Os cidadãos de SP não passarão a votar melhor porque continuarão entregando seus votos em troca de uma sedução rasteira, seja do PSDB ou do PT.
    Nem tudo vale a pena.

  17. O melhor comentário que li sobre a foto mais falada da semana foi postado no facebook pelo amigo e compositor Luciano Zanatta:

    “Vendo os petistas tentarem explicar o inexplicável e defender o indefensável eu fiquei lembrando de como era ser colorado nos anos 90.”

    Sob o mesmo, se desenrolou uma lúcida e necessária conversação sobre a decrepitude e o colapso iminente da democracia representativa e da política partidária. Sorte dos políticos remanescentes que as redes ainda são precárias em se tratando de agregar as grandes questões.

    1. Engraçado, Augusto, que o comentário tenha vindo parar aqui. Uma das minhas motivações para a frase foi o delirante texto que dá origem a este tópico. A direita tomou na rima óbvia? Faça-me o favor! A direita deve estar feliz da vida pois, ganhe PT ou PSDB, estará solidamente representada no poder, impedindo um governo de esquerda. Assim como tem sido no governo federal.

  18. ao sr. Natal Antonini, fazer um comentario: Os paulistas (que são muito burros) acham que o Maluf foi um ótimo prefeito. Eu acho que quem são burros são os nordestinos, porque se vocês fossem tão inteligentes não iriam migrar Para o estado de SP e principalmente a Capital, para arrumarem emprego, venho tambem dizer se fossemos tão burros com o Sr, Natal Antonini, como explicar que o estado de SP e o estado mais rico da federação, onde temos os melhores hospitais, que por sinal seus lindos politicos do nordeste vem se tratar aqui em SP, e por sinal, a pessoa que vc Admira o sr. Lula não consegue vencer eleição na região sul, sempre sai derrotado, ja que ai na região nordeste o povo se vende por um par de chinelo, uma cesta basica so para votar o que vcs deveriam era cobrar investimentos, qualidade de vida etc etc

  19. Revelação feita à repórter Marisa Dias do Terra Magazine por dois importantes interlocutores do serra onde um deles disse: “serra acha que alckmin acertou com Maluf para 2014 e não se esforçou muito para este ano”

    Há duas semanas serra se aliou ao PR de Waldemar Costa Neto.

    Ou seja, os tucanos se sensibilizaram com a perda dos votos do Maluf.

  20. Por que falam tanto do Sarney?
    Será por causa de um dos episódios mais sórdidos da história republicana, quando serra e fhc montaram a rede de espionagem, grampos ilegais, distribuição de dossiês elaborados pelo tesoureiro da campanha de Serra, Márcio Fortes, contra adversários de Serra (entre eles, Paulo Renato de Souza e Tasso Jereissati, tucanos como Serra e FHC), a cumplicidade do Ministro da Justiça Aloysio Nunes Ferreira, a ação criminosa do Ministério Publico e da Justiça, aliciados por fhc?
    Tudo isso para “desmanchar” a candidatura de Roseana Sarney, que interessava aos dois – Serra e FHC.
    As provas da falsidade estão no livro O código da vida de Saulo Ramos.
    Será que o Sarney tem alguém na mão?
    Por que os críticos não tiram ele de lá?

    Por que falam tanto do Collor?
    Ele só teve os direitos políticos cassados por 8 anos.
    No Supremo ele foi inocentado.
    E a imprensa investigativa(?)?
    Democracia é liberdade de escolha ou não?

    E o Maluf assim como Edmar Cid Ferreira e Daniel Dantas estão, também, na lista negra do Banco Mundial com milhões de dólares.

    Mas “Vivemos numa democracia.
    Numa democracia se governa para todos.
    Para se ter um governo democrático de sucesso se deve fazer alianças….”

  21. Tudo o que posso dizer – já que para tudo o que vc disse basta a brevidade completa – é que seu pensamento é o retrato do maniqueísmo retardatário e reducionista ibérico, muito praticado no Brasil.
    Com a facilidade de hoje na Internet e Wikipedia, remeto então a
    http://pt.wikipedia.org/wiki/Manique%C3%ADsmo
    E verá porque considera os tucanos o “mau absoluto” e o seu “Lula e PT” o “bem absoluto”

  22. Parece que o negócio na política é escolher o “menos pior”. O PSDB vem fazendo péssima administração em SP há anos. Fora isso, a Veja ajuda a acabar com a imagem do partido e muitos dos antileitores estereotipam os leitores direitistas. Do outro lado, o PT tem algumas conquistas no governo federal, mas já fez muita porcaria ou simplesmente não fez. Ai de vc se criticar o partido. É rotulado automaticamente de tucano, reaça, cidadão de bem, etc. Detesto essa polarização. Paralelamente, eleitores realmente esclarecidos não têm em quem votar. Anular é a melhor solução, pq esses candidatos são uma piada e, de qualquer forma, vai dar Serra, o vampiro da Mooca, ao inves do Haddad, a putinha do Enem que forma aliança com o primeiro candidato de histórico duvidoso que encontra e que, antes disso, já não inspirava muita confiança.

  23. Justamente usando um pouco de raciocínio lógico é que se chega à conclusão de que esse texto é falacioso – falsa dicotomia!

    Entre pragmatismo a la Paulo Maluf e o PSTU existe um universo. E ao lado de ambos, e além-ambos, idem.

    Se eu fosse eleitor em São Paulo, votaria em Soninha Francine. E se fosse chamado a escolher entre Serra e Hadaad em 2º turno, não tenho dúvida de que iria de Serra. A hegemonia almejada pelo PT não é saudável para a nossa jovem democracia.

    A linha de “argumentação” usada nesse texto justifica quaisquer das barbaridades praticadas pelo PT na última década. E continua a alimentar uma tola dicotomia PT-bem versus PSDB-mal, a qual só interessa ao PT.

  24. TUDO TEM LIMITE
    by Ramiro Conceição
    .

    Não li todos os comentários.
    .
    Minha posição quanto ao episódio é a seguinte: se o PT, para ganhar a eleição em São Paulo, necessita AINDA desse tipo de episódio, após três mandatos na presidência da República, então que se dane a eleição paulistana! Se a política real é isso: não desejo fazer parte de tal política.
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    Quando do movimento das “Diretas Já”, em 1984, não podemos jamais esquecer que Bete Mendes, Airton Soares e José Eudes, por terem votado na chapa da Aliança Democrática, acabaram expulsos do PT. À época, fui totalmente contra tais expulsões, pois a derrota de Maluf era fava contada e, consequentemente, o peso dos votos dos mencionados não teria, como não teve, qualquer interferência no processo que acabou levando Tancredo à vitória que, por ironia, em seguida morreu. E como sabemos, então, assumiu Sarney…
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    Pois bem. À época, toda a argumentação da corrente petista hegemônica, para o expurgo dos mencionados, foi edificada na ética na política, ou seja, foram consideradas como traição, pois somente estavam baseadas no âmbito do foro, do juízo, do julgamento íntimo – dos deputados – contra uma decisão, dita, democrática tomada pelo partido.
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    Ora, sei que a história, por essência, é movimento, mas convenhamos: ou i) a história muda lentamente e nós rapidamente; ou ii) a história muda rapidamente e nós lentamente; ou iii) a história muda lentamente e – lentamente – mudamos; ou iv) a história muda rapidamente e nós rapidamente; ou v) a história e nós somos um abstrato que não obedece e que é completamente independente do tempo.
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    Por ser poeta e cientista, creio que a opção iii) é a mais próxima da realidade possível. Logo, o ex-presidente Lula se ter permito a tal foto, a tal processo, em minha visão semiótica, só pode ser resultado de um delírio esquizofrênico imediatista duma tacanha visão política.
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    Embora não tenha qualquer importância política, no Partido dos Trabalhadores, necessito deixar claro, nesse Blog, que: deixo de pertencer ao PT que, por tanto tempo, fez parte do meu coração…

    TUDO TEM LIMITE: A ÉTICA NÃO É UMA PALAVRA, MAS GRAMÁTICA!

    1. Ratifico o comentário do Ramiro Conceição. Eu fico imaginando se estivessem á frente do Governo Federal outros partidos de esquerda e o PT na oposição. Provavelmente os Petistas estariam bombardeando qualquer aliança que fosse feita por um desses Partidos com Partidos da direita, pois o PT nos seus tempos de oposição não poupava ninguém de suas críticas. Só o PT era ético, digno, um verdadeiro paladino da moral e dos bons costumes. O tempo é o senhor da razão; nada como um dia depois do outro.

  25. Penso, o acordo feito em São Paulo é incoerente, constrangedor.
    Cobrar coerência política do partido, é cada vez mais difícil. A lógica é sempre a possibilidade de chegar ao poder e implementar políticas sociais.
    Lula neste ato, foi, ou passou de todos os limites, frente à história do partido. Como repercutirá este tipo de decisão no futuro do partido?…
    Vejo o PT gradualmente, mesmo com toda a popularidade de Lula e Dilma, sendo capturado e capitulando politicamente, assim como a direita já capitulou.
    Lula conseguiu trazer Maluf de volta à cena política, quando se pensava no malufismo, como algo residual e decadente. Tivesse Maluf os índices de Lula ou Dilma, acredito, jamais faria aliança com o PT.
    Vejo o partido dividido entre as lideranças maiores que, atualmente, traçam as estratégias políticas, e o restante, que procura defender e justificar tais condutas. Não existe mais autocrítica, democracia no partido? Veja o Sr. Márcio Tomás Bastos, ex Ministro da Justiça, como advogado de Cachoeira. É legal. Permite e assegura o direito de defesa. Mas porque, para que aceitar, na condição de um ex ministro, tal responsabilidade, com tantos advogados no país?
    Parece que Lula, ou está muito à frente na sua visão política; ou está delirando, do alto da sua popularidade; ou, pior, não é nada além de uma imagem construída, ao longo do tempo, e de grande significado, é verdade, ou seja, a do trabalhador – do cidadão do povo – que finalmente chega ao poder, num momento novo da vida democrática nacional. Poderá esta imagem sucumbir, frente ao oportunismo político de determinadas ações?
    A política de Lula, que até recentemente se comparava aos maiores referenciais brasileiros, parece mostrar-se extremamente frágil, ou pior, transformando-se em política tradicional, como tantas vezes se criticou na política brasileira. Ou seja, ser novo e revolucionário, através do instrumento democrático, se tornou difícil para o PT.
    Aposto na sucessão com Dilma, não mais com Lula. O governo Lula – era compreensível? – teve que se blindar para se proteger do escândalo do “mensalão”.
    “O “mensalão”, pela dimensão do escândalo, fosse o PT oposição, poderia facilmente ter evoluído para um processo de Impeachment. O que não aconteceu, entendo, pelo significado da candidatura de um trabalhador, pela primeira vez, no mais alto cargo da nação.
    Recentemente, Lula procurou o STF para pedir um adiamento do julgamento do “mensalão”, possivelmente pensando nas eleições – política tradicional.
    Este tipo de atitude poderia permitir a leitura “o povo e os trabalhadores, finalmente, adquiriram o mesmo direito à política tradicional, antes prerrogativa das elites”. Ou seja, pragmatismo, desforra, desagravo histórico, talvez…
    Tais decisões e métodos são impostas ao partido, pelas lideranças, sendo tomadas sem nenhuma consulta interna? E que, posteriormente, em geral, exigem blindagens, acobertamentos, e apoio incondicional, para resistir-se ao impacto político e junto à opinião pública.
    Ou, noutro sentido, teria que aceitar-se tais ações como uma nova orientação do partido, no seu todo, visando a implementação das políticas sociais e seu plano de poder? Neste caso, abrindo mão de sua história e de seu discurso original. Será preciso acostumar-se que o partido mudou?
    Por outro lado, o partido, tão rigoroso na sua ação histórica e no seu discurso, atualmente, de forma semelhante aos tradicionais, não deseja ser tratado com rigor?
    É inegável a grande contribuição do PT e a liderança de Lula à política brasileira. Mas isto o isenta de crítica, de reflexão, e os acordos que faz devem ser aceitos passivamente, seja pela militância, seja pela sociedade?
    O novo dogmatismo é transigir sempre. Me parece, as décadas de luta e de enfrentamento desgastaram as lideranças e o partido, na luta radical, na obsessão de convencer a sociedade e abrir espaço político. Repactuar é a regra atual, não importa.
    Aparentemente, parece não haver mais direção nas decisões, cabendo ao partido, inexoravelmente, ter que abraçar, justificar e apoiar todas as iniciativas e decisões de liderança. Muita reflexão, e menos adesismo.

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