Meus sete leitores talvez fiquem escandalizados
mas não sou um apologista do pornô chique, gênero preferencial de Sylvia Kristel.
Também não que gosto do pornô ginecológico, nem de ver bate-estacas vagino-penianos.
Na verdade, prefiro uma foto como a acima
que faz funcionar a imaginação e aquelas coisas que os meninos sentem (ou eu sinto).
Mas entendo toda a babação por Sylvia Kristel: era uma libertária.
Num gênero onde o que mais interessa é o corpo
ela sempre foi um corpo e um rosto (e bunda também)
(e pernas)
(e mamilos)
(e elegância).
Mas tenho que contar uma coisa para vocês: desde a data da morte de Sylvia,
umas 15 pessoas, homens e mulheres, me pautaram: queriam a holandesa.
Uma amiga acadêmica, dessas cheias de PhDs
acaba de entrar no Facebook para me escrever a seguinte mensagem no chat, vejam só:
eu tenho um carinho especial por ela, tinha uns 8 anos e enganei meus pais para ver
um filme com ela, anunciado na TV para a madrugada.
Eles não queriam que eu visse, desligaram a TV durante o anúncio do filme, não o deixaram terminar,
aí esperei todo mundo dormir e fui ver.
Foi meu primeiro filme erótico, escondida, no escuro e sem som, rsrsrs …
É esse tipo de coisa que faz dela um ícone. Foi um grande símbolo da libertinagem.
Inclua-me entre os leitores que não ficaram escandalizados! Belo texto e bela homenagem à Sylvia.
Escandalizada não estou. Nem sabia que ela havia morrido (é, não acompanho noticiários). Lembro-me de que SK estrelou uma versão de O amante de Lady Chaterlley que nunca consegui ver, embora quisesse (adoro o livro). Uma mulher bonita e com certa classe, concordo.
Milton que mantém as tradições. “Porque hoje é sábado”…
Se a série “Emmanuelle” estrelada por Sylvia Krystel teve um significado libertário nos países ocidentais desenvolvidos, imagine aqui no Brasil, que estava experimentando a abertura política que era um processo de lento e gradual para a democracia plena. De repente, todos aqueles filmes proibidos pela censura federal chefiada por dona Solange estavam em cartaz: ‘Calígula’, ‘O Império dos Sentidos’ em cuja resenha li pela primeira vez a expressão “sexo explícito”. Tive a sorte de ver os primeiros filmes eróticos com a elegância e beleza de Sylvia Krystel cuja personagem pregava um modo em que a mulher tinha a mesma liberdade do homem para viver seus romances e aventuras e onde o limite seria ditado por ela mesma e não por uma sociedade machista. Syvia impressonava quando se despia, pois sendo falsa magra causava sensação com suas curvas cujas roupas escondiam totalmente. Ela faz parte do imaginário de gerações inteiras em todo o mundo ao lado de Marilyn Monroe, Catherine Deneuve, Jane Fonda, etc.
É, Sylvia Kristel marcou o cinema erótico como nenhuma outra atriz. Depois, viveu uma segregação hipócrita e burra. Ainda bem que tem o PHES.
🙂
Estas fotos são dos tempos das cabeludas. Sexo não escandaliza mais nem as vovozinhas.
Emmanuelle para um adolescente na década de 70 foi um sinal promissor de que terminaria a ditadura das revistas “contrabandeadas” suecas e dos desenhos do Zéfiro. A personagem de Sylvia na tela foi o prenúncio da abertura…
Responsável pelo crescimento de pelos na minha mão esquerda…
Sou jornalista e RP, e cuidei de Sylvia – de sua estadia – em 1981 quando veio divulgar o lindo e tão criticado Lady Chatterlay do mesmo Just Jaeckin do tal bobo Emmanuelle. Era uma mulher finíssima, que nada lembrava seus personagens. Sim, bebia muito. Até hoje sinto muito por seu trágico final. Existe um livro que ela escreveu e contou tudo, se chama NUE. Só em francês e ingles ou holandês. As fotos acima são incríveis, muitas não conhecia! Merci!