De como funciona o pacto da mediocridade e outros pactos

A experiência é real e foi conduzida por um cientista norte-americano chamado Harry F. Harlow (1905-1981). Achei fascinante.

Um grupo de cientistas colocou cinco macacos numa jaula, em cujo centro colocaram uma escada e, sobre ela, um cacho de bananas.

Quando um macaco subia a escada para apanhar as bananas, os cientistas lançavam um jato de água gelada nos que estavam no chão. Depois de certo tempo, quando um macaco ia subir a escada, os outros enchiam-no de pancadas.

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Passado mais algum tempo, nenhum macaco tentava subir mais a escada, apesar de ser tentadora a visão da fruta predileta tão próxima dos olhos. Então, os mesmos cientistas substituíram um dos cinco macacos. A primeira coisa que o pobre fez foi subir a escada para colher as belíssimas bananas, sendo retirado de lá imediatamente pelos outros, sob uma chuva de pancadas.

Depois de algumas surras, o novo integrante assimilou a ideia do grupo e não tentou mais subir a escada, apesar de continuar lambendo os beiços cá debaixo.

Um segundo macaco foi substituído, e o mesmo aconteceu, tendo o primeiro macaco substituído participado com alegria e entusiasmo do corretivo que o grupo impôs ao segundo novato.

Um terceiro macaco foi trocado, e repetiu-se o fato. E assim fizeram com o quarto, e finalmente com o quinto e último dos veteranos. Deste modo, todo o grupo foi substituído.

Os cientistas ficaram, então, com um grupo de cinco macacos que, mesmo nunca tendo tomado um banho frio, continuavam batendo naquele que tentasse chegar às bananas.

Se fosse possível perguntar a algum deles porque batiam em quem tentasse subir a escada, com certeza a resposta seria:

“Não sei, as coisas sempre foram assim por aqui.”

5 comments / Add your comment below

  1. Embora o Lobão tenha feito loas à monarquia… Embora a Lúcia Veríssimo tenha privatizado o próprio cu, no programa de privatizações do “Macho do Leblon”… Convenhamos que, há muito, não somos mais como esses degenerados subsímios que habitam nesses subterrâneos subculturais…
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    Ou seja: a 50 anos do primeiro passo humano em Marte, então uma escada pode não ser uma escada…
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    A ESCADA
    by Ramiro Conceição
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    A arte?… Ora, é a escada alada
    sobre o mar de fadas e de fatos.
    O artista?… Ora, é o decifrador,
    o cantor-carregador dos fados.
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    Há uma escada no telhado.
    Quem subiu e a esqueceu?
    Mas, se subiu, foi pra onde
    (acima há somente o céu)?
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    Será que foi Sábato que quase aos 100,
    por ironia, morreu num triste sábado?
    Será que alguém pulou, fugiu e deixou
    aquela escada esquecida no telhado?
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    Talvez tenha caído d’algum helicóptero
    americano que invadiu o espaço aéreo
    ao seu bel-prazer como é de costume.
    Ou será que caiu de dentro dum ovni?
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    Convoquemos a corja da grande imprensa.
    Organizemos uma miríade de intelectuais,
    de bandidos, digo, de políticos; de padres;
    de pastores; e não esqueçamos do dito
    papa bento com o seu defunto papa santo.
    Coloquemos de prontidão a armada!
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    Afinal, quem esqueceu aquela escada?

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