Seis drops ou citações para meus sete leitores

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1. Virginia Woolf:

As mulheres, durante séculos, serviram de espelho aos homens por possuírem o poder mágico e delicioso de refletirem uma imagem do homem duas vezes maior que o natural.

Não é isso mesmo? É assim que me sinto quando Elena me observa, me dá atenção ou revela alguma admiração. Um gigante. Os homens são BOBOS.

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2. A estátua de Davi foi levada a diversos museus norte-americanos por um período de três meses, mas agora está de volta à Florença.

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3. Mia Couto:

O tempo é, como diz um provérbio de minha terra, um ovo: se não se segura bem, cai; se se aperta com força, quebra.

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4. Pablo Picasso:

Eu estou sempre trabalhando. Assim, quando a inspiração chegar, vou estar trabalhando.

Bach disse quase o mesmo. Comprovadamente, ambos trabalharam muito.

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5. Ontem, num restaurante onde sempre vou, o garçom me ofereceu a cerveja Coruja de sempre. Rejeitei-a, pois estava dirigindo. Ele respondeu que é o fim do mundo.

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6. Orhan Pamuk:

A pergunta que, com maior frequência, é dirigida a nós, escritores, a pergunta favorita, é: por que vocês escrevem? Escrevo porque tenho uma necessidade inata de escrever. Escrevo porque não posso ter um trabalho normal como as outras pessoas. Escrevo porque quero ler livros iguais aos que eu escrevo. Escrevo porque estou irritado com todo mundo. Escrevo porque adoro ficar sentado numa sala, escrevendo o dia todo. Escrevo porque só consigo tomar parte da vida real transformando-a. Escrevo porque quero que os outros, o mundo inteiro saiba que tipo de vida nós vivíamos e continuamos a viver, em Istambul, na Turquia. Escrevo porque amo o cheiro de papel, caneta e tinta. Escrevo porque acredito na literatura, na arte do romance, mais do que em qualquer outra coisa. Escrevo porque é um hábito, uma paixão. Escrevo porque tenho medo de ser esquecido. Escrevo porque gosto da glória e do interesse gerados pelo ato de escrever. Escrevo para ficar sozinho. Talvez eu escreva porque espero entender porque estou tão, tão irritado com todo mundo. Escrevo porque gosto de ser lido. Escrevo porque, tendo começado um romance, um ensaio, uma página, eu quero terminar. Escrevo porque todo mundo espera que eu escreva. Escrevo porque tenho uma crença pueril na imortalidade das bibliotecas e na maneira como meus livros ficam na estante. Escrevo porque é instigante transformar todas as belezas e riquezas da vida em palavras. Escrevo, não para contar uma estória, mas para compor uma estória. Escrevo porque desejo escapar do mau presságio de que há um lugar aonde eu devo ir, mas aonde – como num sonho – não posso chegar por completo. Escrevo porque nunca consegui ser feliz. Escrevo para ser feliz.

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5 comments / Add your comment below

  1. Por favor, Milton, permita-me…
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    NOTA DE ESCLARECIMENTO
    by Ramiro Conceição
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    Há 14 anos, aproximadamente, passei os festejos de final de ano em um hotel denominado “Grindelwald Hotel Chalet”, Nova Friburgo, RJ. À época, havia acabado de publicar o “Vagalúmen”. O dono do hotel era Eduardo Corner. Na ocasião, fiz um recital e doei alguns exemplares da obra ao hotel. Pois bem. Eduardo Corner estava a criar um site para o seu negócio e, delicadamente, elaborou um link ao meu livro no seguinte endereço eletrônico: http://www.grindelwald.com.br/ramiro/index.html. Durante MAIS DE 13 ANOS, tal endereço ficou no ar e, consequentemente, quando dos meus comentários, em POUQUÍSSIMOS blogs, o colocava associado ao “Ramiro Conceição”. Todavia, Eduardo Corner faleceu em 2013 e, após alguns meses, o referido endereço saiu do ar. Para a minha surpresa, a partir de meados de 2014 o “Ramiro Conceição” começou a estar associado a um site Grind Elwald. NÃO TENHO A MENOR IDEIA DO QUE SE TRATA. Após breve análise do português da “rapaziada”, não tenho qualquer dúvida: É PICARETAGEM. Portanto, cuidado!

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