Os(as) que se armam de seriedade e sisudez
são parentes muito próximos da tolice.
A seriedade é um olhar que se preserva,
bisonho e tolo.
A seriedade são lábios que não concedem
a luz do sorriso.
São lábios ajuizados, secos, apegados
— na verdade tão desapegados –,
que não apetece provar.
Se o palhaço apenas nos olhar, será triste.
Se a seriedade nos observar com seus olhos analíticos, poderá ser simples disfarce.
Por isso é que 45% das mulheres
— muito mais inteligentes, evoluídas e maduras do que meu sexo –,
segundo pesquisas,
celebram o sentido do humor como o mais importante num homem.
Elas sabem-sentem que, na cama, é importante ter humor.
Humor para criar, mudar, morder, lamber.
Humor para dedilhar os lábios do outro com um dedo em pizzicato,
fazendo um som inesperado e cômico.
Pois, se não houver humor no amor, na boa,
melhor ir logo embora.
Sem qualquer dúvida… Ops!… Apesar da dúvida bem-vinda, Milton, esse novo amor te transformou, pois viraste poeta… Meu caro, depois do primeiro passo – não há volta!
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PS.: Milton, mui grato por escrever “sabem-sentem”: foste o primeiro, desde o Vagalúmen, publicado em 1999. Fiquei emocionado…
Ah, já estava a esquecer…: minha sugestão para um futuro PHES:
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Lou Andreas-Salomé
Já ri muito, espero gargalhar mais ainda.