Hoje seria uma noite para eu e Elena sairmos, mas ela sofre de enxaqueca e este é um mal que ataca sem maior aviso. Vem e se instala, às vezes sem dar tempo de um Naramig(o). Quando está assim, ela vê filmes bobos ou dorme. Então, já que estou sem fazer grande coisa, entre lamentar o país, ir ao protesto, ler um livro ou ser indiscreto, escolhi a última opção. Aliás, a Elena sempre diz que eu só tenho um defeito, o de ser indiscreto. Tenho outros, mas não nego aquilo de que sou acusado.
Deveria escrever sobre a reunião do PQP Bach, mas esta deixarei para outro dia. Pois então… No dia 21 de janeiro deste ano fizemos uma cerimônia secreta. Estávamos na praia de Zimbros e o dia entardecia como mostra a foto abaixo.
Bonito, né? Estava perfeito. Nós tínhamos comprado juntos as alianças no mês de dezembro, mas só a usaríamos no dia certo. Quando ele chegasse, abriríamos a Veuve Clicquot que leváramos na mala — a clássica, laranja, caríssima, nosso único luxo –, buscaríamos uma comida bem boa no restaurante Berro d`Água e inventaríamos qualquer coisa.
Nós tínhamos uma mesa na varanda externa de nossa cabana que era um tronco de árvore cortado, não era nada simétrico, então o desafio era equilibrar pratos, copos, talheres e, principalmente, nossa valiosa bebida.
É claro que tratamos de fazer tudo tarde da noite para não sermos incomodados, mas os donos do hotel vieram ver o que estava acontecendo. Viram que eu estava arrumadinho — bermudas novas e camisa polo inteiramente fora do padrão mendigo que uso quase sempre — e que a Elena estava ainda mais bonita do que o de costume. Respondi que era uma data especial e eles sumiram tão subitamente quando chegaram. Gente inteligente.
Uma bebida dessas deixa a gente alegre e criativo. Então, depois de comer e beber, saímos pela praia com nossas flamantes alianças tirando fotos que, vejo hoje, apenas denunciam que a criatividade do álcool só se dá bem com William Faulkner e roqueiros. São fotos ruins de doer. Mas lembro que a gente riu muito com as selfies mais mal tiradas de 2016 até aquele momento. Tentávamos com a minha máquina, com o celular dela, queríamos mostrar as alianças e nossas caras e nada dava certo. Nas piores fotos, erguíamos os anulares mandando todos àquele lugar, uma maravilha.
Mas há muitas outras. Umas melhores, outras de bêbado e aquelas bem ruins mesmo. Mostrarei com moderação. Comecemos por Pulp Fiction.
Caminhamos pela beira da praia, sentamos na areia com os mosquitos, nos molhamos e, na volta, em um momento de lucidez, experimentamos isto e funcionou.
Talvez a dor de cabeça da Elena piore quando ela acordar e ler este post. Nestes momentos, tenho que lembrá-la de que nem sou tão indiscreto assim. Afinal, poderia seguir contando a noite.
Milton, gosto muito de teus textos: fazem-me rir de pronto! Hehehe….Legal isso.
e sobre o assunto em si, maravilhoso – PARABÉNS e sigam sendo felizes. Beijão!
AbraçÃO, Re.
Parabéns!!!!