Concedo direito de resposta ao maestro Tiago Flores, que se julgou atacado por este post. O pedido foi feito por e-mail e imediatamente atendido.
Num recente post em seu blog, o blogueiro Milton Ribeiro fez críticas desqualificadas e rebaixou o debate a respeito de música erudita e popular ao pior nível já visto, citando inclusive Aury Hilário, que coloca sua opinião sobre o tema sem jamais ser ofensivo. No caso de Milton, que atacou universidades, artistas, regentes, público e empresas financiadoras de iniciativas culturais e até mesmo o jornalista Juarez Fonseca, há uma clara vocação à critica esvaziada, motivada, talvez, por recalque.
A Orquestra da Ulbra, dirigida e regida pior mim, citada no referido post, realiza, em média, 25 concertos por ano. Destes, ao menos 20 são de execução da música orquestral tradicional com obras do período barroco, clássico, romântico, século XX e XXI. São realizados, anualmente, cerca de quatro Concertos Dana com repertório popular de diversas linguagens: rock internacional, rock nacional, tradicionalista, entre outros. Diferentemente do que diz em seu blog, os concertos não misturam dois gêneros musicais. Ora, tocar música popular com orquestra é apenas utilizar outros instrumentos na execução das obras, e não há mistura de gêneros. O que acontece é mistura de timbres. Isso se faz tanto na música erudita quanto popular.
É puro desrespeito dizer que os concertos são “pura vulgaridade” [sic] e que tocar música popular com orquestra é “bagaceiro” [sic]. Comentário que revela tremendo preconceito do comentarista.
Os concertos Dana são realizados desde 2001 e se consolidaram como uma iniciativa de grande repercussão na agenda cultural do Estado. Para além da atração do público jovem, que a partir deste contato acompanha outros concertos tradicionais, uma importante troca cultural e promoção de artistas nacionais e locais é oportunizado por esta experiência. Entre os artistas que já se apresentaram com a Orquestra nos ditos “bagaceiros” [sic] concertos estiveram Zeca Baleiro, Yamandu Costa, Edu Lobo, Nico Nicolaiewsky, Fernanda Takai, Vitor Ramil, Kleiton & Kledir, Victor Hugo, Bebeto Alves e Antonio Villeroy, apenas para citar alguns. Além disso, realizei em 2014 outros concertos “vulgares” [sic]: OSPA com Gilberto Gil e Orquestra da ULBRA com Lenine. Os artistas convidados adoraram o trabalho. O público ficou extasiado. Os músicos participantes sentiram-se honrados. Porque a música popular não pode ser tocada por orquestras?
Num de seus comentários ofensivos, o blogueiro utiliza (sem autorização) foto de Concerto da Orquestra da Ulbra com a legenda: “Ulbra acabando com os Beatles”. O referido concerto teve público recorde no salão de Atos da UFRGS em quatro edições, além de 42 músicos (entre os melhores de Porto Alegre) em palco. Para realização deste concerto foram contratados arranjadores reconhecidos, sem contar que o referido espetáculo ganhou, em 2008, Prêmio Açorianos – importante reconhecimento da cultura local promovido pela Prefeitura da Capital com júri especializado.
O espetáculo foi bastante elogiado e os profissionais envolvidos, sem exceção, falaram entusiasticamente bem do show. Não eram arranjos fáceis ou mal escritos como citado o blog. Alguns, inclusive, muito complexos. Apenas para que se tenha uma ideia, nomeio alguns eruditos professores do IA da UFRGS como Fernando Mattos, Daniel Wolff e Lúcia Carpena envolvidos no projeto. Por isso, inicio este texto de esclarecimento referindo-me ao blogueiro como um crítico vazio, um comentarista não especializado que vem prestando um desserviço a quem quer se informar sobre música e cultura em nosso estado.
Por fim, seguindo a lógica do blog, o próximo ataque é “O que estas orquestras têm feito… repertório nhemnhemnhem para ignorantes, com a desculpa da formação de público”. De todas as ofensas descritas, esta é a pior, passando totalmente dos limites do respeito. Chamar o público de ignorante é de uma arrogância sem proporções. A ideia não é formar público e sim proporcionar à comunidade contato com orquestra, conhecer novos instrumentos e novos timbres. Não é preciso desculpas para tocar música popular. Tocamos porque gostamos, porque o público assiste e porque tem muito valor.
Repito aqui as palavras do Juarez Fonseca: deixe-me trabalhar em paz e, por favor, pare de escrever sobre música sem informação e sem formação. Dê solidez e embasamento às suas palavras ou serão apenas formas mortas da (in)formação. Aliás, não se compare ao referido jornalista mencionando que ele deu uma “escorregada”. Ele é um dos mais respeitados comunicadores do estado, e a diferença entre a carreira de vocês é a grande prova disso.
Tiago Flores
Músico Regente
Diretor artístico da OSPA
Diretor Artístico da Orquestra de Câmara da Ulbra
Mantenho minhas opiniões e estilo. Apenas respondo que a foto estava na matéria de Juarez Fonseca como “Foto: Divulgação”. Ou seja, foto que prescinde de autorização.
Em outro post, escrevi:
A arte é filha da criatividade, da habilidade, do conhecimento, da inteligência e do artifício. E que todos estes itens guardam parentesco maior com a alegria do que com a sisudez.
Mais do que qualquer outra, a música erudita costuma se encastelar em torres inacessíveis. Muitos não gostam da crítica. E uma das formas de evitá-la é a de exigir a presença da filha maior da burrice: a seriedade. As alegações são as de qualquer professor inseguro: falta de respeito ou desconhecimento. Na Europa, algumas publicações já furaram este bloqueio e os músicos aprenderam a conviver com esses possíveis opositores. Mas em alguns locais como a provinciana Porto Alegre, permanece o ranço e muitos músicos só conseguem suportar o aplauso. Quando criticados, ficam amuados e, é óbvio, voltam à tradição de se considerarem intocáveis e de reclamarem dos termos seculares utilizados. Ou seja, exigem respeito quando nunca houve desrespeito…
Bem, o post original gerou interessantes discussões PÚBLICAS no Facebook, como esta que copio abaixo e que foi curtida por inúmeros — mesmo! — músicos profissionais, prova de que o tema e a abordagem são pertinentes:
Joao Geraldo Segala No geral, acho que o crossover é a desculpa mais fácil (portanto, preferida) para a mediocridade. E isso ocorre tanto na prática das salas de concerto quanto na insuportável discussão teórica do “popular e erudito”. Claro, estou sendo chato e considerando tudo de um ponto de vista utópico, que desconsidera qualquer necessidade comercial de massa que a música possa ter.
21 de dezembro às 18:53 · Descurtir · 2
Elias Barboza Esta separação entre a música popular e a música erudita que fez com que só a poucos anos tenha se criado o curso de música popular da UFRGS. Fez com que o grande flautista Plauto Cruz tenha envelhecido na miséria e o gênio Pixinguinha tenha passado enormes dificuldades na sua vida financeira. Os músicos populares que tocam violão, bandolim, cavaquinho, canto, acordeon, passam dificuldades por não poder se empregar em orquestras, bandas militares ou municipais e ainda tem que ouvir declarações preconceituosas quando belas orquestras citadas no texto do Juarez Fonseca tentam quebrar essas barreiras? Discordo totalmente!
21 de dezembro às 20:04 · Descurtir · 7
Augusto Maurer É verdade, Elias Barboza ! Toda cidade que se digne a ter uma banda ou orquestra deveria ter, no mínimo, um regional municipal.
21 de dezembro às 20:12 · Descurtir · 3
Elias Barboza Nem entrei nessa questão. Apenas acho muito válido que orquestras abram espaço pra concertos populares. Radamés orquestrou para solistas populares, Pixinguinha orquestrou. Yamandu Costa tem feito belos concertos com suites de sua autoria orquestradas por Paulo Aragão ou por sua esposa Elodie. Só vejo coisas boas nesta aproximação. Mas um regional municipal seria ótimo. Abraço
21 de dezembro às 20:21 · Descurtir · 5
Augusto Maurer O problema reside no uso da dicotomia popular/erudito para qualificar fatos musicais. Por exemplo: não acho que Julio Herrlein seja popular, nem tampouco que Andre Rieu seja erudito… (teria a ver com o tamanho da audiência ?…) Por isso, penso que melhor seria classificar toda música como rasa ou profunda, de acordo com sua ambição formal. Isto quer dizer que Pixi & Radamés, por exemplo, estão longe de ser bons parâmetros para qualificar a maioria da música popular que conhecemos (uma ideia tão absurda quanto supor que todo jazz é tão sublime como o de Bill Evans…). Casos assim há aos montes.
21 de dezembro às 20:54 · Editado · Descurtir · 4
Elias Barboza Por isso que ao publicar um texto destes. Deve se explicitar melhor qual o real desagrado e não generalizar desta forma. Tenho orgulho da música popular brasileira e dos compositores Radamés, Pixinguinha, Paulo Aragão, Maurício Carrilho , Yamandu Costa. Eles fizeram e fazem uma união entre a música popular e a música erudita, dando oportunidades a músicos populares. Em se tratando de outros gêneros, gostei muito do último concerto do Beatles com Orquestra da ULBRA, no Salão de Atos da UFRGS que foi um sucesso, super aplaudido e ainda deu oportunidade a músicos populares talentosos como Matheus Kleber, Ângelo Primom, Hique Gomez II e também arranjadores. A música erudita continua forte, com as novas orquestras e escola da Ospa formando excelentes músicos e uma bela orquestra para dar continuidade a esta forma sublime de música, que é uma sinfônica. A propósito, parabéns pelo show do Otavio Dutra com Hamilton. Bela performance sua. Grande abraço!
21 de dezembro às 21:00 · Descurtir · 6
Joao Geraldo Segala Augusto, minha vez de assinar embaixo do teu comentario. O exemplo do Pixinguinha, aliás, é formidável: choro composto por ele é “popular” e escrito pelo (sei lá) Villa-Lobos é “erudito”? Além de tal distinção me parecer meio sem propósito, a própria dicotomia tende à falácia, visto que as definições de erudito e popular não contemplam a mesma interface da música. (A menos que alguém consiga me convencer de que se tratam de categorias estéticas…)
21 de dezembro às 21:01 · Editado · Descurtir · 3
Elias Barboza João Pixinguinha não só era popular como representa a raíz da música popular brasileira. Suas orquestrações foram pioneiras no uso da percussão brasileira, prato , faca, omele , tamborim. Nasceu numa pensão onde se tocava choro, se cultuava o candomblé. Seu professor Irineu de Almeida foi um dos pioneiros no uso do contracanto popular, usado anos mais tarde no Sax com maestria pelo Pixinguinha, sem as regras do contraponto ensinado na acadêmico. Pixinguinha trabalhava com músicos populares, João da Baiana, Bidê e Marçal, Donga. É muito popular e é muito bom. Pode ser tocado numa roda de choro ou numa orquestra sinfônica.
21 de dezembro às 21:18 · Descurtir · 4
Joao Geraldo Segala Elias, aqui encontramos uma diferença insuperável: nossas definições de música popular não concordam. Creio que não seja util seguir, mas gostaria apenas de salientar que valorizo tremendamente a música de Pixinguinha, tenha ela o rótulo que tiver para cada um de nós. E sobre ser tocado em roda de choro ou orquestra, eu estaria de acordo se a situação da música orquestral no país e do ensino de música nas escolas fosse outro. Neste momento, colocar Pixinguinha num concerto da Ospa me faz parecer apenas que está sendo retirado o escasso espaço de outras músicas cujo locus exclusivo é a orquestra. Isto não torna uma melhor ou pior, é apenas uma questão de urgência face ao caos cultural em que vivemos.
21 de dezembro às 21:26 · Descurtir · 4
Elias Barboza João, da uma olhada nesta apresentação com arranjos orquestrais de Pixinguinha. http://m.youtube.com/watch?v=EHOMX6mrFf4 Eu particularmente iria adorar se a Ospa executasse esses arranjos do mestre. É nosso do Brasil. Mas como tu disse são opiniões. Mas assiste o vídeo, talvez mude de ideia. Grande abraço.
Show Pixinguinha na Pauta
YOUTUBE.COM
21 de dezembro às 21:32 · Descurtir · 5
Joao Geraldo Segala Elias, obrigado pelo link, terei prazer de assistir. Só para esclarecer o que disse, não teria nada contra a Ospa tocar Pixinguinha em princípio. Meu ponto é que, neste momento em que vivemos, só posso ouvir Mahler quando a Ospa o coloca no programa (uso o exemplo por ter visto uma Quinta fantástica feita por ela este ano): não há outro cenário possível para Mahler em Porto Alegre. Por outro lado, Pixinguinha do bom eu ouço qualquer dia da semana na Cidade Baixa. Como para mim não há qualquer distinção de status entre um ou outro programa, gosto de ter ambos no cardápio cultural. Abraço!
21 de dezembro às 21:45 · Editado · Descurtir · 4
Elias Barboza Entendi. Se quiseres ouvir choro apareça nesta terça no Parangolé Bar E Restaurante na roda de choro das 20 e 30 horas até 23 e 30. Acho que em um ano inteiro de programações das orquestras de Porto Alegre, não tem problema nenhum incluir compositores e interpretes oriundos da música popular e também incluir Mahler. Neste ano solei a Suite Retratos do Radamés, com Orquestra da Ulbra no Leopoldina e foi um momento extremamente especial pra mim e o público respondeu muito bem. Grande abraço!
21 de dezembro às 21:55 · Curtir · 3
Ferrari Bandolim Campeiro Eu concordo plenamente com o texto que tu compartilhou Augusto! O repertório é escolhido por interesse financeiro e de repercussão pois é sempre mais fácil ir pelo caminho mais fácil do que ser criativo, criar algo interessante e inovador até pois isso dá muito trabalho e exige além de dedicação, um pouco de naturalidade e criatividade, coisas que a gente tem e nem sabe de onde herdou! Acho que os arranjos nessa situação são sempre horríveis pois nunca se escolhem os arranjadores certos e digo porque: muitos músicos brasileiros ditos “populares”estudam, se formam na universidade, são mestres e doutores em música hoje em dia, porém alguns tocam bandolim, cavaquinho, flauta! Muito melhor do que um músico que se diz entendido e graduado e não toca porra nenhuma! Como pode um µúsico que nnao toca nenhum instrumento? Não entendo! Mas, a questão é que esse repertório padrão, com arranjos idiotas, não vai formar público algum pois ele é, cvomo a música pop brasileira (leia-se pagode, sertanejo, pop-rock, axé, funk, etc…), composta sem sentimento ou motivação particular e verdadeira, e sim é composta por uma exigência de emrcado, através de padrões e caminhos que “se sabe que vai vender” então nem tem como argumentar que isso vai formar algum público pra orquestra! Na minha opinião isso só vai emburrecer MAIS AINDA uma população que é quase que totalmente ignorante a respeito da política, de sua história, de música, de arte, de muita coisa que, hoje no Brasil, são propositalmente deixadas de lado pra tornar o povo mais burro mesmo! Lembro de quando fui à Cuba em 2008 ainda durante o governo Fidel, e as pessoas apesar de total isolamento dentro da ilha, eram estremanente conhecedoras de sua história, sabiam de política, sabiam de arte, música, cinema, dança, arte em geral, conversavam contigo de igual pra igual e com propriedade, seja um outro músico ou um motorista de taxi, enfim… Eu fiquei impressionado com a cultura daquele povo! Mas lá o esporte, a arte, a saúde são privilegiados o tempo todo e as pessoas tem acesso e são incentivadas a terem contato com isso! Aqui no Brasil… pfffffff Então, a receita é fincar o garrão e tocar o repertório DE ORQUESTRA por que os outros, da música POP já nos encehm o saco de tanto tocar em tudo quanto é rádio e TV e os diretores da OSPA, acho que poderiam ser mais perspicazes e acabarem com as distinções e olharem ao redor pra tocar aquilo que realmente vai fazer a diferença pra cultura gaúcha e pra Orquestra! Tá cheio de Pixinguinha, Radamés mas também tem diversos outros compositores e outros músicos “populares” que tem muito mais condições de prepararem um concerto com arranjos desse repertório brasileiro, por exemplo, (pois conhecem isso e vivem isso e além de tudo, são estudados e graduados também como já disse, já que isso é tão importante nesse cenário, aqui no Brasil!) que não são nem conhecidos por quem deveria estar antenado na µúsica do seu país, assim como sem tocar o repertório de orquestra, como vaui se formar público pra orquestra!? Já disse o querido Benjamim Taubkin outro dia quando conversávamos aqui, que os projetos apresentados pras leis e editais hoje em dia, 90% vem com falsos discursos de cultura, formação de público e principalmente de retorno e preocupação social, o que é tudo maquiagem pra verdadeira desculpa que é ganhar um edital e lavar a égua trabalhando com dinheiro no bolso! Inclusive as empresas que patrocinam, privilegiam sempre os figurões e o retorno financeiro com o falso discurso de estarem fazendo cultura! Mas isso já é outro assunto… Abraços!
Ontem às 09:25 · Curtir · 2
Elias Barboza Rafa, tu apoiando este texto, da maneira que ele esta escrito, tu boicotar a possibilidade de tu e outros músicos populares tocarem com orquestra. De acordo com o texto fazer arranjos do teu projeto Bandolim Campeiro, para orquestra de câmara e banda seria totalmente reprovado. Já eu adoraria assistir. O Hamilton toca com orquestra , o Yamandu também. De acordo com a critica as orquestras devem ficar restritas ao repertório erudito. Se é isso que queres tudo bem, é opinião.
Ontem às 10:13 · Curtir · 3
Augusto Maurer (socorro, Milton Ribeiro: quando tiveres tempo, convém botar certos pingos nos is – pois, quer me parecer, tá rolando certa incompreensão por aqui…)
Ontem às 10:19 · Editado · Curtir · 3
Ferrari Bandolim Campeiro Primeiro Elias : nao usei em nenhum momento o termo Erudito! E eu acho que, ou tu nao compreendeu o texto original, ou nao compreendeu o que eu escrevi! Talvez as duas coisas… Leia de novo e nao coloque palavras na minha boca, por favor. O texto é muito claro e coerente e é a opinião que eu ja tenho há anos! Leiatudo atentamente e deixe de lado a tua opiniao e ideias rticulares num primeiro momento, pra poder ver de outra perspectiva as coisas! Abraço
Ontem às 10:20 · Curtir · 1
Augusto Maurer In other words, há que se desmembrar, não sei bem como, o choro da geléia geral do pop. Até pensei em utilizar a categoria da música instrumental, mas aí teríamos que lidar com o problema daquele concerto requentado do Rick Wakeman…
Ontem às 10:22 · Curtir · 1
Augusto Maurer … pois não dá prá equiparar, como eu disse bem acima, jazz e choro com pop.
Ontem às 10:23 · Curtir · 1
Elias Barboza Este texto do Milton é uma birra aos concertos Dana da Orquestra da ULBRA que com arranjos muito bonitos interpretam Beatles integrando músicos populares como Ângelo Primom, Matheus Kleber. Hique Gomez e lotando totalmente o salão de atos da UFRGS. Mesma orquestra que deu abertura ao novo projeto do Hique Tan Tango e que me deu espaço pra interpretar a Suite Retratos. O público adora o concerto dos Beatles e sempre lota, isso gera naturalmente oposição. A Ospa já toca exclusivamente repertório erudito. Qual problema de outras orquestras abrirem mais o repertório aproximando outro público? Esta sendo um sucesso por isso teve várias edições e vai continuar tento!
Ontem às 10:34 · Curtir · 3
Augusto Maurer BTW, já toquei Pixinguinha com a OCTSP, com ótimos arranjos do Daniel Wolff. E a OSPA costumava tocar, em concertos populares, ótimos medleys de choros e sambas do maestro Cyro Pereira. Mas isto já faz muito tempo. A suíte, encomendada pelo Yamandu, apresentada em Montevideo pela OSPA (e, estranhamente, jamais em POA) também é muito boa. Agora, Beatles, melhor com o quarteto de Liverpool. E em mono, de preferência. E se adotarmos o “sucesso de público” como critério, aí sim estaremos fritos.
Ontem às 10:38 · Editado · Curtir · 5
Carlos Badia Augusto, estou adorando o debate.
Ontem às 10:39 · Curtir · 2
Elias Barboza Te manifesta Badia hehe. Eu acho que caímos em questões pessoais. Eu gosto de Beatles com orquestra. Mas o texto fala não só de rock, como MPB, música nativista… Um abraço a todos!!
Ontem às 11:08 · Curtir · 2
Ferrari Bandolim Campeiro Sucesso nao signifca ser algo de valor, sem que isso julgue algum merito dos eventos colocados aqui! Elias : estas falando de ti e defendendo o teu campinho. Tudo bem! Mas a discussao acho que vai alem dos individualismos, afinal, é por causa dos individualismos que o Brasil é tao ruim em termos de saúde, politica, educação, cultura, investimentos! Até o futebol que é trilionário, massacrando outros esportes com seu monopólio, vai muito mal! Isso só prova que sucesso, fama, dinheiro, nada disso traduz qualidade. E a respeito da cultura das orquestras, o Brasil nao tem essa cultura hoje, infelizmente! Em busca do sucesso cego, se deixa de lado a arte que nasce do sentimento do artista e da vontade dele de emocionar as pessoas da mesma forma como ele, artista, emociona a si mesmo quando cria sua arte! Sempre vai ter, em todas as areas, quem opte pelo caminho mais facil e aí sem perceber, estara caindo no lugar comum, mas… Acho que o texto original vai muito mais a fundo do que criticar um unico projeto! Isso seria inveja na minha opiniao. Acho que é uma constatação que os valores estao trocados e o que é de valor esta sendo esmagado por ideias burras e falsos diacursos de retorno social e cultural na naioria dos projetos hoje em dia. Isso tudo vem de cima pra baixo e nao o contrario. Nosso dever como artistas é produIr unicamente a arte na qual acreditamos e a que nos emociona pois é assim que nos colocaremos longe dessa situação que vivemos hoje.
Ontem às 11:15 · Editado · Curtir · 2
Ferrari Bandolim Campeiro Sucesso nao signifca ser algo de valor, sem que isso nugue algum merito dos eventos colocados aqui! Elias : estas falando de ti e defendendo o teu campinho. Tudo bem! Mas a discussao acho que vai alem dos individualismos, afinal, é por causa dos individualismos que o Brasil é tao ruim em termos de saúde, politica, educação, cultura, investimentos! Até o futebol que é trilionário, massacrando outros esportes com seu monopólio, vai muito mal! Isso só prova que sucesso, fama, dinheiro, nada disso traduz qualidade. E a respeito da cultura das orquestras, o Brasil nao tem essa cultura hoje, infelizmente! Em busca do sucesso cego, se deixa de lado a arte que nasce do sentimento do artista e da vontade dele de emocionar as pessoas da mesma forma como ele, artista, emociona a si mesmo quando cria sua arte! Sempre vai ter, em todas as areas, quem opte pelo caminho mais facil e aí sem perceber, estara caindo no lugar comum, mas… Acho que o texto original vai muito mais a fundo do que criticar um unico projeto! Isso seria inveja na minha opiniao. Acho que é uma constatação que os valores estao trocados e o que é de valor esta sendo esmagado por ideias burras e falsos diacursos de retorno social e cultural na naioria dos projetos hoje em dia. Isso tudo vem de cima pra baixo e nao o contrario. Nosso dever como artistas é produIr unicamente a arte na qual acreditamos e a que nos emociona pois é assim que nos colocaremos longe dessa situação que vivemos hoje.
Ontem às 16:25 · Editado · Curtir · 2
Elias Barboza Eu não estou defendendo campinho nenhum e sim minhas idéias e convicções. Este ano assisti Yamandu com Orquestra da ULBRA, Hique Gomez com seu novo projeto Tan Tango. Beatles com músicos talentosos amigos meus como o Matheusinho. O que eu vejo é algo de muito valor e um projeto que aproxima músicos de linguagens distintas.
Ontem às 11:36 · Editado · Curtir · 1
Carlos Badia Marcelo Nadruz e Matheus Kleber, gostaria muito de ouvir vocês neste debate.
Ontem às 11:38 · Editado · Curtir · 3
Elias Barboza Hehe Badia tu só cadencia mas não te manifesta em? Hehe
Ontem às 11:43 · Curtir
Marcelo Nadruz Bem… O debate está bastante inflamado…. Eu me vejo inserido em dois universos ao mesmo tempo em minha carreira: o de música de concerto, enquanto compositor, e minha origens populares com o (complexo) grupo Raiz de Pedra… Eu, desde sempre, transitei nos dois campos, sem problemas. Meu pai escutava constantemente, música de concerto na minha infância e o primeiro VINIL (compacto) que ganhei de presente (aos 8 anos de idade) era Paulinho da Viola de um lado e Chico Buarque de outro! Minha mais estreita e significativa aproximação com o gênero “popular” foi com a Banda Municipal de Porto Alegre, a qual fiz mais de setenta arranjos, até de certa forma com feições “eruditas”… Na época funcionou muito bem, pois o público prestigiava a banda e alguns acabavam sendo “iniciados” em música de concerto, devido à sofisticação dos arranjos. Foi um período bastante profícuo e o público participava ativamente, até por que uma Banda de Música é uma formação bastante afeita a estabelecer conexões entre o “erudito” e o “popular”. Agora, este constante “choque de tribos” eu não vejo com bons olhos, pois dá a entender que são “confrarias” totalmente distintas e que não podem ser interconectadas. Existe também um problema midiático de vulgarização total da arte musical (popular) com porcarias ganhando espaço gigantesco de forma covarde, pulverizando TODAS as iniciativas da música popular de alto valor! Quer dizer, a “MPB” que está sendo veiculada é uma verdadeira heresia, pois que de características brasileiras ela não possui um só traço! São coisas vulgares e comerciais, ponto! Por outro lado, se me perguntarem, em primeiro lugar como a “autêntica” música de concerto poderia ter mais “sucesso” para o grande público, eu diria que está mais do que na hora de transformar as feições dos próprios concertos, ou seja, é urgente aproximar (didaticamente) a história dos compositores, as feições da obra (estrutura, etc.) para o público e não transparecer mais uma “Arte para Iniciados”, tão somente! Além de achar que o PODER PÚBLICO deva valorizar (com ações práticas) a construção de Teatros para ambos os gêneros! Outra coisa é largar um pouco (as sinfônicas e filarmônicas) o repertório europeu e fazer uma programação mais intensa com os compositores brasileiros! Quanto às orquestras executarem arranjos populares é, como disse anteriormente, uma forma de aproximar também o grande público da música de concerto desde que não abandonem totalmente a denominada música “erudita” ou comecem à encomendar (permanentemente) arranjos sofisticados para o LEPO LEPO! A QUALIDADE dos arranjos já é uma outra história que daria mais uma livro inteiro num debate!
Ontem às 12:37 · Editado · Curtir · 4
Carlos Badia Elias, há de se ter tempo pra responder adequadamente. O farei, pode crer.
Ontem às 12:32 · Curtir · 2
Carlos Badia Como disse anteriormente aqui, estou achando este debate maravilhoso. Pena não podermos ter um Forum ao vivo destes debates tão oportunos e vitais para a cultura da gente.
Será que poderíamos pleitear um espaço para mensalmente debatermos?
Pena nossa classe não ser tão unida, não termos um Sindicato forte ou uma OMB atuante neste sentido também.
A reflexão do Milton Ribeiro é procedente. Contundente. Coloca um dedo numa ferida. E traz desdobramentos importantes, como a ditadura dos Editais na cultura brasileira como ferramenta de produção e fruição das artes. Os editais que, se por um lado salvam muitas coisas hoje, ainda possuem uma série de distorções na relação patrocinador/patrocinado, dinastias de poucos produtores capturando para si a exclusividade das benécias de grandes empresas, foco cada vez mais exagerado em contrapartidas sociais, etc.
No entanto, é preciso não cair na armadilha inicial de achar que essa crítica do texto é “careta” e conservadora, como se quisesse uma reserva de mercado do tipo “orquestra só deve tocar isto e não aquilo”. Creio que isto não entra em pauta na crítica, embora possa até parecer em determinada altura. Exageros à parte, como chamar de “roquezinhos” alguns dos ritmos dos concertos patrocinados, creio que a essência do texto – e daí sua importância – se direciona à dificuldade em dar acesso, via orquestras/concertos, a uma música menos executada (e menos óbvia) e também a tentação do uso do critério “sucesso de público”, que é um caminho que banaliza e orienta por baixo a qualidade de qualquer atividade cultural.
O texto não propõe a extinção destas atividades crossover, e sim
observa oportunamente uma tendência ao exagero nisso que, por um lado pasteuriza a relação orquestra/público (inclusive em termos de arranjos e sonoridade), com uma certa desculpa fajuta de “acessibilidade”, e por outro gera uma exposição exagerada neste perfil de atuação das orquestras em detrimento de uma atividade mais contundente em termos de repertório, ousadia, propostas. Precisamos dar acesso aos repertórios tanto atuais quanto fundamentais da música para orquestra. Discordando do Juarez, acho que ainda há pouco acesso a isto. Cito as experiências que vivi ouvindo a OSPA apresentando repertório erudito em parques para o povão: experiência maravilhosa, as pessoas saiam dali encantadas, felizes com o que ouviam. Isto não significa que a pessoa vai comprar o disco da Deutsche Grammophon no dia seguinte. Mas se tivermos mais
concertos assim, quem sabe não vão procurar no youtube e por numa pendrive?
Concordo também que, um dos perigos nestas profusões de concertos patrocinados que tentam o crossover de estilos possa resultar numa óbvia tendência de cair numa assepsia das cordas de uma orquestra, uma espécie de acústico MTV com cordas e sem sal. Um pé na breguice estética do tipo “ai, como ficou fino esta versão com orquestra do sertanejo universitario!”. Temo pela perda da vitalidade, no pulsar vívido de uma orquestra, aquele lampejo que faz com uma orquestra se destaque da outra executando arranjos iguais. Aquele diferencial mágico que faz você entender porque há uma experiência totalmente diferente ao ouvir o Nelson Freire executando a mesma obra que outros pianistas executam (sem menosprezar os demais).
Ao contar com patrocínios e Leis de Incentivo, com patrocinadores que tem um foco demasiado em promover cultura com contrapartidas sociais e menos na arte em si, tais orquestras podem cair na onda do crossover quase que sem saída. É isso ou nada de verba. Este é um perigo real. Mas melhor é de fato ouvir este pessoal das orquestras para saber de perto o que acontece e até que ponto esta “ponte” de verbas, que sustentam ou engordam cachês, é vital. E se não for, o que se pode fazer para engendrar repertórios mais interessantes e
menos óbvios como faz o crossover.
É um debate oportuno. É importante o erudito e o popular dialogarem intensamente. Mas isto não pode significar a morte de audições de compositores vitais e importantes. O que mantém o sangue pulsando e interessado pela música precisa estar sempre vívido e aceso nos músicos. Do contrário é pura burocracia. Como tocar em restaurante,
desculpem o exemplo, mas é mais um bater de ponto.
Assim, acho que a ideia de manter estas atividades crossover é
positiva. Mas há de se ter cuidado e o texto tem esta qualidade. Ele pega fundo, mas não percebo ser corporativista. Pelo contrário.
Como é positivo debater estes assuntos. Pena fazermos tão pouco.
Ontem às 12:35 · Curtir · 6
Carlos Badia Tem um debate implícito Marcelo Nadruz, que é o abandono do PODER PÚBLICO ao protagonismo da cultura em detrimento da ditadura dos editais e suas diretrizes ao sabor dos interesses do patrocinador, mesmo que seja renúncia fiscal, ou seja, dinheiro do contribuinte… Complexo…
Ontem às 12:39 · Curtir · 4
Marcelo Nadruz Tens razão Carlos Badia O “lado oculto e obscuro da força” agindo com critério duvidosos… A começar, como você mesmo frisou em outra postagem, que Dilma e Aécio nem sequer citaram o vocábulo “cultura” em suas campanhas!
Ontem às 12:42 · Curtir · 4
Marcelo Nadruz Veja meu amigo a complexidade da matéria em território nacional!
Ontem às 12:44 · Curtir · 4
Ferrari Bandolim Campeiro A situação é muito complexa meus amigos, como vocês constatam, e não é uma opinião que vai definir o que é ou o que não é. O debate é importante, porém sempre que entramos no embate das ideias, as pessoas tendem a: 1) Tentar impor somente a sua opinião e nunca olhar pela perspectiva do outro. 2) Falar com ufanismo e de forma passional unilateralizando e individualizando demais seus argumentos. 3) Não gostam de ouvir opinião divergentes por medo de descobrir que sua opinião pode não ser, de fato, relevante. Isso se formos falar do lado pessoa das discussões. Outro lado, na minha opinião, é essa consciência brasileira de que: “Ah! Eu sozinho não vou mudar mesmo, então que se foda! Deixa como tá que eu vou fazer é a minha e deu…!” Pois eu acho que esse tipo de pensamento desestabiliza o cenário, seja ele qual for, seja do que estivermos falando, se arte, política, cultura, saúde, etc… Eu penso que a cultura deve vir de berço. A grande maioria do povo brasileiro hoje, não tem discernimento algum, não consegue escrever uma redação no vestibular, não consegue interpretar um texto, as crianças passam de ano sem saber ler e escrever em prol de o governo poder aumentar as estatísticas e índices perante o cenário mundial. Enfim! Estamos falando, nem é de orquestra, ou da distinção da música erudita e popular. Eu me dedico hoje a uma música tida como, não pop, como lado B, como popular, como regional, como instrumental, como queiram, e nunca nem meu pai me deu disco nenhum ou incentivou a tocar um instrumento ou conhecer nada! Mas nesses relatos como do Nadruz e como de outros tantos amigos que tenho, vejo como é importante o contato, a convivência com a linguagem, o incentivo, abrir uma porta pra uma criança conhecer e se emocionar desde pequena com arte, por exemplo. Isso é que está de lado na educação do povo! Daí fica difícil depois de que várias gerações ccresceram sendo emburrecidas, cobrar delas um grau de cultura elevado. Vivemos, infelizmente num país aonde o estar de bem com a vida não é o importante! O importante é se fuder pra ganhar uns trocados (mas continuar passando necessidade) pra mostrar pra “sociedade” que somos “guerreiros”, “batalhadores”, “lutadores”, “que matamos um leão por dia”, e outros jargões que as pessoas aprenderam a gostar. Eu, sinceramente, não sou lutador, não sou batalhador, não mato ninguém, eu apenas faço o que eu gosto! Isso é que está de lado. Tudo vai ao encontro “eu devo lucrar”! Tudo vai ao encontro do, “oque fazer pra vender e fazer sucesso” e esquecese o verdadeiro propósito da arte. Nos estados unidos por exemplo, existe a maior e melhor, acho que mais rica financeiramente e mais famosa música POP. Por outro lado, o Jazz é muito respeitado como um dos elementos formadores da sociedade norteamericana e ele apenas atuda noutro mercado paralelo ao do POP, porém com respeito, público (não estamos falando de quantidade) e foi através do Jazz que os EUA entraram em muito país por aí a fora, pois creio que entendem que isso faz parte deles. Aqui no Brasil o povo aprendeu a valorizar apenas quem aparece na TV, sem saber que pra ir na TV é só pagar 100 mil reais que tu vai! Ponto. Mas a TV vende a ideia de que só os muito fodões estão lá e o povo burro compra. Enfim… Voltando pro lance mais do tema principal do texto e da discussão, eu acho que a proposta da orquestra, assim como de um artista ou banda, tem que ser fazer aquilo que acredita e que parta do princípio da arte, não puramente do comércio. Isso deturpa qualquer trabalho. Acho que a crítica é em cima do porque das coisas! Do sentido delas, de onde elas realmente vem, o ponto de partida. É o velho “pau que nasce torto nunca se indireita” pois se começa deixando a arte de lado, como que quer atraír público praquela manifestação artística!? Ou será que se eu tocar Lepo lepo com orquestra vou estar formando público pra música de orquestra!??!?!!?!?!?!?!?
Ontem às 13:21 · Curtir · 3
Ferrari Bandolim Campeiro Tem mais: as pessoas não sabem ouvir música! Não sentem nada, não ouvem o colorido, não sentem as nuances melódicas! Harmônicas, nem se fala. Ninguém consegue sentir o que está ouvindo, se ouve música sem estar ouvindo hoje em dia. Hoje em dia, eu que sou instrumentista, vejo que a ÚNICA coisa que a grande maioria das pessoas consegue entender na música instrumental é a velocidade! Na grande maioria ainda, por que elas veem os dedos correndo o instrumento com valocidade e isso as impressiona. Não conseguem assobiar a música que ouviram há meio minuto atrás! Não entrou nelas, não significou nada! Apenas perceberam a velocidade. Isso me enche o saco profundamente. É chato, como músico, ter um público que quer saber se tu é mais veloz que outro músico! Não estou treinando pros 100m razos! Estou fazendo música. É isso. Acho que o furo é mais embaixo. E concordo Carlos Badia: os músicos são em sua grande maioria, egocêntricos, egoístas e invejosos uns dos outros e é por isso que a categoria sofre tanto no Brasil e fica na mão desses merdas de OMB, ECAD corruptos e dessas empresas falsas beneficiárias da cultura brasileira! Todo mundo, como eu já disse, aceita e vai nessa onda imposta por eles e depois quer reclamar!
Ontem às 13:26 · Curtir · 3
Milton Ribeiro Aury Hilario
Ontem às 15:26 · Curtir · 1
Augusto Maurer Juarez Fonseca
Ontem às 15:27 · Curtir · 1
Augusto Maurer Quem se interessou pelo texto do Milton Ribeiro, também deve se interessar por este (quarta chamada): http://impromptu.sul21.com.br/…/da-curadoria-em…/
Da curadoria em gravadoras e na internet e do emprobrecimento das audiências
Nos últimos dias, duas coisas que li na web, de índoles…
IMPROMPTU.SUL21.COM.BR
Ontem às 15:36 · Curtir · 3
Augusto Maurer (longer texts; slower reading…)
Ontem às 15:37 · Curtir · 1
Angelo Metz Podem discutir ate o boi dormir. Enquanto nao houver uma mudança na educação nada vai mudar. O povo não é burro, é apenas ignorante. E a ignorancia propicia o lucro facil com a musica banal. A qualidade musical é inversamente proporcional ao tamanho da audiencia. Dura e triste realidade. Não são diretrizes politicas que mudarão o panorama da apreciação musical da noite pro dia.
Ontem às 16:37 · Editado · Curtir · 4
Ferrari Bandolim Campeiro Gostaria de saber ser assim Angelo Metz: Sussinto e claro! Ou no linguajar bagual: curto e grosso! rsrsrs Mas é isso aí… eu concordo!
Ontem às 16:36 · Curtir · 3
Angelo Metz hehehhe
Ontem às 16:36 · Curtir · 1
Elias Barboza Eu estou com Juarez Fonseca!!! Deixem os maestros trabalharem. Diante de tanta música midiática de péssima qualidade, acho que rock clássico, música popular brasileira, jazz e música regionalista com arranjos orquestrais ou compostas já pra orquestra e/ou solistas , grupos + orquestra só tem a acrescentar. Tem que reclamar das porcarias que tocam em muitas rádios e festas… Não do trabalho caprichoso das orquestras. Angelo Metz falou certo, temos que mexer na educação. Estou com Marcelo Nadruz precisamos executar mais compositores do nosso país!
Ontem às 17:04 · Curtir · 3
Sandro Wasem Texto carregado de rancor. Essas orquestras tocam música erudita na programação de concertos oficiais. Acho que é uma forma de aproximar um público que não assistiria um concerto por ter também t preconceito . Quanto aos arranjos….. O Milton Ribeiro pode emprestar seu talento e compor alguns. A inveja engrossa o coro dos que por incompetência não atuam e somente criticam.
Ontem às 17:06 · Curtir · 2
Carlos Badia Sim e não Angelo Metz. Debater é fundamental para que as coisas evoluam. Você pode acreditar ser perda de tempo. Em alguns casos e com algumas pessoas até é, como sabemos. Mas você não pode desconsiderar o valor disto muito menos menosprezar. E no debate que mutias vezes podemos ampliar o foco, modificar a visão e construir caminhos. O silêncio de debate, te garanto, não ajuda nada. A educação sempre será o o ponto central de qualquer processo evolutivo. Mas você pode fazer isto de várias maneiras. Não esperando cordialmente que um governo que você elegeu vá se mover da cadeira para fazer isto andar. Aliás, esperarmos por isto no sofá não ajuda em nada, somente acumular rancores, e discursos inflamados na porteira da imobilidade rabugenta. E nossa província de São Pedro já promove “briguinhas” demais para perdermos tempo nisso. Para mim há uma máxima: ” AS PESSOAS NÃO TEM COMO GOSTAR DO QUE DESCONHECEM!” e exatamente isto que me mobiliza para cada vez mais incrementar dentro do Porto Alegre Jazz Festival o viés educativo pra criançada. Oportunizar conhecer. Oportunizar ver além desse mundo de obviedades que a música comercial popular de entretenimento proporciona e a mídia dá corda. Angelo, o POA Jazz, o Pelotas Jazz Festival, o Canoas JAzz (em outros anos fora esse) nos mostrou e provou que tem uma grande audiência disposta a ouvir, conhecer e quer ouvir coisas de qualidade. E ao contrário do chavão, é viável comercialmente sim! Tem uma mercado promissor e estruturado hoje no Brasil que vai ser ampliado e tem dado conta de um circuito forte, e que a mídia não tem acompanhado, não tem projetado. Vão fazer, mas ainda não fazem. O Poa Jazz começou com desconfiança aqui na mídia. Timidamente aqui e ali notinhas, mas tinha gente e tem na mídia que promove e se dá conta da importância sim disto tudo. Como um movimento cultural significativo. MAs este é um dos aspectos que o texto ora em debate suscita. O outro eu acho que está havendo uma pequena confusão de interpretação ao meu ver. E desvio de foco por outro lado. Não tem nada de rancor aqui. E você esvazia o debate se coloca as coisas em termos do demagógico chavão “vai lá e faz”. Não é assim que se constrói um debate positivo. Não vi no texto uma proposta de estar impedindo maestros de trabalharem, nem propondo a extinção disso, por favor. O ponto senhores é que as orquestras podem e devem dialogar com o popular, outros artistas etc. O que não se pode é impedir a crítica procedente sobre consequências e implicações disto, especialmente na perspectivas de Leis Incentivadas que param de investir em um repertório de orquestra (de compositores brasileiros ou não) para criarem estes crossovers que, por mais positivos que sejam, podem virar conversa mole se forem justificadas apenas por “atração de audiência”. Prefiro ainda ouvir o pessoal das orquestras sobre isto. Talvez muitos não queiram se expor por medo de retaliação, mas seria ótimo ouvir o ponto de vista deles sobre isto.
Ontem às 17:29 · Curtir · 3
Carlos Badia e pra quem gosta de conversa curta e grossa: ” AS PESSOAS NÃO TEM COMO GOSTAR DO QUE DESCONHECEM”, portanto, ofereçam além do óbvio. Isto é educar também.
Ontem às 17:30 · Curtir · 2
Angelo Metz A base da educação esta em casa. Se esperarmos pelo governo ficaremos na ignorancia. Não sou contra debate. Sou contra o monopólio intelectual. Cada um quer defender o seu. Musica é intangivel, fato complicante na nossa sociedade materialista.
Ontem às 17:39 · Curtir · 2
Carlos Badia Veja o caso de como se promove artistas em uma parcela importante do mainstreaming nacional da mídia. O apresentador Luciano Huck promoveu um novo artista padrão global/bonitinho/canta-bem em seu programa de sábado trazendo inclusive Caetano Veloso para dar aval. É provável que haja já um contrato entre Huck, Lavigne (agente de Caetano) em promover comercialmente este “artista”. É o viés comercial que existe na música brasileira bem antes do que possamos imaginar, no lançamento de artistas. Atinge as massas, vende bons cachês publicitários, e engrossa sua agenda de datas em shows que, em sua maioria é patrocinada por Lei de Incentivo. Ou seja, um commodity interessante. Como fazem hoje alguns “fundos de investimentos”. O famosos “Porta dos Fundos” é um exemplo e, aliás, Huck é um dos investidores no grupo/programas. Numa cidade aqui perto de onde moro eles promovem uma grande festa e sempre tem a tal da “atração nacional”, com um cachê de cerca de 200 mil reais. COm 200 mil reais esta prefeitura poderia promover política cultural pra um semestre inteiro e talvez pra um ano todo. MAs eles pegam as Leis de Incentivo, usando um CNPJ emprestado de uma Entidade da cidade e promovem uma festa e trazem um sertanejo universitário pro povão se divertir. É uma visão antiga de promoção de cultura e jamais política cultural, algo que tem começado a ser fomentado através de “debates”.
Ontem às 17:43 · Curtir · 4
Angelo Metz E a alfinetada no Claus Ogerman foi desnecessaria.
Ontem às 17:45 · Curtir · 4
Carlos Badia A base da educação está em casa mas em certa medida está na rua também. A filha de 6 anos de um amigo culto pediu pro pai que tocase na festinha dela “funk carioca” por que as coleguinhas gostavam… Ele impediu e elas todas ficaram emburradas num canto da sala…. Difícil… Cada um quer defender o seu quando a coisa fica dispersa sem direcionamentos que aglutinem boas ideias e iniciativas. Nessa sociedade materialista precisamos meter música boa usando as próprias ferramentas do materialismo, viabilizando canais por onde fluir esta música e que ela chegue as pessoas. Minha maior felicidade foi ver 4 meninos que conheço virem me falar da maravilha que foi ver o festival, e ver o Ralph Towner… 4 que eu soube. MAs que vai multiplicando, que vai crescendo nas redes deles…É por isto que luto.
Ontem às 17:49 · Curtir · 4
Angelo Metz E só pra lembrar… o conhecimento é apenas uma ferramenta, pode ser usado para o bem ou o mal. Aqui entramos na questão filosófica e existencial. Quem decide o que é bom ou ruim? Ha quem diga que seres humanos são racionais. Eu discordo.
Ontem às 18:07 · Curtir · 2
Ferrari Bandolim Campeiro Acho todas as opiniões aqui plausíveis e acho que cada um tem que fazer a sua parte naquilo que acredita. Volto a dizer: acho que hoje em dia a cultura e a arte viraram um comércio sem escrúpulos onde, desde que venda, vale botar qualquer bosta por aí,…Ver mais
Ontem às 18:27 · Curtir · 3
Elias Barboza Como disse o Sandro , a Ulbra tem os concertos oficiais fixos na sua programação com música erudita. Fora isto tem os concertos Dana, com programação de música popular, Beatles e novos projetos. Esses concertos oportunizam músicos talentosos que não te…Ver mais
Ontem às 18:31 · Curtir · 4
Luiz Felipe Cardoso Azevedo Prezados, acompanhei este debate todo o dia de hoje e parabenizo a todos pelo nível de argumentos e não caimento na polarização medíocre que contribui em absoluto para o acréscimo das reflexões. Peço licença para esboçar um pequeno depoimento visando …Ver mais
Ontem às 21:57 · Curtir · 7
Jorge Matte https://www.youtube.com/watch?v=_Cd9FYO9Rh4
Scorpions Berlin Philharmonic Orchestra Rock You Like a Hurricane
Scorpians are the bomb
YOUTUBE.COM
2 h · Curtir · 1
Não sou nenhuma autoridade, mas não vi nenhum problema no texto que originou a polêmica. Acho que o maestro simplesmente não conseguiu ler com os olhos desapaixonados. Ficou ofendido e partiu para o ataque “ad hominem”. Ora, se você não é especialista, “da área”, como dizem, caberia a ele desconstruir seus argumentos com mais sabedoria do que com ataques pessoais.
Aprecio bastante rock e também nutro o mesmo gosto por “clássicos”, embora em bem menor proporção. De um modo geral, acho bem toscas essas “leituras” feitas por orquestras, com raras exceções (uma delas é a que Boulez fez para Zappa). Mas esse argumento estético é pequeno perto da observação brilhante que você fez logo em seguida.
O maior problema, muito bem observado por você, é que o rock já tem espaço demais, ao passo que os “clássicos” estão cada dia mais raros. Aqui em BH, por exemplo, só agora estão construindo uma casa (excelente, por sinal) para comportar nossa sinfônica! Até então só se podia ver a orquestra em dias de semana, pois às sextas, sábados e domingos a casa está sempre reservada para algum artista de MPB, teatro etc.
Contudo, com a casa concluída, há uma esperança de que ocorram mais apresentações e, evidentemente, privilegie-se compositores que são compreensivelmente ignorados em nome dos mais famosos.
Imagine, por outro lado, se tais apresentações que irão ocorrer aos finais de semana sejam justamente “projetos” para releituras de músicas dos Beatles?! Nada contra e até creio que haverá muito mais público para isso, mas acho uma injustiça enorme com os músicos e com o público que gostaria de ver mais Bartok, Villa-lobos, Shosta etc. É óbvio que esse é um argumento anti-democrático, pois o que eu quero, em suma, é ver uma minoria ser agradada em claro detrimento ao gosto da “massa beatlemaníaca”! Contudo, sou meio conservador e não me envergonho disso.
P.S.: O seu texto é bem conservador para os cânones esquerdistas que você costuma seguir, na minha modesta e possivelmente equivocada opinião. Seu argumento pareceu-me bem semelhante ao Allan Bloom no monumental “Declínio da cultura ocidental”.
Em seu perfil do Facebook o “maestro” Tiago juntou todos os seus amigos, contratados e ex-contratados para formarem um coro de vaias contra ti, MR.
Agora tens sete leitores e dezenas de detratores. Aqui neste texto já tem um apelo ao linchamento por escrito.
Só quero ressaltar uma coisa: Tiago é opaco e sem imaginação.
Não vou lamentar as coisas que estão escritas nos dois perfis de Tiago. Tu mereces. Afinal, queres melhorar o cenário cultural da província.
Tive a experiência de trabalhar em universidades privadas, por falta de opção. O texto do maestro é uma tentativa de defesa de seu polpudo salário, sem contrapartida nos fatos. Conheci muitos colegas assim, com discurso entusiasta pela instituição, fanáticos pelos “bens” materiais, conforme lhes fosse conveniente. É óbvio que o público médio tem um horrível mau gosto. Basta caminhar pelas ruas e olhar a cara de asno do porto-alegrense para constatar ou antever isto. Se o maestro gosta e tem prazer de tocar o que esta cambada gosta, é apenas sinal de falta de cultura dele próprio. Quando tive a oportunidade, troquei de emprego, mesmo que recebendo menos. Nunca me vendi. Discurso vazio o deste sujeito. Quer agradar aos patrões.