O genocídio armênio ou holocausto armênio é como é chamada a matança e deportação forçada de centenas de milhares ou até de mais de um milhão de armênios que viviam no Império Otomano, com a intenção de exterminar sua presença física e cultural durante o governo dos chamados Jovens Turcos, de 1915 a 1917.
O genocídio teria inspirado Hitler no extermínio de judeus. Hitler teria dito que as pessoas esqueceriam do fato — Afinal quem fala hoje do extermínio dos armênios? O genocídio caracterizou-se pela inédita violência, além de prisões e assassinatos, houve a utilização de marchas forçadas para a deportação, o que levou milhares de armênios à morte. Foi uma política de extermínio semelhante àquela que os nazistas impuseram aos judeus e a que os judeus impõem hoje aos palestinos. Historicamente, está estabelecido que houve o genocídio, há documentação e a certeza de um plano organizado de eliminar sistematicamente os armênios. Adota-se a data de 24 de abril de 1915 como a do início do massacre, por ser a data em que dezenas de lideranças armênias foram presas e massacradas em Istambul.
O governo turco rejeita o termo genocídio e também que as mortes tenham sido intencionais. Quase cem anos depois, ainda persiste a polêmica, tanto que o Nobel Orhan Pamuk entrou em rota de colisão e passou a ser perseguido pelo governo turco e por parte da opinião pública do país ao admitir o genocídio, em entrevista concedida a uma revista suíça.
No último dia 7, o presidente francês, François Hollande, afirmou que “continua com a intenção de propor um projeto de lei para reprimir a negação do genocídio armênio”. Haveria uma pena para quem o negasse.
O quão muito ignorante eu sou por nem ao menos saber dessa história?
Ela é muito pouco comentada. Veja lá no meu Face que não és a única.
Os turcos mataram um milhão de armênios. A família de meu amigo Roberto Markarian (uruguaio) foi dizimada. Há alguns anos, ele foi conhecer o local. É um deserto. As pessoas que moram nas regiões próximas ainda têm medo de falar sobre o massacre.
Sabia por cima da história. Como eram armênios pobres, ninguém falou nada.
Na frase “Foi uma política de extermínio semelhante àquela que os nazistas impuseram aos judeus e a que os judeus impõem hoje aos palestinos.” poderíamos incluir “e a que os brasileiros, argentinos e uruguaios impuseram aos paraguaios na guerra de1864-1870.” Ou 60% da população (90% dos homens) não se encaixa aí?
Não há limite para a heiondez, mas há medida. Não dá para falar em genocídio palestino pelos judeus, mas em perseguição sistemática que coaduna com execuções sumárias. Mas genocídio é um conceito criminal mais amplo. Tudo bem que Israel, se pudesse, mandaria para Alá não apenas todos os palestinos como todos os muçulmanos, mas Israel nunca pôde e efetivamente não pode. Pelo menos por enquanto.
O genocídio armênio, ao contrário da suposição hitlerista, sobreviveu e só por uma razão: os armênios eram (e são) cristãos. Fossem eles curdos estariam extintos, sem qualquer simpatia do presidente francês, cuja nação, aliás, se pudesse (e bem que tentou) exterminaria os argelinos muçulmanos para, enfim, concretizar a utopia (?) da Argélia Francesa.
Eu concordo com meu exagero sobre os palestinos. A coisa ainda não descambou, mas leva tanto jeito… Ou Gaza não é um campo de concentração pronto?
Ahn..sim…mais ou menos; mas a hipocrisia e os escrúpulos em conjunto não deixam a farsa se transformar em tragédia.
O comportamento típico do exército turco após a conquista dum determinado povoado, de acordo com Dostoiévski, era o seguinte: capturado um grupo de mães com seus recém-nascidos, o ato final consistia em jogar os últimos para o alto e espetá-los com as baionetas: o grande prazer estava em observar as mães diante dos gritos terminais de seus filhos…
PS: tal passagem encontra-se em “Recordações da Casa dos Mortos” ou em “Os Irmãos Karamazov” (não me recordo nesse instante).
obviamente que o conflito foi outro, não o mencionado no post…
Outro fato histórico digno de nota e que não deve ser esquecido: o revolucionário exército vermelho libertador de Stalin, quando chegou à Alemanha, se notabilizou por extraordinários feitos heroicos: estuprar jovens alemãs…
De fato, é um assunto não muito conhecido e um pouco polêmico. Me lembro de ter visto um filme sobre o episódio, na 31a (32a?) Mostra Internacional daqui de Sampa, e de algumas pessoas não terem nem ideia do que era. Foi uma sessão bem marcante, não por causa do filme em si, mas por causa de um senhor que, na saída, estava transtornado, bradando que aquilo não tinha sido genocídio, que não tinham sido os turcos, mas os otomanos, e mais uma série de outros argumentos que não mais recordo.
[nossa, a foto é chocante e absolutamente triste. sequer consegui olhá-la por muito tempo, embora as “proezas” da crueldade e sadismo humano já não me impressionem mais…]
Caro Milton, faltaram informações sobre a foto: origem, como apareceu, onde estava, etc… pode ser mania de historiador, mas ajudaria perceber os percursos dos ocultamentos e da memória.
Gilmar
gostaria de saber quem é o autor desta foto.