Foi uma tacinha bem modesta, menor ainda que um Gauchão e depois de uma partida miserável, mas a gente conhece o D’Alessandro. Ele não passou nenhum ano no Inter sem ganhar alguma coisa, nem neste 2016. Mas acabou, tudo passa, até a uva passa e agora vamos ter que lidar com nossas limitações, grandes limitações.
O Inter não se preparou para este momento. Aliás, não se preparou nem para substituir o lesionado Valdívia, nem para a ausência de centroavante neste início de ano, todas coisas sabidas de antemão. Ontem, o clima de emoção da despedida não foi suficiente para esconder a ruindade de nosso time. A bola vai e volta rapidamente, há repetidíssimos erros de passes, temos Anderson pensando na China, Sacha fora de posição — inteiramente perdido — e, quando sai, é substituído por Bruno Baio… Aliás, Bruno Baio não me parece um jogador de futebol. Apesar da altura, também não poderia ser jogador de vôlei ou basquete, pois não pula. É, na verdade, um braço roubado à agricultura ou algo como o Obelisco de Buenos Aires, que todo mundo vê e ninguém sabe para que serve. Nem bonito é. Poderia ser um agente da EPTC. (Não, isto não poderia. Agentes da EPTC não gostam de chuva e ontem ele estava lá, no meio do maior aguaceiro). Mas como Obelisco ficaria bem.
Argel disse que o Inter não teve pressa para ganhar o jogo. É verdade. Tanto não teve que não ganhou. Ganhou foi a tacinha nos pênaltis. Para o Costelão 2016, o jogo de ontem contra o São José rendeu um parco ponto. Depois, nosso douto treinador ainda completou estranhamente: “Mas estamos na diretriz certa”.
Piffero, te meteste num mato sem cachorro. Te livraste de custos sem pensar no faturamento. A crise não pode ser teu único programa, quem está fazendo isso é o Sartori. Se for assim, planejemos 2017, como sugeriu meu amigo Bruno Zortea. Porque este ano servirá para a gente chegar em 14º no Brasileiro e protagonizar toda sorte de eliminações precoces.
Recomendo uma grande vaia pra ti. Pior do que tu, só o campo do São José.
Não sejamos pessimistas, Milton. Vistes aquela bomba do Paulão na trave. É o jogador símbolo do Argel. Ele já deixou de ser zagueiro e flutua (apesar do peso) entre a meia cancha e o ataque. Um craque! Outro flutuador é o Rever, mas sem o mesmo peso (!) na hora da decisão. Tem o cerebral Alex, que já entra cansado aos 40 do segundo tempo e bate um pênalti que é mais uma atrasada para o goleiro. O Sacha está fora de posição. Pelo tamanho, deveria ser experimentado como zagueiro. Tudo é possível com o Argel. Enquanto isso, os guris que sabem jogar (Andrigo, Alisson e outros) ficam do lado de fora para aprender com os veteranos.