Nos arquivos
do computador
dormem quietas
as mulheres
que nosso olhar
desperta,
a fim de levarem,
suspensas,
nossas fantasias:
as lúbricas, lúdicas, afetuosas e loucas,
mas, sobretudo,
as do sublime (e justo) (e sempiterno)
desejo
de uma vida
inexcedível.
Você ainda me lê?
Minha pequenas frases lhe interessam?
Este texto não é entendimento nem cultura.
É apenas ornamento de imagens.
Só que nós, homens, costumamos ficar fascinados com o que nos entra pelos olhos.
As mulheres interessadas em nós sabem quão visuais somos.
E costumam / não costumam negar suas imagens.
Pois sabem que metabolizamos as imagens vistas, transformando-as em emoção.
(Sempre fico encasquetado ou pensar que um pé é um pé para um
e fetiche para outro…)
Sabem que fetiche é uma palavra de origem francesa derivada do português feitiço?
Pois é. Às vezes este blog é cultura.
Vim aqui porque sei que encontro o que procuro: mulher e poesia. O vinho fica por minha conta.
🙂
Concordo!
Pois é. Às vezes esse blog é revolta…
UM FUTURO A SER SÓ ESCRITO?
by Ramiro Conceição
Se Eric Arthur Blair reencarnasse; se nessa nova adolescência plantasse baneira para ver, de novo, o mundo de ponta cabeça, e assim escrever poesia; se não levasse muito a sério a formação acadêmica; se visitasse as favelas; se falasse português; se fosse brasileiro…; se um viajante fosse, a conhecer todos os bueiros latino-americanos…; se enfim constatasse ser um escritor e virasse, antes, um jornalista, não aquele costumeiro capacho do status quo, mas aquele outro que desenvolvesse mais uma vez, acima de tudo, um senso de justiça diante da miséria; se concluísse repetidamente que uma parte consideravel da classe média não passasse de um volúvel aglomerado disforme de violentos, fascistas e ignorantes; se voltasse a lutar, não contra Franco, Mussolini ou Hitler (já vencidos!), mas contra Caiados, Aécios, Agripinos, Barbosas, Cardozos, Moros, Azevedos, Marinhos, Civitas, Mesquitas et caterva – os donos da nova caverna – , de fato, escreveria o que estamos a contemplar: “O GOLPE DOS PORCOS”.
errata: é óbvio que no lugar da momice “baneira”, de fato, é “bananeira”.